Novo técnico tem que romper a “zona de conforto” dos jogadores palmeirenses
Alexandre Praetzel
O Palmeiras demitiu o terceiro técnico em um ano e meio. Roger Machado caiu, após a derrota para o Fluminense. Antes, Eduardo Baptista e Cuca, sucumbiram com os desempenhos ruins do time. Ainda houve a saída de Alberto Valentim, depois de dez partidas, na reta final de 2018. Então, são quatro profissionais que não deram certo.
É curioso. O Palmeiras oferece toda estrutura física e financeira, tem um bom elenco, mas as coisas não andam. O time começa o ano como favorito e não emplaca. Será que só os treinadores são responsáveis?
Acho que os jogadores têm grande parcela de culpa. Me parecem acomodados, na sua grande maioria, surfando na onda da gestão. Contratos longos, salários e premiação em dia, mas pouco resultado e atitude em campo. Estão na chamada “zona de conforto”. A impressão é de que os boleiros pensam que vão ganhar a hora que quiserem. Isso já acabou há muito tempo. Se não competirem, correrem e mostrarem vontade e gana, ficarão pelo caminho.
Um exemplo claro. O Palmeiras vencia o Ceará por 2 a 0, antes da Copa. Levou o empate do lanterna do Brasileiro e os atletas saíram dizendo que foi um bom resultado, mesmo assim. Um conformismo irritante, sem cobranças. Roger ainda disse que o time estava próximo do ideal, mesmo perdendo para o Flu. Ninguém pode mais fugir da realidade. Hoje, o futebol está em todos os lugares e todo mundo vê o que acontece no campo. A diretoria é muito culpada, com pouco posicionamento e um vestiário anestesiado.
Acredito que o novo técnico tenha que ser alguém com esse perfil. Forte na cobrança, atitude e ambiente. Quem vier, terá que romper com os mimos aos jogadores. Quem joga em clube grande, tem que focar nos títulos, sempre. O novo treinador precisa escalar quem busca algo mais e quem entende o tamanho do Palmeiras.
Hoje, está muito fácil para quem chuta a bola. Costumo dizer que o futebol está nos “pés” dos boleiros. Eles determinam muita coisa. Fazem uma boa jogada e tudo bem. Não, não pode ser esse simplismo. Quem assumir o Palmeiras, terá que “atacar” isso. Do contrário, empatar com o Ceará, será sempre bom.