Blog do Praetzel

Arquivo : Renato Portaluppi

Quem para o Grêmio? É o melhor futebol do Brasil
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Alexandre Praetzel

O Grêmio goleou o Cerro Portenho do Paraguai, sem dificuldades e apresentando um ótimo desempenho. Renato Portaluppi poupou seus principais jogadores contra o Botafogo e entrou com o tanque cheio diante dos paraguaios. Força máxima em campo e um futebol de encher os olhos. É difícil ganhar todos os campeonatos, mas o Grêmio tem entrosamento e qualidade para atingir esse patamar. Hoje, parece favorito nos torneios de mata-mata.

O time joga o melhor futebol do Brasil. Renato consolidou um esquema de jogo e os jogadores sabem muito bem o que fazer. A espinha dorsal é bem definida com um bom goleiro, um ótimo zagueiro, dois volantes que sabem jogar, um diferencial como Luan e um atacante em estado de graça, Everton. Assim, foi fácil encaixar nomes que também são eficientes como Léo Moura, Cortez e Jael. O centroavante sempre foi discutido, mas numa equipe que cria tantas chances de gols, Jael também aproveita. Ainda existe um elenco com Cícero, André, Jaílson, Madson e alguns jovens. Óbvio que se os reservas forem escalados todos juntos, o nível cairá, mas atuando com os outros titulares, eles acabam crescendo de produção.

O Grêmio já quebrou o jejum do Campeonato Gaúcho e conquistou a Recopa Sul-Americana. Vai eliminar o Goiás na Copa do Brasil e assumiu a liderança do grupo na Libertadores. Agora, veremos como irá tratar o Brasileiro, uma competição que o tricolor também pode beliscar. Os adversários torcem para o Grêmio desprezá-lo, como ocorreu em 2017.

Domingo, tem o Santos, em Porto Alegre. Eu jogaria a valer, testando a força e o conjunto do time. Ainda mais com a parada da Copa do Mundo, para melhorar a parte física de todos.

O Grêmio virou o time a ser batido. Sobre isso, acredito que não restam dúvidas, mesmo com as forças de Flamengo, Corinthians e Palmeiras.


Grêmio tricampeão com autoridade e futebol. Renato merece uma estátua
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Alexandre Praetzel

O Grêmio conquistou a Libertadores da América pela terceira vez com autoridade. Jogando na casa do Lanús, fez um primeiro tempo de excelência, abrindo 2 a 0 e praticamente definindo a partida. O tricolor gaúcho colocou a bola no chão e envolveu a marcação até com certa facilidade. Ainda levou um gol de pênalti, mas Marcelo Grohe não fez nenhuma defesa na segunda etapa.

Luan foi um monstro mais uma vez. Sempre que a bola passou por ele, saiu alguma boa jogada. O gol marcado foi de grande nome do futebol, costurando os marcadores e tocando com muita categoria na saida do goleiro Andrada. Arthur também deu ritmo ao time, enquanto esteve em campo, demonstrando muita maturidade com pouco mais de 20 anos de idade.

Título merecido com um grupo recheado de jogadores menosprezados em outros clubes, como Cortez, Léo Moura, Maicon, Fernandinho e Cícero, contratado para apenas quatro partidas e autor do gol da vitória, no primeiro confronto. Mérito gigantesco de Renato Portaluppi. O primeiro profissional brasileiro a ser campeão da América como atleta e treinador. Merece uma estátua mesmo, como já foi pedido por ele. Assumiu com jeito folclórico e cheio de desconfiança, mas um ano e meio depois, foi campeão da Copa do Brasil e Libertadores da América. E com o Grêmio consistente e mostrando bom futebol.

Agora, não dá para duvidar que o Grêmio possa encarar o Real Madrid, na disputa do Mundial Interclubes, em dezembro. O Grêmio terá um primeiro adversário dia 12 e passando, pegará os espanhóis na decisão. Lembrando que Renato foi campeão mundial em 1983, fazendo os dois gols do Grêmio na vitória de 2 a 1 sobre o Hamburgo da Alemanha.

Realmente, não dá para duvidar. Parabéns Grêmio.


Grêmio na final da Libertadores. Tricolor fez o certo, atacando no Equador
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Alexandre Praetzel

Conforme previsto neste espaço, o Grêmio confirmou o favoritismo e fez 3 a 0 no Barcelona-EQU, na primeira partida pelas semifinais da Libertadores da América. O time brasileiro foi muito melhor porque é mais time que os equatorianos. Renato Portaluppi não colocou todo mundo lá atrás, esperando ser atacado, como fizeram Palmeiras e Santos, erroneamente.

É verdade que o Barcelona facilitou o trabalho, falhando nos dois primeiros gols, mas o Grêmio teve competência e qualidade para aproveitar as duas oportunidades. Luan foi cirúrgico nos dois gols marcados e Edilson bateu uma falta do lado contrário da barreira mal armada pelo goleiro Banguera.

Ainda é preciso ressaltar, e muito, a defesa espetacular de Marcelo Grohe em chute à queima-roupa do atacante Ariel, dentro da pequena área. Foi um reflexo e uma percepção absurda do goleiro, na maior defesa do ano no futebol mundial. Ali, o Barcelona poderia diminuir o placar para 2 a 1. Grohe fez o milagre e, em seguida, o tricolor chegou ao terceiro gol, praticamente, liquidando a fatura.

Agora, é pensar no River Plate ou Lanús. Tudo bem que tem o segundo jogo, em Porto Alegre, mas nem os próprios equatorianos imaginam uma virada histórica. O problema deles é o Grêmio. E o Grêmio não irá entregar a vaga, dentro da sua casa e com 50 mil gremistas. Por isso, Grêmio na final.

Ah, e como joga Luan!! Sem ele, o Grêmio beira o time comum. Com sua presença, parece que os companheiros também crescem bastante de produção. Luan sobra entre os quatro semifinalistas e pode ser o fator de desequilíbrio do Grêmio para conquistar sua terceira Libertadores da América.


Grêmio é favorito contra o Barcelona. Luan sobra entre os semifinalistas
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Alexandre Praetzel

O Grêmio é favorito para passar pelo Barcelona de Guaiaquil, nas semifinais da Libertadores da América. Digo isso pelo grupo de jogadores que o Grêmio montou, talvez o melhor dos últimos dez anos, quando disputou a decisão em 2007, perdendo para o Boca Juniors-ARG.

É verdade que o time teve queda de produção, desde que Luan se machucou e ficou ausente por mais de 30 dias. Priorizou a Libertadores em vários momentos e perdeu a grande chance de disputar o título brasileiro em igualdade com o Corinthians, com uma equipe superior. Agora chegou a hora da verdade para o tricolor. Renato Portaluppi foi campeão da Copa do Brasil no ano passado, mas não conseguiu levar o Grêmio ao bicampeonato, parando no Cruzeiro, nas semifinais da atual temporada. Armou um time com um futebol vistoso e competente, até a metade do ano. Aí, parece que as ideias estagnaram. Pedro Rocha foi negociado com o Spartak da Rússia e o Renato demorou para encontrar um substituto ideal. Apostou em Fernandinho e a configuração tática ficou mais próxima da anterior.

Com Luan recuperado, parece que os próprios companheiros também retomaram a empolgação e os bons desempenhos. O Grêmio poderia jogar o melhor futebol do Brasil, mas foi ao Equador sem essa condição porque sofreu com o calendário nacional. Ainda assim, é superior ao Barcelona. Em 180 minutos, tem bola e time para eliminar os equatorianos, mesmo que o adversário tenha passado por Palmeiras e Santos, decidindo fora de casa.

Marcelo Grohe; Edilson, Geromel, Kannemann e Cortez; Michel, Arthur, Ramiro e Luan; Fernandinho e Barrios é a formação gremista. Todos os titulares presentes e um banco reforçado com Cícero, jogador acostumado a grandes confrontos e vice-campeão com Renato, no Fluminense, em 2008.

Renato foi o maior jogador da história do Grêmio. Ganhou a Libertadores e o Mundial em 1983 e foi vice-campeão da América, em 1984. Amadureceu como treinador e afastou um pouco a fama de boleirão. Mas ainda é contestado e sabe que um título continental pode transformá-lo em grande nome durante muitos anos. Parece que esse é o momento.


Renato, é bom estudar para saber por que o Grêmio joga tão pouco!
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Alexandre Praetzel

No dia 08 de dezembro de 2016, Renato Portaluppi levou o Grêmio à conquista da Copa do Brasil, pela quinta vez. Nos festejos do título, disparou: “Quem precisa aprender, estuda, vai pra Europa…Quem não precisa, vai pra praia. Quem sabe, sabe. Quem não sabe, vai estudar”. A declaração gerou polêmica porque estudiosos ganharam espaço no futebol brasileiro em detrimento a técnicos boleiros, caso de Renato.

Quase cinco meses depois, Renato deveria dar uma olhadinha no continente europeu ou por aqui mesmo, na América do Sul. O Grêmio não tem jogado nada sob o seu comando. É verdade que perdeu Douglas por lesão e Wallace, negociado com o Hamburgo-ALE. Mas também recebeu reforços de qualidade, como Lucas Barrios e Gata Fernandez. Miller Bolaños voltou a jogar bem (se machucou, recentemente). Mas Renato se atrapalhou todo. Parece que não consegue criar variações táticas e extrair o máximo de seus jogadores. Luan, de grande talento, é um desânimo em campo. Fica a impressão de que é um treinador de curto prazo, com capacidade para mobilizar um grupo num tiro curto. Foi assim na Copa do Brasil. Arrumou a defesa, criou um ambiente mais competitivo e bateu campeão, com méritos. Agora, o encanto diminuiu bastante. O tricolor é previsível, não tem mais a pegada de antes e organiza poucas jogadas de ataque.

O Grêmio vai classificar para as oitavas-de-final da Libertadores na chave mais fraca do torneio. Mesmo assim, foi inferior ao Deportes Iquique-CHI, em três tempos dos dois jogos. Somou quatro pontos contra o Guarani-PAR, sem muito entusiasmo e deve golear o finado Zamora-VEN, na última rodada. Mas o futebol apresentado é preocupante. O Grêmio poderia e deveria jogar mais. Culpar “nana neném”, “a carne é fraca” ou a arbitragem, é puro discurso vazio. O Grêmio, com um elenco muito superior, não conseguiu vencer o Novo Hamburgo em três partidas e foi eliminado nas semifinais do Gaúcho, torneio que priorizou em relação a um confronto da Libertadores. Um vexame, sem dúvida.

O futebol pode apresentar surpresas e o Grêmio vencer a Libertadores, no final do ano. Ainda tem a Copa do Brasil, a partir das oitavas, diante do Fluminense. Afinal, historicamente, o Grêmio consegue ser campeão com times limitados, mas não, mal treinados. Hoje, essa é a realidade.

Quem sabe, não é hora de estudar um pouco, hein Renato! Talvez, descubra as causas do mau futebol gremista. Nunca é tarde.


Bolzan garante final em POA e vê Grêmio pronto para ser campeão
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Alexandre Praetzel

Romildo Bolzan Jr. foi reeleito presidente do Grêmio para o próximo triênio. Político de carreira, o dirigente convenceu 85% dos sócios gremistas a apostarem em mais um mandato à frente do tricolor. O Grêmio está na final da Copa do Brasil e pode quebrar um jejum de 15 anos sem títulos nacionais, logo na sua gestão. Bolzan Jr. falou sobre a perda de mando de campo, Renato Portaluppi, Primeira Liga, rebaixamento do rival Inter e o modelo complicado do futebol brasileiro, em entrevista exclusiva ao blog. Leia abaixo.

Decisão do STJD sobre perda do mando para o Grêmio

“Não abalou. Primeira reação quando recebi a notícia, assim que encerrado o julgamento, os advogados me ligaram e o sentimento foi de uma certa revolta, mas depois explicando as fundamentações e tudo que veio, vi que era uma situação de fragilidade jurídica, não tinha sustentação, tinha recurso cabível. Já fizemos o recurso. Obtivemos efeito suspensivo. Não sei se vai ter pauta até lá, mas de qualquer maneira, se tiver pauta, acredito que reverte a decisão. Então, há um ambiente de busca de segurança jurídica, a reação à decisão foi muito grande em todo o país. Então, isso dá uma segurança, embora não seja uma situação concluída, mas também dá uma segurança que o Grêmio tem perspectivas boas de vencer essa situação”.

Invasão de Carol Portaluppi foi uma falha do Grêmio

“Não. Tu sabes que tu tens que contextualizar isso. O Renato é um gremistão e o Grêmio não disputa uma final de Copa do Brasil ou Campeonato Brasileiro há 15 anos. Estava todo mundo eufórico com a perspectiva. Dentro deste contexto, a gente tem que ter a capacidade de entender as circunstâncias. Houve uma falha, houve uma situação de irregularidade? Houve. A pena foi proporcional à falha havida? Não foi. Então, essa é a questão mais importante. Ninguém está pedindo para não ser penalizado, desde que a proporcionalidade seja observada. O Grêmio só pede isto. Houve uma situação que poderia ser contemplada? Perfeito. Mas dá uma multa, aplica uma advertência, qualquer coisa do gênero, tira a primariedade do Grêmio, mas não faça uma situação dessa natureza porque efetivamente foi abusiva a decisão e o efeito suspensivo, não é que tenha corrigido, mas minimizou a questão e agora depois do julgamento do mérito, creio que nós vamos com a proporcionalidade atendida”.

Corre risco da decisão não ser na Arena do Grêmio

“Não. Não corre não. Acho que não teria perspectiva de tempo de julgamento e mesmo que tivesse perspectiva de  julgamento, mesmo assim a pena não seria mantida. Então, eu fico tranquilo e nós da Arena portoalegrense, que administra o estádio, vamos abrir as vendas dos ingressos e trabalhar totalmente essa idéia de fazer lá”.

Surpreso com trabalho de Renato

“Não, não fiquei. Mesmo porque a situação que nós tínhamos no Grêmio era uma situação muito clara de que havia um time treinado. Nós não tínhamos um time solto, que estava numa decadência técnica. Passou um momento complicado e tinha problemas estruturais, tinha alguns problemas de ordem de correção e o Renato chegou, verificando isso, corrigiu. Teve a sensibilidade de corrigir e identificou perfeitamente todas as questões e corrigiu. Melhorou o time. Deu mais sustentação defensiva, criou mais a compactação, conseguiu fazer mais a verticalidade. Isso criou uma condição de que o time teve condições de fazer, inclusive, enfrentamentos fora. O Grêmio não ganhava fora. Passou a jogar fora, ganhar, empatar, ter enfrentamentos de igual para igual e isso melhorou muito a performance do time. Então, eu acho que o Renato aperfeiçoou o que o Roger tinha feito. E o mérito está exatamente nisso. A inteligência do processo é que um não desmanchou o que o outro fez e qualificou aquele processo e melhorou as situações que o time precisava melhorar”.

Jejum de 15 anos sem títulos nacionais

“Não ganhamos né(risos). Futebol acontece isso. Eu acho que o Grêmio teve um processo muito complicado de deficiência financeira a partir daquele dimensionamento da ISL e a não readaptação ao ganho, quer dizer, daquilo que nós tínhamos e não criar uma condição de voltar ao status anterior. Fazer pelo menos o ganho que o Grêmio tinha e gastar o que o Grêmio tinha, o Grêmio ficou com a despesa, mas não ficou com a receita. Isso, de certa forma, jogou no longo prazo um processo que acabou no rebaixamento em 2004. Na verdade, a gente, quando vê esses processos, quer ganhar, mas não examina as consequências do futuro. Então, aquilo foi muito complicado. Demorou muito tempo para ser corrigido. Eu acho que esses processos depois, o Grêmio nunca mais conseguiu chegar a uma situação, exatamente por conta de uma desestruturação. Mas o futebol correspondeu a muitas expectativas. O Grêmio, eu acho que esse é um dado extremamente importante, é bom avaliar. O Grêmio nunca deixou de estar nas pontas dos rankings nacionais. Sempre foi um time que teve regularidade também, sempre chegou. Disputou Libertadores, tudo mais. Disputou uma final de Libertadores neste meio caminho. Foi várias vezes vice-campeão brasileiro, terceiro, quarto, quinto lugar. Hoje é o segundo do ranking, mas muito próximo do primeiro e esteve na ponta, recentemente. Então, o Grêmio teve regularidade, mas não teve títulos. Está na hora de chegar aos títulos. Eu acho que é isso que nós temos que fazer agora. Nós temos que cuidar de todos os detalhes para não deixar passar absolutamente nada e chegar nesta final de Copa do Brasil com tudo atendido de modo que não deixe escapar nada para ser campeão”.

Grêmio é mais time que o Atlético-MG

“Não. Não é mais time que o Atlético-MG. São dois times um tanto diferentes. Valores individuais eu acho que se equivalem. O coletivo do Grêmio e o coletivo do Atlético também se equivalem. O que pode ter mais são peças de reposição, de mais qualidade. Acho que os dois times se equivalem, tanto nas suas peças individuais quanto no coletivo. Qualquer um pode ser campeão. Então, levando em conta tudo isso, eu acho que não é mais, mas também não acho que é menos. Estamos em condições iguais”.

Renato fica

“Fica. Não importa a questão de ser vice. O Renato, se desejar e nós conseguirmos acertar, para mim já é o nosso treinador. Renato merece um trabalho de longo prazo. Ele tem passado pelos clubes de uma maneira muito rápida. Passa pelo Grêmio rapidamente, passa pelo Atlético-PR, Fluminense, Bahia. Está na hora de um trabalho a longo prazo e o Grêmio tem uma comissão técnica permanente que estrutura tudo isso. Tem o grupo de transição, tem a base. Então, há toda uma condição para fazer um trabalho de longo prazo com ele no comando. Se ele estiver disposto, é o nosso treinador”.

Modelo de gestão brasileiro falido

“Tem um fundo de verdade nisso, mas também temos uma luz no fim do túnel. Essa legislação, essa lei que regula a responsabilidade fiscal dos clubes, o Profut, que dá uma faixa de adaptação, principalmente, no que diz respeito ao tempo para se adaptar às questões dos déficits. Tu fazeres dentro de um mês, um ano, a receita e a despesa iguais, diminuindo o déficit, até zerá-lo. Chegar nesse processo, ter responsabilidade fiscal, pagar os impostos em dia, exigir as certidões negativas para os campeonatos. Tudo isso é um processo extremamente importante. Acho que nós estamos com a legislação pronta e em vigor, de modo que se os clubes tiverem observações àquilo, nós vamos chegar num modelo de gestão novo. O Grêmio já percebeu isso há dois anos atrás e já vem procurando exatamente fazer esse tipo de ajuste e já estamos numa posição um pouquinho melhor do que estávamos. Não é exatamente tudo aquilo que queríamos estar, como o nosso projeto é de quatro anos, a gente deseja que no final de quatro anos, nós vamos conseguir regularizar definitivamente nosso fluxo, nossa estabilização, nosso processo e ter a capacidade de investimento. Então, esse processo que nos obriga a optar pelo refinanciamento, vai levar os clubes brasileiros para quem levar a sério, um certo equilíbrio e moralização nas gestões dos clubes”.

Primeira Liga é um evento passageiro

“A Primeira Liga tem dificuldades por várias razões. Não é nem pela oficialização, poderia jogar. A Primeira Liga tem muito mais um aspecto cultural, de dificuldade de entender que a auto-organização é um bem coletivo e necessário para o futebol brasileiro e qualquer futebol. A Primeira Liga não teve ainda dos clubes a visão mais coletiva, não se despiram às vezes das questões dos clubes e não conseguem entender que o coletivo pode preponderar numa situação dessa natureza. Então, os clubes levam suas culturas internas, suas dificuldades, examinam apenas suas situações prioritariamente para depois examinar o coletivo. Isso não gera um ambiente de Liga. Eu faço isso como auto-crítica, faço isso porque fui estimulador e ainda defendo e quero acreditar que o processo de auto-organização do futebol pelos clubes é um processo também que pode vir para ficar. Mas eu reconheço as dificuldades disso e acho que também posso fazer e pode ser feito por outros organismos. Reconheço que há dificuldades enormes porque não existe ambiente cultural de ceder, de consensuar, dos clubes terem essa e finalizarem um processo de auto-organização”.

Inter rebaixado será bom para o Grêmio

“Eu tenho dito e tenho sido cobrado. O que eu não quero para mim, não quero para os outros. Eu já fui cobrado demais, já disse isso publicamente e estou reiterando para ti. Eu gostaria de cuidar apenas do meu. O Internacional que se vire com seus problemas, mas eu reitero como tese o que eu não quero para mim, não quero para os outros”.

Wallace será negociado em janeiro

“Ao Grêmio, nada chegou e se tiver uma proposta que seja boa para o jogador e para o Grêmio, vamos em frente. Mas tem que ser uma proposta que contemple o Grêmio e também o jogador. Se não for assim, nós não vamos fazer negócio. Tem que ser uma coisa absolutamente razoável. O Grêmio já teve oportunidade de vender, nós mudamos o enfoque dessas questões. O jogador estourava, tinha perspectiva, parecia que ia ser craque e já era vendido. Nós mudamos o foco disso. Nós seguramos o Luan, Wallace, Pedro Rocha, Everton, seguramos vários jogadores aqui porque entendíamos que havia necessidade de um ganho desportivo com eles e depois, então, vendê-los. Estamos segurando eles. Estamos nessa política e se for possível fazer isso, melhor. Agora, chega um determinado momento que é bom para todo mundo vender. Tem que aparecer a proposta concreta, tem que ser absolutamente satisfatória para o clube e jogador. Se não, o nosso processo é ficarmos com o que temos de base, ficar com o que temos de plantel necessário e vamos qualificá-lo do que falta”.

O Grêmio fará o primeiro jogo da final, nesta quarta-feira, no Mineirão. O segundo confronto será na Arena tricolor, com a convicção do presidente Romildo Bolzan Jr. O último título nacional do Grêmio foi a Copa do Brasil, em 2001, com vitória sobre o Corinthians, no Morumbi.


Espinosa admite supresa por jejum gremista e elogia o Atlético-MG
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Alexandre Praetzel

O Grêmio decide a Copa do Brasil contra o Atlético-MG, a partir da próxima quarta-feira. O tricolor gaúcho busca um título nacional há 15 anos, após vencer o mesmo torneio, em 2001. Renato Portaluppi assumiu o comando do time e o Grêmio cresceu, também com o reforço de Valdir Espinosa como coordenador-técnico e sustentáculo para o amigo Renato, no vestiário. Espinosa foi o treinador campeão da América e do Mundo, em 1983, além de ex-jogador do clube, nos anos 70. Em entrevista exclusiva ao blog, Espinosa projetou confrontos equilibrados com o Galo, falou sobre o crescimento de Renato e elogiou a postura do Grêmio. Acompanhe abaixo.

Grêmio é mais time

“Não diria mais que o Atlético-MG. As duas equipes chegaram na decisão por somarem méritos e agora vão decidir realmente quem é o melhor. Vai depender dessa decisão para saber e você apontar, bom, esse foi o melhor dentro da Copa do Brasil. Isso nós vamos saber com esses dois jogos. O Grêmio está se preparando cada vez mais porque sabe a responsabilidade, sabe a importância que é acabar com o jejum de 15 anos e respeita o adversário, mas vai enfrentá-lo para vencer”.

Decidir em casa é melhor

“É muito relativo. Eu acho que vale para as discussões, quando você vai para sentar num barzinho, né. Aí começa aquele bate-papo, tal, pede um aperitivo, enfim, um tira-gosto. O bom é jogar fora. Não, o bom é jogar em casa, mas naquele jogo, naquela época, aí as histórias vêm e o salgadinho vai aumentando, o dono do bar fica satisfeito porque mais tempo você fica ali conversando. Enfim. Falando sério. Não tem essa. Lá fora, se você fizer um retrospecto, muitas vezes teve uma vantagem em jogar fora, muitas vezes jogar dentro de casa. O importante, eu sempre digo, é estar preparado para qualquer situação”.

Renato é bom técnico

“Está aprendendo cada vez mais. Eu acho que isso é que faz e o Renato me surpreende a cada dia porque ele busca aprender. Dentro desse aprendizado, ele vem num crescendo”.

Futebol mudou muito com jogadores mimados e pouco comprometidos

“Eu não diria isso. Diria até que se cobra pouco no futebol. A gente tem desculpa para tudo. A gente começa assim: eu quero disputar a Libertadores, depois reclama que está disputando. Eu quero disputar a Sul-Americana, depois reclama que está disputando. Chega em julho, estamos cansados. Estamos jogando muito. A gente só reclama, reclama, reclama, e o que é pior, eu tenho dito isso há anos, através dos meus vídeos. Vai terminando o campeonato brasileiro e a pergunta que se faz é a seguinte no Brasil inteiro em bate-papo, em debates na televisão, rádio e jornal. Como foi tecnicamente o campeonato brasileiro? A resposta sempre é a mesma: não foi bom, abaixo do nível. Olha que há anos é isso e esse ano foi de novo abaixo do nível. Só que a gente para para mudar? Não, a gente só reclama que foi abaixo do nível, mas não senta para dizer aonde está o erro, como temos que melhorar”.

Modelo de gestão brasileiro

“Eu não vou entrar nessa área. Eu vou ficar na minha área de campo, aquela que eu tenho entendimento, aquela que eu tenho experiência. É nessa área que eu busco aprender cada vez mais e nessa área que nós temos que buscar as correções. Entendo que fora de campo, muitas mudanças poderiam e deveriam acontecer, mas eu acho que a mais importante de todas ainda é dentro de campo. É dentro de campo que nós temos que melhorar mais, que nós temos que ter mais coragem, fazer mais cobranças. Vou puxar o Tite como exemplo. O que hoje e há um tempo atrás, muita gente não via jogo da seleção brasileira ou quando via, via com aquela coisa, que coisa chata que eu vou ver e quando terminava, dizia, que coisa chata que eu vi. Seis jogos do Tite e a gente ficou satisfeito. A gente viu uma coisa muito importante. Sorriso no rosto dos jogadores. Isso era alegria. Esse sorriso era um comprometimento de ajudar um companheiro e fez com que a gente sorrisse também, olhando o jogo e a gente sorrisse. Moral da história: havia um comprometimento de jogar bem. Nós temos que ter exatamente isso. O comprometimento de jogar bem. O resultado é consequência do que você fizer em campo e não buscar o resultado pelo simples fator de vencer de qualquer maneira como tem que acontecer. Acho que a maior esperança que eu estou vendo há anos no futebol foi esse momento do Tite na seleção. está fazendo a coisa com simplicidade. Outro detalhe. Num dia ele pegou, já estava treinando. Não teve tempo de treinar e não está reclamando. Simplesmente, ele está trabalhando. Essa é a seleção? Esse é o tempo de treino? Ok. Vou aproveitar bastante e não estou buscando desculpa. Até eu brinco, ele pode falar um pouquinho difícil, mas ele faz a coisa muito simples. É importante. Ele não está querendo ser o dono da verdade, nem o inventor da bola, porque a bola já foi inventada há muito tempo. Simplesmente, está fazendo a bola rolar no chão”.

Surpreso com jejum de 15 anos sem títulos nacionais

“Falo como torcedor. Claro que sim. Como torcedor, você não pode admitir que um time como o Grêmio fique um tempo desse sem ganhar título. Por isso, eu sei a importância, não só como torcedor, como profissional também, de acabar com esse jejum”.

Existe um grande jogador no Grêmio

“Eu acho que nós temos bons jogadores no Grêmio. Na defesa, Geromel, Kanneman que chegou. Grohe na seleção, Marcelo, enfim. Douglas no meio. Jogadores jovens que estão despontando, alguns que ainda não despontaram, mas são jovens, dentro de um aprendizado e buscando experiência. Acho que a equipe está bem e equilibrada”.

Atlético-MG

“Uma equipe que tem experiência, tem qualidade técnica. Uma equipe que tem qualidades e vai chegar na condição de disputante ao título por méritos conquistados. Não foi por fazer as coisas erradas, assim como o Grêmio. E como eu te disse no início. No final desses dois jogos, é que se vai dizer. Na Copa do Brasil, o melhor foi….Tomara que seja o Grêmio”.

Treinador novamente

“Serei sempre treinador”.

Além de treinar o Grêmio, Espinosa se destacou também no Botafogo, quebrando o jejum de títulos do clube, vencendo o campeonato carioca, em 1989, diante do Flamengo. Espinosa tem contrato com o Grêmio até dezembro, mas irá permanecer, se Renato ficar.

 


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