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Novo técnico tem que romper a “zona de conforto” dos jogadores palmeirenses
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Alexandre Praetzel

O Palmeiras demitiu o terceiro técnico em um ano e meio. Roger Machado caiu, após a derrota para o Fluminense. Antes, Eduardo Baptista e Cuca, sucumbiram com os desempenhos ruins do time. Ainda houve a saída de Alberto Valentim, depois de dez partidas, na reta final de 2018. Então, são quatro profissionais que não deram certo.

É curioso. O Palmeiras oferece toda estrutura física e financeira, tem um bom elenco, mas as coisas não andam. O time começa o ano como favorito e não emplaca. Será que só os treinadores são responsáveis?

Acho que os jogadores têm grande parcela de culpa. Me parecem acomodados, na sua grande maioria, surfando na onda da gestão. Contratos longos, salários e premiação em dia, mas pouco resultado e atitude em campo. Estão na chamada “zona de conforto”. A impressão é de que os boleiros pensam que vão ganhar a hora que quiserem. Isso já acabou há muito tempo. Se não competirem, correrem e mostrarem vontade e gana, ficarão pelo caminho.

Um exemplo claro. O Palmeiras vencia o Ceará por 2 a 0, antes da Copa. Levou o empate do lanterna do Brasileiro e os atletas saíram dizendo que foi um bom resultado, mesmo assim. Um conformismo irritante, sem cobranças. Roger ainda disse que o time estava próximo do ideal, mesmo perdendo para o Flu. Ninguém pode mais fugir da realidade. Hoje, o futebol está em todos os lugares e todo mundo vê o que acontece no campo. A diretoria é muito culpada, com pouco posicionamento e um vestiário anestesiado.

Acredito que o novo técnico tenha que ser alguém com esse perfil. Forte na cobrança, atitude e ambiente. Quem vier, terá que romper com os mimos aos jogadores. Quem joga em clube grande, tem que focar nos títulos, sempre. O novo treinador precisa escalar quem busca algo mais e quem entende o tamanho do Palmeiras.

Hoje, está muito fácil para quem chuta a bola. Costumo dizer que o futebol está nos “pés” dos boleiros. Eles determinam muita coisa. Fazem uma boa jogada e tudo bem. Não, não pode ser esse simplismo. Quem assumir o Palmeiras, terá que “atacar” isso. Do contrário, empatar com o Ceará, será sempre bom.


Eu manteria Tite em mais um ciclo. Quem foi bem e mal na Seleção
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Alexandre Praetzel

Mais uma Copa terminou para o Brasil e as projeções seguirão para mais um ciclo. A derrota por 2 a 1 para a Bélgica foi dura, mas longe de ser injusta. Os belgas jogaram bem na sua proposta e foram eficientes. Courtois segurou atrás e Hazard e De Bruyne deram o ritmo na frente. Tecnicamente, a Bélgica mostrou toda sua qualidade e ainda ajustou o sistema defensivo. Claro que o Brasil teve mais domínio territorial e criou algumas oportunidades, mas muito mais na imposição física e pequenas vitórias pessoais. Em linhas gerais, o resultado foi correto.

Agora, passarão alguns dias, onde a derrota da Seleção Brasileira será amplamente debatida, nas suas causas e consequências. Lembrando que nas três Copas anteriores, em 2006, 2010 e 2014, o Brasil foi eliminado e os técnicos não resistiram, sendo demitidos imediatamente.

Desta vez, acredito que não haverá a mesma coisa. Tite tem condições e possibilidades para mais quatro anos à frente da equipe. O trabalho não foi ruim. Classificou o Brasil para a Copa, num momento delicado de pontuação nas eliminatórias e ambiente com os jogadores. Rapidamente, recuperou a auto-estima do grupo e garantiu o time com antecedência no Mundial. Seu trabalho tem números bons em 26 jogos, com 20 vitórias, quatro empates e apenas duas derrotas. Marcou 55 gols e levou oito gols. Particularmente, defendo a continuidade da comissão técnica. Está na hora da CBF ter uma mentalidade de um trabalho a médio e longo prazo. A geração do Brasil é interessante e novos jogadores estão surgindo. Caberá ao treinador, apresentar novas ideias e revelar métodos de trabalhos diferentes. Óbvio que a cobrança vai aumentar.

Acho que também, ao final de uma Copa, os jogadores devem ser avaliados pelos desempenhos. O blog fez a sua cotação.

Quem foi bem – Thiago Silva(última Copa), Miranda(última Copa), Casemiro(segue), Douglas Costa(segue), Phillippe Coutinho(segue), Filipe Luís(última Copa).

Razoáveis – Alisson(segue), Fagner(última Copa), Firmino(segue), Renato Augusto(se Tite ficar, tem chances de seguir).

Quem foi abaixo do esperado – Marcelo(segue), Neymar(segue),  Paulinho(última Copa), Willian(segue).

Quem foi mal – Gabriel Jesus(segue), Danilo(segue), Fernandinho(última Copa).

Marquinhos jogou muito pouco e tem mais uma ou duas Copas. Ederson tem mais ciclos e Cássio, vai depender do treinador. Fred é jovem e pode ser aproveitado. Geromel se despediu e Taison é uma incógnita.

Para fechar, uma nota para Tite, pelas escolhas e escalações, durante a Copa: Nota 5. 


Bélgica mostra futebol de qualidade contra as ironias sobre sua geração
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Alexandre Praetzel

A Bélgica confirmou o favoritismo e fez 5 a 2 na Tunísia, encaminhando a esperada classificação para as oitavas-de-final da Copa do Mundo. Antes, já haviam vencido o Panamá por 3 a 0. Desde a eliminação na Copa de 2014 e na Eurocopa de 2016, as ironias sobre a geração belga pipocaram como nunca entre torcedores adversários e adeptos das redes sociais. Cada falha ou gol tomado, surgia “olha a geração belga aí”, como se o time não pudesse errar, como vários outros.

Agora, parece que a coisa será diferente. A Bélgica fez oito gols em dois jogos, contra equipes menores, é verdade. Mas a própria Copa tem dado exemplos das dificuldades que as seleções maiores têm enfrentado. Então, não devemos tirar os méritos de um time que ataca muito, tem jogadores de qualidade muito boa e que não perdoa erros dos seus oponentes. Claro que a parada será diferente com a Inglaterra e a partir da próxima fase do torneio.

De Bruyne, Hazard e Lukaku formam o trio excelente. Courtois é bom goleiro, há dois zagueiros experientes e Meunier, Witsel, Mertens e Carrasco, são bons coadjuvantes. Desta vez, a Bélgica está quatro anos mais experiente e consciente de que tem bola para chegar longe. Futebol, que é o que interessa, está apresentando e bem.

Quem não respeitá-los, não pode ficar no meio do caminho. Isso está claro para mim.


Gosto de ver a Espanha jogar. Acho que é a melhor seleção
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Alexandre Praetzel

A Espanha venceu Irã por 1 a 0, num jogo de ataque contra defesa, praticamente. Os espanhóis ficaram plantados no campo iraniano e insistiram muito, até sair o gol, num corte do defensor Reazeian batendo na perna de Diego Costa e deslocando o goleiro Beiranvand. Um resultado justo pela insistência e grande dose de paciência, até conseguir a vantagem no placar. Hierro entrou com Busquets como único volante, sabendo que teria uma retranca para transpor. Escalou três meias e dois atacantes, mandando na partida.

Sempre coloquei a Espanha como uma das favoritas, ao lado de Brasil, Alemanha e França. Claro que essas três seleções devem dar uma resposta melhor na segunda rodada, mas como time, vejo a Espanha com um padrão definido. Tem um bom goleiro e todos os nomes de linha sabem jogar. Dois zagueiros bons no posicionamento e bola aérea. Laterais que apoiam com competência, um meio-campo que marca e joga e um ataque com um centroavante forte e finalizador.

Não sei se a Espanha será campeã. Fez quatro pontos e deve ganhar de Marrocos. Nas oitavas, pegará Rússia e Uruguai. É mais equipe que qualquer um dos dois adversários. Parece que a demissão do técnico Julen Lopetegui, não teve nenhum efeito negativo. Já havia um projeto de jogo definido e Hierro está dando continuidade, sem alterações profundas.

Parte dessa geração ganhou a Copa do Mundo, em 2010, e a Eurocopa, em 2012. O vexame de 2014 e a instabilidade de 2016, ficaram para trás. A Espanha sabe que tem qualidade e pode chegar de novo, se entender que não basta apenas ser técnica, e sim, ser competitiva também. Olho neles.


Palmeiras faz fiasco no Brasileiro. Roger é o único responsável?
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Alexandre Praetzel

Guardiola costuma dizer que um time ganha campeonatos nas últimas oito rodadas e perde nas oito primeiras. Por esta ótica, o Palmeiras vai se complicando no Brasileiro. Tem apenas 11 pontos em 24 disputados. É o décimo colocado com 45,8% de aproveitamento, com três vitórias, dois empates e três derrotas. Dá para dizer que venceu com duas boas atuações, contra Atlético-PR e Bahia. Nos outros seis jogos, não conseguiu manter consistência e foi muito mal nas três derrotas. Claro que ainda é cedo para determinar que o Palmeiras não pode ganhar o título, mas o quadro é bem negativo para um elenco considerado favorito.

Na projeção inicial, o Palmeiras sempre foi colocado no pelotão da frente, ao lado de Flamengo, Corinthians, Grêmio e Cruzeiro. Dos cinco, é o que apresenta pior futebol. E não consegue engrenar. Dez entre dez palmeirenses pedem a cabeça de Roger Machado. Mas será que o técnico é o único responsável? Já ouvi várias teorias de pessoas ligadas à vida diária do clube e relato algumas.

– Roger trabalha bem no dia a dia, mas não mantém formações treinadas. Foi apelidado de “Confuso”, por alguns do grupo.

– Mattos pressiona demais e incomoda os jogadores.

– Encontro com a uniformizada revoltou os atletas.

– Diretores querem um ex-treinador “cascudo” para ser um lastro a Roger, trabalhando com Mattos.

– Roger não tem força para comandar o vestiário.

– Palmeiras precisa de um técnico experiente e líder.

No futebol brasileiro, quando um grande clube vai mal, surgem diversas causas para o mau desempenho. Na minha opinião, passa muito por um pensamento de futebol. O Palmeiras pode ser protagonista, mas precisa ter humildade também. Há adversários do outro lado que sabem como enfrentá-lo. Se um esquema não funciona, testa-se outro. Medalhões não podem ter cadeira cativa. Os melhores devem jogar, sempre.

Roger Machado está previsível nas suas decisões e parece que os jogadores estão incomodados. Mas não é o único responsável. Os próprios atletas podem dar mais e os dirigentes devem estar mais próximos do treinador. Será que trocar de técnico, vai mudar muita coisa, se o pensamento continuar o mesmo? Costumo dizer que quem manda no futebol são os jogadores. E que o ambiente hoje representa 70% do trabalho. Se não houver comando e o dia a dia for conturbado, tchau. Não há técnico que resista.

Agora, o clássico contra o São Paulo virou o limite. Como se um único Choque-Rei mudasse tudo do dia para a noite. Nunca foi assim.


Grêmio expôs a diferença gritante para o Santos. Jair parece perdido
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Alexandre Praetzel

Escrevi no blog, neste domingo pela manhã, que o Santos corria risco de levar uma goleada do Grêmio, em Porto Alegre. Apenas fiz menção ao que eu vejo hoje, comparando as duas equipes. Em nenhum momento, desrespeitei o Santos e seus jogadores. Só coloquei que, atualmente, o Grêmio é um time de futebol de qualidade, bem preparado, com esquema definido e conjunto entrosado. Historicamente, Grêmio e Santos sempre fizeram confrontos equilibrados. Agora, a diferença gritante ficou escancarada.

O Grêmio fez 5 a 1 contra um Santos espalhado, confuso e perdido. O Santos até empatou num chute que Jean Mota errou, mas a bola desviou em Kannemann e enganou Marcelo Grohe. Depois, o Grêmio tomou conta do jogo novamente e chegou à goleada, sem dificuldades.

Jair Ventura quer provar aos santistas que é um técnico ofensivista, mas não dá padrão à equipe. Não adianta escalar três atacantes, sem meio-campo criativo. Há um deserto no meio e isso facilita para os adversários. Como o Grêmio tem o seu melhor, neste setor, a goleada poderia ser prevista.

Reparem que Rodrygo, Gabriel e Sasha foram espectadores e só ficaram correndo atrás dos gremistas. Os laterais não puderam apoiar e o Santos foi batido facilmente.

Ou Jair Ventura retranca o time do jeito que ele gosta ou novas derrotas surgirão. Com esse esquema, a tendência é o fracasso ali na frente. Na Libertadores, pode dar certo no mata-mata, quando é possível jogar por uma bola. O problema é que os jogadores não parecem querer comprar as ideias do treinador.


Palmeiras contesta TJD-SP sobre pedido de adiamentos de julgamentos
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Alexandre Praetzel

Publiquei ontem no blog que o TJD prejudicou o Palmeiras, com o julgamento de Jaílson, Dudu e Felipe Melo, sendo realizado 23 dias após o clássico diante do Corinthians. Não entendi por que tanta demora, se a partida ocorreu na primeira fase e o resultado saiu durante o mata-mata. Jaílson foi punido com três jogos de suspensão, um já cumprido.

Nesta terça-feira, o assessor de imprensa da Federação Paulista de Futebol, Lucas Reis, procurou o blog para colocar a versão do Tribunal. Lucas enviou a cronologia dos fatos, até o dia 19 de março. Segundo o órgão, foram os advogados do Palmeiras que pediram o adiamento do processo. Leiam abaixo.

24/02 – Acontece o clássico entre Corinthians e Palmeiras;

27/02 – TJD-SP, após avaliação, convoca atletas para esclarecimento no dia 05 de março;

28/02 – Palmeiras solicita adiamento para o dia 12 de março, já que jogaria contra o São Caetano, dia 05;

28/02 – TJD-SP solicita, então, que os jogadores sejam ouvidos no dia 06 de março, terça-feira, dia seguinte ao jogo;

28/02 – Palmeiras reforça o adiamento para o dia 12 de março, justificando que 06 de março era dia da reapresentação do elenco e início de preparação para o clássico contra o São Paulo, dia 08 de março;

12/03 – Alexandre Mattos e atletas do Palmeiras são ouvidos pelo TJD-SP;

12/03 – Procurador avalia os depoimentos e apresenta denúncia;

19/03 – Julgamento acontece no TJD-SP.

O blog pediu à assessoria do Palmeiras, a posição do Departamento Jurídico do clube. Os advogados do Verdão contestam a versão do Tribunal.

“O departamento jurídico do Palmeiras contesta afirmação do TJD e informa que compareceu em duas ocasiões ao julgamento do goleiro Jaílson, que havia sido marcado pelo TJD e acabou sendo adiado minutos antes de seu início nas duas vezes, por decisão do próprio órgão. Era interesse do Palmeiras que o goleiro Jaílson fosse julgado o mais rápido possível pelo lance “de campo” e seguisse o trâmite normal para a deliberação sobre as declarações dos atletas. A justificativa dada pelo TJD para o cancelamento dos julgamentos foi de que o órgão preferia fazer as duas análises conjuntamente”.


Santos e Corinthians fizeram bom clássico. Árbitro prejudicou o Santos
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Alexandre Praetzel

Santos e Corinthians fizeram um bom jogo no Pacaembu, para mais de 35 mil torcedores. Apesar do apagão no estádio pela quinta vez em 2018, prejudicando o clássico, os dois times mantiveram o ritmo e fizeram uma disputa até o último minuto.

No primeiro tempo, o domínio foi corintiano. O time de Carille marcava pressão e forçava o erro santista. Em duas vezes, saiu na cara do gol e não abriu o placar por detalhes. Renê Jr., Jadson e Rodriguinho dominavam o meio-campo e criavam oportunidades de gols. Renê Jr. fez 1 a 0 em chute de longe com desvio em Léo Citadini, superando Vanderlei. Estava atrás do gol e me pareceu falha do goleiro santista. Justa vantagem corintiana diante de um Santos tímido e pressionado. A única chance santista foi com Eduardo Sasha de cabeça, em saída errada de Cássio.

Veio o segundo tempo e o Santos mudou a partida. Arthur Gomes substituiu Copete e deu novo ânimo à equipe. O Santos aumentou a velocidade, equilibrou as ações no meio e avançou os laterais. Foram 20 minutos de domínio, até a falta de luz.

Depois da paralisação de 49 minutos, o jogo recomeçou. Jair Ventura mexeu bem de novo e o Santos seguiu em cima. Vitor Bueno armava, com Alison e Citadini como guardiões. Daniel Guedes e Jean Mota apoiavam e cruzavam bastante para a área. O empate veio após erro de Cássio e Diogo Vitor enchendo o pé na grande área. Resultado correto pelo desempenho santista, ainda que Jadson tenha perdido a chance de marcar o segundo do Corinthians. O Santos teve a chance da vitória, mas o árbitro Luiz Flávio de Oliveira não marcou um pênalti claro a favor do Santos, no final do jogo.

O blog deu suas notas para os jogadores e técnicos. Primeiro o Santos. Confira abaixo.

Vanderlei – Impressão de falha no gol do Corinthians. Depois, foi seguro como de costume. Nota 6.

Daniel Guedes – Sofreu com Clayson e Romero. Forte no apoio e erros nos cruzamentos. Evitou o segundo gol do Corinthias. Nota 5,5.

Lucas Veríssimo – Alguns erros nas saídas de bola. Depois, melhorou. Nota 5,5. 

David Braz – Melhor que o companheiro. Líder do time. Nota 6,5.

Jean Mota – Boa atuação. Cruzou a bola do gol santista. Nota 6,5.

Alison – Jogou bastante e marcou forte. O melhor santista. Nota 7,5.

Léo Citadini – Errou muito no primeiro tempo. Melhorou no segundo. Nota 5,5.

Vecchio – Tem habilidade, mas é lento. Regular. Nota 5.

Copete – Caiu muito de rendimento. Lutou, mas foi mal. Nota 4,5.

Eduardo Sasha – Competiu muito e perdeu um gol. Nota 6.

Rodrygo – Tem talento e incomodou. Sentiu o ritmo do jogo. Nota 5,5. 

Arthur Gomes – Mudou o time do Santos. Ganhou quase todas da defesa corintiana. Nota 7. 

Vitor Bueno – Entrou bem. Tem qualidade e será titular novamente. Nota 6,5.

Diogo Vitor – Entrou e empatou o jogo. É bom jogador. Nota 7.

Jair Ventura – Escalou a formação que todos queriam. Mexeu bem. Nota 6,5.

Corinthians

Cássio – Duas saídas erradas pelo alto e uma boa defesa. Nota 5,5.

Fagner – Bom primeiro tempo. Sofreu com Jean Mota e Arthur Gomes no segundo. Nota 6.

Balbuena – Seguro como sempre. Espanou todas as bolas. Nota 6.

Henrique – Atrapalhou Cássio no gol do Santos. Nota 5,5. 

Maycon – Se firmou na lateral, mas passou trabalho com Rodrygo e Arthur Gomes. Nota 5,5.

Gabriel – A regularidade de sempre. Nota 6. 

Renê Jr. – Bom jogador. Parece que está há anos no time. Fez  o gol. Nota 7. 

Rodriguinho – Dominante no primeiro tempo, caiu no segundo. Nota 6. 

Jadson – Podia ter matado o jogo no segundo tempo. Atuação equilibrada. Nota 6.

Clayson – Bom primeiro tempo. Depois, sumiu. Bem substituído. Nota 5,5.

Romero – Aplicação tática e perigoso nos contra-ataques. Nota 6,5.

Fábio Carille – Manteve a força máxima e dominou a primeira etapa. No segundo tempo, poderia ter reforçado o meio-campo. Nota 6.


Ralf no Corinthians. Repatriar vencedores em fim de carreira, vale a pena?
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Alexandre Praetzel

O Corinthians anunciou a contratação de Ralf, por duas temporadas. O jogador foi muito vitorioso pelo clube, na sua primeira passagem, e agora retorna aos 34 anos, depois de um período na China. Quando saiu, Ralf pensou na parte financeira. Agora, sem propostas, aceitou voltar ao Corinthians. Se junta a Emerson Sheik e Jadson, como atletas que ganharam tudo e passam a ser solução novamente. Neste caso, Jadson deu certo. Foi campeão paulista e brasileiro, em 2017.

A maioria volta perto do final da carreira e não consegue ter o mesmo desempenho porque o tempo passa, os elencos se renovam e a concorrência aumenta. São caros também porque colocam a história vencedora no contrato. Hoje, Ralf é reserva de Gabriel e Emerson Sheik, de Clayson e Romero. A idolatria não diminui, mas a resposta em campo pode não acontecer.

Relembrando um passado recente, cito alguns exemplos positivos e negativos sobre o mesmo assunto.

No Inter, o falecido Fernandão voltou como dirigente e não deu certo. Alex foi recontratado e caiu para a Série B. Rafael Sóbis brigou com parte da torcida. Daniel Carvalho não jogou. Nilmar só ganhou o Gaúcho.

No Palmeiras, Evair foi campeão da Libertadores, em 1999, depois de ter ganho o bi paulista e brasileiro, em 93 e 94.

No Grêmio, Renato Portaluppi foi mal, em 1991.

No São Paulo, Kaká ajudou o tricolor a chegar à Libertadores, em 2014. Lugano praticamente não foi aproveitado e virou integrante da diretoria.

No Flamengo, Juan está dando conta do recado, perto dos 39 anos.

No Cruzeiro, Henrique saiu para o Santos e voltou para ganhar títulos novamente.

No Santos, Robinho foi campeão nos dois retornos, valendo cada centavo. Gabriel já fez dois gols em dois jogos e ainda é muito jovem. Um caso diferente. O lateral Léo foi vencedor nas duas passagens.

Nenhuma garantia de que os repatriados darão certo, mas conhecem o clube e respeitam as trajetórias de todos. Obviamente, serão cobrados pelo custo-benefício. Afinal, as conquistas ficam para os museus e prateleiras. Sempre valerá a entrega e as atuações dentro de campo.

 

 


Kaká foi grande jogador e ídolo no Milan. Raí foi maior no São Paulo
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Alexandre Praetzel

Kaká se despediu dos gramados, nesta semana. Lembro do Rio-São Paulo de 2001, quando ele surgiu para o Brasil, marcando os dois gols do título são-paulino na vitória sobre o Botafogo. Tinha técnica, velocidade e poder de conclusão. Saiu cedo para a Europa e por oito milhões de dólares foi vendido ao Milan, em 2003. O São Paulo aceitou a quantia para não perdê-lo de graça. Hoje, na mesma situação, Kaká valeria 30 milhões de dólares, no mínimo. Na época, ainda não se negociava em euros. Pelo menos, com os clubes brasileiros.

Kaká jogou muito em Milão e foi campeão da Champions League e melhor do mundo, em 2007. Conquistas merecidas pelo que Kaká jogou naquela temporada. Em 2009, foi para o Real Madrid, mas nunca repetiu a performance do Milan. Enriqueceu, mas sofreu com as lesões e acabou ficando muito caro até para os madrilenhos, pelo custo-benefício. Voltou para o Milan e depois foi repatriado pelo São Paulo, durante a Copa do Mundo de 2014. Cobri sua apresentação de ídolo no Morumbi, com grande presença da torcida. Teve um desempenho razoável e contribuiu para o São Paulo chegar à Libertadores da América.

Em 2015, desembarcou no Orlando City e foi curtir a Major League Soccer, como grande nome e símbolo de uma construção de equipe. Cumpriu seus três anos de contrato e parou.

Na Seleção Brasileira, disputou três Copas do Mundo. Foi campeão em 2002, integrando o grupo, mas não conseguiu ser protagonista quando já era realidade nas outras duas Copas, com o Brasil caindo duas vezes nas quartas-de-final. Em 2010, atuou no sacrifício, como ficou comprovado depois. Uma carreira muito legal, sem dúvida.

Ontem, me perguntaram quem jogou mais: Kaká ou Raí? E quem foi mais ídolo no São Paulo?

Considero como critério para definir quem foi mais ídolo, a bola, títulos e história no clube. Assim, no São Paulo, Raí sobrou com um Brasileiro, cinco Paulistas, duas Libertadores da América e um Mundial de Clubes, batendo o grande Barcelona e com gol na decisão. Kaká ganhou o Rio-São Paulo e ficou três anos como profissional, somando as duas passagens. Sem comparações.

Kaká foi gigante no Milan, assim como Raí no Paris Saint Germain, guardadas as diferenças de grandeza entre as duas equipes. Os dois foram campeões mundiais pela Seleção, mas Raí chegou a ser titular e até capitão do time, perdendo a vaga e o posto, ainda na primeira fase do Mundial de 1994.

Então, para resumir. Raí entraria no meu time do São Paulo de todos os tempos. Kaká, quem sabe, na terceira formação.

Como jogadores, foram excelentes. Kaká está lá no hall da fama dos ganhadores da Bola de Ouro. Teve um currículo superior na Europa, mas ainda acho que Raí foi superior. Por muitos anos, vi e ouvi o debate se Raí jogou mais que Sócrates, seu irmão e craque. Talvez, não. Mas muito próximo. E Sócrates jogava muito mais que Kaká.

Opiniões à parte, deixo meus cumprimentos a Kaká, pela sua trajetória. Gostaria que ele continuasse jogando, mas a hora de parar só cabe a quem viveu grandes momentos dentro de campo.