Blog do Praetzel

Ralf e Danilo destacam currículos vencedores no Corinthians
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Alexandre Praetzel

O bicampeonato paulista do Corinthians colocou mais uma faixa no peito de Ralf e Danilo, dois jogadores muito vitoriosos pelo Clube e com grande número de partidas. Ralf foi titular na decisão e Danilo abriu as cobranças de pênaltis que deram o título ao time. O blog conversou com os atletas, sobre mais uma conquista e o que vem pela frente. Primeiro, Ralf.

O título fortalece o grupo ainda mais para o restante da temporada?

Sim. Fizemos por merecer. Mesmo eu chegando no decorrer da competição, esse grupo é maravilhoso, abençoado e fizemos por merecer. Fizemos um grande jogo, abrimos o placar como eles fizeram na nossa casa e isso aí dificultou o máximo para eles. A gente sabe que o jogo foi muito difícil e disputado e tivemos uma tarde feliz e abençoada com o Cássio também.

Ter jogado a final provou que você é um vencedor no Corinthians?

Me sinto vencedor, realizado, abençoado pelo Carille contar comigo. O Gabriel respeitou minha entrada e a decisão do Carille. O grupo só tem a ganhar. Ele jogou o primeiro clássico, eu respeitei. Independentemente de quem joga, quem ganha é o Corinthians. A gente teve um título merecido.

É difícil projetar um bicampeonato brasileiro?

Todo jogo a gente entra para vencer, mas nem sempre se desenha da maneira que a gente espera. A gente já começa com um primeiro semestre muito bom, abençoado, com esse título na casa do Palmeiras.

Ralf tem 344 jogos e marcou oito gols. Foi campeão paulista duas vezes, Brasileiro duas vezes, Libertadores da América, Mundial e Recopa Sul-Americana. Após dois anos no futebol chinês, retornou com mais dois anos de contrato.

O blog também entrevistou o meia Danilo. Confiram.

Foi um título justo na tua opinião?

Eu acho que sim. As duas equipes são iguais. No jogo de lá, a gente tomou o gol muito cedo e isso aí faz diferença. A equipe deles foi para trás e não conseguimos fazer o gol. E na casa deles, aconteceu a mesma coisa. Equipes iguais e foi decidido nos pênaltis. Nossa equipe bateu muito bem e mereceu o título.

Mais uma faixa no peito. Você um dos mais vitoriosos no futebol?

Graças a Deus. Nove anos aqui no Corinthians e ganhando tudo. Já tinha ganhado antes e eu acho que tem que agradecer todo mundo, mesmo jogando pouco, estou aqui sempre para ajudar, como foi domingo.

Aos 38 anos, Danilo fez 329 jogos e marcou 31 gols. Só não ganhou a Copa do Brasil pelo Corinthians. Teve se contrato renovado até dezembro.


Carille se firma como ótimo técnico. Cássio está na história corintiana
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Alexandre Praetzel

O bicampeonato paulista do Corinthians valoriza ainda mais Fábio Carille e coloca Cássio como um grande nome da história do Clube. Carille chega a três títulos importantes em apenas um ano e quatro meses como técnico principal. Conseguiu manter o foco vencedor no grupo e foi eliminando os adversários, sem estar apegado a uma única ideia de futebol. Tentou formações diferentes e adequou o esquema tático, depois de perder Jô. O Corinthians teve três pilares fundamentais para ser  campeão: Cássio, seu forte esquema defensivo e Rodriguinho decidindo no mata-mata.

Carille terá emprego por muito tempo no futebol brasileiro. E tem apenas 45 anos. Todos nós sabemos que não é fácil você ganhar por dois anos consecutivos, ainda mais no Brasil. Os Clubes se renovam demais, negociam atletas e os adversários se motivam. Carille é essencialmente tático, mas também controla bem o ambiente. Quem estiver melhor, vai jogar. E vestiário sob controle também é mérito do treinador. Duas vitórias nos pênaltis contra São Paulo e Palmeiras e uma virada em cima do Bragantino. O futebol foi longe de ser brilhante, mas no final, a taça foi para o Corinthians e currículo de Carille.

O Corinthians já levou Mano Menezes e Tite para a Seleção Brasileira. Fábio Carille pode ser o próximo, sim.

No gol, está Cássio. Outra vez decisivo nos pênaltis. Faz uma temporada razoável. Já teve algumas saídas equivocadas, mas sempre mostrou capacidade de reação. Desde que assumiu a titularidade, em 2012, Cássio foi campeão da Libertadores, Mundial, Recopa Sul-Americana, Brasileiro duas vezes e Paulista três vezes. O currículo fala por si só e o coloca no museu do Clube como um dos grandes vencedores da instituição.

O blog conversou com Cássio, bicampeão paulista. ''Fico muito feliz. Muito trabalho, dedicação. A gente conseguiu mais um título. Perdemos o jogo em casa, mas a gente veio com muita confiança para esse jogo. Tivemos uma semana de trabalho muito focado. Agradecemos a torcida que lotou o nosso estádio para apoiar o time e foi o que a gente conseguiu. Merecedor por esse título'', afirmou.

Cássio também ressaltou que a conquista na casa do rival e nos pênaltis, aumenta a confiança. ''Isso nós dá muita força para o decorrer dos outros campeonatos. Título fora de casa a gente sabe como é difícil, e sabe da força da equipe do Palmeiras. Mas estivemos muito focados, concentrados e sabíamos que poderíamos ser campeões. Então, só agradecer e comemorar'', finalizou.

Cássio tem 321 partidas e contrato até dezembro de 2019.


Árbitro manchou a decisão do Paulista. Urge transparência na arbitragem
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Alexandre Praetzel

Marcelo Aparecido de Souza manchou a final do Campeonato Paulista. Ele marcou um pênalti que não existiu, de Ralf em cima de Dudu. Ok. Errou. Como muitos árbitros erraram e conviveram com isso, inclusive em Copa do Mundo. Mas não poderia ter voltado atrás, porque não existe VAR no Estadual. Simples.

Ele foi avisado pelo quarto árbitro Adriano Miranda, que foi avisado pelo representante da Federação. Isso tudo foi relatado ao presidente do Palmeiras, Maurício Galiotte.

Marcelo Aparecido deveria ter deixado Dudu bater o pênalti e fim de papo. Isso era o correto. Ele e sua arbitragem terminaram ali. Uma pena. Ele não vinha mal, mas sua atitude foi decisiva.

No pós-jogo, após a cerimônia de premiação ao Corinthians, tentei entrevistar o presidente da FPF, Reinaldo Carneiro Bastos, e o vice-presidente, Mauro Silva, ex-atleta reconhecido. Não foi possível. Ninguém queria se manifestar. O constrangimento e os sorrisos amarelos eram visíveis.

Urge totalmente a divulgação dos áudios dos árbitros para aumentar a transparência. Sempre.

O Corinthians não tem nada com isso e foi bicampeão, fazendo sua parte, marcando o gol que precisava e jogando a pressão para o rival. Depois, Cássio pegou dois pênaltis e deu o título ao clube. Cumprimentos a Carille e elenco.

Mas é impossível escrever qualquer texto e não citar o que aconteceu. Marcelo Aparecido de Souza se perdeu.

 

 


Minha Seleção do Paulista tem 6 palmeirenses, 3 corintianos e 2 santistas
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Alexandre Praetzel

Gosto de fazer Seleções de campeonatos e torneios. E acho que os organizadores sempre devem premiar os melhores. Mais um Paulista está se encerrando e teremos Palmeiras ou Corinthians como campeão. Listei minha Seleção e vou divulgar antes da definição do título, porque entendo que após 17 jogos, é possível relacionar os destaques.

Goleiro – Jaílson

Lateral-direito – Marcos Rocha

Zagueiro – Antonio Carlos

Zagueiro – Balbuena

Lateral-esquerdo – Victor Luís

Volante – Alison

Volante – Felipe Melo

Volante – Maycon

Meia- Rodriguinho

Atacante – Eduardo Sasha

Atacante – Borja

Revelação – Rodrygo(Santos)


Treinos abertos devem se repetir. Torcedores merecem ter um “dia”
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Alexandre Praetzel

As festas dos torcedores de Corinthians e Palmeiras nos treinos abertos, podem determinar uma ideia de marketing e promoção dos clubes. A presença maciça de muitos que não podem ou não conseguem comprar ingressos, traz uma mensagem interessante. Por que não marcar o ''Dia do torcedor'', uma confraternização com comissões técnicas e jogadores? Quem sabe, um sábado por mês, na véspera de uma partida importante ou de um clássico. Podem movimentar as lojas oficiais e angariar novos sócios, além da possibilidade de outras promoções. Óbvio que pensando sempre pelo lado positivo. Se o time estiver numa sequência de derrotas ou em crise técnica, isso dificulta um pouco, claro.

Vimos momentos emocionantes nos dois estádios, com torcedores tremulando bandeiras e iluminando os ambientes com sinalizadores. Tudo na paz e convivência. E sobre isso, uma questão curiosa. Por que nos treinos, bandeiras e sinalizadores são permitidos e nos jogos, não? Ainda mais com torcida única, nos confrontos de maior rivalidade? A incoerência das autoridades preocupa porque parece um jogo de empurra e uma proibição para não aumentar a fiscalização e o trabalho. Só pode ser isso.

Lembrando que o São Paulo também havia feito a mesma coisa no Morumbi, dia 26 de agosto de 2017, antes de enfrentar o Palmeiras, no Allianz Parque. Na ocasião, o evento também foi emocionante, apesar da má fase do tricolor.

É algo que pode virar rotina. E aproxima mais os atletas da galera. Hoje, eles comandam o futebol, mas vivem enclausurados, cheios de assessores e parecem ''robôs'' na maioria das entrevistas. É uma oportunidade também para eles verem o que representam para os apaixonados por seus times. Quem não se comprometer, depois de atitudes tão fortes de apoios, é porque não merece vestir a mesma camisa.


Palmeiras 95%. Corinthians 5%. Jogaço na decisão do Paulista
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Alexandre Praetzel

Chegou a hora da decisão do Campeonato Paulista. Depois de 17 jogos, Palmeiras e Corinthians definem quem ganha o título, neste domingo, no Allianz Parque. O Palmeiras tem a vantagem do empate e, também por isso, é favorito a conquistar o Estadual, depois de dez anos. O Corinthians é o atual campeão, após ter batido a Ponte Preta, em 2017. No título do post, já coloquei meus percentuais para cada equipe. Entendo que a vitória em Itaquera, deixou o Palmeiras muito próximo de levantar a taça.

O time foi primeiro colocado na classificação geral, venceu quatro clássicos e perdeu dois. O Corinthians teve a segunda melhor campanha e ganhou três clássicos, empatou um e perdeu dois. Os confrontos entre os rivais foram bem diferentes. Na primeira fase, o Corinthians fez 2 a 0 com autoridade e atitude contra um Palmeiras lento e sem competitividade. Vitória justíssima. Na final, o Palmeiras deu a resposta, mesmo na casa corintiana. Marcou forte, neutralizou as principais jogadas do adversário e saiu com 1 a 0, transportando toda a vantagem para o jogo de volta, onde terá torcida única.

É possível o Corinthians derrotar o Palmeiras, no Allianz Parque? Claro que sim. Mas entendo que o Palmeiras foi decisivo na hora mais importante. Poder jogar pelo empate, transfere toda a pressão para o Corinthians, que terá que sair para o jogo diante de um Palmeiras bem armado e qualificado. É correto dizer que o Palmeiras ganhou do Corinthians, utilizando uma tática que o Corinthians exercia sobre os outros times, em 2017.

O desfalque de Felipe Melo pode ser menos sentido, em relação a Clayson no Corinthians. Roger Machado pode recuar Bruno Henrique, escalando Moisés, ou colocar Thiago Santos, num posicionamento mais defensivo. Carille terá uma formação sem centroavante, tentando uma movimentação maior com três meias e um atacante. Projeção de um duelo interessante.

O blog avaliou jogador por jogador para a final, com as prováveis escalações, tendo o Paulista como parâmetro.

Jaílson  X  Cássio

Marcos Rocha  X  Fagner

Antonio Carlos  X  Henrique

Thiago Martins  X  Balbuena

Victor Luís  X  Sidcley

Bruno Henrique  X  Ralf

Moisés  X  Maycon

Lucas Lima  X  Rodriguinho

Dudu  X  Matheus Vital

Borja  X  Romero

Willian  X  Jadson

8×3 Palmeiras, no conceito do blog. Apenas opinião, por tudo que acompanhei no Estadual.

O blog palpita vitória do Palmeiras por 1 a 0. Tomara que seja um grande jogo, com bom futebol e sem discussões e brigas, dentro de campo.


Cria de Parreira quer abrir o mercado sul-americano treinando o Bolívar
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Alexandre Praetzel

O Bolívar, um dos clubes mais tradicionais da América do Sul e o principal da Bolívia, contratou um treinador brasileiro para desenvolver um projeto de crescimento das categorias de base ao profissional. Trata-se de Vinícius Eutrópio, 51 anos, com passagens por América-MG, Ponte Preta, Chapecoense, Figueirense e Santa Cruz-PE. Discípulo de Carlos Alberto Parreira, no Fluminense, Eutrópio conversou com o blog sobre a decisão de trocar o Brasil pela Bolívia, o trabalho na altitude e o desafio de levar o Bolívar a grandes conquistas na América do Sul. Confira abaixo.

Como é trabalhar num futebol inferior ao brasileiro?

Futebol brasileiro hoje está numa evolução e num patamar de estrutura, logística, organização muito grande. Então, são poucos mercados que estão acima do futebol brasileiro. É um desafio que eu aceitei para minha carreira, justamente para que eu pudesse ajudar a elevar o nível em alguns aspectos. Está sendo bom, positivo e um grande desafio.

Como lidas com a altitude?

Altitude é um fator que a primeira coisa que você tem que fazer é respeitá-la. Nos primeiros dias, é comer muito pouco, fazer menos exercícios, beber bastante água para você ir se adaptando, seu corpo também. Mas, de qualquer forma sempre afeta, apesar de não ter afetado muito agressivamente. Eu lido com a altitude, respeitando bastante o dia a dia e as adaptações que o corpo vai exercendo aos poucos.

Por que clubes bolivianos nunca chegam nas competições em condições de títulos?

Primeiro que a América do Sul tem grandes concorrentes, Colômbia, Argentina, Uruguai, Brasil, Chile, são países muito fortes. Futebol boliviano, acredito que ainda não esteja estruturado, principalmente, na parte financeira dos clubes, com nível de investimentos dos adversários. É bem menor e isso pesa muito na hora de montar um elenco e disputar uma Libertadores.

Por que aceitaste trocar o Brasil pela Bolívia?

Principalmente, pelo planejamento e projeto que foi apresentado pelo dono do Clube, que mora em Miami, o Marcelo Clauli. Justamente, é ajudar o Bolívar, das categorias de base ao profissional, a desenvolver mais seus aspectos de estrutura, categorias de base e também o desafio diferente para um brasileiro, que é abrir o mercado sul-americano, esse mercado que poucos brasileiros têm e com muitos treinadores bons do Brasil. Eu acho que é muito bom eu abrir mercado para outros treinadores que possam vir, não só para a Bolívia, como para outros países da América do Sul.

Está valendo a pena?

Sem dúvida nenhuma, está valendo muito a pena. O Bolívar é a base da Seleção boliviana com jogadores que já atuaram em outros países e que disputam sempre as eliminatórias. Também tem a parte cultural, que pessoalmente, a gente cresce bastante. Uma disputa da Libertadores é sempre um crescimento e um grande desafio. Está valendo muito a pena com um crescimento pessoal e profissional muito grande.

O Bolívar está no grupo 2 da Libertadores da América. Em três jogos, tem cinco pontos, com uma vitória sobre o Nacional_COL e dois empates diante de Colo-Colo-CHI e Delfin-EQU. Na Liga boliviana, são seis vitórias, dois empates e duas derrotas em dez partidas disputadas.

 


Me rendo a Vanderlei. A maior injustiça de Taffarel e Tite
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Alexandre Praetzel

Seleção Brasileira sempre foi um time com a convocação dos melhores jogadores nas suas posições. Ouvi essa frase desde que me conheço por gente e acompanho futebol. Mas nunca foi assim, óbvio. Os chamados pelos treinadores podem ser mais simpáticos, bons de grupo e disciplinados taticamente. Alguns, por amizade mesmo. Sei que Tite não pensa assim e Taffarel, parece, segue a cartilha do técnico. Agora, não convocar Vanderlei nenhuma vez, é a maior injustiça do ciclo de quase dois anos à frente do selecionado.

O que Vanderlei precisa fazer mais, para ter uma chance? O goleiro do Santos vem mantendo regularidade de 2015 a 2017. Ontem, fez quatro defesas excelentes, evitando a derrota para o Estudiantes. Foi bicampeão paulista e vice-campeão Brasileiro e da Copa do Brasil, como destaque. Fecha o gol em quase todos os jogos e se tornou o melhor nome do Santos, desde o ano passado. E isso não é análise só de jornalistas. Vários torcedores de outras equipes se rendem ao número um santista, pelo desempenho em partidas contra seus times.

Algumas pessoas ligadas à Seleção comentam que Taffarel foi observar Vanderlei num treinamento no CT, com Levir Culpi como técnico, em 2017. Chegando lá, viu Vanderlei atuar como centroavante em dois ''rachões'' e saiu decepcionado, de certa forma. Uma desculpa pífia. Qual a culpa de Vanderlei em brincar numa pelada de dois toques? Na Seleção, isso acontece também.

Vanderlei sempre foi introvertido e avesso às entrevistas. Nesse ano, se soltou um pouco mais e tem conversado mais no dia a dia. Mas isso é o de menos. Vale o que ele está pegando. E pegando muito. E isso bastaria para ele ser convocado para a Seleção. Não aos olhos dos integrantes da Seleção. Seleção também é política de boa vizinhança e simpatia dos comandantes. Sempre foi.

Vanderlei está com 34 anos. Tem 173 partidas pelo Santos.

 


Caetano evita críticas ao Fla e admite que pressão atrapalha o futebol
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Alexandre Praetzel

Rodrigo Caetano foi dispensado do Flamengo, após três anos e meio de trabalho, atuando como diretor-executivo de futebol. A queda nas semifinais do Estadual para o Botafogo, foi determinante para a decisão da diretoria. Em entrevista exclusiva ao blog, Rodrigo evitou críticas aos dirigentes, falou da disputa entre executivos e amadores no mercado e admitiu que está difícil trabalhar no Brasil, pela pressão por resultados imediatos. Acompanhem abaixo.

Ricardo Lomba, vice-de-futebol do Flamengo, te derrubou no Clube?

Não acredito. Com toda a honestidade, não acredito. Eu conheço o Lomba já algum tempo e em todos os momentos, ele foi um apoiador do trabalho. Pelo que eu pude ler e observar, talvez fosse uma ideia de mais pares lá, para acontecer no final do ano, o que eu lamento que não tenham me informado isso ao final do ano. Certamente, se encerraria ali, um ciclo importante no ano de 2017, quando o Flamengo disputou tudo. Particularmente, não acredito mesmo, o que também não me faz concordar com a forma como ele se expressou publicamente. Aí, óbvio, colocou em contestação, todo o trabalho.

Esta batalha executivo X amador está demorando para terminar no Brasil?

Praetzel, a gente espera que isso não seja uma batalha, não se torne uma batalha porque os clubes são eminentementes políticos nos seus estatutos e os executivos vieram para ser uma ferramenta que auxilie esses dirigentes estatutários. Eu acho que falta um entendimento maior do que o executivo faz, não é apenas um contratador de atletas, e sim, um gestor de todo o departamento, escolhido por esses dirigentes.

O executivo causa inveja ao amador, pelo que ele ganha e pela importância que tem no departamento de futebol?

É possível, até por conta do que eu falei. O entendimento ainda é muito raso do que a gente faz. Acham que a gente vai ali, que a gente tem uma caneta, um cheque e que sai contratando. Não. A contratação de atletas não é feita, única e exclusivamente, pelo executivo. Você não traz um jogador se não tiver aprovação. Primeiro, tem um processo de contratação, de busca, análise, departamentos, aprovação do financeiro, jurídico, presidente, vice-presidente. É assim que funciona. Técnico, muito mais ainda. Você tem que gerar um conceito muito maior. E nós somos os suportes das comissões técnicas, o elo de ligação com a diretoria estatutária e atletas e comissão técnica. Gestores de pessoas, funcionários, trabalhamos na parte da infraestrutura, orçamento, logística e muitas vezes, acabam nos colocando com essa visibilidade e exigência de resultados, apenas. O que tem acontecido aqui, são trabalhos interrompidos por resultados no campo, que muitas vezes, aconteciam com os treinadores, agora estão acontecendo com os executivos. Só espero que isso não sirva de escudo para tirar profissionais, por causa dos resultados.

Se o Lomba não tivesse desabafado na entrevista, você ainda estaria no cargo do Flamengo?

Ah, é difícil dizer. Não tenho essa ideia. Parece que já era uma ideia de mudança. Não concordo com uma palavra que era utilizada em algumas vezes, não pelo Lomba, por outros: reformulação. Reformulação você faz quando está tudo errado e o Flamengo apresentou também no campo, que o caminho, por mais que não tenha conquistado uma taça no campo, em 2017, que o caminho percorrido, era o caminho correto. Fez final de Copa do Brasil, Sul-Americana, classificou direto para a Libertadores. Neste ano, é líder do grupo da morte da Libertadores. Ajustes, correções, isso são obrigações. Mas como reformulação, não concordo, respeito, mas não quero ter essa certeza de que ele tenha sido o responsável por toda essa mudança.

Vanderlei Luxemburgo tem dito que o treinador cai por maus resultados, mas os executivos nunca são responsabilizados. Você concorda com isso?

Inclusive, já falei com Vanderlei sobre isso. E a discussão é justamente por conta de que ele entende que os executivos têm que ter mais autonomia para isso. Para justamente, nos momentos de instabilidade, ter a condição de manter o trabalho, a continuidade deste trabalho. Na época, eu disse a ele, que é algo ainda incontrolável, haja vista o que aconteceu agora, também. Só eu não quero que o executivo seja também, se existe alguma coisa de equilíbrio e estabilidade através da figura do executivo, é o que a gente espera, por mais que em algumas vezes tenha que se trocar o treinador. Se por conta disso, vier qualquer resultado e mudança em todo o departamento de futebol, o prejuízo é maior. Mudar o departamento de futebol a cada vez que tem um insucesso esportivo, aí nós vamos andar para trás.

Por que o Flamengo não ganhou um grande título de 2014 a 2017?

Eu cheguei no final de 2014 para início de 2015 e sempre o planejamento do Flamengo foi para consolidar essa transformação que o Clube fez na estrutura física. Quando nós chegamos lá, o Flamengo não tinha nem CT, tinham os campos, mas era tudo muito adaptado. Na parte do investimento, foi crescendo ao longo do tempo. O elenco foi melhorado, isso é nítido, reconhecido por todos. E o Flamengo voltou a vender atletas, fez a maior venda do futebol brasileiro. Voltou a aproveitar jovens da base, formar. Realmente, para que tudo isso se consolidasse, teria que ter um grande título. Eu prefiro acreditar que ainda não veio, mas que está próximo, independentemente de eu estar lá ou não. Acredito que o caminho está pavimentado. Alguns detalhes fugiram do imponderável. No ano passado, fomos às duas finais. Perdemos uma nos pênaltis, a outra contra o Independiente, poderíamos ter revertido o resultado. Se você ganha três títulos num ano, certamente, seria lembrado para a eternidade. Não foi o que aconteceu, mas acho que não minimiza em nada o trabalho que foi feito por toda essa diretoria.

Carpegiani pagou por ser teu amigo?

Não sei. Algumas pessoas, óbvio, que têm maldade sempre em linkar uma coisa à outra. Carpegiani tem uma história no Flamengo, que ela fala por si no futebol brasileiro. Ele não chegou por meu intermédio. Teve um convite para ele fazer outra função, nesse meio-tempo teve a situação do Rueda e ele, como vinha de um grande trabalho, naquele momento em janeiro, acho que não existia um nome melhor para você buscar no mercado, algo que foi consenso da diretoria, num ano da Libertadores, o qual ele foi técnico da única conquista do Flamengo. Passados três meses, apesar de ter ganho a Taça Guanabara, ter tido a melhor pontuação na classificação geral do Estadual e líder do grupo na Libertadores, num jogo acabou que isso foi interrompido. Óbvio que o fato de eu ter trabalhado com ele anteriormente, vai acabar linkando. Ser amigo do Paulo para mim é motivo de orgulho e ter trabalhado com ele, também. Não só pelo profissional que é. E você conhece bem e sabe da retidão, postura, conduta. Precisamos de mais Carpegianis, na minha opinião. Agora, chegou por mérito dele, do grande trabalho que fez no Bahia, Coritiba e pela grande identificação dele com o Flamengo.

Rueda foi um erro?

Erro foi a saída dele, da forma como foi. Quando ele veio, o plano do Flamengo era para que ele se adaptasse no clube, conhecesse o clube, nas competições do segundo semestre e em todas elas o Flamengo chegou. Para que em 2018, por ele conhecer os caminhos nas competições sul-americanas, conhecer a Conmebol, seria uma grande aquisição, pelo fato dele ter ganho a Libertadores, mas infelizmente por uma decisão dele, ele optou por sair. Talvez, tenha sido nosso erro em ter escolhido alguém que em algum momento pensou em assumir um comando de uma Seleção. O projeto do Rueda era para ter sido essa continuidade em 2018.

Na qualidade atual do futebol brasileiro, é difícil ter um grande time hoje no Brasil?

Primeiro, acho que está muito igual. Há bons elencos. Acho que pelas avaliações, está muito difícil trabalhar. Você não tem muita estabilidade. Muitas vezes, os técnicos se sentem muito pressionados por resultados imediatos. Então, o jogo em si, a forma de jogar, não é prioridade porque é uma constante para todos nós que trabalhamos, é o seguinte: o que nos mantêm são os resultados. Mas isso não pode vir a qualquer preço. Se nós aqui, e vocês têm um papel fundamental nisso, que é a preservação dos bons trabalhos, do bom futebol, acho que todos nós deveríamos dar tranquilidade para que esses trabalhos fossem desenvolvidos. Porque aí, talvez, a gente consiga enxergar alguma coisa diferente. Se continuarmos dessa forma, de que em uma semana, uma equipe perde dois jogos, na semana seguinte pode ter interrupção do trabalho ou instaurado um caos. De que forma você vai realmente ver melhoras no jogo em si? Difícil né. O resultado sempre estará sendo priorizado a qualquer preço. Então, acho que isso é um círculo vicioso que nós temos que tomar cuidado sob pena de nós mesmos sermos protagonistas para o nosso futebol não evoluir.

 

 

 


SP se acostumou a perder. Com essa bolinha, não passa pelo Atlético-PR
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Alexandre Praetzel

Escrevi ontem no blog, que os jogadores do Atlético-PR estavam encantados com Fernando Diniz e que o São Paulo teria dificuldades no primeiro jogo da quarta fase da Copa do Brasil, em Curitiba. Não deu outra. O tricolor tem que agradecer por ter perdido apenas por 2 a 1. Isso que achou um gol com Trellez, mas durante todo o tempo, foi inferior ao Furacão.

Diego Aguirre escalou a formação que atuou contra o Corinthians, retornando com Rodrigo Caio na vaga de Bruno Alves. O São Paulo não teve força ofensiva e foi dominado por uma equipe que prioriza a posse de bola e que joga no ataque, também. Foi apenas o quinto jogo de Fernando Diniz, à frente do Atlético-PR. Não foi uma atuação de luxo, mas o simples fato de ter uma proposta tática definida e um grupo comprometido, bastou para vencer o São Paulo. Poderia ter sido mais do que 2 a 1.

Aguirre tentou a formação com três zagueiros, quando colocou o lateral Régis no lugar de Marcos Guilherme. O São Paulo até melhorou um pouco, porque a marcação cresceu e o Atlético não teve tanto espaço como antes. Mas isso é muito pouco. A atitude e a pegada dos confrontos diante do Corinthians, não foram repetidas. O São Paulo parece que se conforma com a derrota, quando sai atrás no placar. E isso está se tornando rotineiro. Parece que o time se acostumou a perder, demorando para pensar numa reação. Óbvio que Aguirre não é culpado, porque chegou agora. Mas depois de cinco dias de treinos, era preciso mostrar algo positivo e, mais uma vez, o São Paulo foi mais do mesmo.

Com essa bolinha e esse nível de atuação, dificilmente o São Paulo passará pelo Atlético-PR. Terá que ganhar de uma equipe mais encorpada e com uma forma de jogar muito melhor que o São Paulo. É verdade que uma vitória por um gol, leva a decisão da vaga para os pênaltis. Mas será que o São Paulo não será vazado por um adversário que atua constantemente no ataque? A situação se complicou, claramente.