O mundo encantado de Jair Ventura X A passividade de Roger Machado
Alexandre Praetzel
Comentei Santos e Palmeiras, no Pacaembu. Um primeiro tempo razoável, com domínio do Palmeiras e um Santos afobado e querendo resolver tudo na base da pressa. Hyoran teve a bola para matar o jogo, mas desperdiçou. No segundo tempo, o Santos continuou veloz, desorganizado e atacando mais. O Palmeiras recuou e pareceu satisfeito com a vantagem de 1 a 0. Até levar o gol de empate, num lance de bola aérea. Aí, Roger fez tudo que deveria ter feito, quando vencia a partida. Sacou os atletas cansados e foi para cima. Só não venceu, porque faltou qualidade na definição da jogadas e Vanderlei apareceu na hora certa. Resultado final: um empate com um ponto ganho para o Santos e dois perdidos para o Palmeiras.
Agora, o que mais chamou a atenção, foram as posturas dos técnicos, após o clássico. Jair Ventura elogiou a formação da equipe e disse que o time foi organizado até chegar ao empate. Muito pelo contrário. Durante todo o jogo, o que mais faltou ao Santos, foi organização. Jair escalou o Santos num 4-1-5, com o setor de meio-campo “vazio” e deixando o Palmeiras trabalhar por ali, naturalmente. Quando fez as substituições, encheu o time de atacantes e não fechou os espaços. Jair tem que agradecer o empate ao Palmeiras, que não manteve a força do primeiro tempo. O treinador enxerga um jogo que só ele vê. É o “mundo encantado de Jair Ventura”. O Santos segue sem padrão, sete meses depois dele assumir. Ele poderia testar outras formações, mas não nunca tentou. E o elenco conta com bons nomes.
Do outro lado, Roger disse que sempre espera mais do Palmeiras. Mas, quando teve a chance de mudar a equipe, não fez. Deixou Scarpa e Hyoran, desgastados em campo, e demorou a mexer. Quando o Santos empatou, aí Roger se mexeu e mudou a equipe. Claro que os atletas perderam os gols, mas Roger poderia ter aumentado a vantagem, se o Palmeiras tivesse um time mais descansado, a partir dos 15 minutos do segundo tempo. O Santos estava no desespero para chegar ao empate, visivelmente. O Palmeiras marcou passo e está sete pontos atrás do líder Flamengo. Foi um mau resultado, sem dúvida, pelo que foi o confronto.
Serão mais três rodadas, antes do decisivo mês de agosto, com mata-matas de Copa do Brasil e Libertadores da América. No final de julho, teremos uma boa noção do que Santos e Palmeiras farão no Brasileiro. Por enquanto, os dois estão devendo bastante e o Santos é a grande decepção da Série A.