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Cria de Parreira quer abrir o mercado sul-americano treinando o Bolívar
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Alexandre Praetzel

O Bolívar, um dos clubes mais tradicionais da América do Sul e o principal da Bolívia, contratou um treinador brasileiro para desenvolver um projeto de crescimento das categorias de base ao profissional. Trata-se de Vinícius Eutrópio, 51 anos, com passagens por América-MG, Ponte Preta, Chapecoense, Figueirense e Santa Cruz-PE. Discípulo de Carlos Alberto Parreira, no Fluminense, Eutrópio conversou com o blog sobre a decisão de trocar o Brasil pela Bolívia, o trabalho na altitude e o desafio de levar o Bolívar a grandes conquistas na América do Sul. Confira abaixo.

Como é trabalhar num futebol inferior ao brasileiro?

Futebol brasileiro hoje está numa evolução e num patamar de estrutura, logística, organização muito grande. Então, são poucos mercados que estão acima do futebol brasileiro. É um desafio que eu aceitei para minha carreira, justamente para que eu pudesse ajudar a elevar o nível em alguns aspectos. Está sendo bom, positivo e um grande desafio.

Como lidas com a altitude?

Altitude é um fator que a primeira coisa que você tem que fazer é respeitá-la. Nos primeiros dias, é comer muito pouco, fazer menos exercícios, beber bastante água para você ir se adaptando, seu corpo também. Mas, de qualquer forma sempre afeta, apesar de não ter afetado muito agressivamente. Eu lido com a altitude, respeitando bastante o dia a dia e as adaptações que o corpo vai exercendo aos poucos.

Por que clubes bolivianos nunca chegam nas competições em condições de títulos?

Primeiro que a América do Sul tem grandes concorrentes, Colômbia, Argentina, Uruguai, Brasil, Chile, são países muito fortes. Futebol boliviano, acredito que ainda não esteja estruturado, principalmente, na parte financeira dos clubes, com nível de investimentos dos adversários. É bem menor e isso pesa muito na hora de montar um elenco e disputar uma Libertadores.

Por que aceitaste trocar o Brasil pela Bolívia?

Principalmente, pelo planejamento e projeto que foi apresentado pelo dono do Clube, que mora em Miami, o Marcelo Clauli. Justamente, é ajudar o Bolívar, das categorias de base ao profissional, a desenvolver mais seus aspectos de estrutura, categorias de base e também o desafio diferente para um brasileiro, que é abrir o mercado sul-americano, esse mercado que poucos brasileiros têm e com muitos treinadores bons do Brasil. Eu acho que é muito bom eu abrir mercado para outros treinadores que possam vir, não só para a Bolívia, como para outros países da América do Sul.

Está valendo a pena?

Sem dúvida nenhuma, está valendo muito a pena. O Bolívar é a base da Seleção boliviana com jogadores que já atuaram em outros países e que disputam sempre as eliminatórias. Também tem a parte cultural, que pessoalmente, a gente cresce bastante. Uma disputa da Libertadores é sempre um crescimento e um grande desafio. Está valendo muito a pena com um crescimento pessoal e profissional muito grande.

O Bolívar está no grupo 2 da Libertadores da América. Em três jogos, tem cinco pontos, com uma vitória sobre o Nacional_COL e dois empates diante de Colo-Colo-CHI e Delfin-EQU. Na Liga boliviana, são seis vitórias, dois empates e duas derrotas em dez partidas disputadas.

 


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