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Rodrigo Caetano acredita no tropeço do Palmeiras e banca Zé Ricardo em 2017
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Alexandre Praetzel

O Flamengo disputa o título do Campeonato Brasileiro com o Palmeiras. O rubro-negro tem 57 pontos, três atrás do Verdão. O blog conversou com o diretor-executivo de futebol do Flamengo, Rodrigo Caetano, sobre a luta pela taça, gestão do clube carioca, Zé Ricardo e a difícil convivência entre dirigentes profissionais e amadores no futebol. Acompanhem a entrevista exclusiva.

Flamengo X Palmeiras 

''Tenho a expectativa do Flamengo chegar na frente do Palmeiras. A gente sabe que é difícil porque o Palmeiras não está somente três pontos à frente, na verdade está quase a quatro pontos por conta do saldo de gols. O que anima o Flamengo, como está muito equilibrado, é como se fosse o jogo dos erros. Não só você tem que ter a performance de fazer o seu resultado, mas na esperança do teu concorrente em algum momento ter um deslize, um tropeço. Da mesma forma que o Palmeiras espera isso do Flamengo para também distanciar, nós esperamos isso do Palmeiras para que nos aproximemos deles. Claro, a gente não pode esquecer nunca do Atlético-MG também, Santos, mas no caso do Palmeiras a esperança de que em algum momento haja o deslize e nós tenhamos daqui até o final da competição, foco 100%, aproveitamento 100%. Essa é a idéia''.

Flamengo chegou pela gestão ou montagem do elenco

''Eu acho que os dois. Passou por um período de muita dificuldade porque a gestão sempre teve como objetivo sanear as dívidas, recuperar o clube, recuperar a credibilidade. O que eu vejo desse ano, principalmente, é que houve um investimento que para muitos não aparece. Investimento na tecnologia e nos equipamentos no Centro de Treinamento. Então, isso fez com que, mesmo com todas essas viagens, o Flamengo tivesse uma performance de poder bater uma liderança. Eu acredito somada à montagem de elenco e a boa performance de jogadores, viabilizada pela melhoria da infraestrutura, acho que é um somatório que vem dando resultado''.

Zé Ricardo é realidade

''Na minha visão, ele é uma realidade, dentre os bons técnicos do futebol brasileiro. Se você perguntar, ele está totalmente formado, num processo de formação porque é óbvio vem enfrentando situações as quais ele não enfrentava quando treinava as divisões de base, mas a nível de conteúdo, de metodologia de trabalho, de conhecimento, ele está preparado e se preparou para esse momento. Então, todas as demais questões, eu acredito que ele conta também com uma equipe altamente qualificada que dá o suporte que auxilia ele nessa questão da formação das outras características que um técnico tem que ter e que adquire isso com a experiência. Mas eu vejo ele sim como um dos futuros técnicos de ponta do futebol brasileiro num curto espaço de tempo''.

Zé Ricardo vira o ano como técnico ou depende do título 

''Vira, sem dúvida. Quando você consegue identificar um profissional dessa qualidade, que conhece o Flamengo, que tem conteúdo e que também se coloca como parte integrante de uma equipe multi-disciplinar e interdisciplinar, não tem porquê você modificar, já que a filosofia do Flamengo é essa''.

Flamengo vai dominar o futebol brasileiro num futuro próximo

''Olha, se tiver uma capacidade de investimento maior, é claro que a nível de mercado, vai ter uma vantagem, mas isso vai depender muito das escolhas, vai depender muito de manter essa política, não digo da austeridade, mas da responsabilidade. O Flamengo hoje tem 35% do seu orçamento destinado ao futebol. A esperança é que, com o passar dos anos, com a situação financeira mais equilibrada, reinvestimento no patrimônio, que o Flamengo consiga atingir 50%. Isso que o Profut limita em 70% ou 80%. O Flamengo trabalha com metade disso. Então, por conta justamente da oportunidade e momento de sanear o clube. Se bem gerenciado, não dá para dizer que o Flamengo vai nadar de braçada, mas se tiver uma gestão competente daqui para a frente, a possibilidade de ter equipes mais competitivas, ela óbvio que aumenta''.

Diego sobra no futebol brasileiro

''Diego não é só apenas um grande jogador tecnicamente. Ele é um grande profissional, uma surpresa altamente positiva, um dos grandes exemplos daqueles atletas que vão para a Europa e retornam. Você ter atletas como Diego, Ederson, Paolo Guerrero, eu como gestor não me limito a avaliá-lo somente pelo que ele me dá dentro de campo, mas fora dele. Exemplos positivos como comprometimento, foco, o cuidado que ele tem na parte física, clínica, o entendimento do jogo, querendo sempre estar atualizado. Isso passa um exemplo altamente positivo para os demais do elenco e facilita demais a questão da gestão do técnico e minha também''.

Reforços para 2017 e vendas de atletas

''Temos alguns jogadores no radar. A gente pretende ter uma mudança muito menor de elenco porque a gente vem se preparando para isso, mas é óbvio que o momento não é de falar sobre isso. Nós temos aí uma disputa em aberto, mas a gente vem planejando as conversas internas em relação as nossas necessidades, é o que nós projetamos para 2017 e os possíveis nomes, isso a gente já vem fazendo, mas o momento de atuar mais firmemente no mercado não é agora porque senão eu acredito que o prejuízo seria muito maior. Temos coisa grande em disputa''.

Flamengo e seu histórico de arrancadas finais para o título 

''Não tem nada disso. É claro que tem esse estigma, é o que o torcedor acredita, mas eu acredito em trabalho e os nossos concorrentes vêm realizando um grande trabalho também. A esperança, como eu disse no início, possa haver um desequilíbrio, um deslize dos nossos concorrentes para que o Flamengo possa subir. Da nossa parte, nós faremos de tudo para que não ocorra conosco, a nível de concentração, de comprometimento, de foco, não vai haver. Vão haver sim jogos dificílimos daqui para a frente, as dificuldades elas vão ser tanto para nós como Palmeiras, Atlético, Santos, principalmente, mas o Flamengo vai tentar fazer a sua parte. No que eu acredito é que se o Flamengo fizer a sua parte, em algum momento é muito difícil você manter esse índice de aproveitamento e a gente espera que o Flamengo mantenha e os nossos concorrentes não''.

Executivos X Dirigentes amadores

''Eu penso que tem papéis distintos. O grande dilema é um profissional entender a sua função, sua atribuição e da mesma forma o dirigente estatutário, amador. Quando nós vimos muitas vezes esse suposto conflito é por justamente a falta de entendimento. O dirigente profissional ou executivo, ele não vislumbra ter mais ou menos poder. Nós não queremos poder. Nós queremos as informações, digamos, o que nós temos de ferramentas para a melhor tomada de decisão seja realmente levada em consideração. Da mesma forma que no nosso entendimento, o dirigente estatutário, ele existe para estabelecer as diretrizes, cobrar as metas estabelecidas dos profissionais que vão executar. Quando esses papéis muitas das vezes se invertem ou na verdade eles se confundem, aí é que o problema na gestão do futebol brasileiro. Para isso aí realmente não há mais espaço, o sistema está falido. Enquanto determinados clubes não entenderem que o dirigente amador estabelece as diretrizes, cobra e exige que as metas sejam atingidas e quiser entrar para dentro da operação do negócio sem o devido conhecimento e a devida preparação, aí nós vamos retomar e encontrar os motivos pelos quais muitos clubes enfrentaram problemas e construíram essa dívida astronômica que a maioria deles, infelizmente enfrenta''.

Rodrigo Caetano tem contrato com o Flamengo até dezembro de 2018. Foi ex-jogador e se tornou executivo no RS Futebol Clube. Depois, trabalhou no Grêmio, Vasco e Fluminense, até chegar ao Flamengo à convite do atual presidente Eduardo Bandeira de Melo.

 


Ex-diretor do SP defende Leco e Ricardo Gomes e critica formação do elenco
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Alexandre Praetzel

O São Paulo vive situação instável dentro e fora de campo. A gestão do presidente Leco é muito criticada por alguns conselheiros e sócios e o time está ameaçado de rebaixamento na Série A do Brasileiro. O blog conversou com o ex-vice presidente de futebol, João Paulo de Jesus Lopes, sobre estas e outras questões. Leiam abaixo.

Gestão de Leco

''O presidente Carlos Augusto recebeu o clube em situação muito difícil, técnica e financeiramente falando. As finanças estão sendo colocadas em ordem, graças ao bom trabalho dos responsáveis pelo financeiro, administrativo e também pelo marketing, que está conseguindo ampliar sensivelmente as receitas de patrocínios e licenciamentos. Acredito que a partir de 2018, estaremos totalmente equilibrados financeiramente, como, aliás, é nossa tradição. Quanto ao futebol, é óbvio que as coisas não estão indo bem. Nosso elenco tem posições que não estão convenientemente ocupadas, mas acho que a vinda do Marco Aurélio, que apoiei totalmente, nos ajudará a sair do difícil momento em que nos encontramos. Em suma, creio que o presidente, dentro das circunstâncias que recebeu o clube, está fazendo o possível para recuperar a instituição''.

Saída de Roberto Natel foi traição

''De maneira nenhuma foi traição, na medida que ambos conversaram, previamente. sobre suas divergências e também porque o Roberto Natel continua na situação apoiando a gestão. O que há são divergências de opinião e condução do clube. Tenho firme convicção que em breve serão superadas e não haverá nenhuma divisão na situação. Ambos são cidadãos sérios e bem intencionados, muito bem quistos dentro do clube, que convergirão seus pontos de vista em benefício da instituição''.

Ricardo Gomes e elenco

''Ricardo Gomes, juntamente com Cuca, Paulo Autuori e Tite, são os melhores treinadores deste país, na minha opinião. Está fazendo o possível e sou testemunha disso. Não é fácil receber um time no meio da temporada, treinado recentemente por dois profissionais com estilos completamente diferentes e, ainda por cima, contando com um elenco insuficientemente competente para disputar um campeonato difícil como o Brasileiro. Acho que aos poucos está conseguindo melhorar a qualidade e competitividade do time. Quanto ao elenco, não é o que nós são-paulinos esperamos. Há deficiências em muitas posições e precisará sofrer grande reformulação para o próximo ano''.

Preocupação com o rebaixamento

''Como todo são-paulino, é óbvio que me preocupo. Mas continuo achando que sairemos dessa situação''.

João Paulo de Jesus Lopes foi o comandante do futebol no terceiro mandato do ex-presidente Juvenal Juvêncio. O São Paulo é 14º colocado do Brasileiro com 36 pontos, três à frente do Inter, 17º e primeiro na zona de rebaixamento. O tricolor enfrenta Santos no Pacaembu e Fluminense no Rio de Janeiro, nas duas próximas rodadas.


Vágner Mancini critica modelo de gestão e quer curso qualificado no Brasil
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Alexandre Praetzel

Vágner Mancini é o presidente da Federação Brasileira de Treinadores de Futebol. Após 15 meses à frente do Vitória da Bahia, Mancini conversou com o blog sobre a situação complicada da categoria no futebol brasileiro com demissões em massa e sem uma carreira definida para os profissionais. Acompanhem abaixo.

Federação inexiste para os profissionais pelo alto número de demissões

''A FBTF, Federação Brasileira de Treinadores de Futebol, existe graças a cinco treinadores: Zé Mário, Alfredo Sampaio, Marcos Bocatto, Dorival Jr. e eu. Os treinadores são dispensados em grande quantidade por dois motivos: primeiro porque os dirigentes que comandam nosso futebol não suportam pressão e mudam projetos anunciados a qualquer momento e segundo porque nossa cultura aponta para a troca do treinador quando um time não obtém sucesso, mesmo sabendo que o mesmo muitas vezes não é o culpado''.

Modelo de gestão brasileiro se esgotou

''Todos sabem que o modelo é ultrapassado, mas somos impotentes para mudar esse panorama. Precisamos de apoio, principalmente da imprensa, e muitas vezes não temos''.

Há renovação ou um grupo comanda as vagas disponíves nos clubes

''Como teremos renovação se não há limites de transferências para treinadores para a mesma série no Brasileiro. Isso está errado. Ninguém pode impedir ninguém de trabalhar, mas esse profissional deveria terminar um limite de transferências e depois ir para outra série. Seria uma forma de oxigenar o mercado''.

Brasileiros inferiores a estrangeiros e por que não há espaço na Europa

''O treinador brasileiro é muito competente. Temos um grupo no Brasil altamente qualificado, porém perdemos espaço no exterior porque não temos um curso que seja respeitado e aceito no exterior. Temos poucos espaços na Europa, primeiro por causa do idioma. Segundo por causa da falta de qualificação profissional e terceiro porque nossos atletas que brilham por lá, quando param, retornam ao Brasil''.

Disputas entre ex-jogadores e acadêmicos

''Jogador respeita quem conhece e sabe comandar, seja ele ex-jogador ou não. O ex-jogador leva vantagem por ter vivido dentro de campo situações que ele compartilha com o atleta, mas temos ótimos técnicos que não jogaram e se deram bem na carreira. Não é porque o cara jogou futebol que se dará bem na carreira de treinador. O bom profissional sempre terá espaço''.

Vágner Mancini foi jogador nas décadas de 80 e 90. Passou por clubes como Atlético-MG, Guarani e Grêmio. Como técnico, seu maior título é a Copa do Brasil 2005, conquistada pelo Paulista de Jundiaí contra o Fluminense.


Venda de mando de campo é um absurdo e gera desequilíbrio técnico
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Alexandre Praetzel

O América-MG vendeu o mando de campo do jogo contra o Palmeiras para o ex-jogador Roni, hoje empresário de futebol. O clube mineiro abriu mão de atuar no seu estádio Independência para jogar no estádio do Café, em Londrina, em troca de R$ 700 mil de cota. A cidade paranaense é reduto de palmeirenses.

Isso é um absurdo para mim. Gera desequilíbrio técnico na competição. Outros times tiveram que enfrentar o América, em Belo Horizonte. Dirigentes do clube ainda pretendem negociar mais duas partidas diante de São Paulo e Flamengo, fora da capital mineira. Se o América não quer jogar diante da sua torcida, não merece disputar a Série A.

O Santa Cruz fez a mesma coisa. Vai enfrentar o Corinthians, em Cuiabá, também atrás de mais dinheiro.

O Santos recebeu o Flamengo na Arena Pantanal para quitar uma dívida com um empresário local. Mais um equívoco.

A CBF, que não gosta do Campeonato Brasileiro, apesar de organizá-lo, deveria proibir esta medida e determinar a escolha dos estádios no Conselho Arbitral, com todos os clubes envolvidos. Os presidentes informariam qual o estádio onde mandariam suas partidas e ponto final. A busca por dinheiro não pode beneficiar ninguém. Nem quem fatura, nem quem fica com torcida a favor, mesmo longe do seu estádio. Lamentável.


Geninho vê preconceito com técnicos mais velhos no Brasil
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Alexandre Praetzel

O técnico Geninho pode recolocar o ABC de Natal na Série B, nesta sexta-feira. O time potiguar enfrenta o Botafogo-SP no jogo decisivo das quartas-de-final da Série C. No primeiro confronto, houve empate em 0 a 0. Em conversa com o blog, Geninho acha que há preconceito com treinadores mais velhos e não tem idéia porque não é mais procurado por um grande clube. Acompanhe abaixo.

Acesso pode te reconduzir a um time grande

''Acho que não tem nada a ver. Será apenas mais um trabalho. Com certeza, reconhecido, mas acho que não vai mexer em nada em voltar a um grande ou não''.

Mais fácil trabalhar no Nordeste pela paixão do torcedor

''Não. Trabalhar no Nordeste é tão difícil como trabalhar no Sul, Sudeste ou outro lugar. As dificuldades são as mesmas. Aqui, as financeiras ainda maiores do que em outros lugares''.

Principal razão para não ter trabalhado em times grandes nos últimos anos

''Não sei dizer o motivo exato. Talvez por acharem que estou um pouco mais velho. Talvez pelo fato de eu ficar trabalhando em outros lugares, no Nordeste, basicamente. Difícil dizer o porquê de não ter recebido um convite de uma grande equipe''.

Preconceito com técnicos mais velhos 

''Com certeza, existe. Está vindo aí uma safra nova e muita gente acha que o técnico mais velho está desatualizado, está defasado, o que não é uma verdade. Todos esses técnicos quando têm oportunidades dão conta do recado, têm conquistado objetivos aqueles se propõem, mas é difícil você mudar a cabeça das pessoas''.

Clube nordestino campeão nacional é utopia

''Não acho que seja utopia, mas também não acho que seja fácil. Mas nós vemos hoje um Sport com uma estrutura semelhante às equipes do Sul, Sudeste. Vitória e Bahia tentando a mesma coisa. Acho que pode acontecer. Das equipes do Norte/Nordeste, a quem mais tem chance, de repente em conquistar uma coisa maior é o Sport''.

Aos 68 anos, Geninho foi campeão brasileiro pelo Atlético-PR, em 2001 e comandou Corinthians, Santos, Vasco, Botafogo e Atlético-MG, entre outras equipes. Em 2016, foi campeão potiguar com o ABC.


Sucessor de Nobre no Palmeiras quer permanência de Cuca e Mattos
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Alexandre Praetzel

Maurício Galiotte será o novo presidente do Palmeiras. Vice-presidente de Paulo Nobre e candidato único à sucessão, Maurício quer a permanência de toda a comissão técnica e de Alexandre Mattos no clube. Há um acordo encaminhado entre as partes, independentemente das conquistas ou não do Brasileiro e Copa do Brasil.

O blog apurou que Cuca deixou isso claro numa conversa com Maurício e Nobre, apertando as mãos dos dois dirigentes e mostrando disposição de ficar, caso não houvesse mudança de diretoria. A renovação de contrato pode ser de dois anos, até dezembro de 2018. O assunto só será definido, após as disputas das competições, no final do ano.

Cuca chegou ao Palmeiras em meio à primeira fase do Paulista e Libertadores da América. Levou o time às semifinais do Estadual e prometeu uma grande campanha no Brasileiro, objetivo cumprido até a 28ª rodada na liderança com 57 pontos. Na Copa do Brasil, o Palmeiras está nas quartas-de-final contra o Grêmio. Terá o jogo de volta dia 19 de outubro, no Allianz Parque, depois da derrota por 2 a 1, em Porto Alegre.

 

 


Muricy só volta ao futebol como Coordenador técnico e cita força do Fla
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Alexandre Praetzel

Muricy Ramalho não quer mais ser treinador de futebol. Aos 60 anos, pretende retornar como coordenador técnico, numa função mais executiva num vestiário profissional. Em entrevista exclusiva ao blog, Muricy falou sobre isso, São Paulo e futebol brasileiro. Acompanhem abaixo.

Situação do São Paulo

''Ela ainda não é tão complicada assim. Preocupa um pouco porque faltam dez jogos. Pode também melhorar porque aumentaram as vagas para a Libertadores da América. É uma loucura isso porque pode estar mal e depois crescer bastante. Acho que a situação ficou mais complicada pelas trocas de treinadores. Nunca encontraram uma filosofia de trabalho e os treinadores sentiram muito isso''.

Política interfere no desempenho e vestiário

''Eu acho que não. O CT é longe do Morumbi. As pessoas discutem a parte política no Morumbi. Há algum tempo acontece no São Paulo, mas não atrapalha não. Os jogadores e funcionários do São Paulo têm total liberdade para fazerem o trabalho no CT. Não interfere não''.

Executivo é importante

''Eu acho que tem ser o Coordenador técnico. Uma pessoa que entenda bastante de futebol. O método desta pessoa é para ajudar na montagem do time, nas contratações. Tem que ser uma pessoa que seja próxima do técnico e que conheça bastante o mercado do futebol. É essencial num time de futebol. Lá fora é normal, até com ex-jogadores, aqui ainda existe só em alguns clubes e ainda na teoria, porque na prática mesmo quem resolve são os presidentes''.

Momento dos Técnicos brasileiros

''Eu acho que melhoraram bastante, depois da Copa do Mundo, porque foram muito criticados. Pós-copa ninguém servia para nada. A diferença para os treinadores de fora não é muito grande. Eles são mais organizados. Nós temos muitos problemas ainda na gestão. Temos que profissionalizar. Os clubes que estão liderando o Brasileiro estão provando isso. Não pode ficar nas mãos de amadores, como acontece no Brasil''.

Quem ganha o Brasileiro

''Está muito equilibrado. Se o Flamengo voltar para o Maracanã, tem uma chance grande porque tem um time muito forte e se preparou bastante, além da força da torcida. Os torcedores compraram a idéia da organização e da estrutura e voltaram a acreditar num futebol mais organizado. Está economicamente estável. Acredito que o Atlético está com problemas no elenco com machucados e convocados. O Palmeiras está muito bem faz tempo. Contratou bem e profissionalizou a gestão. Por isso, está brigando pelo título também''.

Volta ao futebol

''Acho que não. Estou feliz assim. Difícil retornar como técnico. Estou muito bem na parte física. Pode ser por um período curto, participando de alguns programas, comentando alguma coisa. Num futuro mais para a frente, posso retornar como coordenador técnico que faça o meio-campo entre elenco e diretoria. Acho que isso será um caminho dos clubes e nesta função, eu poderia voltar''.

Muricy Ramalho treinou o Flamengo neste ano, mas se desligou por ordens médicas. Nos últimos dez anos, conquistou quatro vezes o Brasileiro por São Paulo e Fluminense e foi campeão da Libertadores da América, Recopa Sul-Americana e Paulista pelo Santos.

 


Sylvinho vê Tite na Europa e nega recusa ao Corinthians
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Alexandre Praetzel

O ex-lateral Sylvinho, é auxiliar de Tite na comissão técnica da Seleção Brasileira. Aos 41 anos, com muita experiência na Europa como jogador, Sylvinho concedeu entrevista exclusiva ao blog, falando sobre o trabalho na seleção, convite do Corinthians e a luta para chegar à Copa do Mundo da Rússia, em 2018. Acompanhem abaixo.

Experiência européia ajuda na Seleção

''Sim. Minha experiência européia tem ajudado demais porque é uma experiência internacional e seleção brasileira é internacional. Muitos atletas nossos também jogam nesses grandes centros europeus, enfim, toda essa história e tudo aquilo também já como comissão técnica de ter a oportunidade de ter trabalhado na Inter de Milão, ajuda muito. Acredito que sim. Eu pelo menos me sinto assim, útil e em condições de estar ajudando nesta parte''.

Convite do Corinthians para assumir como técnico

''A palavra recusou ela ficou forte. Eu conversei com o Roberto de Andrade, depois evidentemente, ela sai e assim é. Houve uma aproximação por causa de uma tendência de pesquisa, uma situação que foi colocada e meu nome ganhou força. Foi muito ventilado, ecoou favoravelmente. Evidentemente que eu fiquei feliz por isso, mas como eu sabia que não havia a mínima condição porque eu tinha contrato na Inter de Milão. Eu saí do Corinthians para me graduar, estou no meio dos cursos da Uefa. Com contrato em vigor naquele momento, eu conversei diretamente com o Roberto de Andrade, uma pessoa que eu tenho um respeito enorme, muito grande, coloquei só minha situação que era toda essa, que quando ele estava entrando na gestão, ele sabia que eu estava saindo para a Inter para isso. O momento não era aquele, que eu tinha ainda um estágio a cumprir, não só profissional, de graduação, senão contratual, que eu não via aquele momento próprio para mim. Ele entendeu perfeitamente e sabia dessa situação, quando eu saí do Corinthians. Então, houve uma aproximação. O Corinthians sim, buscou, mas nem chegamos a falar em dinheiro e eu fiquei até satisfeito por isso''.

Geração brasileira e de laterais esquerdos

''O Brasil, por mais que a gente reclame ou que a gente tenha um nível de exigência altíssimo com relação aos atletas, a gente cobra mais e muitas vezes acaba exagerando ou pelo menos, de ter a opinião que a safra não é boa, a geração não é boa. Só que na Europa eles vêem justamente o contrário e eu acho que o olhar deles não está absolutamente errado. O que passou, passou. Vamos falar do que é atual, e mesmo atual a safra e a geração brasileira é boa, a nível geral e atual porque o europeu ele me diz, quantos laterais esquerdos vocês têm? Três, quatro, cinco. Temos que estar monitorando todos eles. Algumas grandes seleções européias, eles têm um, dois, de repente surge um terceiro, muito difícil. Olha que estamos falando de grandes centros, seleções, grandes países, e nós temos realmente. Então, por este lado, eu entendo que a nossa safra é boa, a geração sim é boa, atual e se pode trabalhar bem. Temos monitorado quatro a cinco laterais esquerdos com qualidade, jogando no exterior, alguns jogando no circuito nacional e atletas que a qualquer momento podem vestir a camisa da seleção. Acho muito boa''.

Sistema de gestão e organização brasileira

''Tudo isso não é pertinente à minha área de atuação. A minha área de atuação é campo. Sou auxiliar técnico, pretendo ser um treinador de futebol no futuro. O que eu vejo é que o Brasil evoluiu muito. CTs, as condições, fisioterapeutas, fisiologistas, preparadores físicos, médicos, treinadores cada vez mais inquietos, com seus sistemas táticos evoluindo. Óbvio que na Europa, a gente já tem tudo isso colocado. Times jogando bem colocadinhos no 4-3-3, 4-1-4-1, mas o Brasil na minha área, cresceu muito, tem muito para crescer e continua crescendo. A pergunta é pertinente mais a uma outra área, não é a minha. Eu posso opinar por opinar como uma pessoa normal, mas sem propriedade porque não é minha área de atuação''.

Tite em relação aos outros técnicos que trabalhou

''Acho difícil comparações e não por estar numa situação..Primeiro porque eu não acho justo em todos os sentidos, quando se faz de atletas também. A pergunta Zico foi melhor que Ronaldo? Para mim, são comparações que muitas vezes até não são justas, de cada um ter o seu valor. Eu tive a sorte de como jogador trabalhar com Wenger, Luxemburgo, Rijkard, Guardiola, o próprio Roberto Mancini, eu estava com ele na Inter de Milão, trabalhei com ele também. Depois, tive uma felicidade enorme também de reencontrar o Roberto Mancini já como treinador e o staff dele, Tite duas vezes no Corinthians e agora na seleção, Mano Menezes um ano no Corinthians, Vágner Mancini que me inseriu nesse mercado, em 2011, no Cruzeiro e são todos treinadores com as suas condições, os seus potenciais, diferenciados e que na verdade o que está absorvendo tudo de cada um deles, tem sido eu. Mais jovem, mais novo em tudo e que tem aprendido. Evidentemente, que o Tite, por todos estes títulos, pela sua metodologia e forma de trabalhar, que está alcançando, que chegou numa seleção brasileira com todos os seus méritos, realmente é um grande treinador como todos os demais que eu conheci, também são. Cada um com suas virtudes. suas qualidades e com suas metodologias de trabalho. Para mim, hoje, o Tite é muito completo e já falei para ele. Eu tenho condições de avaliar os trabalhos na Europa, não só como atleta, mas também como comissão técnica. O Tite tem amplas condições para assumir um time na Europa e tocar o trabalho dele com a metodologia, sem problema algum. Ele está num nível muito alto e quando eu falo isso, evidentemente que eu sei que tem algumas restrições de uma ou outras coisinhas, mas eu falo de metodologia de trabalho, trabalho de campo e gestão''.

Brasil corre risco de não ir à Copa 

''No futebol, tudo pode ocorrer. O que eu sei e são fatos, é que há duas rodadas atrás, estávamos numa sétima colocação, que não interessava. Passadas duas rodadas, estamos em segundo. A regra do campeonato, da situação, diz: são quatro que vão direto e um quinto para a repescagem. Nós queremos as quatro, depois uma quinta, já houve situações. O objetivo são os quatro. Em cima destes fatos e circunstâncias, a briga é buscar estas quatro. Eu sei que a pergunta não é assim. A resposta é que tudo pode ocorrer no futebol. A nossa visão é colocar a seleção neste nível que ela entrou de pontuação, jogando ainda melhor ou como algumas outras coisas que podem ser feitas e tentar manter estas quatro primeiras posições''.

Silvinho foi lateral do Corinthians, Arsenal, Barcelona e Manchester City, antes de se tornar auxiliar técnico. A Seleção Brasileira tem 15 pontos e ocupa a segunda colocação, nas Eliminatórias Sul-Americanas. Enfrenta a Bolívia, nesta quinta-feira e depois pega a Venezuela, dia 11 de outubro.


G6 do Brasileiro alivia a pressão sobre treinadores
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Alexandre Praetzel

O G6 do Campeonato Brasileiro vai aliviar a barra de muitos treinadores no Brasil. O discurso por uma vaga na Libertadores da América determinará a luta pela 6ª colocação. Várias vezes ouvimos a classificação para o torneio sul-americano como um objetivo difícil de ser alcançado. Agora não. O G6 pode virar G7, se o campeão da Copa do Brasil estiver entre os seis primeiros.

Particularmente, não gosto de mudanças de regras em meio às competições. Acho também que seis vagas pelo Brasileiro, diminui a valorização de outros torneios. Preferia que as Copas regionais fossem mais destacadas com esta premiação. Ou quem sabe um play-off entre o sexto e o vice da Copa do Brasil?

De qualquer maneira, o principal para mim é a luta por títulos. Presença em Libertadores aumenta receitas e exposição e determina a formação de bons elencos. Agora, só brigar para disputá-la, é muito pouco. Em qualquer instituição.


Luxemburgo faz autocrítica, espera propostas e admite boicote na China
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Alexandre Praetzel

Vanderlei Luxemburgo está de volta ao futebol brasileiro. Após uma passagem frustrada pela China, o técnico espera por propostas para retornar ao trabalho. Em entrevista exclusiva ao blog, Luxemburgo fez uma autocrítica sobre suas últimas participações em clubes brasileiros. Acompanhem abaixo.

Passagem pelo futebol chinês

''Financeiramente não pode dizer que não, mas profissionalmente, foi muito confusa, boicotaram, como passou com o Mano, como passou com o Cuca, muito difícil. Felipão está no melhor clube da China e com o melhor dirigente, que é um cara milionário e que não interfere em nada. Muito difícil lá. E para mim foi uma experiência, assim, das coisas que aconteceram na minha carreira, talvez tenha sido a pior coisa que me aconteceu, de relacionamento com pessoas, de envolvimento e de coisas erradas que aconteceram. Então, financeiramente foi bom, mas o resto não foi não''.

Propostas no Brasil

''Ninguém me procurou. Só sondagem, através de amigos, algumas outras coisas, mas ninguém me procurou e dizer que voltei a dar entrevistas, voltei a participar , que eu não estou aposentado que nem as pessoas estavam falando, muito pelo contrário, tenho muita coisa para fazer no futebol e preparado para ver o que vai acontecer para frente''.

Momento do futebol brasileiro

''A estrutura ainda é muito deficiente né e deixando muito para dentro do jogo de futebol. Não está dentro do jogo de futebol, está muito fora, pela estrutura do que pelo próprio jogo de futebol. A Seleção Brasileira contratou o melhor técnico do Brasil, atualmente, que é o Tite. Bem convocado, bem preparado para dirigir a Seleção Brasileira. É um alento muito bom, um homem inteligente com personalidade, sabe o que quer. Então, acho que foi muito bom isso aí. É o momento de melhorar ainda mais e pegar este momento para voltarmos a crescer, mas é preciso que não só cresça dentro do campo de futebol. É preciso que cresça também em outros setores''.

Palmeiras ou Flamengo campeão brasileiro  

''Não esquece do Atlético-MG não. O Atlético é forte. Jogando no Independência é forte. Acho que os três são os candidatos, mas coloco o Palmeiras um pouco na frente''.

Copa do Brasil

''Copa é copa. O Grêmio que estava morto aí, de repente já é um copeiro, que está acostumado. O Cruzeiro pode reverter a situação. Então, são clubes que são copeiros. Os que estão chegando são copeiros''.

Onde vai trabalhar em 2017

''Ah, cara, eu não sei. Sinceramente, não teve nenhum convite forte, a não ser sondagem de um amigo, que é fulano, aquele negócio de futebol, um conhecido do outro e tal, mas diretamente não. Então, não sei. Estou pronto para voltar para o futebol aqui no Brasil e preparado, até brinquei no programa do Neto que estava apontado para o céu, tirando onda. Estou totalmente preparado e querendo realmente recuperar um espaço aí. Fazendo uma auto-crítica, minhas últimas atuações não foram boas, até pelas minhas escolhas, até por um pouco de prepotência minha, de eu achar que poderia resolver todos os problemas com a minha capacidade profissional. Não é isso. Tem algumas outras situações que aconteceram nos últimos anos que precisam ser revistas por mim também. Isso já analisei. Mudou muito o jogador, o dirigente, o contato com a imprensa, assessorias, tudo mudou e eu tenho que me ajeitar a este novo momento do futebol''.

O Cruzeiro foi o último time treinado por Vanderlei Luxemburgo no Brasil, em 2015.