Blog do Praetzel

São Paulo e Aguirre precisam de vitória sobre o Galo. Jogo duro no Morumbi
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Alexandre Praetzel

A quarta rodada do Brasileiro terá o São Paulo enfrentando o Atlético-MG, neste sábado, no Morumbi. Um jogo importante para o tricolor começar a provar que tem um time ajustado e competente para superar adversários mais difíceis. Com uma vitória sobre o Paraná Clube e empates diante de Ceará e Fluminense, o São Paulo tem que vencer em casa, ao lado do seu torcedor. Nas poucas entrevistas da semana, o lateral Reinaldo deixou isso claro. O Morumbi sempre rugiu nos últimos anos, mas a equipe não correspondeu dentro de campo.

O técnico Diego Aguirre já conseguiu dar uma consistência defensiva. Necessita agora de uma formação que permita ao São Paulo agredir o oponente, da mesma maneira que é agredido. Ofensivamente, o São Paulo precisa evoluir. O uruguaio sabe o tamanho do São Paulo e não tem aliviado no discurso. Na prática, suas palavras ainda não se confirmaram. Projeção de jogo chato e chance para Diego Souza se firmar como camisa 9.

O blog fez a comparação entre os dois prováveis times, no momento. Confira.

Sidão  X  Victor 

Régis  X  Patric

Arboleda  X  Léo Silva

Bruno Alves  X  Gabriel

Reinaldo  X  Fábio Santos

Éder Militão  X  Adilson

Jucilei  X  Blanco

Petros  X  Otero

Nene  X  Luan

Everton  X  Róger Guedes

Diego Souza  X  Ricardo Oliveira

Diego Aguirre  X  Thiago Larghi

7×5 para o São Paulo, na avaliação do blog.

Promessa de um jogo equilibrado. O blog aposta numa vitória do São Paulo por 2 a 1.


Vitória sobre o Alianza fortalece reservas do Palmeiras para pegar o Junior
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Alexandre Praetzel

A fácil vitória do Palmeiras sobre o Alianza, em Lima, fortaleceu o time alternativo para enfrentar o Junior de Barranquilha, na última rodada da fase de grupos da Libertadores da América. Com uma formação inédita e apenas dois titulares na equipe, o blog apurou que os jogadores escalados agradaram e devem ser mantidos para o confronto final.

O Palmeiras teve boa atuação e foi dono da partida, desde o início. Chegou aos 3 a 0 com tranquilidade e poderia ter vencido por uma diferença maior de gols. Mayke e Vitor Luís apoiaram bem, Moisés e Hyoran comandaram o meio-campo e Willian e Borja tiveram desempenhos eficientes, com um gol para cada um. Thiago Martins cometeu um pênalti bobo, na única vez que o Alianza criou uma jogada de ataque. Vitória definida e 13 pontos alcançados, com a primeira colocação do grupo garantida.

Agora, o Palmeiras terá o Atlético-PR e o Corinthians pelo Brasileiro e o América-MG, pela Copa do Brasil, antes de enfrentar o Junior de Barranquilha. Esse jogo pode determinar a eliminação do Boca Juniors, caso o Palmeiras perca no Allianz Parque. A comissão técnica não pretende escalar força máxima nesta partida, pela maratona que terá pela frente, até a parada para a Copa do Mundo. Por isso, o Palmeiras vai rodar o elenco e terá time repleto de reservas, novamente.

Para quem imagina que o Palmeiras possa ''entregar'' o jogo para prejudicar o Boca Juniors, isso não irá acontecer. Só haverá preservação dos titulares, pelo fato do Palmeiras já estar classificado, antecipadamente.

 


Chegou a vez de Pedrinho no Corinthians. Físico não pode ser obstáculo
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Alexandre Praetzel

O Corinthians sempre foi um grande revelador de jogadores. Nos últimos anos, conquistou inúmeras Copas São Paulo de Futebol Júnior, mas aproveitou pouco a molecada. Agora, tem Mantuan, Pedro Henrique e Pedrinho, integrantes do grupo principal e com mais chances no time de cima.

Pedrinho, considero um caso à parte. O menino de 20 anos já provou que tem bola para ser titular e tem sido mais eficiente que alguns companheiros, mesmo com menos minutos em campo. Rápido, técnico e driblador, Pedrinho é o nome que hoje pode ''quebrar'' linhas defensivas, utilizando um jargão dos treinadores atuais. Pode atuar aberto pela ponta ou como meia avançado, que é uma posição que eu gostaria de vê-lo. No um contra um, pode ser letal, pela capacidade de improviso. Deixou isso claro contra o Independiente, quando atormentou os defensores argentinos.

Agora, fica a pergunta. Por que Pedrinho não começa uma partida?

Fábio Carille justificou, alegando que o garoto está ganhando massa muscular e preparo físico para aguentar os 90 minutos. O treinador entende que Pedrinho ainda não está pronto para suportar um jogo inteiro.

Ok, a decisão do técnico é respeitável, mas há dois exemplos bem próximos e tratados de formas diferentes. Rodrygo tem só 17 anos e tem sido escalado por Jair Ventura em todos os confrontos santistas. O mesmo vale para Vinícius Jr. no Flamengo. A qualidade dos dois está na frente da questão física. E os dois são mais jovens do que Pedrinho.

Carille deixou a dúvida no ar. É melhor começar com Pedrinho e sacá-lo, ou deixá-lo para os finais dos jogos? Acho que chegou a hora de iniciar com o moleque. Há momentos que uma promessa começa a superar os colegas de time e sua escalação é inevitável. Para mim, é o caso de Pedrinho. Chegou a sua vez.

Pedrinho fez 30 jogos e marcou dois gols, como profissional.


Boca Juniors na dependência do Palmeiras. Não deixa de ser uma surpresa
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Alexandre Praetzel

Quando houve o sorteio dos grupos da Libertadores da América, apontávamos a chave do Palmeiras como uma das mais difíceis da primeira fase. Boca Juniors e sua tradição sul-americana, com vários títulos. Junior de Barranquilha, sempre um time técnico e complicado de enfrentar na Colômbia e o Alianza Lima, com sua grandeza interna, apesar de ser o mais fraco. Passadas cinco rodadas, o Palmeiras está classificado. Só depende de um empate nesta quinta-feira, em Lima, para ser o primeiro colocado.

Por incrível que pareça, o Boca Juniors ficou na ''mão'' do Palmeiras, o que não deixa de ser uma grande surpresa. Conseguiu o empate em Barranquilha, chegando aos seis pontos. O Junior tem sete. Na última rodada, o Junior pegará o Palmeiras, no Allianz Parque, e o Boca recebe o Alianza, em La Bombonera. Se o Junior derrotar o Palmeiras, elimina os argentinos.

O Boca é o virtual campeão argentino e foi apontado como um dos favoritos ao título da Libertadores. Quando vemos o time em campo, não há nada disso. Uma equipe sem muita inspiração e pouco espírito competitivo. Longe dos grandes esquadrões boquistas. Se cair fora, será um grande vexame, pelo investimento que foi feito e por toda a expectativa sobre o elenco.

Agora, para qualquer time, é melhor ter o Boca eliminado na primeira fase ou deixá-lo vivo para as oitavas-de-final, correndo o risco de enfrentá-lo no mata-mata, através do sorteio?

Um dilema para os torcedores debaterem e um assunto para Roger Machado e os jogadores evitarem. Certamente, haverá o discurso de que o Palmeiras tem que vencer todos os adversários, sem se preocupar com os outros.

Claro que se os palmeirenses pudessem escolher, não gostariam de pegar o Boca Juniors, na próxima fase. Se o Boca Juniors se classificar, pode reagir e se preparar melhor, durante a parada para a Copa do Mundo. A rodada decisiva será muito interessante. A conferir.


Quem para o Grêmio? É o melhor futebol do Brasil
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Alexandre Praetzel

O Grêmio goleou o Cerro Portenho do Paraguai, sem dificuldades e apresentando um ótimo desempenho. Renato Portaluppi poupou seus principais jogadores contra o Botafogo e entrou com o tanque cheio diante dos paraguaios. Força máxima em campo e um futebol de encher os olhos. É difícil ganhar todos os campeonatos, mas o Grêmio tem entrosamento e qualidade para atingir esse patamar. Hoje, parece favorito nos torneios de mata-mata.

O time joga o melhor futebol do Brasil. Renato consolidou um esquema de jogo e os jogadores sabem muito bem o que fazer. A espinha dorsal é bem definida com um bom goleiro, um ótimo zagueiro, dois volantes que sabem jogar, um diferencial como Luan e um atacante em estado de graça, Everton. Assim, foi fácil encaixar nomes que também são eficientes como Léo Moura, Cortez e Jael. O centroavante sempre foi discutido, mas numa equipe que cria tantas chances de gols, Jael também aproveita. Ainda existe um elenco com Cícero, André, Jaílson, Madson e alguns jovens. Óbvio que se os reservas forem escalados todos juntos, o nível cairá, mas atuando com os outros titulares, eles acabam crescendo de produção.

O Grêmio já quebrou o jejum do Campeonato Gaúcho e conquistou a Recopa Sul-Americana. Vai eliminar o Goiás na Copa do Brasil e assumiu a liderança do grupo na Libertadores. Agora, veremos como irá tratar o Brasileiro, uma competição que o tricolor também pode beliscar. Os adversários torcem para o Grêmio desprezá-lo, como ocorreu em 2017.

Domingo, tem o Santos, em Porto Alegre. Eu jogaria a valer, testando a força e o conjunto do time. Ainda mais com a parada da Copa do Mundo, para melhorar a parte física de todos.

O Grêmio virou o time a ser batido. Sobre isso, acredito que não restam dúvidas, mesmo com as forças de Flamengo, Corinthians e Palmeiras.


Belluzzo quer ressarcimento financeiro, após Simon admitir erro de 2009
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Alexandre Praetzel

Carlos Simon se formou comigo em Jornalismo, em janeiro de 1992. Nos tornamos amigos, quando trabalhei como estagiário no departamento de árbitros da Federação Gaúcha de Futebol, em 1991. Na época, Simon começava a carreira e já se destacava. Apitou três Copas do Mundo, em 2002, 2006 e 2010, além de inúmeras finais de Brasileiro e outras competições importantes.

Em 2009, um erro de Simon, num Fluminense e Palmeiras, no Maracanã, o perseguiu por um longo tempo. Simon anulou um gol legítimo de Obina, quando o Palmeiras fez 1 a 0 e liderava o Brasileiro. Sempre manteve sua posição. O Flu ganhou o jogo e lutava contra o rebaixamento. Nove anos depois, Simon admitiu o erro no programa ''Jogo Sagrado'' da Fox Sports, nesta segunda-feira, ao lado de Obina.

''Só mostram uma parte. Não foi escanteio (para o Palmeiras), era tiro de meta (para o Fluminense). Depois, foi cobrado o escanteio, o zagueiro afastou, deu rebote e o Obina fez. Apitei antes. Hoje, assumo que errei. Era tiro de meta, fiquei com a pulga atrás da orelha. O cara dá perigo de gol. Muitas vezes dá certo, essa não. Eu via a fita para ver onde errei. Vi que a gritaria era enorme. De fato, o lance era tiro de meta, foi um equívoco. Tentei acertar e acabei errando. Se acontece o gol, o outro lado iria reclamar, pois era tiro de meta'', revelou Simon.

Simon foi chamado de ladrão e xingado pelo ex-presidente do Palmeiras, Luiz Gonzaga Belluzzo, naquele momento. Foi processado pelo árbitro e perdeu R$ 60 mil.

O blog conversou com Belluzzo, nesta terça-feira, relembrando o episódio e a atitude atual de Simon, admitindo o erro. Belluzzo admite até pedir ressarcimento do valor perdido. Confira abaixo.

''Naquele dia foi uma coisa terrível. Ele não pode dar um escanteio e corrigir com outro. O Obina foi puxado por trás por um jogador do Fluminense. Paguei 60 mil por danos morais para ele e estou pensando em pedir ressarcimento. Em 2013, me lembro que estava em Porto Alegre fazendo uma palestra sobre globalização, logo depois saiu a decisão dando ganho de causa a ele. Me perguntaram o que eu achava. Reagi com ironia. Numa outra ocasião no Rio Grande do Sul, numa palestra, me perguntaram se eu acharia ruim que ele fosse. Disse que não, mas que iria dizer na frente dele o que eu achei sobre o lance. Um prejuízo enorme para o Palmeiras. Se ele reconheceu hoje, imagine no momento que ele demorou para apitar. O Obina não fez nada. Foi puxado por um jogador do Fluminense. Um erro desses estraga uma campanha inteira. No jogo seguinte, o Palmeiras empatou com o Sport no Parque Antártica. Estava um clima ruim. O time estava muito abalado e comentei isso com o Muricy. Aquilo sugeriu que o Fluminense estava prestes a cair, o Flamengo acabou virando o líder do campeonato. O presidente da CBF era o Ricardo Teixeira e muita gente ficou com a suspeita de que era um favorecimento ao Fluminense. Esse conjunto de circunstâncias criou algumas coisas desagradáveis. Pareceu que houve um arranjo para o Fluminense'', concluiu Belluzzo.

O Palmeiras terminou o Brasileiro na 5ª colocação e acabou ficando fora até da Libertadores da América. O Flamengo foi o campeão, após grande arrancada, vencendo o Palmeiras, no Parque Antártica. O Fluminense escapou do rebaixamento na última rodada, diante do Coritiba, no Couto Pereira.


Santos pode surpreender e ter a melhor campanha da Libertadores hoje
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Alexandre Praetzel

O Santos pode atingir a melhor campanha da primeira fase de grupos da Libertadores da América, se vencer o Nacional do Uruguai, nesta terça-feira, em Montevidéu. O time tem nove pontos em 12 disputados e está em igualdade com Libertad do Paraguai e Nacional de Medellín da Colômbia. O Palmeiras tem dez pontos e joga contra o Alianza Lima do Peru, quinta-feira.

O Santos caiu num grupo teoricamente difícil, com Nacional e Estudiantes da Argentina, dois campeões da América e adversários de muita tradição. Estreou mal, perdendo para o limitado Real Garcilaso do Peru, mas emplacou três vitórias consecutivas, batendo o Estudiantes duas vezes e derrotando o Nacional, no Pacaembu.

O desempenho santista não enche os olhos, sob o comando de Jair Ventura. O goleiro Vanderlei segue sendo o principal jogador. O maior mérito do técnico é conseguir trabalhar com o elenco reduzido e sem muitas opções do meio-campo para a frente. Léo Citadini entrou muito bem e virou titular, mas Jean Mota destoa na meia, ainda sem a chegada de um reforço para a posição. No ataque, sem Sasha e Bruno Henrique, machucados, Copete volta a ganhar chance. Gosto do colombiano e acredito que ele será útil, ao lado de Gabriel e Rodrygo.

Para quem começou o ano como incógnita e rótulo de ''4ª força'' do futebol paulista, o Santos vai bem, dentro das suas condições financeiras. Pode jogar mais e ser menos defensivo, jogando por uma bola. A mescla entre experientes e jovens, pode fazer o Santos produzir mais. Jair deveria soltar mais o time, porque existe qualidade técnica para isso.

O confronto diante do Nacional é jogo grande, como costumamos dizer. Já estive no Parque Central e a pressão é gigantesca, ainda mais com os uruguaios lutando pela segunda vaga, caso vençam a partida. Se o Santos trouxer um grande resultado de Montevidéu, será ainda mais respeitado, mesmo que precise qualificar time e elenco. Isso é fato.


Segunda-feira é para debater futebol, mas arbitragem não deixa
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Alexandre Praetzel

Terceira rodada da Série A do Brasileiro com alguns jogos razoáveis e a arbitragem mais uma vez, tomando conta dos debates. Num momento em que o mundo do futebol evolui com o VAR, estamos andando para trás. A Copa do Mundo está chegando e teremos 35 câmeras e árbitros de vídeos em todas as partidas. Tudo para dar transparência à algo que ainda causa prejuízo pela cultura do ''erro faz parte do futebol''. Não, erros grotescos não podem mais fazer parte disso. A tecnologia deve ajudar, mas bem estabelecida e com regras definidas. Do jeito que está, sempre haverá a suspeita e possibilidade de interferência externa.

Ontem, mais uma vez, tivemos erros que colocaram a arbitragem nas discussões em detrimento do jogo. Em Belo Horizonte, tivemos Atlético e Corinthians e o paraense Dewson Freitas validou o gol de Roger Guedes, no primeiro tempo, mas dois minutos depois, voltou atrás, porque foi avisado que a bola resvalou na mão de Ricardo Oliveira. Sim, houve o toque não intencional e o gol foi legal. Mas Dewson voltou atrás. Se houvesse o VAR, isso seria resolvido em poucos segundos e o árbitro certamente veria que Ricardo Oliveira não teve intenção. Ainda achei que Mantuan fez pênalti no próprio Ricardo, no mesmo lance, mas isso é apenas opinião. Depois, Roger Guedes marcou um gol ilegal, com falta cometida sobre Mantuan, atropelando o corintiano. Dewson, para compensar o erro, validou. Errou duas vezes.

No Maracanã, teve Fluminense e São Paulo e a bola bateu na mão de Arboleda. O árbitro Rodolpho Marques não marcou pênalti, mas outros lances iguais, recentemente, resultaram em pênalti. Lance bem discutível. O zagueiro Gum chegou a dizer que se fosse para Flamengo ou Corinthians, o pênalti seria marcado. Até os jogadores começam a ironizar.

No Allianz Parque, Palmeiras e Chapecoense e o auxiliar Felipe Costa Oliveira anulou gol legal de Antonio Carlos, em cabeceio para o gol, nos acréscimos. Ele alegou impedimento, que não houve no lance. Em 30 segundos, o árbitro veria que o gol tinha sido legal.

A CBF cansa de divulgar que difunde e apoia o futebol pelo país, mas não quer bancar algo que é fundamental para dar lisura aos seus torneios principais. Quis que os clubes pagassem a conta, para variar. Agora, lava as mãos e os árbitros entram em campo bastante pressionados.

Queremos as segundas-feiras para falarmos de gols, dribles e boas partidas. Só que do jeito que está, o sexteto de preto ou outras cores, será protagonista toda semana.


Gil garante que está bem na China, mas não descarta volta ao Brasil
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Alexandre Praetzel

O Corinthians tem interesse na repatriação de Gil. Hoje no Shandong Luneng da China, o zagueiro tem mais um ano e meio de contrato e mostra-se ambientado e satisfeito no futebol asiático. Em entrevista exclusiva ao blog, Gil falou sobre a possibilidade de retornar ao Brasil, adaptação na China, Fábio Carille e o seu momento atual. Confira.

Valeu a pena ter trocado o Brasil pela China?

Na época, foi algo bom para mim e para o Corinthians. Decidimos juntos, era uma boa proposta e decidimos aceitar. Creio que valeu a pena sim. Já estou indo para a minha terceira temporada no clube, tenho carinho de todos aqui e tenho mantido um bom nível de apresentações. A gente acaba ficando um pouco mais distante do cenário, mas hoje sabemos que os jogos podem ser vistos de qualquer lugar e cada vez mais o futebol chinês tem contado com jogadores renomados e de grande história. Existe um grande investimento e uma evolução contínua no futebol do país.

Por que não foste mais convocado para a Seleção Brasileira, na tua opinião?

É algo que prefiro não opinar, posi não cabe a mim. Trabalho no dia a dia para o meu clube, como sempre disse desde a época do Corinthians. Tenho que fazer o meu melhor sempre no dia a dia para estar bem. Tenho que me dedicar e fazer o melhor sempre e é algo que sempre fiz durante toda a minha carreira e continuo fazendo aqui na China.

Pensas em retornar ao Brasil, a curto prazo?

Ainda tenho contrato até o fim do ano que vem com o Shandong, pois assinamos quatro anos. Claro que tenho vontade de voltar ao Brasil, mas é algo que não tem como saber ainda se a curto, médio ou longo prazo. Comecei a terceira temporada aqui, começamos bem a competição e estou muito motivado. Ano passado, conseguimos terminar como a melhor defesa, só fiquei fora de um jogo. Este ano, somos também a defesa menos vazada(quatro gols em seis jogos), brigamos na parte de cima da tabela e creio que teremos coisas boas. Mas se surgir algo bom para mim e para o Shandong, sempre estaremos abertos a conversar e decidir o melhor para todas as partes.

Palmeiras tentou te contratar?

Eu acompanhei mais pela imprensa e vi declarações de dirigentes do clube falando sobre mim, assim como vi falando de outros clubes também. Fico feliz por tudo isso, pois é reconhecimento do que tenho feito, mas tenho que manter os pés no chão. É algo que deixo para meus empresários e tenho contrato ainda, como disse, até o final de 2019. Sei que tiveram algumas consultas, mas não é uma liberação fácil, pois investiram na minha contratação. Eu tenho jogado sempre aqui e não é tão comum eles investirem em zagueiros estrangeiros.

Achavas que Carille teria sucesso rápido como treinador?

Sempre acreditei que ele seria um grande treinador e que sua hora iria chegar. É um cara batalhador e merecedor do que está colhendo no momento. Sempre acompanho e torço por ele e por todos ali, pois tenho grandes amigos e pessoas queridas. É gratificante você poder ver quem gosta, vencer na vida, ainda mais sendo alguém que se dedicou e se preparou para aquilo.

O que faz um bom zagueiro para você?

Acima de tudo, acredito muito na dedicação. No futebol, nada acontece por acaso e é sempre fruto de muito trabalho. Eu sempre priorizei isso e aqui na China não é diferente. Procuro fazer um algo a mais no dia a dia, pois sabemos que sempre temos algo a melhorar. Um bom zagueiro hoje precisa ter a parte física em dia, mas também saber que muito do que acontece na frente começa por ele lá atrás, com técnica. Um bom passe e uma saída de bola qualificada ajudam muito. Mas sabemos que é uma posição que temos que atuar sempre com seriedade e firmeza, pois estamos perto do nosso gol. Pelo alto, é preciso ter segurança e, quando temos alguma brecha, aproveitar para tentar alguns gols na frente. Acho que é mais ou menos isso, com liderança, organização tática e entrosamento com os demais companheiros, pois sozinho ninguém consegue se destacar.

Gil está com 30 anos. No Shandong Luneng, fez 73 jogos e marcou quatro gols, desde 2016.


Presidente do Corinthians desvia o foco da crise financeira do clube
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Alexandre Praetzel

Andrés Sanchez desviou o foco dos problemas financeiros do Corinthians. Chamou uma entrevista coletiva para comentar o banimento de Marco Polo Del Nero, as manobras políticas na CBF, ironizou o Palmeiras, falou sobre possibilidade de contratação, mas não explicou o fundamental, nem foi questionado. De onde o Corinthians irá tirar dinheiro para contratar reforços?

A pergunta cabe, depois da entrevista exclusiva do diretor financeiro, Wesley Melo, ao repórter Dassler Marques, no UOL Esporte. Wesley foi direto ao dizer que não dá para adquirir jogadores com o momento delicado das finanças. Ainda revelou um déficit mensal de R$ 8 milhões, uma dívida de R$ 26 milhões com o Fundo da Arena Corinthians e um endividamento bancário na faixa dos R$ 420 milhões, além de ter buscado ajuda com os empresários Carlos Leite e Giuliano Bertolucci, com empréstimos a juros entre 1,5% e 1,9%. Por acordo, todo o dinheiro de bilheteria dos jogos vai para o pagamento do Fundo da Arena. No elenco, o Corinthians ainda gasta cerca de R$ 13 milhões com a folha salarial.

O Corinthians era para ser uma potência financeira. Tem a maior cota de TV, um plano de sócio-torcedor consolidado e uma torcida apaixonada e consumidora. A Arena está quase sempre lotada. O time tem dado resposta dentro de campo, depois de uma gestão de futebol bem elaborada e produzida por Alessandro e Flávio Adauto, com o ótimo trabalho de Fábio Carille e comissão técnica. O Corinthians segue forte e tem chances de ganhar a Copa do Brasil ou a Série A do Brasileiro, até porquê a Libertadores foi colocada em segundo plano pelo presidente.

Andrés pegou tudo pronto de Roberto de Andrade. Até agora, não apresentou nada novo. Um clube do tamanho do Corinthians não tem patrocinador master. Em 2009, Ronaldo Nazário foi um grande lance, num momento de reconstrução. Hoje, passados nove anos, é inimaginável repetir algo parecido pela falta de recursos e nomes capazes de mudar o caos financeiro. Parece que o presidente não viu as palavras do seu diretor financeiro, um profissional do mercado. Gestões empresariais não suportam mais tanto amadorismo. Enquanto os resultados de campo forem bons e os títulos conquistados, tudo passa batido. Mas uma hora a conta chega.

Para quem disse que deixaria o mandato de deputado federal para se dedicar apenas ao Corinthians, Andrés não cumpriu a palavra. Em 2007, ele foi transparente, ao publicar no site do clube, os percentuais de cada ''dono'' dos atletas. Depois, voltou atrás. Será que agora fará o mesmo? Quem o reelegeu, que aguarde para conferir.