Blog do Praetzel

Arquivo : estádio

Santos precisa do Pacaembu. E vice-versa
Comentários Comente

Alexandre Praetzel

Neste domingo, acordei cedo e me dirigi ao Pacaembu para ver Santos e Bahia. No trajeto do meu bairro até o estádio, milhares de santistas chegando em famílias, grupos de amigos e muita tranquilidade. A bela manhã de sol se refletiu no estádio com ótimo público e vitória santista por 3 a 0.

Quando o locutor anunciou o público de 32.869 pagantes com 35.769 no total e renda de R$ 1.282.430,00, torcedores aplaudiram. E isso aconteceu porque os santistas querem um local maior para ver seu time do coração. A Vila Belmiro é histórica e teve sua importância, mas ficou defasada, perto das novas arenas.

Só para efeito de comparação, no último clássico entre Santos e São Paulo na Vila, houve 10.520 pessoas para R$ 423.000,00. Palmeiras e Corinthians se enfrentaram no Allianz Parque para 39.091 pagantes e R$ 2.800.000,00 de bilheteria. A diferença é abissal. A curto prazo, o Santos ainda pode concorrer, mas a médio e longo prazo ficará para tràs, numa espécie de Série B financeira, perto dos rivais.

O Santos necessita de um estádio maior, com mais conforto e capacidade para também aumentar suas receitas. Dirigentes e conselheiros precisam fugir do discurso provinciano e pensar o Santos grande, como sempre foi. A conversa de que o time é mais forte na Vila, também é passado. Em 2017, perdeu para Ferroviária, São Paulo, Cruzeiro e Sport.

Então, é hora do Santos ter uma casa melhor. Acho que o Santos precisa do Pacaembu e vice-versa. Claro que o poder municipal pode ajudar, num acordo bom para ambas as partes. E isso já passou do tempo, na minha opinião.

Adoro o Santos. Nasci em Porto Alegre e sempre vi esse clube histórico concorrer de igual para igual na questão técnica. Agora, se não mudar o pensamento profissional e empresarial, vai perder muito espaço, cada vez mais.


Paulo Garcia quer foco exclusivo no Corinthians e pagamento do estádio
Comentários Comente

Alexandre Praetzel

Paulo Garcia nunca escondeu o sonho de ser presidente do Corinthians. Filho de Damião Garcia, conselheiro vitalício e irmão do empresário Fernando Garcia, com grande trânsito no clube, Paulo Garcia concedeu entrevista exclusiva ao blog sobre o momento financeiro delicado, a ameaça de impeachment do presidente Roberto de Andrade e a situação da Arena Corinthians, impagável para a maioria dos conselheiros. Leia abaixo:

Impeachment de Roberto de Andrade 

“Primeiro precisamos pensar no Corinthians, o que não vai prejudicar ainda mais o Clube. Existe uma comissão de Ética analisando o caso. Precisamos aguardar a apuração dos fatos e principalmente, não julgar politicamente. Não é hora de política e sim de termos a responsabilidade de não fazermos desse momento, uma batalha entre situação e oposição. Não podemos permitir que ninguém queira se aproveitar desse momento difícil para fazer política. Temos uma obrigação de pensar no Corinthians”.

Candidatura à presidência em 2018

“Não posso trabalhar e ninguém deveria trabalhar para ser candidato agora. Primeiro temos que pensar e trabalhar para o Corinthians. Daqui um ano teremos a eleição. No momento certo, eu me reúno com meu grupo e aí sim, escolheremos o melhor nome para participar da eleição. Hoje, ficar fazendo campanha é oportunismo, só cria um ambiente de maior tumulto dentro do clube e não acrescenta nada”.

Andrés é o culpado pelo imbróglio do estádio?

“O país tem uma grave crise que se arrasta por quase três anos. Isso atrapalhou a vida de todo mundo. Muitas empresas estão passando por momentos difíceis, tendo que realinhar seus projetos com esse momento econômico. O nosso estádio nasceu no meio de um momento muito positivo da economia do país. A realidade mudou. Temos que rever e reestruturar o projeto da Arena. É um patrimônio muito importante para a vida e história do clube”.

Estádio é impagável?

“Temos uma obrigação, pagar pelo que é nosso. Vamos cumprir. Podemos e devemos discutir mudanças na estrutura do negócio. Temos gente competente, comprometida com o Corinthians para colocar o projeto dentro de uma situação adequada. É desta forma que devemos direcionar essa situação. As famílias brasileiras que compraram seus imóveis, nesse momento conturbado da economia, negociam com as instituições financeiras uma maneira adequada para manter seu patrimônio. Temos que fazer o mesmo. No nosso caso, a Arena deve ter aproveitamento para gerar mais recursos e ser sustentável”.

Força do empresário Fernando Garcia no clube

“Todo mundo sabe que o Fernando é meu irmão. Renunciou ao cargo de conselheiro vitalício para não falarem que negociava com o clube sendo conselheiro, respeitando o Estatuto. Não sou presidente e nesse momento não sou candidato. Isso colocado, qualquer pessoa que traga uma boa oportunidade, um bom negócio para o Corinthians, deve ser analisado apenas pelo negócio que traz. Já imaginou se o o presidente perguntar primeiro para alguém, para quem ele torce e só fizer negócio com quem torce para o Corinthians, se não negociar com quem não gosta, com quem não pensa da mesma maneira que ele? Quem sentar na cadeira de presidente tem uma obrigação: fazer sempre o que for melhor para o Corinthians, administrar de maneira transparente e profissional”.

Situação financeira do clube

“Nossa situação financeira pode não ser confortável, porém tenho certeza de uma coisa: o Corinthians é muito grande e se todos os verdadeiros corintianos se unirem, saímos dessa situação”.

Luís Paulo Rozemberg deveria voltar?

“Sem individualizar nomes, o lugar de quem realmente quer colaborar e contribuir nesse momento e pensa no Corinthians, deve estar no clube. É hora de trabalhar pela instituição, sem pensar em benefícios próprios. Por isso que te falo, na hora da eleição, cada liderança junta seu grupo, apresenta suas ideias e busca vencer nas urnas para ter a honra de ser presidente do Corinthians”.

Carille e grupo de atletas

“Seria injusto se simplesmente analisasse o Carille e os jogadores sem que tenham a oportunidade de mostrar seu trabalho. É dentro de campo, nos jogos, ao longo da temporada, que todos nós vamos poder analisar o elenco e o comando do time. O que é obrigação de quem veste nossa camisa, é ter garra, honrar nossa história e lutar sempre”.

A próxima eleição à presidência do Corinthians será em fevereiro de 2018. Paulo Garcia e Antonio Roque Citadini são nomes fortes para disputar o cargo.

 


“Corinthians se tornou fonte de renda ilícita para muitos”, diz Tuma Jr.
Comentários Comente

Alexandre Praetzel

A situação financeira do Corinthians e o futuro da Arena preocupam muitos sócios, conselheiros e torcedores. Romeu Tuma Jr. é um deles. Tornou-se conselheiro do Corinthians em 1990 e virou vitalício, em 2003. É um dos principais opositores da atual gestão corintiana. O ex-Secretário Nacional de Justiça do Governo Federal do PT, advogado e delegado de polícia, disparou contra a atual gestão, bateu forte nos próprios conselheiros e acredita que existam focos de corrupção no clube. Tudo isso e mais um pouco em entrevista exclusiva ao blog. Não deixe de ler, abaixo.

Impeachment de Roberto de Andrade

“Precisamos esperar as investigações que já solicitei na Polícia e as informações que ele deve dar à respeito dos fatos. Não creio que tenha agido só nos episódios dos contratos. Portanto, é necessária uma ação no campo político, onde se dá o impeachment, que abranja todos os envolvidos. Neste sentido, creio que precisamos conhecer toda a extensão dos atos, beneficiários e os porquês”.

Atual gestão 

“Uma gestão que tem pago pelas promessas , desmandos e compromissos das anteriores nesse ciclo que se intitulou “Renovação e Transparência”, onde não tem qualquer mudança de métodos abominados no passado, além de muita obscuridade. Fizeram um discurso para se elegerem, o da continuidade, sem se falar em contenções de gastos, até para não expor os problemas que deveriam conhecer. Hoje vivemos essa situação de um clube sem atrativos e um time sem competitividade e sem investimentos, nem reposições. Aliás, têm contas que foram assumidas e estão sendo pagas, quando o atual presidente era o vice de outra administração. Exemplo maior é o caso Pato”.

Situação e gastos do estádio preocupam

“Preocupam e muito. Aliás, lá atrás, eu já advertia que não acreditava num negócio onde uma Empreiteira bancaria uma obra dessa magnitude, sem ter garantias ou alguma vantagem, investindo seu dinheiro na frente. Não existe isso!! Tudo pelos belos olhos de alguém? Alertei que isso um dia iria estourar e que o clube poderia se ver envolvido em mais um escândalo e ficar sem o Estádio ou com uma dívida impagável. Parece que estamos diante disso agora. Aparecem contratos com assinaturas indevidas, fraudadas, outras feitas às vésperas das eleições. Enfim, coisas extremamente nebulosas que devem gerar consequências muito ruins”.

Andrés Sanchez fez bem ou mal ao clube

“Fez um discurso do bem e agiu de forma contrária ao que parece. Ele se aproveitou de uma situação na qual não teve qualquer protagonismo, muito pelo contrário. Quando do impeachment do Dualib, assumiu como se fosse o pai da criança. Soube se utilizar das amizades que tinha no governo e no PT para supostamente beneficiar o clube, sem medir as consequências. O preço disso está aí. Muito do que seu grupo sempre repugnou nos discursos, eles acabaram repetindo na Administração”.

Há corrupção no Corinthians 

“Não tenho dúvida de que o Corinthians se tornou fonte de renda ilícita para muitas pessoas. A própria investigação da Lava-Jato prova isso, além das denúncias de crimes nas categorias de base”.

Futuro difícil pelas dívidas

“Sem dúvida. Há um buraco negro que ninguém consegue mensurar”.

Apoio na próxima eleição em 2018

“Vou avaliar no momento oportuno até porque não se trata só de nomes, mas de modelo de administração e comprometimento com alguns princípios, especialmente a ética e a moralidade”.

Temor da Lava-Jato no clube

“Eu mesmo fiz esse questionamento há muito tempo numa reunião do Conselho, diretamente ao Deputado Andrés e aos demais diretores. Devemos nos preocupar com a Lava-Jato no Corinthians? O Clube será envolvido ainda que moralmente nessa operação? Responderam que não. Eu tinha certeza que sim. Estamos novamente nas páginas policiais. O Corinthians é vítima nessa história. Tem que se livrar dos problemas da Lava-Jato com coragem, especialmente das pessoas e instituições envolvidas, que têm causado danos à imagem do clube e que por ventura romperam cláusulas contratuais. Elas que paguem a conta, não o clube, que é vítima”.

Conselheiros foram omissos na proposta do estádio

“Sempre me posicionei contra essas parcerias nebulosas. Os conselheiros do clube, muitas vezes, agem com paixão e sob influência dos dirigentes que nos acusam de “oposicionistas” para desviar e minimizar as críticas e esconderem a realidade. Além do que, raríssimas vezes o Conselho recebe as devidas informações sobre o que de fato vai decidir. Assim também ocorre com o CORI. Isso influencia e facilita para que a Diretoria faça suas vontades sem qualquer transparência e induza alguns conselheiros de boa-fé ao erro, forçando-os a votar com a emoção. Mas ainda assim, o Conselho é uma instância institucional do clube e tem suas responsabilidades estatutárias. O conselheiro precisa entender isso”.

Idéias para o clube, no geral 

“Uma efetiva renovação nas práticas de administração e nos conceitos do que é oposição e situação. O clube encontra-se numa situação que precisa efetivamente de pessoas com muita competência e disposição para torná-lo grande e viável novamente. É um enorme desafio conseguir administrá-lo sem compadrios e sem barganhas políticas com quadros desqualificados. Estamos falando do Corinthians, não de um clube de bocha do interior. O Corinthians tem sido administrado como uma agremiação político-partidária, para uso de pessoas e de grupos. Isso precisa acabar”.

Corinthians está perdendo espaço para os rivais

“Sem dúvida”.

Naming Rights virou utopia

“Não acho que seja utopia, mas hoje quem vai expor sua marca num estádio caindo aos pedaços ou ao menos que ninguém conheça a situação de fato e de direito? Quem vai expor sua marca num estádio à beira de uma operação Lava-Jato, discutindo sua construção? É preciso limpar a área, reestabelecer a credibilidade, a transparência e aí sim, se buscar atrair interessados em se associar com nossa marca, que é uma das maiores e melhores do Mundo”.

Em 2013, Romeu Tuma Jr. escreveu o livro “Assassinato de Reputações – Um Crime de Estado”, em que denuncia o que ele considera como aparelhamento do governo pelo PT para cometer crimes, em especial pedidos heterodoxos feitos a ele quando Secretário no Ministério da Justiça e que Lula teria sido informante do governo militar, em 1980.


Citadini vê dificuldades no Corinthians e não descarta candidatura em 2018
Comentários Comente

Alexandre Praetzel

O Corinthians vive uma turbulência política, com vários movimentos lutando pelo poder do clube. Alguns conselheiros entendem que 2017 será um ano muito difícil, fora de campo, projetando a eleição de 2018. O blog entrevistou Antonio Roque Citadini, candidato derrotado à presidência por Roberto de Andrade, em 2015. Acompanhem.

Gestão de Roberto de Andrade

“Eu creio que o clube vive um momento de grande dificuldade. Acho que as dificuldades estão no futebol por causa das mudanças no time, a queda de receitas, no estádio. Então, a administração vive um momento muito ruim. É preciso que a gestão mostre sua importância nesses momentos”.

Pagamento do estádio preocupa

“Olha, preocupa. A questão do estádio é muito simples. O Corinthians tem um contrato com a Odebrecht. Esse contrato está sendo auditado junto com a obra porque o Corinthians precisa verificar se tudo que consta no contrato foi construído. Não foi. O que não foi construído, o que foi mal construído, o que foi construído com preços muito altos, tudo isso será descontado para efeitos de pagamento”.

Naming Rights virou utopia

“O problema dos Naming Rights é um problema só. O Brasil vive uma brutal crise econômica e não tem empresa para botar dinheiro no futebol ou em outras coisas qualquer. Então, nós estamos pagando esse preço. O Corinthians construiu um estádio quando o país estava crescendo, todo mundo investindo. Agora, o Brasil está num outro momento com a economia afundando. É claro que isso prejudica a questão dos Naming Rights do estádio”.

Futuro do Corinthians será sofrido pelas dívidas

“Nós temos que ver dois aspectos. Evidente que a dívida nós vamos pagar. Vamos pagar o estádio, calcular o valor correto e pagar. Especialmente, pagar o BNDES. Agora, temos que ver o lado positivo. O estádio deu um grande diferencial para o Corinthians. O Corinthians ganhou partidas como mandante como nunca ganhou, por causa do estádio. É dificil ganhar do Corinthians no nosso estádio”.

Oswaldo de Oliveira é um bom nome

“É um profissional de qualidade. Já foi técnico do Corinthians, campeão. Torcemos para que vá tudo bem”.

Candidatura à presidência em 2018

“Candidatura quem define é o eleitor. Muitos querem que eu seja candidato, mas é um negócio que deve ser decidido para frente, na hora de sair candidato”.

Citadini tem 66 anos e foi vice-presidente de futebol de 2001 a 2004, na gestão de Alberto Dualib. É conselheiro vitalício do clube. A dívida do estádio chega a R$ 1,6 bilhão, segundo muitos conselheiros do clube. O presidente do Conselho Deliberativo, Guilherme Strenger, disse que o valor é impagável, em entrevista exclusiva ao blog, recentemente.


Strenger vê cenário difícil no Corinthians e promete combate à corrupção
Comentários Comente

Alexandre Praetzel

O Corinthians terá votação para aprovação das propostas de mudança do estatuto, neste sábado, no Parque São Jorge. A principal determina o fim do “Chapão”, que permitia que apenas a chapa mais votada elegesse todos seus membros. O blog conversou com o presidente do Conselho Deliberativo, Guilherme Strenger. Acompanhem.

Proposta de mudança na votação para conselheiros

“Para eleição dos conselheiros trienais serão constituídas chapas de 25 associados para concorrerem aos cargos em disputa de 200 conselheiros efetivos e 50 suplentes. Serão eleitas as chapas votadas, obedecendo-se os seguintes critérios: as oito chapas mais votadas preencherão os cargos de conselheiros trienais efetivos e as duas chapas remanescentes, que obtiverem a 9ª e 10ª classificação, preencherão as vagas referentes aos 50 conselheiros suplentes”.

Andrés Sanchez manda no clube ou isso terminou

“Esta pergunta você deve dirigir ao presidente Roberto de Andrade. Entretanto, infelizmente, nenhum clube está livre da interferência de ex-dirigentes. A solução para este problema é tornar o o clube cada vez mais democrático e transparente”.

Há corrupção no clube

“O que eu posso dizer na qualidade de presidente do Conselho Deliberativo é que, caso haja prova da ocorrência de corrupção no Corinthians, certamente tomarei todas as providências cabíveis. A corrupção não pode ser tolerada, devendo ser combatida rigorosamente em todas as áreas.”

Gestão de Roberto de Andrade

“Roberto de Andrade, desde o começo da sua gestão, vem procurando reduzir os custos e a dívida existente, para amenizar a crise. Isto tem um custo, que acaba refletindo na equipe de futebol. Evidentemente, quando a equipe não vai bem, começam a surgir críticas em relação à administração do presidente. Isto acontece em qualquer clube, mas no geral, entre erros e acertos, o presidente Roberto está trabalhando com responsabilidade”.

Pagamento e custos do estádio preocupam

“Com certeza, o pagamento e custos do estádio são preocupantes. Se, como dizem, o custo do estádio chegar ao valor de R$ 1,64 bilhão, o cenário se tornará extremamente difícil. O naming rights e os Cids não foram negociados. A situação realmente é complicadíssima, principalmente pelas notícias da imprensa, dando conta de que a construção do estádio estaria sendo investigada na Lava-Jato. Vamos aguardar e ver o que vai acontecer”.

Segundos dados de conselheiros, o Corinthians gasta R$ 7 milhões mensais com a operação da Arena. Só a limpeza, custa R$ 1,3 milhão num contrato com uma empresa do setor. Todas as rendas com bilheteria vão para um fundo para abatimento da dívida do estádio. A votação de sábado começa às 9h e termina às 17h. São esperados cerca de dois mil associados.


< Anterior | Voltar à página inicial | Próximo>