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Torcedor do Santos acredita pouco no time. Vantagem do Palmeiras é enorme
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Alexandre Praetzel

O Palmeiras tem uma grande vantagem para eliminar o Santos, nesta terça-feira, no Pacaembu. O time é melhor, mais treinado, tem o empate a seu favor e ainda contará com torcida única no estádio. Mais de 30 mil ingressos foram vendidos, com antecedência. Esse é um ponto muito favorável ao Verdão, algo que o Santos não teve, no primeiro confronto.

Sábado, o Santos foi mandante para pouco mais de 19 mil torcedores. Pouco, pela importância do clássico. E só com santistas. Parece que há um desalento do torcedor com diretoria e equipe. Falei com alguns santistas e interagi com outros, via redes sociais. A maioria entende que Jair Ventura escala e mexe mal. Que sempre há uma desculpa do treinador para qualquer insucesso. Quase 100% quer o garoto Rodrygo como titular e Renato fora, apesar do respeito pelo atleta. É verdade que o Santos obrigou Jaílson a quatro defesas difíceis, mas enquanto o Palmeiras teve pernas e foi competitivo, mandou no jogo. Parece que o próprio Santos torna as coisas mais complicadas, pela ineficiência dentro de campo. E isso tirou as esperanças dos santistas. A camisa do Santos é gigantesca, mas só isso não ganha.

Se fizermos um campeonato de palpites, o Palmeiras deverá ganhar de barbada, na questão da classificação para a final. Antes da bola rolar, o Palmeiras sempre foi apontado como favorito. Com a vitória por 1 a 0, a distância aumentou. O Santos pode devolver o placar e levar a decisão para os pênaltis? Pode, mas tudo indica que o Palmeiras não perderá a oportunidade de eliminar o adversário.

Marcos Rocha e Victor Luís são dúvidas no Palmeiras. Tchê Tchê e Diogo Barbosa serão os substitutos, se Roger Machado precisar.

No Santos, Jair não fez treinamento com bola, para não vazar a escalação. A tendência é entrar mais reforçado no meio-campo, evitando o domínio palmeirense, como ocorreu nos primeiros 30 minutos.

Projeção de um jogo intenso, repetindo o cenário de sábado. O blog aposta em Palmeiras 2×1.


Nenê não é solução, mas será titular fácil do meio-campo são-paulino
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Alexandre Praetzel

O São Paulo passou pelo Madureira com a vitória por 1 a 0, garantindo vaga na segunda fase da Copa do Brasil para pegar Manaus ou CSA-AL. O desempenho foi apenas razoável e o resultado foi muito melhor que a atuação da equipe. Diego Souza não conseguiu jogar, se movimentando pouco e facilitando a marcação. O meio-campo teve transição pequena e o São Paulo agiu mais pelas pontas, com pequena criação do setor. Shaylon tem qualidades com a perna esquerda, bate bem na bola e finaliza, mas é lento na armação de jogadas. Acho que não vai aguentar a sombra de Nenê.

Nenê não foi um pedido de Dorival Jr., mas será titular fácil da equipe. Próximo dos 37 anos, não tem a intensidade que o São Paulo precisa, mas compensa com habilidade e experiência. Ainda que eu não o veja como solução, está pronto para suportar a impaciência e o imediatismo da torcida tricolor. Tem lastro e será importante para ajudar a garotada talentosa do elenco. Shaylon ficará como alternativa.

Com Nenê e Tréllez integrados, o São Paulo pode formar com Jucilei, Petros e Nenê; Marcos Guilherme, Diego Souza e Brenner. Brenner foi muito bem mais uma vez e não merece deixar o time. Tréllez terá que esperar a vez. Esta formação é habilidosa e poderá dar posse de bola ao São Paulo. Do contrário, pode sofrer na recomposição defensiva e na velocidade dos adversários no setor.

O certo é que o São Paulo está longe de estar definido. Montou um grupo com “cascudos”, mesclando com a meninada. Precisa de paciência, mas não vejo isso por parte da galera. Se diretoria e comissão técnica tiverem convicção, pode dar certo a médio prazo.


Edimar admite “peso” da camisa do SP, mas espera 2018 muito melhor
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Alexandre Praetzel

Dois jogos, um empate e uma derrota. Um ponto em seis disputados. Esse foi o começo do São Paulo, no Paulista. Óbvio constatar que não é fácil apresentar bom desempenho com apenas 12 dias de trabalho, atuando quarta-feira e domingo, no congestionado calendário brasileiro. Jornalistas devem chegar a essa conclusão. Mas para os torcedores, a análise é passional e os seis anos sem títulos são colocados a cada ponto perdido e tropeços da equipe. O São Paulo foi vaiado no Morumbi, após empatar em 0 a 0 com o Novorizontino. O blog entrevistou o lateral Edimar, de contrato renovado e titular de Dorival Jr. Aos 31 anos, Edimar admitiu que a camisa tricolor pesa, acreditando que o grupo vai superar a pressão inicial. Confira o bate-papo a seguir.

Seis anos sem títulos pesa, mesmo que a maioria não estivesse aqui?

Pesa porque é o São Paulo. Acostumado a ganhar títulos, a história fala por si só. Claro que vestir essa camisa realmente é muito pesado. Sabemos do tamanho e temos feito de tudo para que a gente possa fazer um 2018 muito melhor do que foi o 2017 e trazer esta alegria que a torcida espera de nós.

Quando o torcedor vaia já no segundo jogo, ele vaia com razão?

Eu não sei se é com razão. O que nós temos que falar é que a torcida tem nos apoiado e isso é muito verdade. Agora, temos que ter consciência e saber separar as coisas. Dez dias de trabalho, você não tem como botar tudo em prática, mas também não pode servir de desculpa. Então, acho que tem que ter uma balança aí. Mas como falei, não pode servir de desculpa. Temos que fazer um 2018 muito mais diferente do que foi 2017, sem passar sofrimentos e colocar o São Paulo no seu lugar devido.

Numa comparação com os três rivais paulistas, tu colocarias o São Paulo em qual nível?

Não adianta a gente fazer uma campanha excelente no Paulista e chegar lá na frente e voltar para trás. Nós queremos buscar a classificação e aí sim, o São Paulo mostra sua força. Sabemos que temos um grupo muito qualificado e agora ficar comparando forças com Palmeiras, Corinthians e Santos é meio difícil porque temos um campeonato muito difícil e todas as equipes têm qualidade. O São Paulo também e vamos fazer um 2018 bem diferente.

Há vários nomes da base. É o momento deles ou eles têm que esperar um pouco?

Dorival tem feito uma seletiva muito boa. Os meninos têm muita qualidade. Sabemos que jogar no São Paulo é muita pressão, cobrança, mas sabemos que temos que ter um pouco de paciência. Como eu falei, futebol se resume a vitórias. Se tivéssemos vencido, a história e a conversa seriam outras.

O São Paulo volta a campo, quarta-feira, contra o Mirassol, fora de casa. Sábado, enfrenta o Corinthians, no Pacaembu. Dorival deve promover a estreia do zagueiro Anderson Martins.


São Paulo não empolga para 2018. A torcida foi o melhor do clube em 2017
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Alexandre Praetzel

O São Paulo está livre do rebaixamento na Série A do Brasileiro. O tricolor somou 46 pontos e não corre mais o risco de cair. Algo a comemorar? Creio que não. O discurso de que time grande não cai é legal e correto, mas muito pouco para um clube gigante como o São Paulo. Em 2016, foi a mesma coisa. Sem esquecer de 2013, quando o São Paulo ocupou o Z4, durante todo o primeiro turno. Então, nos últimos cinco anos, o São Paulo viu a queda como algo possível em três temporadas. Se dirigentes e conselheiros não enxergam isso como algo real, estão fora da realidade.

O São Paulo precisa olhar para si mesmo e definir uma política de futebol, novamente. Fez isso a partir de 2004 e bateu tricampeão brasileiro, tricampeão da América e tri Mundial. Foram quatro anos gloriosos de 2005 a 2008. Aí, a soberba tomou conta da instituição. Críticos foram vistos como secadores e adversários definidos como inferiores. De 2009 a 2017, uma conquista de Copa Sul-Americana, em 2012. E só. Ficou distante das grandes decisões. Ano passado, foi semifinalista da Libertadores, mas não tinha qualidade e fôlego para superar o Nacional de Medellín. Foi longe demais.

O clube passou por uma profissionalização, mas não adianta ter executivos sem a competência necessária nos cargos corretos. No futebol, não há quem pense na formação de um grupo coerente e com opções criteriosas. Quem surge com talento na base, não esquenta lugar entre os profissionais. Imediatamente é negociado, como visto com David Neres e Luiz Araújo. Você ganha dinheiro, é verdade, mas a quantia se esvai rapidamente, quando gasta em reposições desnecessárias. O elenco são-paulino é um pouco acima do razoável.

Então, o que esperar de 2018? As vindas obrigatórias de um goleiro, lateral-direito, zagueiro, lateral-esquerdo, meias e atacantes. Pelo menos, sete reforços. E segurar os bons como Rodrigo Caio, Jucilei, Petros, Hernanes(difícil), Marcos Guilherme e Lucas Pratto. Cueva serve, mas precisa definir se quer permanecer ou não. Se não houver a possibilidade de mantê-los, que os substitutos sejam à altura. O que não dá mais é o São Paulo ser coadjuvante nos torneios. Só para lembrar, não ganha o Paulista há 12 anos. O Estadual sempre foi menosprezado nos anos de glórias e participações garantidas na Libertadores. Hoje, parece, é o único campeonato que o São Paulo pode ganhar. Tem que mudar esse quadro. E agradecer aos torcedores. Os melhores do São Paulo em mais uma temporada fraca dentro de campo.

 


Você torce para a Seleção Brasileira?
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Alexandre Praetzel

Em 1982, tinha 11 anos e foi a última vez que chorei por futebol na derrota do Brasil para a Itália por 3 a 2, na Copa da Espanha. Um jogo dramático e espetacular até o final, com vitória dos futuros campeões, infelizmente. Os anos passaram e eu sempre quis ser jornalista esportivo. Até concluir o curso e começar a trabalhar na área, via a Seleção Brasileira com grande impacto sobre os torcedores e imprensa. Convocações e jogos paravam o país, com amistosos e competições oficiais tendo muita importância para todos.

Depois, já como profissional, comecei a cobrir a Seleção. Minha estréia foi em Brasil e Polônia, em janeiro de 1997, com Romário e Ronaldo juntos. Placar de 4 a 2 para o Brasil, com o comando de Zagallo, em Goiânia. Foi muito legal, apesar de achar o ambiente em torno, bastante político. Muitos tapinhas nas costas de todos e bastante vaidade. Ainda assim, havia bastante proximidade entre jogadores e jornalistas. O tempo foi passando e a Seleção virou propriedade da CBF. Se distanciou da torcida e passou a mandar seus jogos longe do Brasil, por gordos cachês e filas de patrocinadores. O dinheiro superou a paixão. De Ricardo Teixeira a Marco Polo Del Nero, a Seleção se transformou num produto comercial. Até nas convocações, sempre houve controvérsias.

Com as quedas de Teixeira e Marin por corrupção e com Del Nero proibido de sair do país para não ser preso, a CBF conseguiu atrair uma oposição da opinião pública e uma antipatia pelo nosso selecionado. A Seleção foi muito vaiada e só ganhou apoio total, quando sediou a Copa do Mundo, em 2014. O 7 a 1 para a Alemanha foi a pá de cal, forçando mudanças no pensamento de futebol praticado por técnicos e dirigentes brasileiros. Del Nero segue no poder e o Brasil retomou sua importância, depois da chegada de Tite. Com Dunga como substituto de Felipão, corremos o risco de eliminação da Copa, algo contornado e corrigido com a contratação de Tite. Hoje, a Seleção pode não encantar, mas parece mais integrada e comprometida em relação a anos anteriores. Ainda assim, não houve um treino aberto para a torcida, mesmo com o Brasil classificado. Só convidados e patrocinadores tiveram acesso. Isso precisa acabar.

Claro que na Copa do Mundo, a história é outra. O país para e entra em campo, representado por 23 atletas. Mas fora isso, você torce para a Seleção Brasileira? Eu tenho respeito, mas fico profundamente irritado com a distância que existe entre Seleção e torcida. A maioria dos convocados vive no exterior e não faz nenhum esforço para agradar a massa brasileira. Ficou um abismo e isso causou um esfriamento na relação.

Não me surpreendi com a declaração do prefeito de Belo Horizonte, o ex-presidente do Atlético-MG, Alexandre Kalil. Perguntado sobre Seleção, no programa “Bola da Vez” na ESPN Brasil, Kalil disse que nunca ligou e nunca torceu para a Seleção. Uma resposta clara de quem eternamente prioriza o clube. E isso me parece cada vez mais frequente. Afinal, você torce para a Seleção Brasileira? Hoje tem jogo e com público de 40 mil pessoas, mas há um sentimento verdadeiro pela Seleção? Eu tenho minhas dúvidas. Quando eu era criança, achava que sim.


O desalento da torcida com Rogério Ceni e o time do São Paulo
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Alexandre Praetzel

Fui ao Morumbi para ver São Paulo e Corinthians, nas cadeiras numeradas do estádio, em meio a conselheiros e integrantes da diretoria, também. Uma chegada tranquila por volta das 18h15 e sentado no assento, vendo o movimento dos torcedores no estádio. Na entrada em campo, o São Paulo foi obviamente ovacionado pelos tricolores.

Bola rolando e o São Paulo começou mais incisivo e com posse de bola, mas apresentava generosos espaços para o contra-ataque corintiano. Luiz Araújo e Cueva recebiam e não conseguiam dar seguimento às jogadas, pela inabalável postura defensiva do Corinthians. Jô abriu o placar, impedido é verdade, em falha de Júnior Tavares, que permitiu o primeiro toque do centroavante na tabela com Rodriguinho e não acompanhou o adversário na finalização. Os murmúrios começaram entre os torcedores e a irritação com a falta de padrão do São Paulo foi ganhando corpo. Thiago Mendes, em chute forte de fora da área, e Pratto de cabeça, trouxeram uma esperança de empate na partida, mas Rodriguinho em conclusão rasteira no canto direito de Renan Ribeiro, silenciou o Morumbi. Vários são-paulinos reclamaram do goleiro, achando que ele falhou. Era uma bola defensável, sem dúvida.

Veio o segundo tempo e Gilberto foi fortemente aplaudido, quando entrou na vaga de Luiz Araújo. O São Paulo dominou, lutou, trocou passes, mas pouco ameaçou o goleiro Cássio. O Corinthians se defendia, fazia o tempo passar e tentava encaixar algum ataque. Aos 35 minutos, alguns torcedores começaram a deixar o estádio. O desalento tomou conta. O clássico terminou com Maicon de ponta-direita, Thiago Mendes cobrindo a defesa, Pratto pelo lado esquerdo e Jucilei tentando de tudo. Uma confusão em campo. O árbitro apitou o final e foi possível ouvir vaias e time sem-vergonha, em mais uma atuação muito fraca do São Paulo.

Sobrou também para Rogério Ceni. No meio da galera, você ouve bem mais do que fala. Comentários de que a equipe não tem nenhuma tática. Que Rogério insiste numa escalação equivocada e não acerta a defesa. Cícero foi o vilão, bastante criticado. O São Paulo mais uma vez deixou seu torcedor decepcionado e com pouca esperança para reverter a desvantagem de 2 a 0, no confronto de volta, em Itaquera. Claramente, grande parte dos tricolores não acredita no atual grupo e começa a se impacientar bastante com o treinador. Isso ficou claro para mim.

De vez em quando, é bom ouvir a voz das arquibancadas.


Rogério Ceni e o pensamento mágico são-paulino
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Alexandre Praetzel

Rogério Ceni pretende ser técnico do São Paulo em 2017. O presidente Leco abriu esta possibilidade, admitindo que a idéia é interessante, com Rogério podendo ficar seis meses ou seis anos no cargo. O mandatário tricolor sabe que não será uma aposta simples, apesar da idolatria da torcida e da aura de “mito” que carrega o ex-goleiro.

Particularmente, vejo como um pensamento mágico. A chance de dar certo é igual a de treinadores disponíveis no mercado como Roger Machado, Abel Braga, Vágner Mancini e outros mais experientes. Claro que Rogério é um grande profissional e obcecado por trabalho, vitórias e títulos.

Agora, começar logo no primeiro time tricolor, vejo como um risco desnecessário. Tudo porquê a cultura diretiva brasileira se baseia no resultado. Uma sequência de derrotas abala o maior ídolo de qualquer clube, no Brasil. Dirigentes não aguentam tamanha pressão e fecham os olhos e tapam os ouvidos para grandes nomes da história.

Falcão, Figueroa e Fernandão no Inter. Zico no Flamengo. Renato Portaluppi e De León no Grêmio são exemplos que eu me lembro, onde as diretorias não pensaram duas vezes, antes de dispensá-los. Acho que Rogério Ceni poderia ser um bom nome para as categorias de base e depois, naturalmente, assumir o elenco principal, com lastro e experiência. Afinal, estamos cansados de ouvir de ex-jogadores que a função de técnico é muito mais difícil de assumir.

A torcida estará ao lado de Rogério Ceni, que será muito maior do que qualquer direção. Suas entrevistas e seus treinos diários vão repercutir bem mais do que muitas decisões da cúpula são-paulina. Suportar a perda de espaço na mídia e administrar a vaidade de ficar em segundo plano, também serão desafios dos dirigentes amadores tricolores. Vamos aguardar os próximos capítulos.


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