Blog do Praetzel

O domingo é do Santos de Vanderlei e Gabriel. SP segue devendo eficiência
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Alexandre Praetzel

Acompanhei São Paulo e Santos, atrás da meta direita, no Morumbi. Um primeiro tempo bem melhor do São Paulo, com o meio-campo mais ativo e bons deslocamentos dos jogadores. Militão e Reinaldo apoiaram bastante e o tricolor não abriu o placar porque havia Vanderlei do outro lado. E Vanderlei tem sido o melhor nome santista, desde o ano passado. O Santos tem uma defesa firme, mas poderia ter saído atrás no placar, se não fosse Vanderlei.

É aí que entra Diego Souza. Escalado como centroavante, de maneira equivocada para mim, Diego está longe do 9 finalizador. Tem atuado estático, facilitando a marcação adversária. Não apareceu muito no primeiro tempo e foi quase nulo no segundo. Poderia ter saído antes. No Santos, foi o 9 que definiu a partida. Gabriel ficou muito isolado na primeira etapa, mas foi letal quando teve a chance, em quatro toques da equipe, começando por Lucas Veríssimo, passando por Daniel Guedes, Eduardo Sasha, até chegar a Gabriel, com um domínio rápido e um chute forte no canto direito de Sidão. Tudo o que o Santos tentou, uma escapada e uma bola. Conseguiu.

O São Paulo se enervou e partiu para o tudo ou nada. Valdívia, Trellez e Brenner em campo e Nene aberto na ponta esquerda. O Santos se trancou em frente à area e só sofreu numa tabela de Petros e Nene, para defesa de Vanderlei e intervenção salvadora de Lucas Veríssimo. Ah, teve um chute de Bruno Alves, exigindo boa defesa de Vanderlei, ainda quando o placar estava fechado. Um zagueiro arrematando, porque os meias demoram para chutar. Isso foi claro. O São Paulo demorou para concluir e o Santos agradeceu, rebatendo todas as bolas ofensivas. Ficou um ataque tricolor diante de uma muralha santista. Não basta encher o time de atacantes, se não aparece ninguém para articular. E isso foi visível no São Paulo.

No resumo dos 95 minutos, o São Paulo foi muito melhor nos 46 iniciais, mas se perdeu nos outros 49, pela eficiência do Santos. O resultado mais justo seria o empate, mas isso não serve para o torcedor, só para quem analisa e compete. Pressão em cima de Dorival e tranquilidade para Jair. As duas equipes sabem que precisam melhorar. Só que o Santos fecha o domingo com 14 pontos em 24 disputados, segunda melhor campanha do Paulista. O São Paulo com dez em 21. Isso ninguém discute. O domingo foi santista.


São Paulo e Santos tentam convencer no clássico. Times são parelhos
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Alexandre Praetzel

Estarei no Morumbi para trabalhar em São Paulo e Santos. Será o segundo clássico do ano para os dois. O São Paulo perdeu para o Corinthians e o Santos parou diante do Palmeiras. Esses confrontos ficam maiores do que o próprio Campeonato Paulista, por darem um parâmetro do que pode acontecer no mata-mata, a partir das quartas-de-final. É muito difícil que um dos grandes não se classifique para a próxima fase. O São Paulo tem dez pontos em 18 disputados, enquanto o Santos somou 11 em 21.

O São Paulo vem de quatro vitórias consecutivas, incluindo dois jogos pela Copa do Brasil. O tricolor tem a melhor defesa do Estadual, mas um ataque que marca poucos gols. Dorival Jr. não agrada à maioria da torcida e tem razão quando lembra que poucas equipes estão mostrando um futebol vistoso. Agora, o São Paulo poderia estar melhor. Tem jogadores bons individualmente com pouco padrão coletivo. O primeiro tempo diante do CSA-AL foi preocupante e a repetição daquele desempenho pode determinar um prejuízo contra o Santos. O treinador terá que resolver a lentidão do meio-campo e o espaçamento no setor, facilitando as jogadas adversárias. Vamos conferir.

O Santos ainda tenta entender qual o modelo de jogo que Jair Ventura pretende consolidar. No Botafogo, ele priorizava a defesa, pelo material humano à disposição. No Santos, as opções são maiores, mas Jair parece que não consegue acertar a marcação. Atua apenas com um volante, Renato mais lento e três atacantes. Também tem perdido o meio-campo, várias vezes durante as partidas. Parece que Jair não quer ser rotulado como um técnico defensivista num clube que joga para a frente, historicamente. Mas é possível equilibrar mais os setores, sem deixar a defesa tão exposta. Bruno Henrique, obviamente, faz muita falta. Na lateral-esquerda, ainda apostaria em Romário, melhor marcador do que Caju.

Time por time, existe um equilíbrio. O blog faz sua comparação de sempre, em grandes duelos.

Sidão  X  Vanderlei

Militão  X  Daniel Guedes

Bruno Alves  X  Lucas Veríssimo

Anderson Martins  X  Gustavo Henrique

Reinaldo  X  Caju

Jucilei  X  Alison

Petros  X  Renato

Nenê  X  Vecchio

Cueva  X  Copete

Marcos Guilherme  X  Eduardo Sasha

Diego Souza  X  Gabriel

Dorival Jr.  X  Jair Ventura

7 a 5 para o São Paulo, na comparação do blog. Tomara que seja um jogo movimentado e com jogadas ofensivas, durante todo o tempo.

Palpite do blog: São Paulo 2×1.


Ralf no Corinthians. Repatriar vencedores em fim de carreira, vale a pena?
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Alexandre Praetzel

O Corinthians anunciou a contratação de Ralf, por duas temporadas. O jogador foi muito vitorioso pelo clube, na sua primeira passagem, e agora retorna aos 34 anos, depois de um período na China. Quando saiu, Ralf pensou na parte financeira. Agora, sem propostas, aceitou voltar ao Corinthians. Se junta a Emerson Sheik e Jadson, como atletas que ganharam tudo e passam a ser solução novamente. Neste caso, Jadson deu certo. Foi campeão paulista e brasileiro, em 2017.

A maioria volta perto do final da carreira e não consegue ter o mesmo desempenho porque o tempo passa, os elencos se renovam e a concorrência aumenta. São caros também porque colocam a história vencedora no contrato. Hoje, Ralf é reserva de Gabriel e Emerson Sheik, de Clayson e Romero. A idolatria não diminui, mas a resposta em campo pode não acontecer.

Relembrando um passado recente, cito alguns exemplos positivos e negativos sobre o mesmo assunto.

No Inter, o falecido Fernandão voltou como dirigente e não deu certo. Alex foi recontratado e caiu para a Série B. Rafael Sóbis brigou com parte da torcida. Daniel Carvalho não jogou. Nilmar só ganhou o Gaúcho.

No Palmeiras, Evair foi campeão da Libertadores, em 1999, depois de ter ganho o bi paulista e brasileiro, em 93 e 94.

No Grêmio, Renato Portaluppi foi mal, em 1991.

No São Paulo, Kaká ajudou o tricolor a chegar à Libertadores, em 2014. Lugano praticamente não foi aproveitado e virou integrante da diretoria.

No Flamengo, Juan está dando conta do recado, perto dos 39 anos.

No Cruzeiro, Henrique saiu para o Santos e voltou para ganhar títulos novamente.

No Santos, Robinho foi campeão nos dois retornos, valendo cada centavo. Gabriel já fez dois gols em dois jogos e ainda é muito jovem. Um caso diferente. O lateral Léo foi vencedor nas duas passagens.

Nenhuma garantia de que os repatriados darão certo, mas conhecem o clube e respeitam as trajetórias de todos. Obviamente, serão cobrados pelo custo-benefício. Afinal, as conquistas ficam para os museus e prateleiras. Sempre valerá a entrega e as atuações dentro de campo.

 

 


Pai de Neymar preferiu o ataque ao debate. Sofremos isso diariamente
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Alexandre Praetzel

O ex-jogador Casagrande, hoje comentarista de futebol, criticou a postura de Neymar dentro de campo, após a derrota do PSG para o Real Madrid. Em nenhum momento, atacou a pessoa e, sim, o jogador e seu desempenho. Ainda colocou torcedores e imprensa no mesmo balaio. Uma opinião forte, que pode ter apoiadores ou divergentes.

Acho que o contraditório sempre é saudável em qualquer debate. Duro e repugnante é quando acontece um ataque ao caráter, passado, feições ou vida pessoal. Neymar Pai partiu para a ofensa contra Casagrande. Ao invés de prestar atenção e pensar um pouco sobre as palavras do ex-atleta, preferiu lembrar de problemas enfrentados por Casagrande e tratá-lo como ''abutre'' ou invejoso.

Eu sou Pai e procuro errar o menos possível com meus dois filhos, mas não fico passando a mão na cabeça deles, se vejo postura ou comportamentos inadequados. Sempre terão meu apoio, mas ouvirei quando alguém fizer uma crítica a eles, sem perseguição. Infelizmente, hoje ninguém pode dizer mais nada. Qualquer observação, opinião contrária ou crítica, é rebatida com extremismo, fundamentalismo, ataques verbais e morais.

Sou um adepto das redes sociais e tenho muita honra em ter um blog no Portal UOL. Cada post que gera insatisfação pública, invariavelmente, é acompanhada de um xingamento ou ofensa. É um negócio doentio. Parece que o importante é distorcer, rebater ou atacar.

Sou chamado de ''Cara rachada'', ''Boca torta'' e ''Nariz torto'', a cada instante. Tudo porquê não concordam com meus conteúdos jornalísticos e informações divulgadas. As pessoas esquecem que acidentes podem acontecer com qualquer ser humano.

No meu caso, fui atropelado por uma moto, em dezembro de 1978, quando tinha oito anos, em Porto Alegre. Quase morri, mas Deus me deu uma segunda chance. Meu rosto foi parcialmente destruído. Graças a um ótimo cirurgião plástico, houve a reconstrução. Vou agradecer o resto da vida por não ter sofrido nenhum problema neurológico ou fisico, mas as marcas do acidente ficarão para sempre. Não estou posando de vítima, só ressaltando como procuram te atingir por algum problema pessoal, ao invés de divergir ou debater. Isso incomoda, sem dúvida.

E vale para todo mundo que tenha tido algum ''acidente'' de percurso. No caso Casagrande X Neymar Pai, eu sou Casagrande. Neymar Pai preferiu o ''pode tudo'' ao atacar um crítico do filho, que já o elogiou anteriormente. Foi mal. Muito mal.

Mais debate e respeito ao contraditório. Menos violência verbal e mais educação. Ainda acredito que isso possa existir.


Corinthians recusa empréstimo de dois jogadores para o Atlético-PR
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Alexandre Praetzel

O Atlético-PR aproveitou o jogo-treino contra os reservas do Corinthians para tentar a contratação de dois jogadores: o meio-campo Camacho e o atacante Lucca. O técnico Fernando Diniz tinha Camacho como líder do bom time do Audax, vice-campeão paulista em 2016, além de gostar muito do futebol de Lucca.

O blog fez contato com o diretor de futebol do Corinthians, Duílio Monteiro Alves, a respeito da possibilidade de empréstimo para o Furacão. ''Não. Nesse momento, diria que sem chances'', afirmou Duílio.

Camacho renovou contrato com o Corinthians, até 2020. Na atual temporada, Camacho disputou três partidas. No total, desde 2016, fez 69 jogos e marcou um gol.

Lucca voltou aos planos do técnico Fábio Carille, mas também só fez três jogos. Teve boa passagem pela Ponte Preta, em 2017, e foi reintegrado pela comissão técnica.

Se não pretende se desfazer de ninguém, o Corinthians segue no mercado atrás de reforços. A prioridade é a vinda de um atacante de área.


São Paulo não é favorito contra o CSA. Sinal dos tempos
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Alexandre Praetzel

Dia 15 de fevereiro de 2018. O São Paulo enfrenta o CSA-AL, em jogo único fora de casa, pela segunda fase da Copa do Brasil. Desde o ano passado, com a mudança de regulamento, o torneio ficou ainda mais próximo de apresentar surpresas. É preciso vencer para ganhar a vaga à terceira fase. Um simples empate, leva a decisão para os pênaltis. O Corinthians quase caiu para o Brusque-SC, passando numa disputa apertada de penalidades.

Em tempos anteriores, o São Paulo seria muito favorito. Hoje, o quadro mudou, muito mais pelo São Paulo, mas também pelo crescimento de algumas equipes do Norte-Nordeste. O CSA foi campeão da Série C, jogando bom futebol. Claro que os adversários eram inferiores, mas o time alagoano atingiu o objetivo. No momento, enfrenta dificuldades no Estadual e na Copa do Nordeste, mas num confronto só, pode atrapalhar.

O São Paulo terá a base titular mantida e ganhou Arboleda e Valdívia como opções no banco de reservas. Dorival Jr. teve um tempo maior de preparação e escalou os melhores, pelo menos, no papel. No Paulista, o tricolor ainda não convenceu. Diante do Madureira, venceu, mas teve dificuldades.

Sidão; Militão, Bruno Alves, Rodrigo Caio e Reinaldo; Jucilei, Hudson, Cueva e Nenê; Marcos Guilherme e Diego Souza. Esta formação poderia estar jogando mais. Tem a obrigação de passar, por tudo que o São Paulo representa, mas precisa de mais bola dentro de campo.

Não imagino o São Paulo eliminado. Será uma vergonha, se isso acontecer. Agora, o próprio São Paulo montou esse cenário de insegurança, pelos últimos anos. Anteriormente, esse jogo seria apenas mais um no calendário. Hoje, virou uma decisão. Sinal dos tempos. E o São Paulo deve saber disso.


Santos pagou para jogar contra o São Caetano. Onde isso vai parar?
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Alexandre Praetzel

Gosto muito do Santos e desde que me conheço por gente, sempre acompanhei os jogos do time. A história do grande esquadrão da ''Era Pelé'' é inesquecível. Agora, o Santos não pode viver só do passado, em relação à torcida. Tenho sido um árduo crítico da Vila Belmiro. O antigo alçapão faz parte da vida do santista, mas o estádio perdeu seu valor. Não adianta brigar com a realidade.

Enquanto o Santos tem jogado para uma média de cinco mil pessoas, com arredações pífias para o custo-futebol, os rivais faturam muito mais. Nesta quarta-feira, mesmo com o apelo de jogadores e comissão técnica, o Santos teve um público de 4.165 pessoas para R$ 92.490,00, contra o São Caetano. Ticket médio de R$ 22,20. O Santos pagou para jogar. A média de gastos para abrir a Vila Belmiro fica em torno de R$ 100 mil a R$ 110 mil. Contra o Bragantino, dia 22 de janeiro, as despesas ficaram em R$ 109.999,26. Triste. Ainda não entendo como há alguém que defenda isto. O Santos ficará para trás. O romantismo acabou há tempos.

Leiam o que escreveu o ex-diretor de futebol e membro do Comitê de Gestão do ex-presidente Luís Álvaro Ribeiro, Pedro Nunes Conceição, numa conversa via twitter, com o meu colega Ademir Quintino, sobre a pequena presença de público.

''Fica a dúvida: o torcedor vem abandonando o Santos ou sendo abandonado? A política vem destruindo o clube faz anos. O clube precisa virar empresa e ser vendido. Modelo com conselheiros não se sustenta mais. Fica a impressão de que estamos morrendo em doses homeopáticas…quero estar errado!'', afirmou o ex-dirigente. Palavras de um santista que esteve lá dentro e sabe das dificuldades financeiras, mesmo que o Santos tenha revelado inúmeros atletas e faturado com muitos deles.

É preciso um planejamento a médio prazo para resgatar a torcida e investir no marketing. Hoje, nem gerente de marketing existe na atual diretoria. O pensamento tem que ser grande, mas a grande torcida do Santos também precisa ajudar.


O dia em que Dorival Jr. indicou Jaílson para o Palmeiras
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Alexandre Praetzel

Jaílson é o goleiro titular do Palmeiras e ganhou a posição com trabalho e merecimento. Aos 36 anos, comemora o fato de ser reconhecido, depois de tanto tempo de carreira. Para quem não lembra, Jaílson chegou ao Palmeiras por indicação de Dorival Jr., técnico do Verdão em 2014, e hoje comandando o São Paulo. No dia 02 de outubro daquele ano, o site oficial do Palmeiras informava a contratação de Jaílson, com contrato até maio de 2015. O blog conversou com Dorival Jr. sobre aquele momento.

''O Prass estava machucado. Ele vinha de lesões e eu estava vendo que a gente precisava de um goleiro com um pouco mais de experiência e vivência. Nós fomos atrás de dois ou três nomes, entre eles, o Jaílson. Acabou dando certo com o Jaílson. Quando ele chegou e se apresentou, o Prass, surpreendentemente, teve uma recuperação rápida e acabou voltando. Não deu tempo do Jaílson fazer sua estreia. Esse processo demorou uns 20, 30 dias, e deu tempo para a recuperação do Prass. Mas fico feliz que o Jaílson esteja vivendo um momento importantíssimo, muito bom para ele'', afirmou Dorival Jr.

Dorival nunca tinha trabalhado com Jaílson e relembra quando o goleiro lhe chamou a atenção. ''Tinha visto alguns jogos pelo Ceará, mas ele fechou o gol mesmo pelo Guaratinguetá contra a Portuguesa, acredito. Também já tinha visto pelo Juventude. Jaílson foi um exemplo de vários jogadores desconhecidos que têm qualidades, mas não conseguem oportunidades'', ressaltou.

No final de 2016, Jaílson renovou contrato até dezembro de 2018. Chamado de ''Jailsão da Massa'' pela torcida, o goleiro completou 500 dias sem derrotas pela equipe.

Dorival Jr. comandou o Palmeiras de 03 de setembro até 08 de dezembro de 2014. Comandou o time em 20 partidas com seis vitórias. Na última rodada do Brasileiro, o Palmeiras escapou do rebaixamento para a Série B.

 


Qual o critério para contratar um técnico? Galo e Botafogo parecem perdidos
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Alexandre Praetzel

Nos últimos cinco dias, Atlético-MG e Botafogo demitiram seus técnicos. Oswaldo de Oliveira caiu pelo mau desempenho do time e a briga com o repórter Léo Gomide, da Rádio Inconfidência de Belo Horizonte. Felipe Conceição perdeu o emprego pelas eliminações na Copa do Brasil e Taça Guanabara. A curiosidade é que esses dois nomes foram bancados por dois novos presidentes. Sérgio Sette Câmara preferiu não mexer em Oswaldo e Nelson Mufarrej efetivou Felipe, achando que teria o mesmo sucesso de Jair Ventura, ex-auxiliar e técnico do time.

Um início de temporada capenga acabou com as convicções dos dois mandatários. Agora, buscam novos profissionais no mercado. E aí eu pergunto. Qual o critério para contratar um treinador?

Para mim, valem currículo, títulos, competência e, principalmente, trabalho. Oswaldo tinha os dois primeiros, mas perdeu os outros dois quesitos. Felipe só tinha o último e precisava de respaldo.

Hoje, existem vários nomes disponíveis, mas onde Galo e Botafogo fizeram contatos? O Galo sondou Cuca e Abel Braga e ouviu dois nãos. Dois nomes vitoriosos e com lastros para comandar vestiários e elencos experientes. Com as recusas, parece que o Galo ficou sem opções.

O Botafogo consultou Cuca e Marcelo Oliveira, de trajetórias recentes ruins, mas com três brasileiros e uma Copa do Brasil, de 2013 a 2016. Nessa, os currículos falaram mais alto, mas Cuca recusou e Marcelo pediu um salário fora da realidade botafoguense. Cuca indicou Alberto Valentim, ex-auxiliar do Palmeiras. Valentim é um pouco mais experiente do que Felipe. Será que vão apostar em outro auxiliar? Soaria bem incoerente, aos olhos da torcida.

E nessas horas, o torcedor tem muita influência nas decisões diretivas. Alguns jogam nomes na rede social para ver a repercussão. Dependendo do barulho, positivo ou negativo, contatos avançam ou não. O mercado oferece todo tipo de treinador. Adilson Batista, Vanderlei Luxemburgo, Jorginho, Dunga, Celso Roth, Felipão, Milton Mendes, Cuca, Marcelo Oliveira, Falcão, Jorginho ''Cantinflas'' e outros, estão à espera de propostas. A maioria já passou por vários clubes e querem grandes salários e garantias de trabalho.

Quantos desses nomes, a galera aprovaria? Alguns têm história, títulos e competência, mas esqueceram do trabalho. Outros trabalham muito, mas não conseguem resultados. Então, a escolha do técnico depende muito hoje da simpatia dos torcedores, uma certa identificação com o Clube e muito mais resultados do que trabalhos. É assim que eu vejo.

Se não houver nenhuma opção livre, vai da intuição do presidente ou do valor que ele pode pagar. Carille e Jair Ventura surgiram assim, com paciência e respaldo. Sem isso, podem colocar qualquer um, que permanecerá se vencer ou será mais um na conta dos demitidos, se acumular derrotas. Esse é o Brasil.


Mirassol e Palmeiras foi maior que Flamengo e Botafogo
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Alexandre Praetzel

Há anos que vemos o futebol carioca se deteriorar, através do Campeonato Estadual. De grandes clássicos e com uma fórmula de disputa atrativa, recentemente, o Cariocão hoje é uma penúria financeira. Sem o Maracanã e com os clubes cheios de birra para faturar, as rendas são rídiculas e o público pagante é pífio, perto do que já vimos em décadas passadas.

Sábado, Flamengo e Botafogo decidiram uma vaga na final da Taça Guanabara, primeiro turno do Estadual(que é sinônimo de título) para parcos 5.460 pagantes e 6.955 presentes, com renda de R$ 257.600,00, em Volta Redonda. Ticket médio de R$ 47,17. Não pode. Não dá. É vergonhoso. Mas quem se importa, no Rio de Janeiro?

O presidente da FERJ, Rubens Lopes, acha que é o maior torneio do Brasil. E os dirigentes dos participantes ouvem e não contestam essa barbaridade. O Engenhão recebeu a outra semifinal entre Boavista e Bangu. Reparem bem, o maior estádio sediou o menor jogo. O grande clássico foi para o interior. Não pode dar certo. E Fla e Botafogo não conseguiram entrar em acordo. Não se ajudam e preferem esse cenário lamentável.

A agonia financeira domina Botafogo, Vasco e Fluminense. A única exceção é o Flamengo, que consegue pagar suas contas e, finalmente, adotou uma postura racional na administração. O Botafogo parece querer seguir o mesmo caminho, ainda que sofra com receitas bem menores. Vasco e Fluminense estão em sérias dificuldades. O Flu teve menos de mil pagantes em duas partidas da primeira fase. Um quadro deprimente.

Ainda no sábado, às 19h, Mirassol e Palmeiras se enfrentaram em Mirassol, pela sexta rodada. Público pagante de 11.966 torcedores para arrecadação de R$ 667.048,00. Ticket médio de R$ 55,74. O dobro de público do clássico carioca e quase três vezes o valor arrecadado.

O Paulista também perdeu muito do seu valor, mas ainda respira com clubes mais organizados e situação financeira melhor. Mas não dá para aceitar que um Flamengo e Botafogo leve uma goleada dessas de um jogo do interior de São Paulo, mesmo com a força da torcida palmeirense.

Senhores presidentes dos grandes cariocas, não farão nada? Continuarão pagando para jogar um campeonato que não atrai ninguém? Nunca pensei que veria isso. Grandes marcas do futebol brasileiro jogando às moscas. E aceitando, isso que é mais triste.