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Falcão vê Inter complicado no Brasileiro e ainda lamenta saída do clube
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Alexandre Praetzel

Paulo Roberto Falcão foi o maior jogador da história do Internacional. Como técnico, comandou o time gaúcho em três oportunidades. A última foi neste ano de 2016, onde foi dispensado depois de cinco partidas. Em entrevista exclusiva ao blog, Falcão falou sobre isso, a situação díficil do Inter na Série A e o momento dos técnicos brasileiros. Acompanhem abaixo.

Postura da diretoria do Inter

“Não sei se foi uma questão de me tratar mal. Não consegui ainda imaginar, mas, enfim, não esperava ter saído naquela situação depois de cinco jogos. É muito pouco. Cinco jogos são 26 dias e não tem como a gente fazer alguma coisa. Mas, as coisas caminham aí e a gente tem que estar preparado. A vida é essa. A gente tem que ter uma couraça, às vezes, para suportar algumas coisas. Vida que segue”.

Inter será rebaixado 

“Difícil. O Inter terá que fazer uma poupança no Grenal e no jogo com o Santa Cruz. São dois jogos que não serão fáceis pela história do Grenal e o Santa Cruz é muito bom time, embora não esteja numa situação confortável, mas é um time que tem ótimos jogadores. Enfrentei lá com o Sport. Depois, o Inter tem jogos complicadíssimos contra Palmeiras, Corinthians e Fluminense fora e dois jogos difíceis em casa contra Ponte Preta e Cruzeiro. Enfim, os adversários que estão brigando para não cair também têm jogos complicados. Então, o Inter e todo o time que está nesta situação precisa fazer os pontos, principalmente, em casa, para garantir. Todo o time que vive uma situação como essa, tem que se preocupar”.

Grenal

“Grenal é sempre um jogo muito complicado, muito difícil. Os dois times chegam em situações diferentes. O Grêmio beirando a condição de classificação de Libertadores no G6 e o Internacional fugindo da zona de baixo, no Z4. Dentro desse quadro, embora seja sempre importante ganhar Grenal, independentemente de qualquer coisa, parece que o resultado é muito mais importante para o Internacional pela situação na tabela”.

Grandes craques como técnicos têm dificuldades em lidar com jogadores atuais

“Não tem tantas dificuldades. Pelo contrário, até acho que facilita. Depende muito mais de cada um, do que possa passar com sua experiência profissional. Eu evito falar da minha vida passada como atleta. Não faço comparações. Evito comparações. Uso apenas meu passado como atleta, se isso for facilitar a vida ou ajudar meu jogador, o jogador que eu esteja treinando na oportunidade. Então, não vejo assim grandes dificuldades”.

Decepcionado com sistema

“Tem que mudar um pouquinho nossa gestão porque tem algumas situações que são amadoras. Aí depende de profissionais da área, da própria imprensa esportiva em dar uma mão nisso. A gente tem que ter um crescimento geral neste aspecto”.

Treinadores brasileiros desatualizados em relação aos estrangeiros

“Na realidade, o que acontece, o futebol europeu sempre teve uma preocupação tática, desde que o mundo do futebol começou. Sempre tiveram esse cuidado de valorizar o aspecto tático e no Brasil, procurava-se muito a qualidade técnica, até porquê não se tinha uma cultura tática. Ainda estamos bem inferiores à cultura tática do europeu, por razões óbvias. A gente sempre teve a qualidade técnica e nunca se preocupou muito em entrar em detalhes com o aspecto tático, coisa que o europeu faz, desde as categorias de base. Isso faz uma diferença. Claro que hoje as coisas se aproximaram um pouco mais. Os treinadores brasileiros estão com uma preocupação tática maior e o futebol europeu com a técnica, tendo um crescimento dos times do continente”.

Tite na Seleção Brasileira

“É o momento dele. Fez um bom trabalho no Corinthians e a escolha foi dentro daquilo que se esperava. Todos esperamos que ele possa fazer um bom trabalho na Seleção, também”.

Falcão treinou a Seleção em 1990 e 1991. Trabalhou como comentarista, antes de retornar à função de técnico. Foi campeão estadual pelo Inter, em 2011, e pelo Bahia, em 2012, acabando com um jejum de dez anos sem título estadual. Trabalhou no Sport, em 2015 e início de 2016, antes de voltar ao Inter.

 


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