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Advogado especialista diz que caso Scarpa é igual ao caso Zeca
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Alexandre Praetzel

O Caso Scarpa é igual ao Caso Zeca. Essa é a opinião do especialista em Direito Desportivo, João Henrique Chiminazzo. A Justiça do Rio de Janeiro cassou a liminar que permitia a Scarpa, trabalhar e jogar pelo Verdão. Scarpa voltou a ter seu contrato válido com o Fluminense.  O advogado acredita que se a decisão for mantida, o Palmeiras terá que pagar a multa rescisória de R$ 200 milhões ao Fluminense. Chiminazzo atendeu o blog, rapidamente, a respeito do assunto. Acompanhem.

O Palmeiras corre o risco de ficar sem Scarpa?

O Palmeiras corre risco sim no caso do Scarpa. Se o Fluminense ganhar o processo, a multa contratual poderá ser cobrada do Scarpa ou do Palmeiras! E não existe esse negócio do contrato que garanta que não pode ser cobrada do Palmeiras. O artigo 28, parágrafo segundo da Lei Pelé, é claro.

O Caso é igual ao Zeca, com o Santos?

O Caso é idêntico ao do Zeca, tanto é que o Corinthians recuou.

Por que os dois casos são iguais?

Porque os dois clubes que os contrataram podem ser responsabilizados, se realmente existem atrasos e dívidas com os atletas.

Ele precisa voltar ao Flu, imediatamente?

Eu precisaria ver a decisão para falar se ele precisa voltar ao Fluminense, imediatamente. Mas há essa possibilidade sim!

O blog tentou o contato com o advogado do Palmeiras, André Sica, mas ele não respondeu às mensagens.

Uma fonte do Palmeiras disse ao blog que o Palmeiras ''não tem pressa e não poderá ter pressa, apesar da liminar poder ser cassada a qualquer momento. Tem um ponto que os advogados do jogador podem explorar é que o Fluminense atrasou salários comprovadamente e não foi rebaixado, conforme a Lei''.

Há quem diga no Palmeiras, que Scarpa atuou em todas as rodadas do Brasileiro com atraso de salário superior a três meses. O Fluminense garante que já quitou as dívidas com o atleta.

Vamos aguardar os próximos capitulos.


Dinamite acha que Brant ganhou a eleição no Vasco. Ex-ídolo quer mais time
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Alexandre Praetzel

Roberto Dinamite é o maior jogador da história do Vasco para muitos torcedores. Grande ídolo como atleta, disputou mais de mil jogos e marcou mais de 700 gols. Dinamite presidiu o clube de 2008 a 2013, mas não conseguiu deixar um legado positivo. Nos seus dois mandatos, ganhou a Copa do Brasil, mas viu o Vasco cair duas vezes para a Série B do Brasileiro. Num bate-papo com o blog, Dinamite achou que a última eleição para presidente foi mal conduzida e que Júlio Brant deveria ter sido o novo presidente, ao invés de Alexandre Campello. Confira.

O que você achou da eleição do novo presidente Alexandre Campello?

A eleição em si, foi mal conduzida. Essa é a minha opinião com relação ao que ocorreu. Nada de pessoal contra o Alexandre, que foi meu médico quase dez anos dentro do Vasco da Gama. A forma como foi conduzida…O estatuto do Vasco dá aos conselheiros, aos 300 conselheiros o direito de estar ali para aclamação de quem foi eleito lá dentro da disputa dos sócios do clube, o que infelizmente isso não aconteceu. Só isso que eu acho que não foi legal. Na história do Vasco, foi a primeira vez. Eu, sinceramente, não concordei com a forma como foi conduzido. Agora, entra a parte política dos candidatos e é complicado. O que eu quero e desejo é ver o Vasco forte. Se eu puder ajudar, estando ali, vou ajudar. Ver o jogo e tal. Se for melhor estar fora, eu não quero atrapalhar a vida do Vasco. O Vasco, para mim, é mais importante do que qualquer presidente, qualquer diretor. A instituição Vasco da Gama faz parte da minha vida e da minha formação. Em cima disso, eu torço para que, hoje é o Campello, amanhã será outro, mas ele que faça uma boa administração e leve o Vasco às conquistas, que esse é o objetivo.

Ganhou o melhor candidato para você ou o Júlio Brant merecia?

Eu acho que a eleição da escolha do candidato, ela foi no ginásio do Vasco, e não a que foi feita na sede náutica.

Vasco tem condições de brigar com os adversários, tecnicamente e financeiramente, a curto prazo?

Não. Eu acho que ainda não. O Vasco precisa melhorar tecnicamente. Precisa trazer outros jogadores, fazer uma equipe mais competitiva. E também, no que diz respeito à parte financeira, a realidade do Vasco é muito parecida com a grande maioria, mas o Vasco, pelo que eu estou vendo e acompanhando, está buscando esse equilíbrio e é viável, viabilizar a vida do clube hoje. Tem a Responsabilidade fiscal e a responsabilidade do presidente, isso vai ajudar para quem esteja ali, para trabalhar, investir, fazer, formar, ter grandes jogadores. Acho que passa pela formação de novos talentos, para que o Vasco possa, não só ter esses jogadores, mas, ao mesmo tempo, vender jogadores para ter dinheiro e condições de se tornar, não só a instituição que ela é. O Vasco é uma instituição sensacional, muito grande, e se for falar de história para mim, ela está acima de tudo, mas espero que o Vasco possa encontrar seu melhor caminho, com estruturação. Que possa ser essa administração ou outra, para que realmente, o Vasco busque seus melhores dias.

O Vasco está disputando o Campeonato Carioca e a Libertadores da América. Luta para ser semifinalista do Estadual e busca sua primeira vitória no torneio sul-americano, após estrear com derrota para a Universidad do Chile.


Corinthians errou com Zeca. Outros clubes já teriam contratado, se possível
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Alexandre Praetzel

Zeca é bom jogador e poderia atuar em qualquer time do Brasil. Muitos gostariam de contratá-lo, caso ele estivesse disponível. Mas não está. Essa é a realidade.

Zeca entrou na Justiça do Trabalho contra o Santos, alegando ameaças e falta de pagamento. Perdeu em duas instâncias. Depois, conseguiu uma liminar no Tribunal Superior do Trabalho. Teoricamente, poderá assinar com qualquer clube. Mas se o Santos cobrar a multa rescisória de R$ 150 milhões na Justiça, pode reverter a situação e o clube que contratá-lo, terá que arcar com o valor. A próxima audiência está marcada para a segunda quinzena de abril. Zeca tem contrato em vigor com o Santos até 2020.

Por isso, parece que o Corinthians se precipitou. Anunciou um acerto de quatro anos e exames médicos com Zeca, mas quer que o atleta e seus empresários paguem a multa, se o Santos vencer nos tribunais. Segundo o advogado João Henrique Chiminazzo, especialista em Direito Desportivo, a conta tem que ser paga pelo novo clube solidário, no caso o Corinthians, de acordo com a Lei Pelé. Não há nenhuma segurança jurídica, como os dirigentes corintianos imaginam. Se houvesse, Zeca já estaria jogando por Flamengo, Palmeiras ou Girona da Espanha, que o procuraram anteriormente e desistiram de qualquer acordo por determinação dos seus advogados.

Alguns especialistas em Direito Desportivo entendem que Zeca não pode nem treinar em outro clube, sem autorização do Santos. O imbróglio é grande e Zeca está parado desde outubro de 2017. Está com 23 anos. Concedeu uma entrevista emocionada em fevereiro, mas o quadro não mudou para ele.

O Corinthians já ofereceu Lucca e Marquinhos Gabriel por Zeca, assim que o presidente José Carlos Peres assumiu. Peres rejeitou a oferta. A tendência é que Zeca não consiga jogar, até entrar em acordo com o Santos.


Federações Estaduais servem para quê?
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Alexandre Praetzel

A Federação Paulista de Futebol alterou datas e horários das quartas-de-final do Paulista, um dia depois de ter reunido os oito representantes dos clubes. Fez um evento com pompa e circunstância, mas seus diretores esqueceram de consultar a Polícia Militar de São Paulo. O que valia ontem a partir das 13h, não vale mais nada, 24 horas depois.

O São Paulo jogaria domingo e quinta. Seus jogos foram antecipados para sábado e terça. E o São Paulo joga nesta quarta, em Maceió.

O Palmeiras jogaria terça e passou para quarta.

Bragantino e Corinthians passou das onze da manhã para às 16h, domingo. A volta seria quarta, mas passou para quinta.

Vejam bem. Esse é o início da fase quente do seu principal campeonato, mas parece que a própria entidade não liga muito para o produto. E ainda lava as mãos, quando autoriza inversão de mando de campo ou permite que os clubes joguem onde quiserem como mandantes, sem respeitar o equilíbrio técnico. Isso está no regulamento, mas a Federação deveria impor essa condição. Cada um define seu estádio antes do campeonato e sedia seus jogos nele, salvo exceções como troca de gramado ou realizações de shows, atuando na sua cidade ou no município mais próximo. Bem simples de fazer.

No Rio Grande do Sul, só houve árbitro de vídeo no Grenal, na última rodada da primeira fase. O Inter bancou os R$ 30 mil. O presidente da FGF, Francisco Novelletto Neto, chegou a dizer que seria uma tragédia para o campeonato, se o Grêmio fosse rebaixado. O próprio mandatário jogando pressão no torneio.

No Rio de Janeiro, os estádios estão às moscas, mas quem se importa? A média de público é de menos de três mil pessoas. Os clássicos, antes muito atraentes, tiveram arrecadações irrisórias, dando prejuízo para todo mundo.

Ao invés de fomentar o futebol nos Estados, regionalizar seus torneios durante todo o ano e deixando os grandes para uma fase final, as Federações impõem 19 datas e ficam satisfeitas com partidas durante quatro meses. O resto da temporada é para passar o tempo e ainda lucram com 5% de todos os borderôs. Ah, e ganham R$ 75 mil de mesada da CBF, como forma de incentivo ao esporte.

Lembrando que são seus presidentes que elegem o presidente da CBF. Simples assim. Elas nunca acabarão e continuarão poderosas, até que os clubes se unam e cortem o cordão umbilical. Mas isso é tão difícil quanto um Estadual dar lucro.


Zico prevê dificuldades na Copa e pede calma ao Flamengo na Libertadores
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Alexandre Praetzel

Arthur Antunes Coimbra, o Zico, foi um dos maiores jogadores da história do futebol brasileiro. Hoje, como comentarista esportivo dos canais Esporte Interativo e ainda técnico, Zico acredita que o Brasil não terá facilidades na Copa do Mundo, apesar de ter um grupo qualificado de jogadores. Em entrevista exclusiva ao blog, Zico vê uma chave dura para a Seleção na Copa, admite preocupação com Neymar e pede calma ao Flamengo, na primeira fase da Libertadores. Acompanhem o bate-papo exclusivo.

O que você achou da convocação do Tite? O treinador tem dificuldades para escolher?

Não. Eu acho que, você, quando tem esses jogos assim, que já não contam mais nada, às vezes você procura dar uma olhada em termos de comportamentos de alguns jogadores, que você viu que, talvez, possam estar tendo um grande rendimento, principalmente, lá fora. E aí, quer observá-los no grupo da Seleção, ainda mais em jogos importantes. Então, o Tite está com credibilidade porque eles fazem um grande trabalho de observação, de olhar, estar presente. Tem um grupo no staff muito bom. A margem de erro acaba sendo muito menor. Tomara que ele acerte mais uma vez, como tem acertado até o momento.

Vale a pena convocar alguém que nunca havia sido chamado, só para ter uma impressão?

Se o convocado estiver bem, estiver com bom aproveitamento no time dele, a gente aceita.

A lesão do Neymar te preocupa?

Preocupa. Qualquer lesão que você acaba tendo que fazer cirurgia, cirurgia é sempre problemática. Depende de uma série de fatores. Às vezes, uma coisa mínima pode gerar um problema maior. É jovem, é um cara que está com tesão de chegar na Copa do Mundo. Então, isso pode influenciar bastante na recuperação dele.

Você imagina alguém que possa fazer frente ao Brasil?

Futebol hoje está tão nivelado que, sabe, uma retranca lá, principalmente, da Suiça ou de uma Costa Rica, que a gente não pode nunca achar que vamos ter facilidades. Então, em Copa do Mundo, tudo pode acontecer. Tomara que não aconteça para o Brasil, que o Brasil possa passar bem. Mas não é um grupo fácil não.

Flamengo passa da primeira fase da Libertadores ou vai sofrer?

Ah, acho que vai ser difícil até o final. Tanto é que está tudo empatado no grupo. Não tem facilidades. Não pode é desesperar. Ter a obrigação de ter que ganhar fora de casa. É bom, se ganhar um jogo, mas como já empatou um jogo, agora ficou nessa situação de jogar com regulamento, dependendo dos próximos jogos.

Carpegiani ainda é um bom técnico?

É um bom técnico, sim. Tem um bom conhecimento de futebol. Eu não gosto desta filosofia dos técnicos do Brasil, que estão com essa coisa de poupar jogadores, ainda mais no início do ano. Então, negócio de poupar não é comigo não. A gente jogava todos os jogos, de três em três dias, quatro dias, e hoje, eu acho que há um relaxamento muito grande, até mesmo por parte dos jogadores, que não têm tesão de estar em campo, toda hora.

Por que não surgem mais grandes craques aqui no Brasil?

Surgem, mas estão saindo muito cedo. A gente não está vendo isso. Você vê que hoje tem grandes jogadores que estão fazendo sucesso lá fora como Neymar, Gabriel Jesus, Coutinho, Willian, e não tiveram muita oportunidade de jogar por aqui.

 

 


Bragantino é o Linense de 2017. A vergonha do Paulista
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Alexandre Praetzel

O Bragantino vai enfrentar o Corinthians no Pacaembu, como mandante do primeiro jogo das quartas-de-final do Campeonato Paulista. O clube de Bragança Paulista, que subiu da Série A2 e, merecidamente, conseguiu a classificação, agora abre mão do equilíbrio técnico e da chance de chegar às semifinais, por uma renda maior. Seus torcedores terão apenas dois mil ingressos. A medida favorece o Corinthians, sem dúvida. O Linense fez o mesmo em 2017, pegando o São Paulo duas vezes no Morumbi, e eliminado facilmente. Em 2018, o Linense já foi rebaixado. Assim como critiquei o Linense e não entendi a postura da diretoria, dou a mesma ênfase ao Bragantino. Lamentável.

Ressalto que Corinthians e São Paulo não têm nada a ver com isso. Essa possibilidade de inversão ou venda de mando de campo, está prevista no regulamento da competição. Um absurdo, mas aceito pela maioria. O Palmeiras berrou com o presidente Maurício Galiotte, mas o protesto chega com atraso. Galiotte quer mudança da regra para 2019. Acho que não vai levar.

Os diretores da Federação deveriam ser os primeiros a exigir confrontos lá e cá. Cada um na sua casa. Não. Falam numa ''democracia'' e vontade dos clubes, mas prejudicam seu próprio torneio. Uma pena, ainda mais quando começam os jogos mais interessantes.


Dunga: “Tite está no lugar certo. Brasil tem talento para ganhar a Copa”
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Alexandre Praetzel

A seleção brasileira foi convocada pelo técnico Tite para os dois últimos amistosos antes da lista final para a Copa do Mundo. Entre as novidades, o meia Talisca e o centroavante Willian José. Próximo do Mundial, o treinador vai fazendo testes e observações finais, mesclando o time para enfrentar Rússia e Alemanha.

O blog conversou com Dunga, técnico anterior a Tite. Num bate-papo exclusivo, o ex-treinador opinou sobre o momento do Brasil, os critérios para uma convocação, preocupações, carreira e sua passagem no último ciclo pela CBF. Confira abaixo.

Como você analisa a seleção brasileira no momento? Tem chance de ganhar a Copa do Mundo?

Sem dúvida. O Brasil tem talentos, jogadores com grande experiência. Vai servir muito a última Copa do Mundo, onde o Brasil não teve sucesso, mas mostrou qualidade. Vai servir como grande ensinamento, esses jogadores irão querer mostrar ao mundo sua capacidade.

Como fica a cabeça do técnico na penúltima convocação antes da Copa? É um momento de escolhas, complicado para o treinador?

É, porque você tem que escolher, deixar fora alguns jogadores, bons talentos, tem que ter um grupo formado. Mas, por outro lado, você já vai preparado com as observações que talvez quem veja de fora não tenha. Você que está dentro tem a observação do dia a dia, o comportamento, rendimento, as opções que os jogadores podem te dar naquele momento. Então vai muito tranquilo a esse respeito.

Vale a pena você pegar um, dois jogos e fazer uma última observação com Talisca e Willian José?

Depende daquilo que o treinador está pensando. Tem uma ou outra posição que ele queira experimentar, dar oportunidade a esses jogadores, mas o que vai valer mesmo é a última convocação.

O que aconteceu em suas duas passagens como técnico da seleção e que você não repetiria?

Ah, depois fica fácil você dizer. Tem que ver no momento, na situação que você está ali, que tem que tomar decisão. Alguns percalços, problemas que acontecem, em algum momento você quer mudar tudo e não consegue, quer reestruturar e não pode. Mas depois isso fica muito fácil porque daí está com a cabeça muito mais fria, tem toda a experiência daquilo que passou. É como na vida, né. Você não estaria aqui se não tivesse cometido erros anteriores e não tivesse refeito.

Situação do Neymar preocupa, podendo voltar às portas da Copa do Mundo?

O Neymar terá tempo de preparação, quem sabe um mês. E aí tem a questão do pessimismo, o cara negativo. O negativo acha que está tudo errado, o otimista vai dizer ''bom, ele não vai se desgastar tanto no PSG, vai entrar com muita vontade de jogar e terá um tempo de preparação ótimo''.

Por que você não voltou a trabalhar como técnico depois da seleção?

Eu tenho a vida tranquila em Porto Alegre. A minha família, a vida toda, foi em todas as partes onde eu estive. Japão, Alemanha, China. E agora, para mim, como ser humano, é muito mais importante dar uma estrutura para os meus filhos se realizarem profissionalmente do que eu próprio. A hora que pintar alguma coisa que eu achar que é interessante, que é bom para mim, vou trabalhar. Mas isso não está em primeiro lugar na minha vida, agora.

Os clubes têm te procurado aqui no Brasil?

Para dizer a verdade, muito mais fora do que dentro do Brasil. Tenho muitas ofertas de fora do Brasil, mas no momento não achei nada interessante ainda. Prefiro dar um suporte para que meus filhos se realizem nas suas profissões.

A gestão atual da CBF foi injusta com você?

Não, acho que não tem isso de justa ou injusta. É o momento, né. Tem momento que entre rolar minha cabeça e a tua, vai rolar a tua. E aí tem que estar preparado para isso.

Você acha que a Copa vai apresentar algo novo, taticamente?

O novo é quando você tem o talento que dribla e desequilibra. Hoje é muito bom para quem comenta falar em números, 4-4-3, 3-4-3, 4-5-1, não sei o quê. Mas isso aí, quando tiver um cara com talento, acaba com todos teus números, com toda tua questão tática.

É bom ter uma equipe organizada, trabalhar com tua equipe na hora de defender, atacar, mas é muito melhor quando você tem o talento. Jogadores que conseguem ter leitura do jogo, que estão num bom momento na hora da Copa, que estão em boas condições físicas, sem nenhuma lesão, aí as coisas se tornam mais tranquilas para você realizar isso.

Número, 4-4-2, o cara do meio foi para a frente, já não é mais 4-4-2, é 4-3-3. O futebol é dinâmico. Não tem a nomenclatura. É bom para você conversar com o público, explicar. Mas, durante o jogo, você vai jogar com todos os sistemas.

Tite é um bom treinador? Ele está no lugar certo, hoje?

Está, sem dúvida nenhuma. Tem um currículo dentro do futebol brasileiro, assim como outros treinadores também têm. É o momento dele, então tem que aproveitar.

Você aponta algum adversário mais perigoso para o Brasil?

Acho que a Argentina, porque quase ficou fora da Copa, não tem mais nenhuma responsabilidade e tem [bons] jogadores. Isso é o mais importante. Se o treinador conseguir orientá-los… Depois, tem as seleções tradicionais, como a Alemanha, que sempre tem uma regularidade.

Infelizmente a Itália ficou fora. Isso é bom, porque quando a gente conversa, fala que a camisa não manda se não tiver jogador dentro de campo. Mas, se tiver [bom] jogador, aí sim a camisa comanda. Estamos acostumados no futebol a falar sempre as mesmas coisas. ''Ah, a camisa…'' Senão o Inter, o Grêmio e tantos outros grandes não teriam caído. O que manda é o futebol, é o momento dentro do campo.

O futebol brasileiro está muito abaixo dos demais?

Se nós colocarmos os clubes, estamos abaixo. Só que temos que ver que os caras [times europeus] vêm aqui e pegam os melhores sul-americanos. Se nós pegarmos os melhores sul-americanos e trouxermos para o Brasil, fica maravilhoso. As pessoas querem que o Brasil seja uma máquina de produção de craques a todo o instante.

Um erro que o Brasil comete é o jogador subir com 17, 18 anos. Antes, quem subia era exceção. Hoje virou uma regra e os jogadores não estão prontos, fisicamente, tecnicamente, mentalmente. A gente perde muitos jogadores de talento porque coloca eles para jogar.

O Grêmio teve o Lincon, agora. Era uma promessa, mas a gente achou que com 17 anos tinha que jogar. E ele não estava pronto. O jogador de futebol é como piloto de Fórmula 1, tem que ter dez ou mil horas de trabalho para estar pronto.

Tem as exceções, os saudosistas vão dizer. Mas o Pelé era o Pelé, o Zico era o Zico. Mesmo o Zico começou com 23 anos, não com 18. Isso que a gente tem que rever um pouco. Exceções são uma coisa, regras são outras.

—-
Nota do blog: Dunga comandou a seleção brasileira de 2007 a 2010 e de 2014 a 2016. Foram 80 jogos e 55 vitórias. Como jogador, foi capitão do tetracampeonato mundial, nos Estados Unidos, em 1994.

 


Aguirre chega ao São Paulo com previsão de data para sair. Vale a pena?
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Alexandre Praetzel

Aos 52 anos, Diego Aguirre assume o São Paulo, já com previsão de data para deixar o clube. Ele é bem cotado para assumir a Seleção do Uruguai, no lugar do ''Maestro'' Óscar Tabárez, após a Copa do Mundo da Rússia. Com esta possibilidade, Aguirre garantiu aos dirigentes que vai cumprir o contrato até dezembro, mesmo que seja o escolhido pela Confederação Uruguaia. Será mais um treinador que poderá sair, para comandar uma Seleção, repetindo o colombiano Juan Carlos Osório e o argentino Edgardo Bauza. Mas vale a pena investir num trabalho a curto prazo, novamente?

De 2009 a 2018, o São Paulo teve 13 treinadores. Ricardo Gomes(duas vezes), Sérgio Baresi, Carpegiani, Adílson Batista, Emerson Leão, Ney Franco, Paulo Autuori, Muricy Ramalho, Osório, Doriva, Bauza, Rogério Ceni e Dorival Jr. O São Paulo mudou totalmente de filosofia. Seus técnicos ficavam mais de um ano no Clube, tinham mais possibilidades e chances de apresentarem resultados e trabalhavam numa comissão fixa tricolor. Hoje, o São Paulo virou um ''moedor'' de técnicos. O imediatismo tomou conta e a paciência acabou há muito tempo. Talvez, com o forte respaldo e amizade de Raí, Ricardo Rocha e Lugano, Aguirre consiga, pelo menos, terminar o trabalho. Agora, a pressão seguirá intensa porque Aguirre terá pouco tempo para ganhar.

No futebol brasileiro, Diego Aguirre dirigiu Inter e Atlético-MG, em 2015 e 2016. Foi campeão gaúcho e chegou às semifinais da Libertadores. Pelo Galo, foi campeão da Flórida Cup. Depois, trabalhou no San Lorenzo da Argentina, chegando às quartas-de-final da Libertadores.

O blog pediu um depoimento ao jornalista João Praetzel, que acompanhou o trabalho de Aguirre, no Inter. Confiram.

''A passagem de Diego Aguirre no Inter, não foi ruim. O técnico uruguaio teve aproveitamento de 60,4%. O que foi determinante para sua saída, foi o método de trabalho que empregava. Aguirre implementou um rodízio para minimizar os desgastes dos jogadores ao longo do ano, mas não resistiu à diretoria que o demitiu às vésperas de um Grenal(derrota colorada por 5 a 0). Seus treinamentos são modernos, mas seus trabalhos esbarram muitas vezes na falta de resultados. Os setoristas são-paulinos encontrarão uma pessoa de bom trato, educada, e que saberá explicar , na maioria das vezes, suas atitudes e escolhas, dentro e fora de campo'', afirmou o jornalista.

Vamos aguardar. O desafio começa nesta quarta-feira, contra o CRB-AL, pela Copa do Brasil.


Palmeiras e Corinthians são os melhores e favoritos à final do Paulista
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Alexandre Praetzel

Terminou a primeira fase do Campeonato Paulista e tivemos seis times repetindo a classificação de 2017 para as quartas-de-final. Além dos quatro grandes, Novorizontino e Botafogo, passaram Bragantino e São Caetano, duas equipes que vieram da Série A-2. Foram marcados 193 gols em 96 partidas. A média foi de 2,01 gols por jogo, uma das mais baixas dos últimos anos. Reflexo do pouco tempo de preparação, satisfação com o resultado mínimo e forte postura defensiva, sempre pensando em primeiro não perder, para depois pensar em ganhar.

O Palmeiras terminou em primeiro lugar no geral, com 26 pontos. Corinthians chegou aos 23 e o Novorizontino alcançou a terceira posição, com 20 pontos. Santos e São Paulo, com 18 e 17 pontos, deixaram a desejar, com 50% e 47,2% de aproveitamentos.

Acredito que os desempenhos de Palmeiras e Corinthians indicam uma superioridade em relação aos demais. Novorizontino e Bragantino não devem impor muitas dificuldades, apesar das boas campanhas.

O Santos tenta se definir como equipe, com a filosofia de Jair Ventura. O São Paulo virou uma incógnita, estreando um novo treinador. Botafogo e São Caetano são perfeitamente ''batíveis''. No entanto, podem crescer, pelas dúvidas de Santos e São Paulo. Óbvio que num mata-mata, surpresas podem acontecer, como ocorreu com a Ponte Preta eliminando Santos e Palmeiras e perdendo a decisão para o Corinthians, no ano passado.

Se os quatro gigantes vencerem seus dois confrontos cada, na próxima fase, teremos Palmeiras X São Paulo e Corinthians X Santos, nas semifinais.

Nos clássicos, um torneio à parte, o Corinthians fez sete pontos, o Palmeiras somou seis, o Santos quatro e o São Paulo, nenhum ponto.

Por tudo que eu vi, Palmeiras e Corinthians são melhores que os demais. O Verdão, pela qualidade técnica e força do elenco. O Corinthians, pela forma definida de atuar, consistência tática e um técnico muito bom. Por isso, pela lógica, Palmeiras e Corinthians são os favoritos à final.

A partir do próximo fim de semana, começam os mata-matas. Projeções de jogos mais qualificados e disputados. E para quem acha que o Paulista não vale nada, só perguntar para são-paulinos e ponte-pretanos, que já viram seus treinadores demitidos. Ganhar passa a ser obrigação. Perder, vira quase tragédia. Esse é o pensamento, mesmo que os torneios sejam desvalorizados pela maioria.

 


Grenal quente. A melhor qualidade gremista contra a superação colorada
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Alexandre Praetzel

Inter e Grêmio voltarão a se enfrentar um ano depois, neste domingo, pelo campeonato gaúcho, no Beira-Rio. O Grenal 413 marcará a estreia de Odair Hellmann como técnico efetivo do Inter. Em 2017, houve apenas um clássico, com empate em 2 a 2. O Inter estava na Série B do Brasileiro e o Grêmio não chegou à decisão do Estadual. Agora, o Grêmio visita o rival como campeão da Libertadores da América pela terceira vez, e Recopa Sul-Americana, pela segunda vez. Tem um time mais encorpado e melhores jogadores. O Inter busca uma forma de jogar e tenta retomar a confiança, após uma temporada cheia de interrogações.

O Inter é líder com 18 pontos, mas não teve nenhuma atuação de destaque. O Grêmio começou com o grupo de transição e parou na zona de rebaixamento. Os titulares tiveram o retorno antecipado e colocaram o tricolor na oitava posição. Se o Inter vencer o Grêmio e o Juventude derrotar o Veranópolis, o Grêmio estará eliminado. Por isso, o Grenal esquentou.

O blog fez sua comparação, jogador por jogador, e traz sua avaliação abaixo.

Marcelo Lomba  X  Marcelo Grohe

Dudu  X  Léo Moura

Klaus  X  Geromel

Cuesta  X  Kannemann

Iago  X  Cortez

Rodrigo Dourado  X  Jaílson

Edenílson  X  Maicon

Patrick  X  Ramiro

D'Alessandro  X  Luan

Nico López  X  Everton

Roger  X  Cícero

Odair Hellmann  X  Renato Portaluppi

10×2 Grêmio, no conceito do blog.

De 1995 a 2007, trabalhei em todos os Grenais. Já vi um time ser vencedor, mesmo em pior momento do que o rival. Agora, na grande maioria dos clássicos, ganhou o melhor. Hoje, o Grêmio é superior. O Inter terá que se superar. O blog aposta num empate em 1 a 1.