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O desafio de Loss e a firmeza de Aguirre. Jogos duros para Corinthians e SP
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Alexandre Praetzel

No retorno do Campeonato Brasileiro, dois jogos importantes para Corinthians e São Paulo, nesta quarta-feira.

O primeiro tem Osmar Loss mantido e precisando de resultados nos compromissos oficiais, depois de três partidas razoáveis nos amistosos contra Cruzeiro e Grêmio. Loss tem sido elogiado pelos jogadores e tem a confiança da diretoria. Terá as presenças de Cássio, Fagner e Renê Jr., desfalques no início do seu ciclo como técnico principal. O Corinthians precisa derrotar o Botafogo, para ter um fôlego maior na pontuação, abrindo espaço na da parte de baixo da classificação. Leva uma certa vantagem por jogar em casa e por ter o adversário estreando o treinador Marcos Paquetá. A formação carioca será ofensiva, mantendo uma previsão de jogo aberto na Arena corintiana. Aposto em Corinthians 1 a 0.

O tricolor vai ao Maracanã enfrentar o líder Flamengo. Acho que todos concordam que o São Paulo é a surpresa positiva da competição, com uma equipe consistente e podendo diminuir a diferença para o próprio Fla, caso vença. Diego Aguirre não se importa em atuar pelo escore simples e tem dado certo. O discurso e as atitudes do uruguaio, retomaram a grandeza são-paulina. A postura é outra. A dúvida é se a parada da Copa, pode ter tirado o ritmo dos atletas. Só que isso deve valer para todo mundo. Time por time, temos bons nomes dos dois lados. O São Paulo estreia o equatoriano Rojas, indicação de Aguirre. O rubro-negro terá a apresentação do colombiano Uribe e a titularidade de Marlos Moreno, depois da saída de Vinícius Jr. para o Real Madrid.

O confronto também marcará a primeira partida de Maurício Barbieri como treinador efetivo do Flamengo. A direção deu um novo contrato para Barbieri e retirou o termo Interino do seu perfil, no site do clube. Barbieri mereceu, por ter feito o time crescer e alterar a escalação, aproveitando o máximo dos seus principais jogadores. Promessa de bom jogo no Rio de Janeiro.

O blog aposta no empate. 1 a 1.


Expulsões dominaram Palmeiras e Fla. Jogo abaixo do esperado
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Alexandre Praetzel

Palmeiras e Flamengo fizeram um jogo abaixo do esperado, com empate em 1 a 1, no Allianz Parque. O Palmeiras até começou bem, pressionando, e obrigando Diego Alves a uma defesa excelente, em cabeceio de Willian. Logo depois, nova bola aérea e o gol de Willian, após ajeitada de Bruno Henrique. Willian tem sido o jogador mais importante do Palmeiras, com gols importantes e boas participações. É um atacante pouco valorizado pelo seu custo-benefício.

Atrás no placar, o Flamengo foi para o confronto e deixou o jogo bem equilibrado. O Palmeiras recuou e deu terreno para o adversário. Aliás, Roger Machado gosta de administrar resultados, quando o Palmeiras larga na frente. Eu, particularmente, acho um erro. Apesar de ter mais espaço para trabalhar, o Flamengo só criou um lance perigoso, em toque de cabeça de Éverton Ribeiro para intervenção de Jaílson.

No segundo tempo, o Palmeiras teve duas chances claras para matar o jogo, mas parou em Diego Alves e na lentidão de Moisés para fazer o gol. E como quem não faz, leva, o Flamengo empatou com Thuler, de cabeça, superando Thiago Martins pelo alto. Com o empate, o Flamengo cresceu. Depois, Roger Machado fez algumas mudanças e o Palmeiras recuperou o gás, atacando um pouco mais. Ah, Felipe Melo poderia ter sido expulso, com entrada violenta sobre Vinícius Jr.

Aos 46 minutos, confusão generalizada, após empurrões entre Dudu e Cuéllar. O árbitro Bráulio Machado assistiu tudo passivamente e expulsou três jogadores de cada lado, corretamente. Pelo Palmeiras, Dudu, Jaílson e Luan. No Flamengo, Cuéllar, Jonas e Henrique Dourado. Neste bolo, Dudu mostrou descontrole e Jaílson extravasou seu nervosismo. O goleiro está pronto para perder a posição para Prass ou Weverton.

Final de partida com o Flamengo mantendo oito pontos de vantagem sobre o Palmeiras. Num campeonato tão equilibrado, dá para tirar. O que pouca gente esperava era a irregularidade do Palmeiras em 12 rodadas. Poderia estar ao lado do Flamengo, se não cometesse tantos erros.

Vamos ver como será a retomada do Brasileiro, a partir de 16 de julho. Provavelmente, muitos times mudarão em posições e nomes importantes. A conferir.


Flamengo tem time para abrir 11 pontos sobre o Palmeiras. Jogo forte
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Alexandre Praetzel

Palmeiras e Flamengo fazem um bom aperitivo para a Copa do Mundo, na última rodada do Brasileiro, antes do recesso para o Mundial. O Palmeiras faz uma campanha regular para o seu potencial e vai enfrentar o líder, com aproveitamento muito bom e com jogadores em bom nível, como Éverton Ribeiro e Lucas Paquetá. Claro que o desfalque de Diego pesa, mas o Flamengo está bem estruturado na parte tática e confiante, dentro de campo.

Será um confronto difícil para o Palmeiras, mesmo no Allianz Parque. O empate diante do Ceará, irritou a torcida. O Flamengo passou sem sustos pelo Paraná e manteve a evolução. Desde que Maurício Barbieri foi colocado no cargo de técnico, o Flamengo evoluiu e parece mais ajustado do que o Palmeiras. O confronto cresce na medida que o Flamengo pode abrir 11 pontos para o Palmeiras, caso consiga a vitória. Promessa de bom jogo e estádio lotado.

O blog avaliou jogador por jogador, adotando o momento, como critério principal. Acompanhem.

Jaílson  X  Diego Alves

Marcos Rocha  X  Rodinei

Edu Dracena  X  Léo Duarte

Thiago Martins  X  Thuler

Victor Luís  X  Renê

Felipe Melo  X  Cuellar

Bruno Henrique  X  Jean Lucas

Moisés  X  Lucas Paquetá

Hyoran  X  Éverton Ribeiro

Dudu  X  Vinícius Jr.

Willian  X  Henrique Dourado

Roger Machado  X  Maurício Barbieri

6×5 Flamengo e um empate na defesa, para o blog. No placar, o blog aposta num empate em 2 a 2.


O que falta para Barbieri ser efetivado no Fla? Ele é interino até no site
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Alexandre Praetzel

O Flamengo é líder do Brasileiro com 26 pontos em 33 disputados, aproveitamento de 78,8%. São oito vitórias, dois empates e apenas uma derrota. Marcou 20 gols e levou seis. Tudo isso com o comando de Maurício Barbieri. O profissional do clube é considerado por muitos, o grande responsável pela campanha rubro-negra, além de ter levado o Fla às oitavas-de-final da Libertadores da América e quartas da Copa do Brasil.

Aos 37 anos, Barbieri ainda é tratado como técnico interino, até mesmo no site oficial do Flamengo. Você acessa e busca informações sobre o profissional, e lá está a foto de Barbieri com a denominação “Técnico Interino”. Não deixa de ser uma curiosidade o fato da diretoria não tratar Barbieri como treinador principal. Com os números alcançados, Barbieri já merecia o cargo.

Será que um outro profissional assumirá o time, após a Copa do Mundo? Muita gente fala nos bastidores que o lugar está sendo guardado para Cuca, que vai atuar como comentarista de TV, no Mundial. Mas os dirigentes silenciam sobre o assunto.

Em outros clubes, já aconteceram situações onde os “interinos” estavam bem, foram substituídos por mais experientes, e a equipe desandou. O maior exemplo foi o Palmeiras de 2009, comandado por Jorginho. Na ocasião, Jorginho teve aproveitamento de 76,19%, em sete partidas, deixando o Palmeiras em segundo lugar no Brasileiro, até a chegada de Muricy Ramalho, que não conseguiu classificar o Verdão nem para a Libertadores da América.

Barbieri é jovem, mas tem uma certa experiência. Foi técnico principal do Audax Rio, Red Bull Brasil, Guarani e Desportivo Brasil. No Flamengo, são dez vitórias em 17 jogos. Uma marca que pouca gente esperava. Talvez, por isso, nem o presidente Eduardo Bandeira de Melo e seus dirigentes, queiram cravar sua efetivação. Vão esperando os resultados e, enquanto estiver dando certo, ele vai “ficando”.

 

 


Fla e Boca são pesadelos no sorteio da Liberta. Cerro e Tucumán são fracos
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Alexandre Praetzel

O sorteio das oitavas-de-final da Libertadores da América será nesta segunda-feira, em Luque, no Paraguai. Teremos cinco brasileiros no pote 1, como primeiros colocados dos grupos, na primeira fase. Palmeiras, Grêmio, Corinthians, Cruzeiro e Santos poderão disputar a segunda partida em casa, diante das suas torcidas. Mas qual o tamanho desta vantagem? Pode-se dizer que pequeno, porque qualquer um deles pode pegar Flamengo ou Boca Juniors, no mata-mata.

Os dois ficaram nas segundas posições. O Flamengo está invicto com duas vitórias e quatro empates. O rubro-negro pode ser um oponente terrível, por tudo que representa, assim como o clube argentino. Fico curioso e imagino que qualquer dirigente ou técnico escolheria outros adversários possíveis. Lembrando que o Boca Juniors tem seis títulos de Libertadores e o Flamengo, uma conquista. É possível termos Flamengo e um grande brasileiro e Boca x River Plate.

O Flamengo lidera o Campeonato Brasileiro e o Boca Juniors foi campeão argentino. Tecnicamente, os dois times não tiveram grandes desempenhos. O Boca passou na última rodada. Só que o mata-mata é outro torneio e poderemos ter novidades.

Recentemente, tivemos um segundo colocado na fase de grupos que foi campeão: o San Lorenzo, em 2014.

Parece que será bom enfrentar Cerro Portenho do Paraguai ou Tucumán da Argentina, teoricamente, os times mais fracos do Pote 2.

Nesta fase, a Libertadores terá equipes que somam 35 títulos do torneio. Independiente(7), Boca Juniors(6), Estudiantes(4), Grêmio(3), Santos(3), River Plate(3), Cruzeiro(2), Nacional-COL(2), Corinthians(1), Flamengo(1), Palmeiras(1), Racing(1) e Colo-Colo-CHI(1).

Os jogos de ida serão apenas em agosto.


Loss, Pedrinho não pode sair. E Kazim não pode entrar
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Alexandre Praetzel

O Corinthians perdeu o terceiro jogo em quatro disputados sob o comando de Osmar Loss. O técnico, efetivado pelo presidente Andrés Sanchez, resolveu escalar o time com três meias e apenas um atacante de lado, na derrota para o Flamengo. Contra o América-MG, o Corinthians venceu com sofrimento e não foi bem, com a mesma formação.

Claramente, o Corinthians melhorou com Roger na frente, no lugar de Jadson, machucado. Com uma referência, o Corinthians atacou mais o Flamengo e teve alguém para tabelar com Pedrinho e segurar a bola na frente. Antes, o Corinthians ficou muito recuado e assistiu o Flamengo jogar.

Loss pode adotar um estilo próprio. Não precisa querer repetir Fábio Carille, até porque isso será muito difícil. Não fique preso ao trabalho vitorioso do antecessor. Pode ter luz própria e fazer o simples.

O simples é manter Pedrinho em campo. Deixe o menino jogar. Foi o único a tentar alguma jogada diferente e puxar o Corinthians para o ataque. É melhor deixá-lo se exaurir do que substituí-lo. Num lance, Pedrinho pode decidir. Já deu mostras de que é diferenciado.

Contrário senso, não aposte em Kazim. O centroavante estava fora dos planos, recentemente. Lançá-lo, pareceu pensamento mágico, de que ele poderia supreender. Não. A novidade seria a entrada de Matheus Matias, jovem e com bons treinamentos. Não deu para entender a opção de Loss.

Ah, e ele gostou do desempenho do time. Carille não hesitava em apontar as falhas e erros, depois dos jogos. É preciso saber por que ganha e por que perde. Loss tem tempo para aprender isso. Mas o Corinthians terá que esperar.

 


Barbieri e Loss chamam tanta atenção quanto Fla e Corinthians
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Alexandre Praetzel

Flamengo e Corinthians chamará atenção neste domingo, não só pela grandeza do jogo. Nos túneis, estarão dois jovens profissionais do futebol, comandando as equipes. Maurício Barbieri, 36 anos, e Osmar Loss, 42 anos. Nomes da nova geração e vistos como promissores no cenário brasileiro.

Barbieri substituiu Carpegiani e assumiu o cargo de técnico interino. Em 14 jogos, Barbieri melhorou o rendimento do Flamengo, chegando às quartas-de-final da Copa do Brasil e oitavas da Libertadores da América. No Brasileiro, tem 17 pontos em 24 disputados, com 70,8% de aproveitamento. Os números de Barbieri pressionam a diretoria a efetivá-lo, mas isso não é admitido pelo presidente Eduardo Bandeira de Mello, oficialmente. O certo é que jogadores que não vinham bem, começaram a render com Barbieri. Éverton Ribeiro é o principal exemplo e Lucas Paquetá e Vinícius Jr., são duas afirmações. Parece que os boleiros se sentem mais à vontade com nomes menos experientes. Não sei se Barbieri vai dar certo, mas é certo que o Flamengo melhorou com ele. Ainda assim, os rubro-negros não garantem Barbieri. E acho que, publicamente, isso não irá acontecer.

Do outro lado, Loss vai para seu quarto jogo à frente do Corinthians. Perdeu os dois primeiros e ganhou o terceiro. Provavelmente, terá altos e baixos, neste início de trabalho. Não seria fácil para nenhum jovem, receber a incumbência de pegar o Corinthians, imediatamente. Loss conhece o clube e o pensamento dos dirigentes e atletas. Claro que vai precisar de resultados, disputando três competições, após a Copa. Por isso, foi importante receber a garantia pública do presidente Andrés Sanchez, de que ele será o técnico até 2019. Veremos agora como as coisas funcionarão dentro de campo. Carille deixou o Corinthians bem colocado em todos os setores. Loss será cobrado pela manutenção, no mínimo.

Hoje, esperamos um bom jogo no Maracanã. E certamente os dois treinadores receberão muita atenção. Recentemente, isso seria impossível de ver, em duas potências nacionais como Flamengo e Corinthians. O futebol brasileiro tem novas ideias, resta saber se os dirigentes são capazes de executá-las e não mudarem, nos primeiros tropeços.

O blog aposta num empate de 1×1.


Flamengo é um mistério. Time compete pouco
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Alexandre Praetzel

Comentei Flamengo e Santa Fé, no empate em 1 a 1, no Maracanã sem torcida, por causa da punição ao clube, por incidentes na final da Copa Sul-Americana, em 2017. O Flamengo fez dez minutos iniciais muito bons, abriu o placar e parecia que iria vencer com certa tranquilidade. Mas o time parou, como vem parando desde o ano passado. Permitiu ao limitado Santa Fé, espaços para o adversário chegar ao empate.

O Flamengo ainda criou uma ou outra oportunidade no segundo tempo, muito mais por falhas defensivas e pelo goleiro Zapata do que por méritos próprios. Diego roda, roda e produz pouco. Éverton Ribeiro esqueceu o futebol nos Emirados Árabes. Quem não gostaria de contratar dois meias com boa qualidade, como Diego e Éverton Ribeiro? Todos os clubes brasileiros, mas os dois parecem de barriga cheia. Falta algo. Parece que os dois não colocam alma no jogo. Isso significa mais raça, sim. Algo que outros grandes nomes do Fla, apresentaram em épocas anteriores.

O Flamengo deveria esta jogando bem mais e não precisava demitir Carpegiani, achando que contrataria o treinador que quisesse. Agora, está com um interino em meio a uma fase de grupos da Libertadores. Maurício Barbiéri tem futuro, mas claramente não é um nome pronto para conduzir um elenco “enfastiado” e pouco competitivo.

A diretoria tem que ser menos soberba e trabalhar com humildade, reconhecendo que todos entregam bem menos do que deveriam.


Caetano evita críticas ao Fla e admite que pressão atrapalha o futebol
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Alexandre Praetzel

Rodrigo Caetano foi dispensado do Flamengo, após três anos e meio de trabalho, atuando como diretor-executivo de futebol. A queda nas semifinais do Estadual para o Botafogo, foi determinante para a decisão da diretoria. Em entrevista exclusiva ao blog, Rodrigo evitou críticas aos dirigentes, falou da disputa entre executivos e amadores no mercado e admitiu que está difícil trabalhar no Brasil, pela pressão por resultados imediatos. Acompanhem abaixo.

Ricardo Lomba, vice-de-futebol do Flamengo, te derrubou no Clube?

Não acredito. Com toda a honestidade, não acredito. Eu conheço o Lomba já algum tempo e em todos os momentos, ele foi um apoiador do trabalho. Pelo que eu pude ler e observar, talvez fosse uma ideia de mais pares lá, para acontecer no final do ano, o que eu lamento que não tenham me informado isso ao final do ano. Certamente, se encerraria ali, um ciclo importante no ano de 2017, quando o Flamengo disputou tudo. Particularmente, não acredito mesmo, o que também não me faz concordar com a forma como ele se expressou publicamente. Aí, óbvio, colocou em contestação, todo o trabalho.

Esta batalha executivo X amador está demorando para terminar no Brasil?

Praetzel, a gente espera que isso não seja uma batalha, não se torne uma batalha porque os clubes são eminentementes políticos nos seus estatutos e os executivos vieram para ser uma ferramenta que auxilie esses dirigentes estatutários. Eu acho que falta um entendimento maior do que o executivo faz, não é apenas um contratador de atletas, e sim, um gestor de todo o departamento, escolhido por esses dirigentes.

O executivo causa inveja ao amador, pelo que ele ganha e pela importância que tem no departamento de futebol?

É possível, até por conta do que eu falei. O entendimento ainda é muito raso do que a gente faz. Acham que a gente vai ali, que a gente tem uma caneta, um cheque e que sai contratando. Não. A contratação de atletas não é feita, única e exclusivamente, pelo executivo. Você não traz um jogador se não tiver aprovação. Primeiro, tem um processo de contratação, de busca, análise, departamentos, aprovação do financeiro, jurídico, presidente, vice-presidente. É assim que funciona. Técnico, muito mais ainda. Você tem que gerar um conceito muito maior. E nós somos os suportes das comissões técnicas, o elo de ligação com a diretoria estatutária e atletas e comissão técnica. Gestores de pessoas, funcionários, trabalhamos na parte da infraestrutura, orçamento, logística e muitas vezes, acabam nos colocando com essa visibilidade e exigência de resultados, apenas. O que tem acontecido aqui, são trabalhos interrompidos por resultados no campo, que muitas vezes, aconteciam com os treinadores, agora estão acontecendo com os executivos. Só espero que isso não sirva de escudo para tirar profissionais, por causa dos resultados.

Se o Lomba não tivesse desabafado na entrevista, você ainda estaria no cargo do Flamengo?

Ah, é difícil dizer. Não tenho essa ideia. Parece que já era uma ideia de mudança. Não concordo com uma palavra que era utilizada em algumas vezes, não pelo Lomba, por outros: reformulação. Reformulação você faz quando está tudo errado e o Flamengo apresentou também no campo, que o caminho, por mais que não tenha conquistado uma taça no campo, em 2017, que o caminho percorrido, era o caminho correto. Fez final de Copa do Brasil, Sul-Americana, classificou direto para a Libertadores. Neste ano, é líder do grupo da morte da Libertadores. Ajustes, correções, isso são obrigações. Mas como reformulação, não concordo, respeito, mas não quero ter essa certeza de que ele tenha sido o responsável por toda essa mudança.

Vanderlei Luxemburgo tem dito que o treinador cai por maus resultados, mas os executivos nunca são responsabilizados. Você concorda com isso?

Inclusive, já falei com Vanderlei sobre isso. E a discussão é justamente por conta de que ele entende que os executivos têm que ter mais autonomia para isso. Para justamente, nos momentos de instabilidade, ter a condição de manter o trabalho, a continuidade deste trabalho. Na época, eu disse a ele, que é algo ainda incontrolável, haja vista o que aconteceu agora, também. Só eu não quero que o executivo seja também, se existe alguma coisa de equilíbrio e estabilidade através da figura do executivo, é o que a gente espera, por mais que em algumas vezes tenha que se trocar o treinador. Se por conta disso, vier qualquer resultado e mudança em todo o departamento de futebol, o prejuízo é maior. Mudar o departamento de futebol a cada vez que tem um insucesso esportivo, aí nós vamos andar para trás.

Por que o Flamengo não ganhou um grande título de 2014 a 2017?

Eu cheguei no final de 2014 para início de 2015 e sempre o planejamento do Flamengo foi para consolidar essa transformação que o Clube fez na estrutura física. Quando nós chegamos lá, o Flamengo não tinha nem CT, tinham os campos, mas era tudo muito adaptado. Na parte do investimento, foi crescendo ao longo do tempo. O elenco foi melhorado, isso é nítido, reconhecido por todos. E o Flamengo voltou a vender atletas, fez a maior venda do futebol brasileiro. Voltou a aproveitar jovens da base, formar. Realmente, para que tudo isso se consolidasse, teria que ter um grande título. Eu prefiro acreditar que ainda não veio, mas que está próximo, independentemente de eu estar lá ou não. Acredito que o caminho está pavimentado. Alguns detalhes fugiram do imponderável. No ano passado, fomos às duas finais. Perdemos uma nos pênaltis, a outra contra o Independiente, poderíamos ter revertido o resultado. Se você ganha três títulos num ano, certamente, seria lembrado para a eternidade. Não foi o que aconteceu, mas acho que não minimiza em nada o trabalho que foi feito por toda essa diretoria.

Carpegiani pagou por ser teu amigo?

Não sei. Algumas pessoas, óbvio, que têm maldade sempre em linkar uma coisa à outra. Carpegiani tem uma história no Flamengo, que ela fala por si no futebol brasileiro. Ele não chegou por meu intermédio. Teve um convite para ele fazer outra função, nesse meio-tempo teve a situação do Rueda e ele, como vinha de um grande trabalho, naquele momento em janeiro, acho que não existia um nome melhor para você buscar no mercado, algo que foi consenso da diretoria, num ano da Libertadores, o qual ele foi técnico da única conquista do Flamengo. Passados três meses, apesar de ter ganho a Taça Guanabara, ter tido a melhor pontuação na classificação geral do Estadual e líder do grupo na Libertadores, num jogo acabou que isso foi interrompido. Óbvio que o fato de eu ter trabalhado com ele anteriormente, vai acabar linkando. Ser amigo do Paulo para mim é motivo de orgulho e ter trabalhado com ele, também. Não só pelo profissional que é. E você conhece bem e sabe da retidão, postura, conduta. Precisamos de mais Carpegianis, na minha opinião. Agora, chegou por mérito dele, do grande trabalho que fez no Bahia, Coritiba e pela grande identificação dele com o Flamengo.

Rueda foi um erro?

Erro foi a saída dele, da forma como foi. Quando ele veio, o plano do Flamengo era para que ele se adaptasse no clube, conhecesse o clube, nas competições do segundo semestre e em todas elas o Flamengo chegou. Para que em 2018, por ele conhecer os caminhos nas competições sul-americanas, conhecer a Conmebol, seria uma grande aquisição, pelo fato dele ter ganho a Libertadores, mas infelizmente por uma decisão dele, ele optou por sair. Talvez, tenha sido nosso erro em ter escolhido alguém que em algum momento pensou em assumir um comando de uma Seleção. O projeto do Rueda era para ter sido essa continuidade em 2018.

Na qualidade atual do futebol brasileiro, é difícil ter um grande time hoje no Brasil?

Primeiro, acho que está muito igual. Há bons elencos. Acho que pelas avaliações, está muito difícil trabalhar. Você não tem muita estabilidade. Muitas vezes, os técnicos se sentem muito pressionados por resultados imediatos. Então, o jogo em si, a forma de jogar, não é prioridade porque é uma constante para todos nós que trabalhamos, é o seguinte: o que nos mantêm são os resultados. Mas isso não pode vir a qualquer preço. Se nós aqui, e vocês têm um papel fundamental nisso, que é a preservação dos bons trabalhos, do bom futebol, acho que todos nós deveríamos dar tranquilidade para que esses trabalhos fossem desenvolvidos. Porque aí, talvez, a gente consiga enxergar alguma coisa diferente. Se continuarmos dessa forma, de que em uma semana, uma equipe perde dois jogos, na semana seguinte pode ter interrupção do trabalho ou instaurado um caos. De que forma você vai realmente ver melhoras no jogo em si? Difícil né. O resultado sempre estará sendo priorizado a qualquer preço. Então, acho que isso é um círculo vicioso que nós temos que tomar cuidado sob pena de nós mesmos sermos protagonistas para o nosso futebol não evoluir.

 

 

 


Zico prevê dificuldades na Copa e pede calma ao Flamengo na Libertadores
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Alexandre Praetzel

Arthur Antunes Coimbra, o Zico, foi um dos maiores jogadores da história do futebol brasileiro. Hoje, como comentarista esportivo dos canais Esporte Interativo e ainda técnico, Zico acredita que o Brasil não terá facilidades na Copa do Mundo, apesar de ter um grupo qualificado de jogadores. Em entrevista exclusiva ao blog, Zico vê uma chave dura para a Seleção na Copa, admite preocupação com Neymar e pede calma ao Flamengo, na primeira fase da Libertadores. Acompanhem o bate-papo exclusivo.

O que você achou da convocação do Tite? O treinador tem dificuldades para escolher?

Não. Eu acho que, você, quando tem esses jogos assim, que já não contam mais nada, às vezes você procura dar uma olhada em termos de comportamentos de alguns jogadores, que você viu que, talvez, possam estar tendo um grande rendimento, principalmente, lá fora. E aí, quer observá-los no grupo da Seleção, ainda mais em jogos importantes. Então, o Tite está com credibilidade porque eles fazem um grande trabalho de observação, de olhar, estar presente. Tem um grupo no staff muito bom. A margem de erro acaba sendo muito menor. Tomara que ele acerte mais uma vez, como tem acertado até o momento.

Vale a pena convocar alguém que nunca havia sido chamado, só para ter uma impressão?

Se o convocado estiver bem, estiver com bom aproveitamento no time dele, a gente aceita.

A lesão do Neymar te preocupa?

Preocupa. Qualquer lesão que você acaba tendo que fazer cirurgia, cirurgia é sempre problemática. Depende de uma série de fatores. Às vezes, uma coisa mínima pode gerar um problema maior. É jovem, é um cara que está com tesão de chegar na Copa do Mundo. Então, isso pode influenciar bastante na recuperação dele.

Você imagina alguém que possa fazer frente ao Brasil?

Futebol hoje está tão nivelado que, sabe, uma retranca lá, principalmente, da Suiça ou de uma Costa Rica, que a gente não pode nunca achar que vamos ter facilidades. Então, em Copa do Mundo, tudo pode acontecer. Tomara que não aconteça para o Brasil, que o Brasil possa passar bem. Mas não é um grupo fácil não.

Flamengo passa da primeira fase da Libertadores ou vai sofrer?

Ah, acho que vai ser difícil até o final. Tanto é que está tudo empatado no grupo. Não tem facilidades. Não pode é desesperar. Ter a obrigação de ter que ganhar fora de casa. É bom, se ganhar um jogo, mas como já empatou um jogo, agora ficou nessa situação de jogar com regulamento, dependendo dos próximos jogos.

Carpegiani ainda é um bom técnico?

É um bom técnico, sim. Tem um bom conhecimento de futebol. Eu não gosto desta filosofia dos técnicos do Brasil, que estão com essa coisa de poupar jogadores, ainda mais no início do ano. Então, negócio de poupar não é comigo não. A gente jogava todos os jogos, de três em três dias, quatro dias, e hoje, eu acho que há um relaxamento muito grande, até mesmo por parte dos jogadores, que não têm tesão de estar em campo, toda hora.

Por que não surgem mais grandes craques aqui no Brasil?

Surgem, mas estão saindo muito cedo. A gente não está vendo isso. Você vê que hoje tem grandes jogadores que estão fazendo sucesso lá fora como Neymar, Gabriel Jesus, Coutinho, Willian, e não tiveram muita oportunidade de jogar por aqui.