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Arquivo : Rogério Ceni

Rogério Ceni recomeça onde deveria ter começado
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Alexandre Praetzel

O Fortaleza contratou Rogério Ceni para ser o técnico do time, a partir de janeiro de 2018. O time cearense volta à Série B, após oito anos na Série C, com queda em 2009. Nos anos de 2005 e 2006, disputou a Série A. É um clube grande do Nordeste, com torcida e o estádio Castelão para sediar seus jogos. Vai disputar o Cearense. Depende ainda de vaga na Copa do Brasil e está fora da Copa do Nordeste. Certamente, o acesso à Série A será o principal desafio.

É uma possibilidade de um recomeço rápido para Rogério Ceni e um clube do tamanho onde ele poderia começado. Ceni preferiu iniciar sua carreira no São Paulo, com experiência zero como treinador. Acreditou que a história vitoriosa indesmentível como atleta e ídolo, seria necessária para ter bom desempenho no tricolor. Trouxe dois profissionais estrangeiros como auxiliares(bons) para dar um toque diferente na comissão técnica e inovar nos treinamentos. Começou bem, com o grupo dando resposta e enchendo Ceni de elogios.

Conquistou a amistosa Flórida Cup sobre o Corinthians, mas quando a bola começou a rolar de forma oficial, as coisas mudaram. Ceni nunca conseguiu dar um padrão e um modelo de jogo ao São Paulo. A equipe oscilava bastante, com boas e más atuações. Nos momentos decisivos, caiu para o Corinthians nas semifinais do Paulista e para o Cruzeiro na quarta fase da Copa do Brasil. O presidente Leco não hesitou em demití-lo, quando o São Paulo perdeu para o Flamengo e entrou na zona de rebaixamento, na 11ª rodada da competição. Ceni acreditou num trabalho a longo prazo, mas Leco usou bem a imagem do ídolo para ganhar a eleição para a presidência e abandonando a promessa de campanha.

Em seis meses de trabalho, foram 37 jogos disputados, com 14 vitórias, 13 empates e 10 derrotas, num total de 50,4% de aproveitamento. Este índice lhe rendeu R$ 5 milhões de multa rescisória, estipulada em contrato.
Ceni terá estruturas físicas e financeiras menores que no São Paulo, mas será um grande nome comandando o Fortaleza. Mídia nacional em cima dele, precisando deixar a vaidade de lado para extrair o máximo de jogadores com qualidade inferior à maioria do São Paulo. Mesmo assim, é capaz de conseguir bons resultados, se tiver o foco necessário para conviver com problemas que não costumam aparecer em grandes clubes. Será acolhido pela diretoria e torcedores e isso será fundamental no início da trajetória.
Claro que Ceni sonha com potências européias e estuda para isso. Agora, só chegará lá, se provar que tem condições de ser um ótimo treinador em centros menores. Imaginem Ceni levando o Fortaleza à Série A ou até sendo Campeão Estadual? O trabalho vai aparecer bastante e mostrará que Ceni recomeçará onde deveria ter começado, determinando um rumo correto para a carreira. O tempo dirá.

Ex-auxiliar de Ceni critica Leco e diz que trocas no time motivaram saída
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Alexandre Praetzel

Michael Beale chegou ao São Paulo, como auxiliar de Rogério Ceni. O novo treinador do time queria trazer trabalhos e métodos diferentes aos treinamentos, com a chegada de um profissional europeu. Oito meses depois, Beale pediu demissão, antes da dispensa de Rogério Ceni. Em entrevista ao blog, Michael Beale detalhou os motivos da sua saída, criticando a gestão do presidente Leco e a falta de planejamento no clube. Confira a seguir.

Qual a causa principal da tua saída? É verdade que você teve divergências de idéias com Pinotti sobre a venda de jogadores?
“Não. Eu nunca tive nenhuma comunicação direta com Vinicius, sobre jogadores. Rogério foi a pessoa que falou com os diretores na compra e venda de jogadores. Minha frustração foi que tivemos muitas mudanças de jogadores. Foi muito difícil construir uma equipe. Mas eu não discuti ou entrei em desacordo com alguém no clube. Eles tomaram decisões que eu não pensei que eram boas para a equipe e não permitia qualquer planejamento de longo prazo. Então eu pedi para sair. Se você olhar para Grêmio ou Corinthians – eles não mudam e eles podem construir uma equipe. O São Paulo tem bons jogadores, mas não uma equipe, porque o elenco muda com muita frequência”.

Qual foi a principal mudança que houve do projeto inicial para aquele que você desistiu? Você pensou em sair em março e desistiu pelo Rogério?
“Em março, tive uma decisão a fazer porque tive uma excelente oferta para retornar à Inglaterra. Mas, naquele momento tivemos um início muito forte com apenas uma derrota em 10 jogos. Nós mudamos o estilo de jogo da temporada anterior e fomos agressivos em nossos objetivos marcantes. Minha preocupação era apenas na organização no clube e não havia nenhum planejamento claro a longo prazo. Eu não estava acostumado com isso. O plano para o time e o negócio não estavam vinculados tão próximos quanto deveriam. Mas, eu vim ao Brasil para trabalhar em um ótimo clube, então naquele momento eu esperava ajudar para mudar as coisas. Os jogadores estavam muito motivados e Rogério estava funcionando bem”.

Como europeu, valeu a pena ter trabalhado num grande clube do Brasil ou estamos muito atrasados em relação à Europa?
“Foi um prazer trabalhar no Brasil. É o país que é amado em todo o mundo por causa do futebol. Foi uma experiência excelente para mim pessoalmente. Sinto falta dos jogadores e comissários na Barra Funda. Meu português melhorou especialmente em palavras específicas de futebol e tive um bom relacionamento com todos os que trabalhavam na equipe. A organização de clubes no Brasil é muito diferente da Europa e o horário do jogo está muito congestionado. Essas coisas não ajudam o desenvolvimento do campeonato brasileiro. Mas eu gostei de tudo e espero voltar e trabalhar mais no Brasil no futuro. O potencial para mudar e desenvolver o futebol é enorme. Os jogadores jovens são excelentes para trabalhar”.

É verdade que antes do jogo contra o Flamengo, a diretoria pediu para não escalar o Cueva por que o jogador estava próximo de ser negociado?
“Saí na sexta-feira e não estava no treino no sábado. Eu acho que isso não é verdade. Cueva sempre quis jogar e é uma pessoa muito boa no centro de treinamento. Ele tem personalidade, que é importante. Não creio que o Pinotti solicitasse isso a Rogerio. A equipe já havia perdido Thiago Mendes para esse jogo”.

Rogério Ceni será um bom treinador, na tua opinião? O estilo de trabalho dele te lembra qual profissional?
“Na minha experiência dentro do São Paulo, o trabalho de técnico foi o mais difícil que eu poderia imaginar no futebol. Em 34 jogos (antes de sair), vendemos 180 milhões em jogadores, tivemos tantas mudanças no elenco e também trouxemos sete jogadores da base para jogar pela primeira vez na equipe principal. Nas semanas internacionais, também perdemos grandes jogadores por dois ou três jogos por vez. Então, acho que julgar Rogério nesses 34 jogos com tantas coisas instáveis ​​não é correto. Ele é um treinador que gosta de estar no campo com os jogadores. Ele acredita em dar oportunidades aos jovens jogadores. Ele queria desenvolver um estilo de jogo mais próximo dos grandes times da Europa. Creio que em um trabalho diferente ele vai fazer um grande sucesso. O São Paulo não foi um clube fácil para o técnico – a história mostra que o treinador muda muito nos últimos oito anos”.

O dia-a-dia dos treinos foi respeitado pelos atletas ou houve reclamações internas com os métodos adotados? 
“Não vi nenhum jogador infeliz. No último mês, eu via os grandes jogadores frustrados com os outros grandes jogadores saindo. Isso é natural e aconteceria em qualquer equipe. Se você quer ganhar, você precisa construir uma “espinha” forte para a equipe”.

Voltarias a trabalhar no futebol brasileiro ou seguiria com o Rogério em novos desafios, dentro ou fora do Brasil?
“Sim. Estou concentrado nos bons momentos. Gostei de viver no Brasil e as pessoas são muito amigáveis. Se o projeto é bom e tem um plano de longo prazo. Então eu gostaria de voltar e trabalhar novamente no Brasil”.

Como você define a gestão e o presidente Leco?
“Uma pergunta difícil de responder porque não quero criar nenhum drama. O São Paulo é um ótimo clube e estou orgulhoso de trabalhar lá. Eu só desejo sucesso no futuro. Eu não tenho um relacionamento com ele. bom ou mau. Eu acho que ele quer o melhor para o SPFC. Ele é um fã da equipe. Mas não está funcionando para ele neste momento. Os fatos não mentem. Muitos jogadores saem e chegam sem um plano que os fãs entendam. Não apenas este ano. Então suas palavras sobre dar ao treinador “todas as condições para trabalhar” são falsas com base em fatos. Eu acho que o maior erro é não dar clareza ao plano para o clube. Para dar aos fãs a honestidade na direção do clube financeiramente e no campo. Ele perdeu uma grande oportunidade com Rogério para mudar a direção. Mas eu espero que ele possa ter sucesso. Dorival é um treinador muito bom e quero sucesso para as pessoas dentro do clube e torcedores”.

Pintado vai comandar o São Paulo, domingo, contra o Santos. Dorival Jr. assume o cargo, segunda-feira, para estrear diante do Atlético-GO, quinta-feira, no Morumbi.


Rogério Ceni é igual aos outros. Depende de resultados para se manter no SP
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Alexandre Praetzel

Rogério Ceni é um dos maiores nomes da história do São Paulo e reverenciado por sócios, torcedores e dirigentes. Mas essa idolatria ganha recesso, quando os resultados não aparecem dentro de campo. Não é uma análise simplista. A cultura resultadista brasileira funciona assim e pode transformar grandes ídolos em simples seres mortais. E não será diferente com Rogério Ceni.

O dia-a-dia do treinador é visto como muito bom, com a busca pelo aprimoramento técnico e tático do elenco. As atuações recentes contra os Atléticos não foram ruins. No entanto, duas derrotas e o tricolor despencou na classificação, ficando um ponto à frente da zona de rebaixamento.

Qualquer presidente de clube brasileiro começa a Série A, olhando para a parte de baixo da tabela. O principal sempre é estar longe da 17ª colocação e próximo dos 45 pontos, para depois relaxar nos gabinetes. O São Paulo já viveu situação parecida em 2013 e não hesitou em demitir Paulo Autuori, com dois meses de retorno ao Morumbi.

Eu acho que não tem que mudar, mas as informações vindas de bastidores, indicam que nem Rogério Ceni vai aguentar, se o São Paulo entrar no Z4, após a rodada de domingo. O jogo diante do Fluminense virou uma decisão para Ceni. Mesmo que o planejamento da direção seja péssimo e o São Paulo mude a fotografia em meio ao campeonato, pela segunda vez consecutiva. Isso é debate para nós.

Leco não pensará duas vezes em demitir Ceni, para tentar salvar a gestão. Afinal, o São Paulo nunca caiu, mas já viu outros caírem, com o mesmo discurso. Rogério Ceni está na berlinda, definitivamente.


Corinthians é superior ao SP, também pelo seu treinador
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Alexandre Praetzel

A principal diferença entre Corinthians e São Paulo está no comando do time. Treinadores efetivos iniciantes e com a mesma idade, mas com estilos distintos. Fábio Carille tem mais experiência em comissões técnicas, iniciando como auxiliar, em 2009, no Corinthians. Rogério Ceni começou direto no profissional do São Paulo e ficou no campo, até 2015, com uma carreira muito superior como atleta. Carille parece bem mais simples na tomada das decisões. Rogério demonstra mais dúvidas na continuidade do trabalho. Ontem, o Corinthians venceu o tricolor de novo. São quatro clássicos entre os dois, com duas vitórias de Carille e dois empates. Avaliando os desempenhos, notamos algumas diferenças.

– Carille tem uma formação definida e um padrão de jogo. Rogério Ceni muda a escalação, de acordo com o adversário;

– Carille acertou primeiro a defesa, para alterar o estilo de jogo, aos poucos. Rogério Ceni priorizou o ataque e ainda      não consolidou o sistema defensivo. A escolha de Douglas parece equivocada;

– Carille não escala formações com pouco tempo de treino. Rogério Ceni arrisca mais. Contra o Palmeiras, funcionou. Ontem, não;

– Os substitutos do Corinthians mantêm a mesma forma de atuar. No São Paulo, isso ainda não acontece;

– Carille só faz treinos abertos e todos sabem como o time atua e, mesmo assim, o Corinthians é líder. Ponto para o técnico. Rogério Ceni fecha todos os treinos, mas apresenta pouquíssimas novidades nos jogos. Isso é fato;

– No início do ano, o Corinthians parecia ter menos elenco que o São Paulo. Hoje, isso mudou, em termos de aproveitamento. Carille conseguiu extrair mais do grupo do que Rogério Ceni.

Claro que são pequenas comparações do que eu vejo como futebol, na minha opinião. Isso não significa que Carille será um treinador espetacular e que Rogério Ceni não vingará na função. Nada disso. Acredito que Carille entenda mais onde tem que acertar e corrigir os erros que aparecem, ao contrário de Rogério Ceni. Mas Rogério mostra também que pode se tornar um ótimo profissional, na beira do campo. Tudo ao seu tempo. Hoje, Carille é superior.


Qual o momento de dispensar um técnico?
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Alexandre Praetzel

Rogério Ceni é idolatrado pela torcida do São Paulo por tudo que conquistou como goleiro do clube, com mais de mil jogos e 100 gols. Foi anunciado como treinador, no seu primeiro desafio na boca do túnel, e reverenciado pelos tricolores. Ponto.

Passados cinco meses de trabalho, a euforia e o amor acabaram. Ontem, após a eliminação vexatória na Copa Sul-Americana, são-paulinos perderam a paciência e pediram a saída do ídolo, nas redes sociais. Palavras como despreparado, sem humildade e com prazo de validade vencido foram rotineiras num intervalo de 30 minutos, depois da partida. A diretoria banca a permanência de Rogério Ceni, mesmo sem avanços da equipe dentro de campo e três quedas consecutivas em torneios importantes. Agora, fica a pergunta. Qual o momento de dispensar um técnico?

Sou defensor de 120 dias de trabalho para se iniciarem as cobranças, no imediatismo brasileiro. Rogério Ceni teve esse tempo com promessas inovadoras, mas nunca vimos evolução, apesar dele despejar números positivos a cada entrevista coletiva. Uma mudança pode ocorrer quando:

– Não houver crescimento do time e dos jogadores. O trabalho é considerado bom no dia-a-dia, mas os resultados e os desempenhos são regulares ou ruins. Eduardo Baptista caiu por isso no Palmeiras;

-Atletas perderem a confiança no treinador com críticas públicas e falta de comprometimento. Isso não é visto no São Paulo, apesar de Thiago Mendes ter dito que o grupo está se adaptando ao treinador, algo normal numa nova filosofia;

– Derrotas consecutivas. Rogério Ceni só não foi demitido porque é o Mito Rogério. Qualquer outro nome, já estaria fora. Agora, a voz das arquibancadas pode influenciar nos gabinetes do Morumbi;

-Mau relacionamento interno. Acredito que isso não existe, mesmo depois da polêmica do fair-play de Rodrigo Caio no jogo contra o Corinthians e o desconforto no vestiário.

Se eu fosse dirigente são-paulino, não trocaria. O time não é fraco, mas precisa de reforços e de uma revisão do trabalho do treinador. Pode haver uma conversa para expor os erros e tentar ajustar a equipe para um Brasileiro dificílimo, melhorando o coletivo. O São Paulo é espaçado demais e não tem compactação. Ainda dá para segurar por cinco partidas. Agora, se as vitórias não vierem, a situação ficará insustentável. Como já aconteceu em outros casos no futebol mundial.

 


Carille e Ceni merecem crédito, independente de quem seja eliminado domingo
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Alexandre Praetzel

Fábio Carille e Rogério Ceni começaram a temporada como grandes apostas de seus clubes. O ex-auxiliar virou técnico no Corinthians, após maus trabalhos de Cristóvão Borges e Oswaldo de Oliveira, num intervalo de quatro meses. Rogério Ceni assumiu com pompa e circunstância e enorme expectativa pelo seu grande passado no futebol e por ideias inovadoras. Quatro meses de trabalhos e os dois se encontram na semifinal do Paulista, decidindo uma vaga na decisão. Dá para compará-los? Acho que sim.

Carille tem mais experiência em comissão técnica e aproveitou bons ensinamentos táticos de Tite, na passagem vitoriosa pelo Corinthians. Definiu uma forma de jogar, mas acho que ainda demora para buscar outras alternativas, durante as partidas. O Corinthians tem padrão defensivo definido e venceu adversários assim, fazendo um gol e se fechando com eficiência. Agora, quando precisou atacar e variar seu esquema, não conseguiu. Cito o confronto diante do Brusque-SC, quando quase perdeu, e a eliminação contra o Inter, onde fez 1 a 0 e se retraiu, quando poderia ter matado o jogo. Depois de levar o empate, se desesperou, apesar de criar chances e não conseguiu ganhar nos 90 minutos. A derrota para o Inter expôs que o Corinthians precisa de opções, principalmente, para o Campeonato Brasileiro.

No São Paulo, Rogério Ceni adotou um modelo forte no ataque, correndo riscos na defesa. Tem jogadores de boa qualidade técnica e aproveita isso, com posse de bola e troca de passes. Agora, dá generosos espaços para os contra-ataques adversários. Já vimos o São Paulo dominar partidas, mas levar gols em momentos-chaves, pela falta de equilíbrio entre os setores. É possível agredir bastante, mas é preciso saber se recompor. Acho que isso ainda não foi encontrado por Rogério Ceni, que não abre mão da sua escolha inicial. No Brasileiro, o São Paulo será bastante atacado no Morumbi ou fora de casa e o sistema defensivo será mais exigido. No gol, Renan Ribeiro é o titular da hora, mas não duvido que o São Paulo busque um reforço para a posição.

Neste domingo, Carille ou Rogério Ceni? Um dos dois ficará pelo caminho no Estadual. Quem perder, merece ser detonado? Eu acho que não. São profissionais competentes. Podem e devem fugir um pouco das suas convicções, porque vão precisar de resultados também. Tomara que as diretorias pensem da mesma forma.


M.A.Cunha defende Ceni, sequência para Renan e nega dívida do tricolor
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Alexandre Praetzel

A eleição à presidência do São Paulo será em abril, mas os bastidores já estão agitados. A última de alguns conselheiros e integrantes da oposição é de que o presidente Leco não havia pago Marco Aurélio Cunha pelos serviços prestados em 2016 e que estaria pedindo para o ex-superintendente abrir mão dos pagamentos. O blog conversou com Marco Aurélio Cunha, que negou a dívida e revelou que está tudo acertado, apoiando a reeleição de Leco e elogiando o início de trabalho de Rogério Ceni. Confira abaixo.

O São Paulo lhe deve algo ou pediu para o Sr. abrir mão dos pagamentos de 2016?

“Não. Foi tudo acertado em fevereiro. Isso nunca existiu. Em época de eleição, costumam surgir coisas do nada”.

O que estás achando do início do trabalho de Rogério Ceni? 

“Primeiro, acho que a escolha do Rogério foi excelente porque já tem história e é figura muito forte no clube. Dificilmente seria contestado por jogadores e torcida. Dá oportunidades a todos de jogar num campeonato onde a classificação é fundamental. Faz com que todos sejam compromissados e sem reclamações sobre falta de utilização. Moderno, sereno, muito forte, veio para ser um grande treinador. Está fazendo esta parte inicial muito bem feita”.

São Paulo não tem goleiros à altura do time?

“Eu acho que isso não é bem verdade. Tem três goleiros, sem fixar algum. Denis não teve sorte. Faz grandes defesas, toma gols incríveis em chutes absurdos e a conta dele está mais pesada do qualquer outro. Renan teve acidentes na mão, lesão muscular e o Sidão jogou pouco. Eu diria que o Renan deve ter oportunidades e o outro melhor vai ser suplente. Se der chance a Renan, pode ter um goleiro. A cobrança pós Rogério Ceni é muito cruel”.

Quem apoias na eleição à presidência?

“Apoio Leco. Pegou uma situação muito negativa e com serenidade está revertendo, sem protagonismo, nenhum falatório. As mudanças são notórias. A parte financeira está bem ajustada. Saiu da fase de escândalos. Merece continuar. Mudanças radicais agora só vão atrapalhar. Começam a aparecer coisas paralelas de alguém que seja uma solução e depois vai embora a hora que quer. Prefiro uma gestão mais conservadora com a tradição do São Paulo do que pirotecnias. Temos que nos adequar a coisas mais novas, mas sem surtos de loucura”.

Marco Aurélio Cunha trabalhou no São Paulo até o final de janeiro, retornando ao cargo de diretor de futebol feminino da CBF. Foi chamado num momento delicado do time, quando havia até ameaça de rebaixamento para a Série B.

 

 


São Paulo tem quatro goleiros e parece que não tem nenhum
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Alexandre Praetzel

O São Paulo enfrenta o mesmo problema de outros clubes, quando um grande ídolo se aposenta. Achar um substituto à altura para a posição. Rogério Ceni virou técnico e o tricolor ainda não tem um jogador que passe confiança aos companheiros e torcida, como goleiro titular.

Denis ficou quase sete anos na reserva de Rogério e foi o escolhido para substituí-lo. Assumiu a camisa Um com crédito interno, mas sempre com forte desconfiança nas arquibancadas. Teve uma fase titubeante na Libertadores da América, assim como todo o time. Depois, cresceu um pouco, até as semifinais do torneio, em julho de 2016. No entanto, nunca foi unanimidade positiva e sempre gerou reclamações dos são-paulinos. Agora, num revezamento com Sidão, parece que perdeu a confiança de vez. Contra ABC e Palmeiras, falhou novamente. Goleiro bom tem que pegar as bolas fáceis e difíceis, mas Denis não consegue transmitir segurança. Reparem nas reações dos colegas, quando a equipe leva os gols. Está claro que Denis precisa de uma reciclagem ou de um forte sistema defensivo para a bola não chegar ao seu gol. São Paulo exposto, mais bolas para defender.

Sidão ainda merece um pouco mais de paciência. Fez bom Paulista pelo Audax e foi bem no Botafogo. Mas também tem falhado em bolas aéreas e chutes adversários. O fato de ter sido contratado para ser titular, deveria aumentar sua confiança. Teve pequenas lesões que atrapalharam sua continuidade, mas está em debate.

Renan Ribeiro veio com boas referências do Atlético-MG. Teve poucas chances e não foi testado por muito tempo, em razão de inúmeras lesões. Está na hora de ter uma sequência para ver se serve ou não.

E ainda tem o jovem Lucas Perri, titular da Seleção Brasileira Sub-20. Não está inscrito no Paulista, mas poderia ganhar corpo na Copa do Brasil, ficando como alternativa. Citei o garoto e fui bombardeado nas redes sociais, com muita gente decretando que ele não tem condições de atuar no time principal. Calma.

Com goleiro não se brinca. Ou dá respaldo e banca a titularidade, aguentando críticas ou falhas, ou busca um reforço indiscutível no mercado, sob pena de continuar sofrendo gols e perdendo partidas. Quem, me perguntam? Sempre há alternativas. Papel da diretoria.


Deixem Eduardo Baptista trabalhar. Ceni sabe das deficiências tricolores
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Alexandre Praetzel

Na primeira fase do Paulista, os clássicos crescem de importância porque são os jogos considerados mais difíceis nos enfrentamentos. Não decidem nada, mas colocam a rivalidade à prova e servem para comparar as equipes, no início de trabalho.

O Palmeiras fez 3 a 0 no São Paulo, sendo amplamente superior, principalmente, no segundo tempo. E atuou com time misto, valorizando ainda mais a força do seu elenco. O volante Thiago Santos, reserva de Felipe Melo, foi o destaque em campo. O resultado não causa turbulência no São Paulo, mas escancarou três questões, pelo menos.

O São Paulo precisa definir um goleiro titular. Sidão e Dênis não passam confiança e Renan Ribeiro está sempre machucado. Então, é hora de testar o jovem Lucas Perri, mesmo sem estar inscrito no Estadual, ou buscar um nome no mercado.

A defesa sofre, quando não tem Maicon e Rodrigo Caio juntos. Rogério Ceni escalou Douglas em detrimento a Lugano. O uruguaio é melhor do que o colega, mas ficou no banco. Por que não dar oportunidade a Lucão, também? Lyanco  não pode ser utilizado porque está fora da lista do campeonato.

Cueva é o melhor jogador do São Paulo, no momento. Agora, ficar na dependência do peruano é muito pouco para o tricolor. O clube oferece poucas opções. Acredito que Rogério Ceni e a diretoria devam estar atentos a tudo isso.

No Palmeiras, é bom deixar Eduardo Baptista trabalhar. Contra o São Paulo, escalou uma formação equilibrada e poderia ter vencido por mais. O Verdão fez sua melhor partida, patrolando o adversário, física, técnica e taticamente. Bons dias de projeção, com favoritismo diante do Jorge Wilsterman-BOL, para conseguir sua primeira vitória na Libertadores da América, quarta-feira. Deixem o homem trabalhar. Simples assim.


Júnior Tavares busca titularidade do São Paulo e vê Marcelo como referência
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Alexandre Praetzel

O São Paulo parece ter um novo dono da lateral-esquerda. Nos dois últimos jogos, o garoto Júnior Tavares foi escalado como titular e agradou bastante. Aos 20 anos e com contrato até o final de 2020, Júnior conversou com o blog, a respeito do seu momento, a confiança de Rogério Ceni e a referência de Marcelo do Real Madrid para ele seguir os caminhos do companheiro de posição. Leia abaixo.

Ascensão da base para o profissional

“Consegui nos treinamentos diários, procurando buscar o melhor rendimento. O professor Rogério Ceni sempre falou comigo, dando conselhos, orientações. Quero construir uma história vencedora no São Paulo e brilhar muito neste time”.

Titularidade

“Hoje ninguém se encontra numa posição de titular. Todo mundo está buscando seu espaço. O que o Rogério Ceni decidir, será o melhor para a equipe e vamos no doar o máximo para fazer o melhor para o time”.

Grêmio

“O contrato estava terminando e acabou que no Grêmio não tive sequência. Acabei vindo buscar meu espaço no São Paulo. Espero dar seguimento aqui e brilhar muito com esta camisa”.

Referência

“Gosto muito do Marcelo. Sempre olho os vídeos, procuro referências nele, o jeito de jogar, de partir para cima. Muito habilidoso”.

Início de trabalho de Rogério Ceni

“Estudou bastante há um ano e chegou com coisas novas no futebol. Trouxe dois auxiliares que também conhecem muito futebol. Surpreendeu bastante com treinos diferentes e tem tudo para crescer na função. Tenho certeza que as coisas vão dar certo para ele e o São Paulo”.

Santos

“Vai ser um confronto de dois grandes. Clássico na casa do adversário, se define numa bola, num erro. Tem que estar muito concentrado. Quem errar menos, vai vencer. Do mesmo jeito que teremos cuidados com eles, eles terão conosco”.

Pratto e Jucilei

“São jogadores que chegam com nome para reforçar a equipe. Eles têm peso e suporte para nos ajudar. Vão melhorar muito e acrescentar bastante”.

Júnior Tavares foi revelado pelo Grêmio, onde disputou apenas 11 partidas entre 2015 e 2016. Foi emprestado ao Joinville, onde atuou em oito jogos. Depois, chegou ao Sub-20 do São Paulo, chamando a atenção dos profissionais. O  tricolor o adquiriu em definitivo e consolidou sua permanência no grupo principal. Júnior já esteve em quatro confrontos, sob o comando de Rogério Ceni.