Blog do Praetzel

Imagino o Palmeiras campeão brasileiro. Falta definir a rodada
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Alexandre Praetzel

Apesar de ter perdido para o Santos, ainda vejo o Palmeiras campeão brasileiro. Acredito que o time de Cuca é o mais consistente do campeonato e não irá entregar uma vantagem de cinco pontos para o Flamengo. Jogou mal na Vila Belmiro e mereceu a derrota para um adversário titular superior tecnicamente, depois de 15 jogos invicto. Serve de alerta para a reta final da temporada.

O Palmeiras terá Inter, Botafogo e Chapecoense no Allianz Parque e sairá contra Atlético-MG e Vitória. Confrontos complicados, mas o fator local pode pesar bastante. Acho difícil não fazer nove pontos.

O Flamengo enfrenta Botafogo, Coritiba e Santos no Maracanã e sai diante de América-MG e Atlético-PR.

O Santos pega Ponte Preta, Cruzeiro e Flamengo fora e recebe Vitória e América-MG.

Dos três, o Flamengo parece ter a tabela mais difícil. E ainda terá o confronto direto com o Santos.

Por tudo isso, imagino o Palmeiras campeão. Com 76 pontos, levanta a taça.

Falta definir a rodada. É apenas o meu sentimento.


Bruno Rangel sonha com título da Sul-Americana e ainda busca time grande
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Alexandre Praetzel

A Chapecoense representa o Brasil, nas semifinais da Copa Sul-Americana. A equipe catarinense enfrentará o San Lorenzo da Argentina, decidindo a vaga na final, em Chapecó. Um dos destaques do time é o centroavante Bruno Rangel. Aos 34 anos, segue fazendo gols e chamando a atenção, apesar de nunca ter jogado num grande clube. Em  entrevista exclusiva ao blog, Bruno falou sobre isso e as pretensões da Chapecoense, nesta reta final da temporada. Leia abaixo.

Chapecoense tem equipe para ganhar a Sul-Americana

''A gente sabe que é bastante difícil, mas o time fez um grande jogo contra o Júnior de Barranquilha. Já tinha sido um resultado histórico diante do Independiente-ARG, então podemos sonhar. Claro que com os pés no chão. Até pouco tempo atrás, ninguém imaginava chegar onde chegamos. Graças a Deus, estou no clube desde 2013, com uma pequena saída para o exterior. Participei dessas campanhas belíssimas. Dentro do equilíbrio do torneio, dá para dizer que temos sim''.

Jogo contra o Corinthians

''Um jogo importante porque ainda corremos um pequeno risco de rebaixamento no Brasileiro. Nosso treinador não definiu a equipe por causa do desgaste de quarta-feira com muita chuva e campo pesado. Mas sabemos que sempre é complicado jogar com o Corinthians. Eles precisam do resultado porque brigam por Libertadores e a gente quer chegar logo nos 45 pontos. Um passo de cada vez. Deixamos para pensar na Sul-Americana de novo, a partir deste domingo''.

Vale a pena jogar na Chapecoense

''Estou encerrando minha quarta temporada aqui. Em 2014, saí por seis meses e voltei. Graças a Deus, é um trabalho de crescimento ao longo desses anos e que já ficou na história. Vale a pensa sim pelo projeto, a cidade é bacana, minha família gosta muito daqui. Salário em dia, dá segurança. Encerro meu contrato em dezembro e passa um filme já''.

Centroavante à moda antiga

''Pessoal comenta direto isso comigo. Acredito bastante no trabalho. Sou centroavante de área mesmo, desde o começo. Ao longo dos anos, evoluí taticamente, saindo um pouco também para buscar o jogo e colaborar com a equipe. Importante é poder marcar os gols e contribuir. Graças a Deus, está sendo possível''.

Nunca atuou em time grande

''Todo jogador sonha em atuar numa equipe de ponta, com grande expressão, disputar títulos. Sou bem feliz aqui. Esse ano me tornei o maior artilheiro da história da Chapecoense. Fomos campeões estadual, estamos brigando na Sul-Americana, então isso também satisfaz. Agora, sinceramente tem situações no futebol que fogem do nosso conhecimento. Existe preconceito com idade, por não ter empresário, mas eu me sinto preparado e me cuido muito. Temos o Ricardo Oliveira em alto nível. O Zé Roberto não é da posição, mas é um grande exemplo também. Tantos outros aí na Série A. Deixo o futuro nas mãos de Deus. Já teve sondagens nos outros anos. Essa época começam a falar, mas por enquanto, quero terminar bem aqui e ir o mais longe possível na Sul-Americana. Depois, ver o que surge para 2017''.

Bruno Rangel já vestiu a camisa da Chapecoense em 125 jogos com 77 gols marcados. No Brasileiro, fez nove gols até a 32ª rodada. A Chapecoense está com 42 pontos, na 12ª colocação. O time disputa a Série A pela terceira vez consecutiva.


Rogério Ceni e o pensamento mágico são-paulino
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Alexandre Praetzel

Rogério Ceni pretende ser técnico do São Paulo em 2017. O presidente Leco abriu esta possibilidade, admitindo que a idéia é interessante, com Rogério podendo ficar seis meses ou seis anos no cargo. O mandatário tricolor sabe que não será uma aposta simples, apesar da idolatria da torcida e da aura de ''mito'' que carrega o ex-goleiro.

Particularmente, vejo como um pensamento mágico. A chance de dar certo é igual a de treinadores disponíveis no mercado como Roger Machado, Abel Braga, Vágner Mancini e outros mais experientes. Claro que Rogério é um grande profissional e obcecado por trabalho, vitórias e títulos.

Agora, começar logo no primeiro time tricolor, vejo como um risco desnecessário. Tudo porquê a cultura diretiva brasileira se baseia no resultado. Uma sequência de derrotas abala o maior ídolo de qualquer clube, no Brasil. Dirigentes não aguentam tamanha pressão e fecham os olhos e tapam os ouvidos para grandes nomes da história.

Falcão, Figueroa e Fernandão no Inter. Zico no Flamengo. Renato Portaluppi e De León no Grêmio são exemplos que eu me lembro, onde as diretorias não pensaram duas vezes, antes de dispensá-los. Acho que Rogério Ceni poderia ser um bom nome para as categorias de base e depois, naturalmente, assumir o elenco principal, com lastro e experiência. Afinal, estamos cansados de ouvir de ex-jogadores que a função de técnico é muito mais difícil de assumir.

A torcida estará ao lado de Rogério Ceni, que será muito maior do que qualquer direção. Suas entrevistas e seus treinos diários vão repercutir bem mais do que muitas decisões da cúpula são-paulina. Suportar a perda de espaço na mídia e administrar a vaidade de ficar em segundo plano, também serão desafios dos dirigentes amadores tricolores. Vamos aguardar os próximos capítulos.


Belluzzo elogia Paulo Nobre e ironiza Mustaphá sobre Allianz Parque
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Alexandre Praetzel

O ex-presidente do Palmeiras, Luiz Gonzaga Belluzzo, não gosta de dar pitaco na gestão de outros mandatários do clube. No entanto, gentilmente, Belluzzo aceitou conceder uma entrevista exclusiva ao blog, onde elogiou a gestão de Paulo Nobre e o novo presidente, Maurício Galiotte. Acompanhem.

Gestão do Paulo Nobre

''Olha, eu já disse várias vezes que eu acho que ex-presidente não deve ficar dando pitaco na gestão do outro. Esse é um hábito péssimo, mas eu acho que ele teve dificuldades no primeiro mandato e depois ele foi muito bem. Conseguiu montar um elenco. Trouxe um técnico que foi capaz de organizar direito o time. O Palmeiras tem um grupo de jogadores qualificados dentro do padrão do futebol brasileiro. O Cuca soube montar bem o time, usando bem o Gabriel Jesus, Dudu, Tchê Tchê e Moisés. Montou bem a defesa. O Palmeiras teve a capacidade de contratar jogadores que se encaixaram. Só posso cumprimentar o presidente que vai me dar a alegria de ser campeão brasileiro. Apesar de eu não ter uma relação pessoal com ele, isso não tem nada a ver. Você tem que olhar sobretudo o que está acontecendo com o clube e o clube está indo muito bem''.

Maurício Galiotte

''Eu conheço o Maurício. Ele foi diretor social na minha gestão. É um sujeito muito equilibrado, gentil, empenhado nas coisas do Palmeiras. Foi ótimo diretor social. Ele tem uma qualidade de conciliador, daquele que é capaz de administrar os conflitos porque o Palmeiras é muito inçado de conflitos, às vezes de mesquinharias, o que não é bom você sustentar. Isso o Maurício é muito capaz de fazer e eu torço muito por ele. Que ele faça uma ótima gestão porque o Palmeiras precisa avançar, além do que já avançou. Eu acho o Maurício capaz de fazer isso''.

Oposição sem candidato à presidência

''Exatamente porque a oposição não queria criar um clima de excessiva hostilidade. Tem que terminar com isso. Eu acho que a oposição tomou uma decisão muito correta, sobretudo porque a eleição vai ser agora e o clube ainda está disputando o campeonato. É melhor apaziguar. Não que a oposição deva deixar de ser crítica. Fazer crítica é uma coisa. Fazer picuinha destrutiva é outra coisa. Eu briguei no Palmeiras para terminar com isso. Não fui capaz de fazer porque ali, às vezes, há uma fermentação de alguns egos um pouco exagerados. Acho que a oposição tem que continuar sendo crítica, crítica mesmo, se qualificando para fazer a crítica e ao mesmo tempo, contribuindo para a paz interna do clube''.

Palmeiras x WTorre

''Eu acho que isso não é necessário. Não é a primeira vez que o Palmeiras demonstra uma certa dificuldade de lidar com os parceiros. E isso parece que continua até mesmo com o patrocinador atual. O que eu acho ruim porque isso na verdade vai tirando o entusiasmo das empresas, dos parceiros, do mundo empresarial, para trabalharem com o futebol. Outro dia eu estava conversando com um construtor sobre a possibilidade de ele seguir fazendo empreendimentos com outros clubes e ele falou: olha, depois de uma experiência que eu tive, ele falou de outro clube, não vou repetir isso. Entendo que isso é muito movido pela paixão, mas não pode. Você tem que tratar seu parceiro de maneira digna e vice-versa. Não é difícil isso, mas parece também que não é fácil''.

Permanências de Cuca e Alexandre Mattos

''Sou muito a favor. Eles fizeram um bom trabalho e para usar um velho jargão: Em time que está ganhando não se mexe''.

Mustaphá não acha Allianz Parque lucrativo

''Eu acho que o Mustaphá tem dificuldade de aceitar o que os outros fazem. Fundamentalmente, é isso. O que ele disse eu considero de fato, para ser gentil, uma impropriedade. Muita gente me diz e as pessoas me telefonam. Falam que isso é ridículo. Isso é visão de torcedor. De fato, isso é contra-factual. Se choca frontalmente com os fatos. Então, eu acho que nem vou comentar. O que ele falou já se desfaz por si mesmo''.

Suspensão do conselho deliberativo por um ano

''Eu não vou gastar meu estoque emocional com mágoas em relação às pessoas com as quais, eu tenho muitos amigos no conselho do Palmeiras. Eu não dispensaria um esforço para ter mágoa deles, entendeu. Para mim, não fez nenhuma diferença. Eu já disse que eles não podem cassar minha condição de torcedor do Palmeiras. Então, isso eles não podem cassar. Esse negócio do conselho, para mim, é absolutamente irrelevante. Eu não vou lá mesmo. A minha intenção é não frequentar mais a política do clube. Eu já fiz o que tinha que fazer. Não vou ficar lá incomodando, digamos, os desconfortos das pessoas comigo. Eu não me interesso por isso. Eu tenho outras coisas. Na verdade, estou escrevendo mais dois livros. Sobre economia, sobre as coisas contemporâneas como complexidade, etc. Eu me distraio muito com minha atividade intelectual. Me distraio com o Palmeiras e com minha atividade intelectual. O conselho do Palmeiras não me interessa nem um pouco''.

No dia 24 de maio, Belluzzo foi suspenso por um ano pelos votos de 119 conselheiros contra 70, por má gestão do clube, em 2010. Belluzzo é considerado por muitos palmeirenses, como o mentor do projeto do Allianz Parque. O estádio rendeu R$ 87 milhões brutos em bilheteria, nos jogos de 2015, e deve aumentar esses números na atual temporada.


Ceará se declara ao Inter e vê time na final da CBrasil e sem rebaixamento
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Alexandre Praetzel

O Inter abre as semifinais da Copa do Brasil, nesta quarta-feira, contra o Atlético-MG, no Beira-Rio. Em condições normais, seria um momento de comemoração, mas o Inter luta ainda para escapar do rebaixamento à Série B do Brasileiro com 37 pontos, na 15ª colocação. O blog conversou com o lateral Ceará, campeão da América e do Mundo, em 2006, sobre essas duas situações e as causas que levaram a equipe a enfrentar dias difíceis, recentemente.

Por que o Inter chegou nesta situação complicada no Brasileiro

''Na verdade, o Inter se colocou nesta situação devido aos maus resultados acumulados, durante várias rodadas. Foram 14 ou 15 rodadas sem vencer e isso acarretou neste momento, nesta situação que nos encontramos. Você ficar tanto tempo assim sem vencer um jogo, é muito difícil. Para qualquer outra equipe seria uma situação bem complicada. O ponto positivo é que a equipe começou nesta descendente, quando estava ali em primeiro lugar, no topo, e depois começou com os maus resultados. Mesmo ficando tanto tempo sem vencer, ainda a gente conseguiu não se afundar tanto e tendo possibilidade de sair desta situação adversa, tanto é que nós estamos fora da zona de rebaixamento, no momento, com possibilidades concretas e palpáveis de deixarmos esta zona da degola e nos distanciarmos cada vez mais. Então, é focar realmente no que vem pela frente e esquecer as coisas ruins que passaram. Infelizmente, a gente não poderá mudar o passado. Estamos olhando para a frente para que a gente possa mudar o futuro, que são os jogos que virão para que o Inter permaneça na primeira divisão''.

Pressão maior sobre Ceará e Alex pelas vitórias no clube

''Eu e o Alex temos uma história vitoriosa no clube. A minha primeira passagem foi vencedora com três conquistas relevantes como Libertadores, Mundial e Recopa Sul-Americana e o Alex esteve presente nessas conquistas e voltou em outros momentos. Realmente, é uma história gratificante. Porém, a pressão é distribuída, mesmo que não seja de uma forma igual, mas é uma pressão coletiva e nós por sermos mais experientes e por termos histórico positivo no clube, a gente se pressiona demais. Nós atletas, temos auto-análise, nos pressionamos e cobramos por rendimento dentro ou fora de campo, no vestiário. Então, nós tentamos ser participativos de uma forma mais assídua nos bastidores para que o coletivo, os jogadores, de uma forma geral, estejam aptos para jogar, dando o melhor de cada um. Nos sentimos nessa responsabilidade de contribuirmos tanto dentro de campo com nosso talento e fora com experiência e comando, com a experiência que a nossa carreira nos concedeu''.

Inter tem time para ganhar a Copa do Brasil

''Nós temos um elenco qualificado. Já demonstramos isso nas duas etapas anteriores da Copa do Brasil contra Fortaleza e Santos. Mesmo tendo jogado a Copa do Brasil e, paralelamente, os jogos do Brasileiro, nem por isso a equipe teve uma perda de rendimento. Pelo contrário, houve um período que a equipe cresceu de uma forma geral. Começou a demonstrar um pouco de confiança e conseguiu os resultados positivos. Então, dentro desta perspectiva, do momento atual da equipe, nós acreditamos que temos qualidade no grupo para conquistarmos a Copa do Brasil e iremos em busca disso. Os jogadores que entrarão em campo neste jogo contra o Atlético-MG, certamente vão se doar ao máximo com o objetivo de vencer e fazer um grande jogo para tentarmos passar à final, algo que faz um bom tempo que o Inter não disputa, desde que foi campeão, em 1992, e vice, em 2009. Nós queremos continuar marcando história no clube e se Deus quiser, com mais uma conquista significativa''.

Dez anos depois, principais mudanças para melhor ou pior no clube

''Depois de dez anos da minha primeira passagem, a primeira mudança foi o tamanho que o clube alcançou em nível de estrutura, respeito dos adversários, a grandeza que o clube tomou nacional ou internacionalmente, isso é notório e foi a grande mudança depois das conquistas, que eu tive o privilégio de participar. Outra coisa é a montagem de equipe. Hoje, o clube tem muito mais recurso para montar uma equipe qualificada. Financeiramente, tem mais respaldo para cumprir com seus compromissos e lutar com outras equipes do Brasil por um jogador ou outro e muitas vezes, ganhar essa concorrência. É relevante e importantíssimo para um grande clube que quer realmente conquistar títulos. Negativo, não vejo nada importante. Obviamente, que todo crescimento exige que todos os departamentos acompanhem esse crescimento e o clube cresceu, então os departamento precisam estar à altura do clube. Isso é uma exigência que o crescimento traz para o clube, funcionários. É o que tem ocorrido. Uma vez que os títulos nacionais e internacionais não aparecem, existe a cobrança muito grande, segundo o tamanho da instituição. A pressão e a cobrança exagerada por título é o ponto negativo que a gente vê. Então, são esses dois lados da moeda que eu destacaria''.

Permanece no Inter na Série A ou B

''Eu tenho convicção de que permanecerei no clube. Tenho contrato até o final de 2017 e fiz esse contrato com a perspectiva de permanência. Eu não cogito a possibilidade de rebaixamento. Eu creio que o Inter permanecerá na Série A e eu estarei com o Inter porque o meu coração está inclinado para ele, não só na questão profissional, mas realmente a paixão. Tenho a paixão por esse clube, sou torcedor do Inter e permanecerei, independentemente, das circunstâncias, situações favoráveis ou não. Vou cumprir o meu contrato e pretendo encerrar minha carreira aqui no clube. Não sei quando isso acontecerá, mas no tempo oportuno, adequado, eu vou encerrar minha carreira. Pretendo e creio que isso vai acontecer aqui no Internacional''.

Ceará está com 36 anos e voltou ao Inter, no início do segundo turno do Brasileiro, contratado do Coritiba. Sua permanência só ocorreu, após a chegada de Fernando Carvalho à diretoria, impedindo a saída do lateral, depois de ter sido reprovado nos exames médicos com um problema muscular leve. Até hoje, Ceará é lembrado pela grande atuação contra o Barcelona, marcando Ronaldinho Gaúcho, na final do Mundial de Clubes, em 2006.

 


Eduardo Baptista vê Seleção com modelo de jogo adotado por ele em 2014
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Alexandre Praetzel

Eduardo Baptista é apontado como um dos bons treinadores da nova geração. Aos 46 anos, o filho de Nelsinho Baptista renovou contrato com a Ponte Preta, admitindo a pressão sofrida para conquistar o primeiro título da história do clube. Em entrevista exclusiva ao blog, Eduardo também falou sobre a busca por novas idéias e seu modelo de jogo, parecido com a Seleção Brasileira. Acompanhem.

Pronto para comandar um time grande ou a passagem pelo Flu deixou dúvidas

''Eu aprendi uma coisa com meu pai. Trabalhei dez anos ao lado dele e fui criado por ele. Nessa profissão, você não pode ter dúvidas. Tudo o que eu faço no meu dia-a-dia, as decisões que eu tomo, a decisão de ter ido para o Fluminense, sempre foi com muita certeza, muito medido, ciente do que poderia acontecer. Então, se tiver um convite de um time grande e eu aceitar, é porque eu fiz um planejamento, fiz a minha programação, estudei a equipe que eu vou. Sei onde vou pisar. E no Fluminense eu fiz tudo isso. As coisas não deram certo. O que me acalenta é que está lá um treinador, que é uma das minhas referências, principalmente pelo seu estilo ofensivo e conduta. E as coisas também são difíceis. Eu vejo o Fluminense com os mesmos problemas de quando eu estava lá, em fevereiro. Naquela época, tinha um mês e meio só de trabalho e as coisas não aconteceram. Às vezes, foge um pouco do treinador, mas tudo o que eu queria fazer lá, o que eu acho certo, eu fiz. Coloquei minhas idéias em prática, estávamos conseguindo um trabalho. Por muito pouco, não chegamos a uma final de Copa do Brasil, perdemos para o Palmeiras nos pênaltis. Foi um trabalho que não deu certo, mas eu coloquei meu modelo de jogo, fiz experiências com Fred, Ronaldinho Gaúcho. Foram as melhores possíveis, principalmente com Fred, um cara excepcional, que me ajudou demais e eu respeito. Virou um amigo pessoal meu. Simplesmente as coisas não deram certo porque não eram para dar. A gente ainda vê o Fluminense com dificuldades também, os mesmos problemas que eu tinha, o Levir está encontrando lá''.

Comparações com Nelsinho atrapalham ou não

''É inevitável. Meu pai é um nome muito forte no futebol brasileiro, no Japão. Trabalhei no Sport, onde meu pai é considerado o treinador do século, num clube centenário. Então, é um nome muito forte. Estou na Ponte Preta hoje, onde ele começou aqui, tem uma história maravilhosa aqui como jogador e treinador. As comparações são inevitáveis, mas não me incomodam porque é um cara sensacional, taticamente é um dos três melhores que eu já conheci na atualidade, desta turma da geração dele. Tem uma leitura de jogo, um intervalo de jogo sensacional. Um cara que eu aprendi demais, me inspirei. O Eduardo vai crescendo. Isso não me incomoda. É um prazer porque é um cara sensacional. Ser comparado a ele é algo muito bom. Todos os clubes que eu enfrento, por onde ele passou, todos os funcionários vêm até mim dar um abraço, falar do bom caráter dele e do bom trabalho onde ele passou. Isso tem muito mais o lado positivo porque eu trabalhei dez anos ao lado dele, convivi com vitórias, derrotas, com felicidades e tristezas. Aprendi demais, principalmente, as tomadas de decisão, a parte tática. Até hoje, discutimos muito. Ele é um cara aficcionado por futebol e sempre me puxa. Quando tem jogo da Champions League, ele pede para eu ver e a gente discute depois. Então, ser filho do Nelsinho, é você ter um professor, mestre, dentro de casa. Me ajuda demais e não me atrapalha, em nenhum momento''.

Pressão por um título na Ponte Preta é igual num time grande 

''A Ponte Preta vive uma situação de não ter ganho título. O rival tem título brasileiro e a pressão aqui é grande para disputar uma Libertadores, ganhar um título. Você briga no campeonato paulista com times que têm um aporte financeiro muito maior. Times com R$ 10 milhões de folha salarial, enquanto a Ponte Preta tem um folha de R$ 1,8 milhão. Então as coisas se tornam difíceis. A pressão é grande. Você luta com todas as suas armas, mas é difícil. A gente busca e a pressão aumenta a cada ano. Mesmo você fazendo uma campanha como a Ponte Preta faz e chegar em oitavo lugar, não é bem visto aqui em Campinas porque o título é cobrado. No time grande, você tem a pressão e alto orçamento. Você pode buscar dois jogadores de altíssimo nível para cada posição. Mesmo com a pressão, você tem armas para lutar. A Ponte Preta vive essa pressão. A gente tem que buscar jogadores no mercado. No segundo semestre deste ano, acertamos em 100% as nossas contratações. Deu tudo certo, por isso, uma boa campanha. Nós perdemos bons jogadores por não conseguir cobrir ofertas de times maiores. A pressão é maior ou igual a um time grande, só que às vezes essa luta é desleal''.

Modelo de jogo e trabalho

''Meu modelo de jogo é muito parecido com o que o Tite colocou. Eu já tenho uma filosofia, desde o Sport, em 2014. Nós jogávamos com esse mesmo estilo apoiado, num 4-1-4-1, ora 4-3-3, mas sempre com uma trinca no meio. Jogava com Diego Souza, Rithely como primeiro e Danilo fazendo o terceiro homem, com uma chegada à frente, com um centroavante, ora fixo, ora flutuante e dois atacantes de velocidade pelos lados, também chegando à frente ou fazendo um apoio pelas beiradas, fazendo uma triangulação. Meu modelo é muito parecido com o que o Tite está tendo sucesso na Seleção Brasileira. Você pode ter uma chegada com mais gente à frente, uma formação de triângulo pelos lados, uma chegada na área com três jogadores, no mínimo. É um sistema bem parecido. Eu fico contente que é um modelo que eu já venho trabalhando, desde 2014, e a gente tem conseguido bons resultados. Conseguimos no Sport, estamos conseguindo na Ponte Preta e a gente tenta melhorar a cada dia, inovar, trazer coisas diferentes na maneira de marcar, jogar, mas sempre com a filosofia na hora de jogar, você ter um apoio pelas beiradas porque hoje os times jogam muito fechados por dentro e quando você defende, uma compactação no meio porque é onde o jogador brasileiro tem a criatividade. Você trava esse meio e joga o adversário para o lado, onde a gente procura roubar essa bola e jogar e sair pelo mesmo local. O modelo de jogo é esse. De trabalho, a gente procura sempre jogar, colocar a bola no chão, passe para frente, agressividade, explorando o talento do jogador brasileiro. Defensivamente, tentar diminuir os espaços, principalmente, na região central do campo. Tem que dar liberdade também. Se compara muito o futebol brasileiro ao europeu. Para o brasileiro, você tem que dar um pouco de liberdade a mais do que você dá ao europeu. O europeu não tem o talento, não tem o drible, a ginga, aquela saída inesperada que o brasileiro tem. Eu procuro não podar. Tem uma disciplina, mas na hora de jogar, tem uma liberdade criativa para um espaço para o jogador criativo pensar e tomar as decisões. O jogador brasileiro tem isso que ninguém tem. Por isso, os times das ligas européias estão lotados de jogadores brasileiros''.

Não ter sido jogador atrapalha no vestiário 

''É importante ter sido jogador, que viveu experiências e sentiu o calor do jogo. É um peso grande. Eu estive 20 anos dentro do vestiário, vendo o lado da comissão técnica, onde eu participei de decisões das mais variadas possíveis, momentos de vitórias, derrotas e você acaba aprendendo, tomando suas lições, criando a sua metodologia. Trabalhei com grandes treinadores. Nelsinho por quase dez anos, Geninho, Vágner Mancini, treinadores da nova geração também, onde tentei tirar o melhor deles. Ver o quê eles faziam de melhor, onde era o forte deles e tentei trazer para o meu dia-a-dia. Não joguei, mas tive essa vivência. Eu acho que isso é importante. Hoje, nós temos dois grandes treinadores mundiais: Guardiola, que foi um grande jogador e é um grande treinador e Mourinho, um cara ganhador e que era preparador físico, assim como eu. A grande diferença de você ter sido jogador ou ter vivido como eu vivi, independe. Eu acho que vale, se qualquer um desses lados estudar, procurar aprender, se especializar, coisas novas, se atualizar. Sou um cara que leio demais, faço meus cursos. Estou terminando meu nível A dentro da CBF. Sou instrutor da CBF para cursos de formações de treinadores para o nível B. Sempre procuro aprender e ajudar outros profissionais que também estão surgindo. Esse estudo qualifica o treinador. Lógico que se ele foi atleta, dá uma qualidade melhor. Se ele tiver a vivência que eu tive, dá um suporte muito bom. O importante é que ele estude, se atualize, se prepare, esteja aberto a coisas novas, estar pesquisando a Europa, Ásia, interior do futebol paulista, nordestino, antenado com tudo o que está acontecendo. Simplesmente, ter sido jogador ou ter uma vivência de 20 anos de vestiário, não te credencia a ser um grande treinador. O que vai te credenciar é tudo isso mencionado, mais uma especialização, estudo. Tem que buscar a preparação diária porque as coisas são novas, os jogadores são mais inteligentes, intelectualmente falando, do que eram há dez anos atrás. A evolução psicológica é uma realidade de uma nova geração e você tem que estar antenado a isso. Isso faz um grande treinador''.

Eduardo Baptista teve destaque no Sport, em 2014, começando sua carreira de treinador. Depois, passou pelo Fluminense, antes de chegar à Ponte Preta. O time é décimo lugar na Série A do Brasileiro com 45 pontos. Enfrenta o Sport, quinta-feira, em Recife.


Keno acerta com Palmeiras por projeto e visibilidade
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Alexandre Praetzel

O atacante Keno é o novo reforço do Palmeiras para 2017. Aos 27 anos, o jogador assinará contrato por quatro anos, assim que terminar o Brasileiro. O Palmeiras pagará R$ 3 milhões por 60% dos direitos econômicos ao São José-RS.

Keno escolheu o Palmeiras por preferência pessoal, após conversar com Cuca e Alexandre Mattos, depois da vitória do Verdão sobre o Santa Cruz, dia 03 de outubro, em Recife. Keno gostou do projeto apresentado e da visibilidade que terá, disputando Libertadores da América e outras competições, além do salário maior oferecido, em relação às outras propostas.

O blog apurou que Santos, Flamengo, Inter, Botafogo, um clube japonês e um dos Emirados Árabes procuraram os representantes de Keno, querendo abrir negociações.

Keno teve sua formação em clubes de várzea. Aos 22 anos, começou a jogar profissionalmente no América-SE e chamou atenção no Águia de Marabá, competindo na Série C do Brasileiro. Passou ainda pelo Paraná Clube e Santa Cruz, antes de chegar ao São José-RS. Também foi emprestado à Ponte Preta, em 2015, retornando à Recife, em 2016.


Falcão vê Inter complicado no Brasileiro e ainda lamenta saída do clube
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Alexandre Praetzel

Paulo Roberto Falcão foi o maior jogador da história do Internacional. Como técnico, comandou o time gaúcho em três oportunidades. A última foi neste ano de 2016, onde foi dispensado depois de cinco partidas. Em entrevista exclusiva ao blog, Falcão falou sobre isso, a situação díficil do Inter na Série A e o momento dos técnicos brasileiros. Acompanhem abaixo.

Postura da diretoria do Inter

''Não sei se foi uma questão de me tratar mal. Não consegui ainda imaginar, mas, enfim, não esperava ter saído naquela situação depois de cinco jogos. É muito pouco. Cinco jogos são 26 dias e não tem como a gente fazer alguma coisa. Mas, as coisas caminham aí e a gente tem que estar preparado. A vida é essa. A gente tem que ter uma couraça, às vezes, para suportar algumas coisas. Vida que segue''.

Inter será rebaixado 

''Difícil. O Inter terá que fazer uma poupança no Grenal e no jogo com o Santa Cruz. São dois jogos que não serão fáceis pela história do Grenal e o Santa Cruz é muito bom time, embora não esteja numa situação confortável, mas é um time que tem ótimos jogadores. Enfrentei lá com o Sport. Depois, o Inter tem jogos complicadíssimos contra Palmeiras, Corinthians e Fluminense fora e dois jogos difíceis em casa contra Ponte Preta e Cruzeiro. Enfim, os adversários que estão brigando para não cair também têm jogos complicados. Então, o Inter e todo o time que está nesta situação precisa fazer os pontos, principalmente, em casa, para garantir. Todo o time que vive uma situação como essa, tem que se preocupar''.

Grenal

''Grenal é sempre um jogo muito complicado, muito difícil. Os dois times chegam em situações diferentes. O Grêmio beirando a condição de classificação de Libertadores no G6 e o Internacional fugindo da zona de baixo, no Z4. Dentro desse quadro, embora seja sempre importante ganhar Grenal, independentemente de qualquer coisa, parece que o resultado é muito mais importante para o Internacional pela situação na tabela''.

Grandes craques como técnicos têm dificuldades em lidar com jogadores atuais

''Não tem tantas dificuldades. Pelo contrário, até acho que facilita. Depende muito mais de cada um, do que possa passar com sua experiência profissional. Eu evito falar da minha vida passada como atleta. Não faço comparações. Evito comparações. Uso apenas meu passado como atleta, se isso for facilitar a vida ou ajudar meu jogador, o jogador que eu esteja treinando na oportunidade. Então, não vejo assim grandes dificuldades''.

Decepcionado com sistema

''Tem que mudar um pouquinho nossa gestão porque tem algumas situações que são amadoras. Aí depende de profissionais da área, da própria imprensa esportiva em dar uma mão nisso. A gente tem que ter um crescimento geral neste aspecto''.

Treinadores brasileiros desatualizados em relação aos estrangeiros

''Na realidade, o que acontece, o futebol europeu sempre teve uma preocupação tática, desde que o mundo do futebol começou. Sempre tiveram esse cuidado de valorizar o aspecto tático e no Brasil, procurava-se muito a qualidade técnica, até porquê não se tinha uma cultura tática. Ainda estamos bem inferiores à cultura tática do europeu, por razões óbvias. A gente sempre teve a qualidade técnica e nunca se preocupou muito em entrar em detalhes com o aspecto tático, coisa que o europeu faz, desde as categorias de base. Isso faz uma diferença. Claro que hoje as coisas se aproximaram um pouco mais. Os treinadores brasileiros estão com uma preocupação tática maior e o futebol europeu com a técnica, tendo um crescimento dos times do continente''.

Tite na Seleção Brasileira

''É o momento dele. Fez um bom trabalho no Corinthians e a escolha foi dentro daquilo que se esperava. Todos esperamos que ele possa fazer um bom trabalho na Seleção, também''.

Falcão treinou a Seleção em 1990 e 1991. Trabalhou como comentarista, antes de retornar à função de técnico. Foi campeão estadual pelo Inter, em 2011, e pelo Bahia, em 2012, acabando com um jejum de dez anos sem título estadual. Trabalhou no Sport, em 2015 e início de 2016, antes de voltar ao Inter.

 


Guarani sonha com volta à Série A com muito trabalho e confiança em 2017
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Alexandre Praetzel

O Guarani conseguiu o acesso à Série B, em 2017. Agora, o clube busca uma reestruturação financeira, com possibilidades de ter um elenco forte para o ano que vem. O blog conversou com o coordenador de futebol, Marcus Vinicius, sobre os planos do Bugre. Acompanhem.

Situação financeira do Guarani

''Situação financeira é muito difícil. O Guarani só conseguiu fazer esse campeonato da Série C de uma forma legal, graças à ajuda de um investidor, que na verdade é quem interviu na questão do leilão do Brinco de Ouro, estádio do Guarani. Então, graças também ao trabalho da diretoria e dos conselheiros, o Guarani conseguiu manter seus salários em dia, seus fornecedores em dia, premiações, tudo o que foi combinado, foi pago, nesses seis meses. Tudo com muito sacrifício, com bastante dificuldade. A questão financeira não foi superada não. O Guarani precisa continuar trabalhando com os pés no chão, contando com a ajuda de investidores, sócios-torcedores e demais fontes de renda para que consiga se manter e recuperar a sua credibilidade, que é o mais importante. Uma das maiores dificuldades na hora de contratar jogadores, era justamente por isso. Há seis meses atrás, a fama do Guarani era de clube que não pagava. Hoje, tem a fama de um clube que paga seus compromissos. Provavelmente, isso nos facilite na sequência''.

Trabalhar com poucos recursos em divisões inferiores

''É preciso usar criatividade e ter muito conhecimento de mercado, boas fontes. Nosso diretor executivo, Rodrigo Pastana, é uma pessoa extremamente capacitada e conhecedor do futebol, principalmente do futebol paulista. Junto com o treinador Marcelo Chamusca e sua equipe, a gente teve bastante criatividade em buscar alternativas, atletas com perfil que a gente pensava e dentro do nosso orçamento. Então, é preciso muito conhecimento e muita paciência para se formar um elenco em divisões inferiores com poucos recursos. Graças a Deus, a gente conseguiu''.

Time e grupo mais fortes em 2017

''Sim, é possível. Até porquê, Série B tem outro orçamento. O clube já tem cota de TV, deve ter um aumento considerável de sócios, patrocínios, tudo ajuda. Você sabe que é uma mudança de patamar de uma Série C para a Série B, querendo ou não, embora ainda não seja o que a gente imagina para o futuro do Guarani, mas já é um grande passo. Com certeza, com essa melhora no orçamento, já é possível sim você ter um grupo mais qualificado''.

Guarani voltará a ser grande pelas diferenças financeiras atuais

''Sim, eu acredito que o Guarani pode recuperar seu espaço. Claro que isso demanda tempo, muita fé, confiança e muito trabalho. Mas o Guarani, pela história, camisa, torcida e patrimônio que tem, eu tenho certeza que pode sim se recuperar. O primeiro passo foi dado que era o time voltar a disputar uma competição de nível, porque o Guarani não é um clube de Série C, muito pelo contrário, está muito longe disso. Voltando à Série B é o primeiro passo para voltar a ser grande, sonhar com Série A. Tem que ter cautela, dar um passo de cada vez, mas eu acredito sim porque tem muita história, muita força e outros grandes da história do futebol brasileiro já chegaram na Série C com ameaça até de fechar as portas, com muitas dificuldades. Fluminense, Vitória e Bahia. Você vê que hoje são clubes recuperados e que estão aí brigando na elite do futebol. O Bahia não está na Série A, mas está brigando para subir e estava na Série A, há dois anos atrás. Então, é possível sim porque a camisa do Guarani é tão grande, tão forte quanto destes clubes que citei e tem uma história muito bonita. Voltará a ser grande sim. Não tenho dúvida disso''.

Base voltou a ser forte pela falta de investimentos

''A base do Guarani sempre foi muito forte, historicamente. Necessita se reajustar, se readequar e principalmente, receber um aporte financeiro para se modernizar em todos os sentidos, físico e humano. O Guarani consegue revelar jogadores ao natural e tem sido assim. A gente teve alguns jogadores aproveitados nesse elenco que subiu. Têm alguns nomes que estão se destacando na base e certamente terão oportunidades em breve. Então, o Guarani pela história acaba revelando mesmo com condições mais precárias de trabalho. Ainda sim, eu acredito que com um investimento e uma atenção um pouco maior, será possível a base ser forte, embora não tenha deixado de ser forte''.

O Guarani disputa as semifinais da Série C contra o ABC-RN. No primeiro confronto, perdeu por 4 a 0, em Natal. Neste domingo, precisa vencer por cinco gols de diferença no segundo jogo, em Campinas, para chegar à decisão diante de Boa Esporte ou Juventude. Em 2017, além da Série B, o Guarani estará na A2 do Paulista.


Thiago Ribeiro revela depressão e não descarta voltar ao Santos
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Alexandre Praetzel

O Bahia luta para retornar à Série A e se reforçou bastante nesta temporada. O atacante Thiago Ribeiro foi um dos contratados para a campanha, mas não vem sendo aproveitado. Thiago sempre foi nome forte no mercado e espera ser reintegrado na reta final da temporada. Em entrevista exclusiva ao blog, Thiago admitiu ter sofrido de depressão, há dois anos, atrapalhando seu desempenho. Leiam abaixo.

Situação no Bahia

''Estou emprestado ao Bahia até 31 de dezembro. Estou afastado há três meses e meio. Venho treinando separado do elenco principal. Pelo que está caminhando aí, até terminar o meu vínculo, vai continuar assim. Vamos aguardar para ver o que acontece. Se ainda eu posso ser reintegrado, se me chamam para integrar o elenco nesta fase final da Série B. Então, estou no aguardo. Essa é a minha situação atual aqui no Bahia. Eu ainda tenho mais um ano de contrato com o Santos, até 31 de dezembro de 2017. Já para o ano que vem, não sei como será o meu futuro. Depois que eu fui afastado, alguns clubes do Brasil e exterior demonstraram interesse em mim. Porém, não deu negócio. Para a Fifa conta que já joguei em três clubes nessa temporada. Na verdade, eu joguei em dois, Atlético-MG e Bahia, mas quando eu saí do Atlético, meu vínculo retornou ao Santos e o Santos me repassou para o Bahia. Então, para a Fifa conta que eu joguei no Atlético, no Santos e Bahia. Não se pode mais jogar em mais de três clubes numa temporada. Então, vou cumprir o contrato com o Bahia até dezembro, independentemente de ser reintegrado ou não, e depois vou definir meu futuro para o ano que vem. Se volto ao Santos ou vou para outro clube''.

Problemas enfrentados

''Eu passei por um problema muito sério que teve início no final de 2014, quando ainda jogava pelo Santos. Passei por uma depressão muito severa mesmo, onde me afetou muito, minha parte psicológica, física. Eu emagreci muito no ínicio deste problema, perdendo sete quilos. Foi uma fase onde eu fiquei quase dois meses e meio sem jogar no Santos, até porque eu estava vindo de lesão também, quando isso começou. Depois, precisei de um tempo para me recuperar fisicamente para voltar a ficar à disposição. Passei por esse sério problema. Isso durou um ano e oito meses. Até a minha chegada no Bahia, nos primeiros meses, eu ainda estava passando por parte desse problema de depressão. Graças a Deus, bem melhor do que aquele início em 2014, mas ainda enfrentando essa dificuldade. Isso mexeu muito comigo, com meu psicológico, meu físico também, como eu falei. Acabou me atrapalhando muito. Só eu e Deus sabemos tudo o que eu passei nesse tempo. Consegui superar esse problema, essa adversidade. Hoje estou com muita disposição, muito motivado, feliz e alegre para voltar a jogar de novo em alto nível, coisa que não consegui nesses dois últimos anos, por causa desse problema que eu passei. Então, hoje estou totalmente recuperado e pronto para fazer uma das coisas que eu mais amo que é jogar futebol''.

Valeu a pena ir para o Bahia

''Eu não me arrependo de ter vindo jogar no Bahia, não. Desde que o Bahia procurou meu empresário, eu fiquei sabendo do interesse, gostei desta possibilidade, deste novo desafio, até porque o Bahia é um clube de tradição, duas vezes campeão brasileiro e vem se estruturando muito bem. Tem um projeto muito legal para a sequência. Não me arrependo de ter vindo e disputado a Série B. Entendi naquele momento que eu aceitei a proposta, que seria uma boa oportunidade para mim. Jogar, ter uma sequência. No início do ano pelo Atlético, não estava tendo essa sequência. Comecei o ano como titular no Atlético, mas tive uma lesão, fiquei afastado, me atrapalhou muito. Como o Atlético contratou vários atacantes, entendi que eu poderia não ter tanto espaço para jogar, com eu gostaria. Então, acabei entendendo ser uma boa oportunidade jogar no Bahia. Não me arrependo não''.

Bahia vai subir

''Eu acredito que o Bahia tem grandes chances de subir. Ainda faltam sete jogos e tem totais condições para conseguir o acesso. Procurar melhorar a regularidade nessa fase final de competição, principalmente fora de casa. Se não melhorar o desempenho fora de casa, o acesso fica em risco. Agora, se melhorar fora e com o desempenho em Salvador, tem tudo para conseguir o acesso''.

2017

''Espero com fé em Deus que seja um grande ano para mim. Graças a Deus, hoje estou totalmente recuperado da depressão. Me sinto totalmente motivado, feliz, alegre, para fazer o meu trabalho, que é jogar futebol. Então, eu projeto um grande ano para mim, onde vou me esforçar o máximo para voltar a jogar em alto nível, como sempre foi ao longo da minha carreira. Sobre clubes, ainda não tenho idéia sobre isso porque a temporada ainda não terminou, justamente nessa época os clubes começam a se movimentar. Meu empresário está trabalhando para meu futuro ficar definido. Ainda tenho mais um ano de contrato com o Santos. Sou jogador do Santos. Não sei se retorno ao Santos, para cumprir o último ano de contrato ou se vou partir para outro clube. São situações que têm que ser resolvidas. Acredito que até o final de dezembro, tudo estará resolvido e eu terei idéia de que clube vou jogar em 2017''.

Thiago Ribeiro está com 30 anos. O Bahia é 6º colocado na Série B com 49 pontos, três atrás do Londrina, 4º colocado. O time enfrenta o Oeste, em Barueri, neste sábado à tarde.