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Emily Lima nega privilégios a Marta e espera evolução no futebol feminino
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Alexandre Praetzel

Emily Lima será a primeira mulher a comandar a Seleção Brasileira de futebol feminino. Aos 36 anos, recebeu o convite de Marco Aurélio Cunha, também superintendente do São Paulo, e foi confirmada depois pelo presidente Marco Polo Del Nero. Na entrevista exclusiva ao blog, Emily falou sobre a realidade do esporte no Brasil, a relação com Marta e as chances de manter uma seleção permanente. Leia abaixo.

Desafio como técnica

''É um grande desafio. Falar sobre futebol feminino no nosso país, já é um grande desafio. Recebo da melhor maneira possível. Eu espero, eu e toda comissão técnica fazer o que nós estamos planejando, colocar em prática e fazer com que elas entendam. Fazer uma apresentação muito prévia nesse torneio para que elas entendam o que vai ser, durante esses quatro anos. Então, isso para mim é o mais importante hoje''.

Machismo por ser a primeira mulher como técnica do feminino

''Eu acho que não. Estou recebendo muito apoio de todo mundo. Só tenho a agradecer isso. Está sendo uma coisa muito rápida na minha vida. Durante seis anos, consegui chegar à seleção. Acho que a cobrança vai vir de um resultado não muito positivo. Aí pode vir a cobrança e até o preconceito. Ah, tá vendo, é uma mulher e olha o que aconteceu. Então, já estou me preparando para isso também, mas estou muito confiante no que a gente pode fazer de diferente na seleção''.

Seleção Brasileira permanente

''É uma pergunta que sempre fazem, mas é um passo à frente que a gente ainda tem que discutir. Não foi nada definido ainda e vou ter aguardar junto ao presidente para definir o que vai ser feito''.

Marta

''Eu procuro trabalhar com todas as atletas, igual. Eu acho que o tratamento tem que ser igual. É claro que dentro de campo, a gente vai ter que procurar fazer com que ela resolva os problemas, pelo que ela conquistou durante a carreira. Então, é aproveitar a Marta da melhor maneira possível dentro de campo. Claro, fora de campo as coisas vão fluir naturalmente, as conversas, enfim, eu vou ter esse primeiro contato e sentir o que elas querem também. O que eu acredito pelo que eu conheço do futebol feminino e eu as conheço também do meio, é o sonhado ouro olímpico e até o campeonato Mundial. Então, a gente vai ter que andar juntas. Se a gente andar na contramão, as coisas não vão caminhar do jeito que eu quero e elas querem e o que a modalidade quer. A gente precisa ver se realmente é a medalha de ouro que está faltando para que as coisas aconteçam. Sempre falar, está faltando a medalha de ouro, então vamos em busca disso para a modalidade dar um salto''.

CBF e o apoio da mídia

''Eu não sei te dizer se a CBF está fazendo esse trabalho. Eu só sei te dizer que desde 2013, quando eu assumi a categoria de base da CBF, eles deram todo o respaldo e apoio para que eu pudesse trabalhar, isso não é diferente com a Sub-20 e com a adulta. Essa seleção permanente eu nunca tinha visto, enquanto eu me conheço por gente no futebol feminino. A CBF sempre deu apoio, só que falta os clubes também ajudarem a gente. Porque às vezes a CBF pode ajudar até um certo ponto. Posso até citar o que a Conmebol está fazendo. Acho até que é uma idéia que a CBF pode pensar em fazer. Obrigar as equipes que vão disputar a Libertadores masculina, também tenham equipe feminina. Isso pode ser algo que a CBF pense e fale. Poxa, as equipes que disputarem a Série A do Campeonato Brasileiro, também tenham que disputar com o futebol feminino. Ter uma equipe feminina. É o que eu sempre digo. Tem que ser aos poucos, os passos tem que ser firmes, porque pode ser que a CBF tome uma decisão dessas e dê tudo errado. Então, isso é um ponto que eles podem estar pensando hoje e que a gente tem que aproveitar''.

Marco Aurélio Cunha continua no futebol feminino 

''A primeira ligação, sim, foi dele. Pelas conversas, pelo que eu vi, o meu nome chegou ao presidente e ele bateu o martelo. Claro, eles tiveram reuniões, ele e o Marco Aurélio, enfim. Mas eu acredito que foi o presidente que bateu mesmo o martelo. Ainda penso até hoje como chegou o meu nome para ele ter essa certeza, que era o meu momento. O Marco Aurélio continua. Nós precisamos dele dentro da CBF''.

Seleção masculina é um espelho ou não

''Com certeza, eu acredito que nós temos que ouvir as pessoas que estão no ramo, há muito mais tempo que a gente. Eu e toda comissão, teremos o nosso modelo. A gente não vai copiar. Nós temos que criar algo diferente para o futebol feminino, mas tudo que for agregar e eu puder absorver do Tite, vou fazer isso, com certeza''.

Calendário é utopia 

''Não digo utopia. Hoje, não vejo isso com muita clareza, mas a CBF está modificando o calendário dela. Tem um outro formato hoje de campeonato brasileiro. Então, a gente precisa dar continuidade no trabalho e eles fazendo o trabalho deles. A gente está pedindo algumas mudanças, que eles estão atendendo. O grupo do comitê de reformas fez alguns pedidos, foram aprovados e sendo colocados em prática para 2017, no campeonato brasileiro. Então, a gente tem que continuar trabalhando e levar idéias para que eles possam nos atender e melhorar a modalidade no nosso país''.

Emily de destacou como técnica no São José dos Campos, a partir de 2013. Seu primeiro trabalho com a seleção será o Torneio Internacional, em Manaus, no mês de dezembro. O Brasil terá Rússia, Itália e Costa Rica como adversárias.


Palmeiras e Santos. Elenco e time
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Alexandre Praetzel

O Palmeiras será campeão brasileiro de 2016. Não tenho e nunca tive dúvidas sobre isso. É o elenco mais consistente do país. Os reservas com Vágner; Fabiano, Edu Dracena, Tiago Martins e Egídio; Arouca, Gabriel, Cleiton Xavier e Allione; Rafael Marques e Barrios vestiriam várias camisas de outros times brasileiros.

Entre os titulares, Mina, Vitor Hugo, Moisés, Tchê Tchê e Gabriel Jesus são candidatos à seleção do campeonato.

Agora, destaco também a formação principal do Santos. Completo, vejo o Santos como um TIME muito bom do torneio. Vanderlei; Victor Ferraz, Gustavo Henrique(machucado), Luiz Felipe(machucado) e Zeca; Thiago Maia, Renato, Vitor Bueno e Lucas Lima; Copete e Ricardo Oliveira. Gabriel Barbosa ainda foi embora no meio do ano e foi bem substituído por Copete. O Santos fez quatro pontos contra o Palmeiras, em dois confrontos.

Então, desde 2003, quando o Cruzeiro conquistou o primeiro Brasileiro de pontos corridos com várias opções no grupo, a regra é essa. Talvez, o Flamengo de 2009 tenha sido uma exceção. No mais, quem consegue sustentar e manter um elenco com 26 jogadores de bom nível, sem perda de conjunto e qualidade, conseguindo administrar o vestiário, vai bater campeão no final da temporada. Não precisa ser o melhor tecnicamente. Pode ser o mais competitivo.

Palmeiras tem um elenco com bons nomes. Santos ficou só com um time. Uma menção honrosa ao Flamengo e Atlético-MG, que perderam rendimento nas últimas rodadas.


Federação Baiana alerta para arbitragem nos jogos da dupla Ba-Vi
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Alexandre Praetzel

O presidente da Federação Baiana de futebol, Ednaldo Rodrigues, reclamou do critério de arbitragem para jogos de Bahia e Vitória, no fim de semana. O mandatário baiano não queria árbitros de estados que tivessem times disputando algo importante com seus filiados nas Séries A e B do Brasileiro.

Em Vila Nova-GO e Bahia, apitou o paranaense Rodolfo Marques. O Londrina é concorrente no acesso à Série A. Não houve problemas. O Bahia venceu por 1 a 0, em Goiânia, subindo para a quarta colocação.

Neste domingo, o Vitória recebe o Atlético-PR. O sorteio indicou o carioca Marcelo de Lima Henrique da Federação Pernambucana. O Sport luta com o Vitória para não ser rebaixado.

A assessoria de Ednaldo Rodrigues procurou o blog para registrar seu posicionamento. Perguntei se ele estava suspeitando de algo na competição. ''Jamais colocaria sob suspeita, mas acontece que todas as entidades do Brasil com clubes que disputam competições nacionais reclamam da arbitragem. Acredito que os árbitros sejam bons, mas alguns critérios devem ser revistos para o jogador entrar em campo preocupado apenas com a equipe adversária, e não com as decisões do árbitro. Já havia exposto verbalmente a minha insatisfação em algumas oportunidades, mas agora resolvi formalizar”, afirmou.

Ainda questionei-o se ele não teme represálias por parte da CBF. ''Não me importo muito com algum tipo de represália. Estou fazendo tudo com muita ética, sem ferir ninguém. Não acredito que isso trará algum prejuízo”, respondeu. Ednaldo Rodrigues é vice-presidente de Marco Polo Del Nero, na CBF.

O Vitória é 17º colocado com 36 pontos, na Série A. Precisa vencer o Atlético-PR para tentar sair do Z4 do Brasileiro. Vamos aguardar como será a partida.

 


A noite de Ricardo Gomes e Cueva
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Alexandre Praetzel

O São Paulo goleou o Corinthians por 4 a 0, no Morumbi e garantiu sua permanência na primeira divisão do Brasileiro. O resultado demonstrou a ampla superioridade tricolor em campo. Ricardo Gomes escalou o time com três atacantes diante de um adversário que tinha quatro jogadores no meio-campo, mas perdia todas as divididas.

O treinador são-paulino foi muito bem. Em nenhum momento, a equipe foi ameaçada pelo Corinthians. Dominou o jogo com Cueva solto em campo e determinando todo o ritmo da partida. O peruano foi o grande destaque e desequilibrou perante corintianos entregues e batidos com facilidade. Se tivesse mais dez minutos de jogo, o São Paulo devolveria a goleada de 6 a 1, em 2015.

Foi a noite de Ricardo Gomes. Criticado pela maioria da torcida, pegou um São Paulo desmanchado e lutando para não cair. Claro que muita coisa precisa ser corrigida, mas Ricardo sempre foi o menos culpado. Tem capacidade técnica e tática, apesar da sua limitação física, algo que não deve importar às pessoas. Ricardo merecia um grande resultado e mais respeito por parte de todos. Conseguiu.


Zé Teodoro critica gestão do SP e não vê Rogério Ceni como técnico do time
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Alexandre Praetzel

Zé Teodoro foi ídolo do São Paulo, na década de 1980 e início de 90. O ex-lateral direito e hoje técnico, conquistou quatro Campeonatos Paulistas em 85, 87, 89 e 91 e dois títulos brasileiros em 86 e 91. Zé Teodoro conversou com o blog com exclusividade e não poupou críticas à atual gestão do São Paulo e ao elenco tricolor. Leia abaixo.

São Paulo hoje

''Muito turbulento, inconstante. Acho que o São Paulo precisa melhorar em todos os setores. Tem errado muito em relação às mudanças, principalmente treinadores e jogadores. Acho que era o momento de poder rever os conceitos, analisar, para ter uma margem de erro menor. É um clube que precisa voltar a botar os pés no chão e resgatar sua condição, não viver do passado, do que já conquistou, ganhou e já fez. Hoje já tem clubes que passaram à frente, que estão sendo bem superiores. As informações e as coisas têm vazado com muita facilidade, pelo o que a gente tem observado. O clube está muito desprotegido. Então, precisa sentar, o presidente Leco rever algumas situações e dar oportunidade ao pessoal que realmente conhece da função, da área indicada que é o futebol. Precisa melhorar o ambiente, o aspecto político, o clube precisa voltar a vender sua imagem de formar jogadores na base. Não ter receio e medo de lançar jogadores. De saber contratar e se informar como da época que me contratou do Goiás. Então precisa ter conceitos e critérios para não errar tanto como errou neste ano e ter tanta dificuldade para conseguir classificação e permanência na primeira divisão''.

Rogério Ceni deve começar como técnico no São Paulo

''Olha, acho que ele deve fazer uma experiência na base. Deve trabalhar com alguns treinadores mais experientes. Ser um auxiliar permanente do clube. Pegar um pouco mais de cancha e de experiência. Ele é um ídolo. Acho que é muito cedo para ele, principalmente, no clube que ele tem uma história muito bonita. Acho que ele poderia realizar um trabalho fora, começar na base, no interior, num clube de outro estado. Evitar essa situação de chegar e já assumir essa responsabilidade, que é muito difícil como ídolo. O torcedor não vai perdoar dois, três, quatro resultados negativos. Vai jogar tudo para baixo o que ele fez na carreira como jogador. Então acho que ele deve ser muito bem aproveitado no clube ou trabalhar em outra situação. Ficar assessorando como auxiliar técnico um Vanderlei Luxemburgo, que é um cara de peso, como qualquer outro de nível. Acho que é fundamental ele começar de baixo, aprender, para depois, realmente pegar uma situação, que é uma situação muito difícil. Eu tenho experiência e posso orientar de uma forma que ele deva pensar, analisar, para não jogar por água abaixo o nome que ele fez dentro do São Paulo''.

Falta de comprometimento da geração atual

''Olha, eu tenho notado, não só no São Paulo. Em geral, o nível do futebol brasileiro teve uma queda muito grande nas Séries A e B. Eu acho que o balcão de negócios, o jogador não tem mais aquele sentimento, não joga mais com o coração, com alma, com aquela vibração e espírito mesmo. Eu acho que o futebol está mudando muito para o outro lado. O jogador não tem mais o comprometimento necessário. Em dois, três meses, ele já sai de um clube. Não cria um vínculo, como nós tínhamos um sentimento mais de gostar do clube. Não jogar só pelo dinheiro, mas sim para dar espetáculo, mostrar que o futebol não vive só da parte financeira. Precisa melhorar em vários aspectos. O jogador tem que fazer uma reflexão e conscientização da produção e rendimento dele. Está aproveitando em outros sentidos, em outras áreas, esquecendo às vezes de dar o que o torcedor quer na parte técnica, física. Há uma oscilação muito grande dos jogadores de hoje. O jogador tem que ter um comprometimento maior, uma responsabilidade maior e principalmente, com o torcedor e com tratamento melhor com a imprensa. Tem faltado muito de humildade ao jogador brasileiro. Todos aqueles estão alcançando uma questão financeira, que dá uma estabilidade ao jogador, eles estão esquecendo das suas raízes, da humildade, de tratar bem as pessoas, imprensa, no bom relacionamento que nós tínhamos na época que jogávamos. O futebol mudou muito. As pessoas, jogadores, dirigentes mudaram. O ambiente do clube não é dos melhores. Então, precisa rever alguns conceitos para voltar a fazer um futebol com mais alegria''.

Zé Teodoro disputou 262 jogos com a camisa do São Paulo, marcando sete gols. Como técnico, vai assumir a Aparecidense-GO, a partir de janeiro de 2016.


Dorival: “Modelo de gestão brasileiro está falido”
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Alexandre Praetzel

Dorival Jr. irá permanecer no Santos, no próximo ano. O treinador está feliz no clube e tem convicção de que vai cumprir seu contrato, até dezembro de 2017. Dorival conversou de forma exclusiva com o blog. Quer a permanência do elenco santista, acredita no título brasileiro e vê a falência no modelo de gestão do futebol brasileiro. Acompanhem abaixo.

Santos com possibilidade de título

''Eu sempre vou acreditar e confiando também na rodada seguinte, como vem sendo nestas últimas, quando temos por obrigação alcançarmos o resultado e as coisas têm acontecido. Naturalmente, eu tenho a consciência da distância que nos separa neste momento do líder do campeonato, mas eu ainda confio e acredito muito que poderemos ter coisas positivas até o final''.

O que falta para o Santos ser protagonista em um torneio nacional ou internacional

''Primeiro nós estamos começando a consolidar um elenco. Eu acho que isso é um fator importante. Não temos ainda um elenco totalmente formado. Tivemos uma quebra muito grande ao longo de toda a temporada, mesmo nos jogos finais do ano passado, quando a seleção nos tirou cinco jogadores. Importante para o clube, porém, é uma dificuldade muito grande para nós que dirigimos e que estamos finalizando competições. Gera uma dificuldade grande, porém é um fato que nós temos que enaltecer e não contestarmos. Até porque, há muito tempo que não tínhamos vários jogadores em uma seleção, como tem acontecido, neste momento da equipe''.

Relação com Modesto e quebra na regra de cumprir dois anos e meio de contrato

''Meu objetivo é esse. Eu vim para o Santos para que eu pudesse finalizar um trabalho que foi iniciado, em 2010. Espero que eu possa ter essa possibilidade. É muito difícil você falar em manutenção dentro do nosso país, mas eu acredito na palavra dada e acima de tudo, de minha parte, vou tentar cumprir o acordo até o último momento''.

Gostaria de contar com Robinho em 2017

''Eu acho que todo grande jogador, ele seria muito bem vindo. Robinho está num grande clube, fazendo um belo ano e eu sei que teríamos dificuldades em tê-lo no nosso elenco, neste momento. Porém, sempre gera uma expectativa e é natural que todo o treinador gostaria de ter um atleta deste nível, deste porte. Ainda mais, já tendo trabalhado com ele e conhecendo um pouco daquilo que o Robinho possa continuar realizando, ao longo da brilhante carreira que tem''.

Fotografia do time vai mudar para 2017

''Eu espero que não. Talvez uma ou outra natural alteração da equipe e uma contratação ou outra. Espero que o Santos possa manter este elenco, buscarmos alguns reforços pontuais que reforçarão consideravelmente a equipe, para que nós finalizemos a montagem do elenco. Ainda não vejo o elenco do Santos completo. Eu acho que isso daí é uma necessidade e a partir do momento que nós consigamos a manutenção da maioria destes jogadores e possivelmente com a chegada de mais alguns elementos, aí sim eu acredito que daremos um passo um pouco diferente em relação à grande maioria das equipes do Brasil. Eu acho que o Santos ainda está caminhando para isso e precisa se preocupar em manter o máximo possível deste elenco''.

Elano como auxiliar técnico

''Eu acho que é um grande profissional, tem uma bela história. Deixou uma marca muito grande dentro do próprio Santos. Está se preparando para um novo momento, essa transição é difícil, só ele mesmo para poder definir e determinar aquilo que pense para a carreira. Mas seria muito bem vindo dentro do nosso grupo de trabalho''.

Atrito com Marcelo Fernandes

''Assim, uma situação interna que foi conversada com a diretoria. Respeito muito o Marcelo, como profissional que é. Apenas, um desencontro numa situação natural, normal. Mas o respeito continua. Ele vai seguir a vida dele dentro do próprio Santos. Porém, neste momento, ele não faz mais parte da nossa equipe técnica e é natural que teríamos que ter uma mudança, naquele instante, em razão do próprio acontecido. Se fez necessário e eu espero que o Santos continue buscando boas condições de trabalho e os melhores resultados possíveis. Desejo muita sorte a ele e na sua vida profissional''.

Momento dos técnicos brasileiros incomoda

''Incomoda porque eu vejo o que muito pouco foi feito. Nós ainda precisamos de uma mudança considerável em todos os sentidos para que tenhamos primeiro a profissão regulamentada, o que isso ainda não acontece no nosso país. A grande maioria dos profissionais que trabalham no interior do Brasil ainda não possui nenhuma carteira de trabalho assinada. Isso gera uma dificuldade muito grande. Então, para um lugar onde nós não temos o principal, estamos ainda engatinhando no sentido de estabilizarmos a profissão e acima de tudo, que possamos fornecer conhecimento e condições para que um profissional possa estar crescendo e melhorando na sua profissão''.

Mágoa do Palmeiras em 2014

''De maneira nenhuma. Página virada. Eu tenho respeito muito grande pela entidade, pelas pessoas que dirigem o Palmeiras. Houve sim um desencontro, em razão de uma promessa feita, porém não tenho problema nenhum, situação nenhuma. O que passou, passou. Continuo minha vida profissional, tentando fazer o melhor pelo Santos e respeitando muito tudo o que tem acontecido na vida do Palmeiras''.

Modelo de gestão brasileiro se esgotou

''Eu sou totalmente contrário. Acho que é um modelo falido, completamente. Isso prejudica em demasia os clubes. Compromete a própria política interna, que ela se faz muito importante e necessária do que seria mais plausível dentro de um clube, de um trabalho. Eu acho que é desnecessário você falar que pessoas que torcem pela mesma entidade brigam entre si para que estejam no comando dos clubes. Isso daí é inaceitável e inconcebível que continue acontecendo. Os clubes perdem muito espaço com tudo isso. A cada dois anos, estão muito preocupados em brigar por um poder eleitoral do que propriamente por uma condição de administração e gestão dentro dos próprios. Então é um modelo que, sinceramente, não traz mais nada de bom e faz com que os clubes fiquem vulneráveis e sempre na dependência do próximo presidente, da próxima equipe de diretores que entrará na entidade e que também daqui a um ano também estarão brigando por uma nova condição. Isso acaba dificultando a vida do clube e a política passa a ser muito mais importante do que a própria entidade''.

Vitor Bueno é a revelação do Brasileiro

''Eu acho que é um dos grandes jogadores que apareceram, assim como outros, mas o Vitor já vem se consolidando como uma grande promessa. Um garoto que passa de uma grande promessa para uma realidade. Começa a se confirmar como profissional. Eu fico muito feliz com o crescimento desse garoto. Espero que ele continue melhorando a cada momento''.

Conselhos e sugestões para treinadores

''Primeiro que se preparem muito. É uma profissão difícil, muito complicada no nosso país. Muito combatida. Poucos profissionais conseguem chegar num nível aceitável. Não é fácil. Para quem já esteve dentro de um vestiário, as coisas já são bem complicadas. Eu fico imaginando para quem nunca esteve, nunca participou de um vestiário, com certeza, terá muitas dificuldades. Por isso, essa preparação inicial passa a ser fundamental. Hoje, nós estamos vivendo um novo momento. Eu espero que esses profissionais que cheguem, cheguem muito mais preparados do que a nossa geração. Nós estamos trabalhando também para que continuemos desenvolvendo nossas carreiras, porém, sabendo que precisamos de uma mudança geral em todos os sentidos, do próprio treinador, da maneira de como ele se conduz perante um grupo. Do enfrentamento que ele terá que ter a partir deste momento. Da forma de gestão dele como profissional. Da maneira como ele passará a administrar seres humanos. E a própria preparação técnica e tática do profissional, terá que ter uma mudança considerável e vem acontecendo. Bons profissionais têm aparecido no nosso mercado. Espero que continuemos assim, mas que, acima de tudo, possamos proporcionar ao profissional a possibilidade dele poder aprender, desenvolver, adquirir conhecimento. Neste sentido, nós estamos ainda muito aquém e distantes para que tenhamos no país a nossa profissão primeiramente reconhecida e posterior a isso, que possamos ter profissionais preparados para que possam preparar novos profissionais na área. Isso será fundamental para que tenhamos crescimento na função''.

Dorival Jr. está na sua segunda passagem pelo Santos. Em 2010, foi campeão paulista e da Copa do Brasil, com um time que encantou o país com Neymar, Ganso e Robinho. Retornou em julho de 2015 e foi vice-campeão da Copa do Brasil. Em 2016, conquistou o Paulista e é terceiro colocado no Brasileiro com 61 pontos, seis atrás do líder Palmeiras, faltando cinco rodadas para o término da competição.


Marcelo Oliveira chegou a mais uma decisão. Competência ou sorte?
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Alexandre Praetzel

Marcelo Oliveira está na quinta final da Copa do Brasil, nos últimos seis anos. Chegou com o Coritiba, em 2011 e 2012, perdendo para Vasco e Palmeiras. Foi vice também pelo Cruzeiro, em 2014, na derrota para o Atlético-MG e levantou o caneco com o Palmeiras, em 2015, batendo o Santos. Agora, leva o Galo à decisão contra o Grêmio. Além disso, foi bi brasileiro com o Cruzeiro, em 2013 e 2014. Um currículo invejável, recentemente.

Mesmo assim, ainda é contestado. Leio colegas de Minas Gerais e torcedores atleticanos reclamando da falta de padrão tático do time, vencendo jogos na base da qualidade de alguns jogadores em detrimento do coletivo. Vi um filme igual no Palmeiras e fui muito crítico também. As equipes de Marcelo marcam gols, são ofensivas, mas sofrem defensivamente, porque não há equilíbrio e conjunto entre os setores. Os desempenhos mostram isso, mas o treinador está lá de novo, brigando por um título, dirão seus defensores e o próprio Marcelo.

Assim, deixo a pergunta no ar. Marcelo tem competência ou sorte por sempre estar trabalhando com bons atletas?

Provavelmente, cada vez que surgir esta questão, Marcelo dirá: ''Fui bicampeão brasileiro consecutivo com o Cruzeiro e disputei cinco finais de Copa do Brasil, em seis anos''. Para os técnicos e grande parte das torcidas, isso basta. Ganha e chega em decisões. Para a imprensa, é preciso também deixar um legado e apresentar um trabalho consistente, porque senão sempre ficaremos no ''ganhou, está bom. Perdeu, está ruim''.

Marcelo Oliveira terá emprego o resto da vida pelo seu currículo, no futebol brasileiro. Isso ninguém tira dele. Agora, é possível sim, debater e discutir porque ganha e porque perde.


Caio Jr. sonha com a S.Americana e está pronto para qualquer time do mundo
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Alexandre Praetzel

A Chapecoense começa a decidir uma vaga na final da Copa Sul-Americana, nesta quarta-feira, contra o San Lorenzo, em Buenos Aires. O técnico Caio Jr. conversou com o blog com exclusividade sobre a tentativa do título histórico, a situação dos técnicos brasileiros e sua preparação para treinar qualquer equipe do futebol mundial. Acompanhem abaixo.

Chapecoense tem time para ganhar a Sul-Americana

''A grande vantagem deste grupo que eu assumi, é que esses jogadores já tiveram uma experiência muito importante, em 2015, caindo nas quartas-de-final para o River Plate-ARG, ganhando uma partida deles. Então, isso gerou muita bagagem, culminando com a eliminação do Independiente-ARG, um time fortíssimo este ano. Empatamos com eles e ganhamos nos pênaltis, em Chapecó. Agora, passamos pelo Júnior Barranquilha da Colômbia. Estamos provando dentro do campo. Óbvio que o San Lorenzo é uma equipe forte, mas todas essas experiências e o fato de jogar o segundo confronto em casa, nos credencia sim para irmos à final. Eu acredito muito nisso''.

Modelo de jogo e trabalho 

''Trabalhei praticamente ao longo deste campeonato e nas últimas equipes que dirigi, num 4-2-3-1 ou 4-1-4-1. São os sistemas mais modernos, mais atualizados, onde você tem variações táticas em função dos jogadores que estão à disposição. São realmente esses os modelos. É um modelo de trabalho moderno, atualizado, trabalho sempre com uma comissão técnica de alto nível, que engloba todas as funções. A função do analista é fundamental. Trabalho muito com vídeo, as edições do adversário da nossa equipe para que você consiga fazer com que o jogador entenda visualmente a evolução do time, o acerto e também o adversário. A fisiologia e a psicologia e todas as áreas importantes do futebol, eu uso muito. Acredito que nesses últimos dez anos, evoluí muito. Há dois anos, acompanhei o Ancelotti no Real Madrid, por uma semana. Isso foi importante para ver que eu estava no caminho certo, com uma linha de trabalho. Acho que o Guardiola tem uma linha também que me chama muita atenção e sigo algumas idéias, principalmente, em relação aos jogos reduzidos, que você consegue fazer o principal no futebol moderno. Perdeu a bola, pressiona. Ganhou a bola, abre. Cria uma amplitude para que a equipe dificulte para o adversário marcar. São dois pontos principais que me baseio nos treinamentos. Sempre com treinamentos voltados para o desenho da equipe e objetivos práticos onde os jogadores tenham satisfação e prazer em trabalhar. Não poderia estar melhor. Eu realmente me sinto no melhor momento da minha carreira''.

Passagem pelo exterior trouxe algo diferente  

''Claro, sem dúvida. Aprendi muito no exterior. Foram ao todo, nestes últimos dez anos, mais de cinco anos e meio trabalhando em países diferentes. No Japão, aprendi muito a organização do trabalho com os japoneses. Ali, abri muito minha mente em relação a isso. Eles são inigualáveis em termos de organização, disciplina no trabalho. Depois, passei pelo Qatar. Ganhei três títulos no Al Gharafa. Convivi com vários treinadores estrangeiros de diferentes países. Troquei muitas idéias e isso me abriu outros caminhos também. Nos Emirados Árabes, duas passagens pelo Al Jhazira e Shabab, também fui campeão nas duas equipes. Sou considerado um treinador muito respeitado no mundo árabe. Foram três clubes diferentes e cinco títulos. Meu mercado lá é de alto nível. Foram três clubes grandes e está sempre aberto com a possibilidade de eu voltar. A relação com treinadores europeus e asiáticos, onde você troca idéias, observa treinamentos, observa idéias de jogo, conceitos de trabalho em que você sempre aprende alguma coisa e evolui com certeza. Foram experiências fantásticas na minha vida. Isso é o mais importante''.

Contra técnicos estrangeiros no Brasil

''Pelo contrário. Sou totalmente a favor. Eu mesmo fui treinador em três países diferentes e fui jogador em Portugal. Sempre fui muito bem tratado. Acho que é salutar, é importante essa troca de idéias e informações. A gente vê como é difícil ser treinador no Brasil. Os que passaram por aqui tiveram muitas dificuldades. Não conseguiram se firmar. Isso valoriza mais os treinadores brasileiros''.

Momento dos técnicos brasileiros

''A Copa do Mundo, principalmente o jogo contra a Alemanha, gerou uma situação muito negativa. Eu estava fora do país, naquele momento, e senti claramente isso. Gerou uma desconfiança, uma imagem que não é a real. Foi apenas um jogo, uma situação pontual, mas refletiu muito no mercado. A maioria dos treinadores que estavam fora do país, voltou. Inclusive, nos Emirados, onde eu estava, não tem nenhum treinador brasileiro trabalhando, o que é ruim. Muito em função dessa situação, que já está mudando. Acho que com a chegada do Tite à seleção, a imagem já mudou completamente. Conquistamos a Olimpíada, algo muito positivo também. Vejo também uma geração de treinadores muito boa. Modernos, atualizados. O que nós precisamos é de formação. A CBF agora tem uma certa preocupação com cursos, mas não tem como comparar à formação dos europeus, que é uma obrigatoriedade de dois anos. Eu mesmo fiz o curso principal da Ásia, em Dubai, com instrutores ingleses e alemães. Me deu uma possibilidade de evoluir, aprender. Acho que é muito importante a formação. Os que estão começando deveriam ter uma obrigatoriedade de alguns anos, de ciclos, para que você chegue a uma primeira divisão. O grande problema do Brasil é que qualquer pessoa ou ex-jogador pode ser treinador da noite para o dia. Isso é o nosso grande problema''.

Perdeu espaço nos clubes grandes ou não

''Na verdade, minhas passagens pelos clubes grandes foram ótimas no Brasil. Como não aconteceu um título, talvez não tenham sido lembradas. Pelo Flamengo, eu fiquei em quinto lugar no Brasileiro. Foi uma temporada espetacular. É só você pegar os últimos dez anos e ver quantas vezes o Flamengo ficou entre os cinco primeiros. No Botafogo, ficamos entre os quatro primeiros o campeonato inteiro e se criou uma expectativa acima da média. Montei uma equipe que no ano seguinte deram sequência com o Oswaldo Oliveira e fizeram outro Brasileiro maravilhoso. Foram campeões carioca e classificaram para a Libertadores. Vários jogadores foram para a seleção brasileira com o meu comando. Até hoje sou lembrado com muito carinho por torcedores do Botafogo e Flamengo. No Palmeiras, foi meu segundo trabalho, depois de levar o Paraná Clube à Libertadores. O clube estava numa situação financeira terrível. Não contratamos praticamente ninguém de renome. Ficamos em segundo lugar uma grande parte do campeonato. Na reta final, perdi o Valdívia e não conseguimos a classificação para a Libertadores, mesmo sempre no grupo de cima. Foram trabalhos de alto nível e que eu me orgulho muito. Obviamente, eu evoluí muito mais nesses últimos dez anos e me sinto muito mais preparado para dirigir qualquer equipe do Brasil e do mundo. É o meu melhor momento. Assim como estou na Chapecoense com muito orgulho, posso escolher onde trabalhar por tudo o que eu conquistei, financeiramente. Tenho esse orgulho depois de tanto trabalho e dedicação. Escolhi a Chapecoense porque sabia que era um clube sério, organizado e poderia dar certo ao meu perfil e minha maneira de trabalhar. Espero que eu conquiste os objetivos finais que ainda não conseguimos. Tentar a melhor colocação da história do clube no Brasileiro e chegar à final da Sul-Americana. Realmente é um sonho e temos a possibilidade disso''.

2017

''Só vou pensar em 2017, a partir de dezembro, quando terminar a temporada. Minha cabeça está em terminar a temporada da melhor maneira possível com a Chapecoense. Aprendi que no futebol as coisas acontecem ao natural. O importante é se dedicar e dar o máximo, no momento que você está vivendo e trabalhando num clube. É isso que estou fazendo na Chapecoense e vou fazer até o meu último dia de trabalho nesse ano''.

Caio Jr. está com 51 anos. Seu principal título no futebol brasileiro é o campeonato baiano de 2013, com o Vitória. Na Série A, a Chapecoense é 11ª colocada com 43 pontos e permanecerá mais um ano na primeira divisão.


Paulo André esclarece fim do Bom Senso e vê modelo brasileiro esgotado
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Alexandre Praetzel

Paulo André foi um dos mentores do Bom Senso, movimento que pretendia mudanças no calendário, gestão e direitos no futebol brasileiro. Foi elogiado por vários profissionais e pela mídia, mas encontrou forte resistência entre os dirigentes. Aos 33 anos, o zagueiro atua no Atlético-PR. Em entrevista exclusiva ao blog, Paulo André apontou o esgotamento do modelo brasileiro e viu dificuldades no posicionamento da categoria no Brasil. Leia abaixo.

Fim do Bom Senso

''Terminou pela falta de engajamento de novos atletas, falta de diálogo com a CBF, falta de verbas para financiar um projeto de advocacy de longo prazo em Brasília''.

Participação no movimento prejudicou a carreira

''Eu não me importo com isso. Tenho orgulho do que fiz e faria tudo novamente. Ganhei mais inimigos do que amigos, é verdade''.

Por que grandes nomes não protestam no futebol brasileiro

''Da mesma forma que a maior parte dos grandes grupos de mídia defendem apenas seus interesses e buscam sua sobrevivência e maior fatia do bolo, a maior parte dos atletas busca garantir seu próximo contrato e as boas relações com os patrocinadores. Se posicionar no país em que vivemos e defender uma ideia é quase um pecado. Falta educação e politização, não só aos atletas, mas à população em geral. Enquanto isso continuar assim, os políticos explorarão e abusarão das nossas riquezas''.

Clubes têm medo de Marco Polo Del Nero

''Cara, os presidentes de clubes têm medo da derrota, da pressão da mídia e da torcida. Eles sabem que esse somatório não lhes permitirá prosseguir no clube nas próximas gestões. Se Marco Polo tem poder de controlar os resultados, não sei. Mas que esse medo de perder o poder os incapacita de enxergar o negócio futebol no longo prazo e acaba por fazer com que eles não se organizem e não lutem por melhores condições para o todo, sem dúvida que sim''.

Modelo de gestão se esgotou no Brasil

''O modelo jurídico dos clubes se esgotou. Não há gestão que vença a ingerência política. Ou lutamos para que os clubes sejam empresas com responsabilidade, ou ficaremos enxugando gelo''.

Ex-presidente Petraglia vê o Atlético-PR campeão do mundo num futuro próximo

''Eu acredito. O Atlético está muito à frente de todos os clubes brasileiros no quesito gestão e inovação. Se a partilha dos direitos de transmissão de TV for mais igualitária e meritocrática, o Atlético conseguirá, sem fazer loucuras financeiras, estar entre os quatro melhores clubes do Brasil, ano após ano''.

Gramado sintético da Arena é uma vantagem do Atlético-PR

''É uma vantagem financeira, sem dúvida. O custo de manutenção é baixo e o estádio pode receber shows à vontade. Esportivamente, não vejo vantagem. É o melhor gramado do país, todos os atletas que vieram jogar aqui, elogiaram. O Palmeiras deve seguir esse exemplo para otimizar sua arena e não prejudicar a qualidade dos seus jogos''.

2017 e aposentadoria

''Estamos conversando sobre a renovação. Me sinto em casa aqui e acredito no trabalho que está sendo feito. O ano que vem tende a ser o último dentro de campo''.

Serás executivo ou treinador

''Essa é a pergunta que me faço diariamente. No momento, estou concluindo a faculdade de administração e finalizando uma pós-graduação em gestão do esporte. Não tenho pressa''.

Saída do Corinthians

''Saí porque não era bem quisto por uma parte da diretoria. Meus planos eram de encerrar a carreira por lá e continuar no clube, mas incomodei muita gente com as questões do Bom Senso. O meu contrato não seria renovado e, por isso, precisei seguir a vida''.

Paulo André ganhou todos os títulos possíveis com o Corinthians de 2009 a 2014. No Atlético-PR, atua pela segunda vez. Começou no Guarani e ainda passou por Le Mans da França, Shangai da China e Cruzeiro.


Citadini vê dificuldades no Corinthians e não descarta candidatura em 2018
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Alexandre Praetzel

O Corinthians vive uma turbulência política, com vários movimentos lutando pelo poder do clube. Alguns conselheiros entendem que 2017 será um ano muito difícil, fora de campo, projetando a eleição de 2018. O blog entrevistou Antonio Roque Citadini, candidato derrotado à presidência por Roberto de Andrade, em 2015. Acompanhem.

Gestão de Roberto de Andrade

''Eu creio que o clube vive um momento de grande dificuldade. Acho que as dificuldades estão no futebol por causa das mudanças no time, a queda de receitas, no estádio. Então, a administração vive um momento muito ruim. É preciso que a gestão mostre sua importância nesses momentos''.

Pagamento do estádio preocupa

''Olha, preocupa. A questão do estádio é muito simples. O Corinthians tem um contrato com a Odebrecht. Esse contrato está sendo auditado junto com a obra porque o Corinthians precisa verificar se tudo que consta no contrato foi construído. Não foi. O que não foi construído, o que foi mal construído, o que foi construído com preços muito altos, tudo isso será descontado para efeitos de pagamento''.

Naming Rights virou utopia

''O problema dos Naming Rights é um problema só. O Brasil vive uma brutal crise econômica e não tem empresa para botar dinheiro no futebol ou em outras coisas qualquer. Então, nós estamos pagando esse preço. O Corinthians construiu um estádio quando o país estava crescendo, todo mundo investindo. Agora, o Brasil está num outro momento com a economia afundando. É claro que isso prejudica a questão dos Naming Rights do estádio''.

Futuro do Corinthians será sofrido pelas dívidas

''Nós temos que ver dois aspectos. Evidente que a dívida nós vamos pagar. Vamos pagar o estádio, calcular o valor correto e pagar. Especialmente, pagar o BNDES. Agora, temos que ver o lado positivo. O estádio deu um grande diferencial para o Corinthians. O Corinthians ganhou partidas como mandante como nunca ganhou, por causa do estádio. É dificil ganhar do Corinthians no nosso estádio''.

Oswaldo de Oliveira é um bom nome

''É um profissional de qualidade. Já foi técnico do Corinthians, campeão. Torcemos para que vá tudo bem''.

Candidatura à presidência em 2018

''Candidatura quem define é o eleitor. Muitos querem que eu seja candidato, mas é um negócio que deve ser decidido para frente, na hora de sair candidato''.

Citadini tem 66 anos e foi vice-presidente de futebol de 2001 a 2004, na gestão de Alberto Dualib. É conselheiro vitalício do clube. A dívida do estádio chega a R$ 1,6 bilhão, segundo muitos conselheiros do clube. O presidente do Conselho Deliberativo, Guilherme Strenger, disse que o valor é impagável, em entrevista exclusiva ao blog, recentemente.