Blog do Praetzel

Dorival indica e São Paulo tenta contratar lateral do Santos
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Alexandre Praetzel

O São Paulo já tem o nome para tentar solucionar a carência na lateral-direita: Victor Ferraz. O jogador foi uma indicação de Dorival Jr. Os dois trabalharam juntos no Santos e Victor Ferraz foi titular nas três temporadas em que Dorival comandou a equipe, em 2015, 2016 e 2017, quando deixou o clube.

Em 2017, o São Paulo improvisou Militão e Araruna na posição. Bruno e Buffarini tiveram lesões e não agradaram Dorival Jr.

O blog apurou que as negociações já foram iniciadas entre os dois clubes. Victor Ferraz está com 29 anos. Chegou ao Santos, em 2014, contratado do Coritiba. No Santos, disputou 170 jogos e marcou seis gols. Victor Ferraz tem contrato até dezembro de 2019.

O Santos passa por problemas financeiros e deve liberar alguns titulares, reduzindo a folha salarial. São Paulo e Santos já fizeram várias negociações entre si. A última foi a troca de Arouca por Rodrigo Souto, em 2010.


Auxiliar de Roger chega do Cruzeiro para o Palmeiras. Elenco é elogiado
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Alexandre Praetzel

O novo auxiliar-técnico do Palmeiras vem do Cruzeiro. James Freitas foi convidado por Roger e aceitou. Está na comissão técnica de Mano Menezes e se integra ao Verdão, em 2018. James trabalhou com Roger no Grêmio, em 2015 e 2016. Passou também por Inter, Juventude, Luverdense-MT e Guarany do Paraguai. O blog conversou com James, sobre a vinda dele para o Palmeiras. Acompanhem.

Como será o desafio de trabalhar no Palmeiras?

Será ótimo. Muito orgulhoso do convite do Roger e de trabalhar num clube vencedor como o Palmeiras.

O estilo de Roger combina com a origem do Palmeiras de mais toque de bola?

Sim. O Palmeiras sempre foi um time de futebol bem jogado. Tudo a ver com o estilo e filosofia do Roger.

Esperas enfrentar mais pressão que Grêmio e Cruzeiro?

Acredito que a pressão seja parecida. Cruzeiro e Grêmio sempre entram em campo com pressão por vitórias e conquistas de títulos.

Como defines o elenco do Palmeiras?

O elenco é bom. Tem jogadores de bom nível técnico.

És a favor do aproveitamento da base? Palmeiras chegou a todas as decisões de categorias.

Esse é um assunto de política interna. Não tenho conhecimento do planejamento estratégico do clube.

Há muita diferença em trabalhar com Mano Menezes e Roger?

São ótimos técnicos, com visões parecidas em alguns aspectos e diferentes em outros. Aprendi muito com ambos. São técnicos de primeira linha do futebol brasileiro, profissionais muito capacitados. Podem dirigir equipes em qualquer lugar do mundo.

James está com 49 anos. Além dele, Roger Machado terá Roberto Ribas como outro auxiliar. O preparador físico também pode mudar. Omar Feitosa ainda não tem permanência garantida com a nova comissão técnica.


Ralf diz que fica na China. Volante comemora rápida adaptação no país
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Alexandre Praetzel

Ralf é um jogador que poderia ser ótimo reforço para muitos times do Brasil. Com contrato vencendo no Beijing Guoan da China, Ralf pretende continuar no mercado chinês. Aos 33 anos, o volante deve acertar novo compromisso com o próprio Beijing ou com outro clube. Em entrevista exclusiva ao blog, Ralf elogia a evolução no futebol chinês, o trabalho do Corinthians e o técnico Fábio Carille. Confira a seguir.

Valeu a pena ter trocado o Brasil pela China?

Sim, valeu muito a pena, principalmente, por ter sido uma oportunidade única para minha evolução pessoal. Vou levar essa experiência para toda a vida. Fui muito bem recebido e acolhido pelo povo chinês. Além disso, tive a oportunidade de conviver com profissionais de diversas nacionalidades, como italianos, espanhóis e alemães e, assim, conhecer um pouco de várias culturas. A China é uma potência e atrai pessoas de todas as partes do planeta.

O que te move hoje: parte financeira ou técnica para seguir jogando?

Enquanto eu tiver prazer e amor em jogar, farei de tudo para seguir adiante, motivado, com novos objetivos, tanto desportivos como financeiros.

Pretendes voltar ao Brasil para outro clube que não seja o Corinthians?

Me adaptei muito rápido na China, como um todo. Por isso, meus planos são de permanência por lá.

Como defines o futebol chinês em relação a outros países?

Um futebol em constante desenvolvimento e rápida evolução, com jogadores locais muito bons, alguns até com características muito semelhantes aos jogadores sul-americanos. Há um incentivo constante para que o povo chinês esteja sempre consumindo o produto do futebol.

O título do Corinthians te surpreendeu, dois anos depois?

Não, porque o Corinthians, desde o início do ano, mostrou que seria capaz de chegar aonde chegou, com uma eficiência acima da média.

O que tens a dizer sobre Fábio Carille?

Já o conheço a um grande tempo. Um cara que dispensa qualquer comentário, tanto como pessoa, como profissional.

Clubes brasileiros te procuraram para retornar?

Diretamente, nenhum.

Tens alguma história curiosa sobre tua presença na China?

Como todos os estrangeiros que chegam lá, nos levam até a feira de alimentos deles(risos), para conhecermos e provarmos, mas quando batemos o olho, a coragem vai embora.

Ralf chegou ao Beijing, em 2016. Disputou 57 partidas e marcou um gol. No Corinthians, foram seis temporadas com 396 jogos e oito gols. Ganhou Paulista, Libertadores, Mundial, Recopa Sul-Americana e Brasileiro.


Lucas Lima e a fragilidade dos clubes com a Lei Pelé
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Alexandre Praetzel

Lucas Lima deixará o Santos de graça. Em 2017, o meia foi mais comentado sobre seu futuro do que pelo  desempenho. Cada vez que se falava em Lucas Lima, as questões eram as seguintes: Para onde ele vai? Será que ele vai renovar com o Santos? Já tem tudo acertado com outro time?

Acho que Lucas Lima é mais um caso da fragilidade dos clubes brasileiros. Não se uniram para tentar mudar a Lei Pelé. O jogador é uma empresa que presta serviços. Ele tem empresário, assessoria de imprensa e auxiliares. Vira um parceiro das instituições. Mas se aproximando da hora de renovar contrato, ele decide não permanecer, vai embora e o clube fica de mãos abanando. Acho isso errado. A Lei só protege o atleta. Próximo do fim do contrato, o cara pode se encostar, se tiver a possibilidade de se transferir e ganhar mais em outro rival ou adversário. E já vimos casos assim, recentemente. E não há nada de escravidão nisso.

Claro que o Santos trabalhou mal a situação. Como só ficou com 10% dos direitos econômicos, atolado pelo mau momento financeiro, não quis negociá-lo. O empresário de Lucas, Wagner Ribeiro, surgia com ofertas astronômicas, mas sempre lembrava que Lucas Lima ficaria livre em seguida. Ou seja, não havia pressa. Agora, Lucas Lima vai fechar com o Palmeiras por cinco anos e receberá R$ 11 milhões de luvas, na assinatura do contrato, e R$ 800 mil mensais. E o Santos fica chupando o dedo. Como outros já viveram a mesma coisa.

Por que o jogador não pode avisar os dirigentes, seis meses antes, se vai renovar ou não? Se não renovar, indeniza o clube em cinco ou dez por cento do valor total do contrato anterior. Os clubes iriam diminuir seu prejuízo, pelo menos. Lucas Lima sai do Santos com a imagem arranhada e visto como sem comprometimento, tanto que foi liberado dos dois jogos finais da temporada. Suas atuações caíram bastante, com a proximidade do fim do contrato. A torcida reclamou bastante, mas ele ficou preocupado? Óbvio que não. Já está empregado novamente. E continuaremos assistindo casos parecidos nos próximos anos.

Ah, lembrando também que se o clube quiser romper o contrato com o atleta, no meio do vínculo, é obrigado a indenizá-lo com o valor total do acordo. Correto. Não era assim, mas isso foi mudado para proteger o trabalhador. Por que não fazer o mesmo com essa relação na hora de ir embora? Falta inteligência e união aos ''dirigentes'' brasileiros. E todos seguem com o pires na mão.


Roger pediu garantias e Palmeiras aceitou. Paulista não será obrigação
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Alexandre Praetzel

Roger Machado será o treinador do Palmeiras, em 2018. Será o quinto clube que ele vai comandar. Passou por Juventude, Novo Hamburgo, Grêmio e Atlético-MG. O melhor trabalho foi no Grêmio, mesmo sem títulos. No Galo, foi campeão mineiro, mas em nenhum momento o time deslanchou. Acabou dispensado e substituído por Rogério Micale, outro que sucumbiu à má temporada.

Roger pediu um contrato de dois anos e garantias de que não será demitido, em caso de fracasso no Campeonato Paulista. Ele não pretende sofrer como Eduardo Baptista, demitido depois de cair para a Ponte Preta, nas semifinais do Estadual. A diretoria prometeu que o Estadual não será levado em consideração, caso não haja título, e determinou um ano de contrato. Resta saber se esse acordo será cumprido à risca, com a cultura resultadista do futebol brasileiro.

Convivi com Roger, quando ele foi jogador do Grêmio. Foram dez anos de 1994 a 2003. Sempre foi um atleta exemplar e vitorioso. Personalidade forte, não gostava muito de conceder entrevistas para mim, por causa das perguntas mais incisivas. Exercia uma liderança silenciosa e dificilmente desfalcava o time. Fez 207 partidas pelo time tricolor e ganhou Libertadores, Recopa Sul-Americana, Gaúcho, Copa do Brasil e Brasileiro. Aos 42 anos, tem capacidade para repetir a mesma trajetória na boca do túnel.

Agora, viverá a pressão de agradar a uma das mais exigentes torcidas da América do Sul. Costumo dizer que técnico sem muita bagagem e lastro, não consegue aguentar o Palmeiras. Tomara que Roger consiga tempo para implantar o mínimo do que ele acha ser o ideal. No Grêmio, muito toque de bola, velocidade e movimentação. Há quem diga, que o Grêmio de Renato tem muito de Roger. Façam suas avaliações. O certo é que o Palmeiras tem elenco para atuar com a bola no chão, envolvendo os adversários. Isso não foi possível em 2017. A conferir com uma nova metodologia.

PS: A assessoria de imprensa do Palmeiras entrou em contato com o blog para esclarecer que:

A contratação do técnico Roger Machado foi feita para implantarmos uma filosofia moderna de trabalho. Desta forma, ele terá o tempo suficiente para desenvolver seus métodos. Ao mesmo tempo, o Palmeiras entrará em todas as competições para vencer. Os objetivos sempre serão no caminho de conquistar os títulos e o Campeonato Paulista é o primeiro que iremos dedicar todo esforço para sairmos campeões.


Wéverton terá que superar rejeição de torcedores e disputa forte no Verdão
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Alexandre Praetzel

O Palmeiras tem tudo encaminhado para contratar Wéverton, goleiro do Atlético-PR. O jogador encerra seu compromisso com o Furacão, em maio, mas as diretorias estão buscando um entendimento para ele ser liberado em janeiro. Wéverton fará 30 anos em dezembro e disputou 299 partidas pelo Atlético, desde 2012. Suas atuações o levaram a ser convocado para a Seleção Brasileira do técnico Tite.

Wéverton terá a forte concorrência de Jaílson e Fernando Prass, com renovação de contrato apalavrada para 2018. Além disso, vai enfrentar a pressão diária de grande parte da torcida palmeirense, contrária a sua contratação pelo clube. Basta você escrever algum comentário sobre a chegada de Wéverton e as críticas surgem a cada minuto nas redes sociais. Qualquer falha de Wéverton, recentemente, não foi perdoada e o goleiro foi xingado de frangueiro, mão de alface e outros adjetivos piores.

Particularmente, acho Wéverton um bom goleiro. Foi titular na conquista da medalha de ouro pela Seleção Olímpica e teve rendimento interessante até o final do ano passado. Depois, quando não foi mais chamado por Tite, as falhas apareceram com mais frequência. Vejo Wéverton com nível igual a Prass e Jaílson, mas sem nenhuma garantia de titularidade. Se eu fosse o técnico, seguiria com Prass como dono da camisa um, começando a próxima temporada.


Abel Braga. Desafio no Palmeiras ou segurança no Inter
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Alexandre Praetzel

Palmeiras e Inter estão atrás de treinadores no mercado. Os interinos Alberto Valentim e Odair Hellmann não serão efetivados. Abel Braga é cobiçado pelos dois clubes. O técnico admitiu um contato do Palmeiras, após a vitória do Fluminense sobre a Ponte Preta e está sempre nos planos do Inter, com o passado vitorioso e identificação com o clube, ainda mais com os atuais dirigentes Marcelo Medeiros e Roberto Mello, chefes do departamento de futebol colorado em 2014, último ano de Abel no Inter.

Claro que Abel ainda vai conversar com o presidente do Flu, Pedro Abad, a respeito da temporada de 2018. Ele tem mais um ano de contrato, mas não pretende ser coadjuvante nos campeonatos que irá disputar. Se o Flu não puder aumentar o investimento no futebol, é bem provável que Abel peça para sair. Com Palmeiras e Inter como opções, vejo a situação da seguinte forma, caso Abel fique livre no mercado.

No Palmeiras, Abel terá o desafio de trabalhar num time grande de São Paulo, pela primeira vez. Aos 65 anos, pode não representar muita coisa, mas muitos profissionais de comissão técnica acreditam que é preciso passar pelo mercado paulista para ser reconhecido definitivamente no futebol brasileiro. O Palmeiras tem uma base montada, estrutura e dinheiro para gastar com reforços. E estará na Libertadores da América, novamente.

No Inter, Abel estará seguro. Reencontrará amigos e poderá comandar a equipe com tranquilidade pela sétima vez, mesmo com a cobrança por resultados. Esteve no Beira-Rio em 1988, 91, 95, 2006, 2007 e 2014. Ganhou Gaúcho, Libertadores e Mundial e foi vice-campeão brasileiro. Em dezembro de 2014, esperava renovar contrato, mas viu o presidente eleito Vitório Píffero desistir de mantê-lo. Não escondeu a frustração com o amigo de longa data. Agora, tem a chance de voltar.

Abel tem lastro e experiência para segurar e conduzir elencos compostos por jogadores mais cascudos. Costuma ser um ''paizão'' nas dificuldades e tem bom conhecimento tático. Está com tudo para decidir onde trabalhar. Aposto na vinda para o Palmeiras porque será uma novidade na carreira. Vamos aguardar sua decisão.


São Paulo não empolga para 2018. A torcida foi o melhor do clube em 2017
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Alexandre Praetzel

O São Paulo está livre do rebaixamento na Série A do Brasileiro. O tricolor somou 46 pontos e não corre mais o risco de cair. Algo a comemorar? Creio que não. O discurso de que time grande não cai é legal e correto, mas muito pouco para um clube gigante como o São Paulo. Em 2016, foi a mesma coisa. Sem esquecer de 2013, quando o São Paulo ocupou o Z4, durante todo o primeiro turno. Então, nos últimos cinco anos, o São Paulo viu a queda como algo possível em três temporadas. Se dirigentes e conselheiros não enxergam isso como algo real, estão fora da realidade.

O São Paulo precisa olhar para si mesmo e definir uma política de futebol, novamente. Fez isso a partir de 2004 e bateu tricampeão brasileiro, tricampeão da América e tri Mundial. Foram quatro anos gloriosos de 2005 a 2008. Aí, a soberba tomou conta da instituição. Críticos foram vistos como secadores e adversários definidos como inferiores. De 2009 a 2017, uma conquista de Copa Sul-Americana, em 2012. E só. Ficou distante das grandes decisões. Ano passado, foi semifinalista da Libertadores, mas não tinha qualidade e fôlego para superar o Nacional de Medellín. Foi longe demais.

O clube passou por uma profissionalização, mas não adianta ter executivos sem a competência necessária nos cargos corretos. No futebol, não há quem pense na formação de um grupo coerente e com opções criteriosas. Quem surge com talento na base, não esquenta lugar entre os profissionais. Imediatamente é negociado, como visto com David Neres e Luiz Araújo. Você ganha dinheiro, é verdade, mas a quantia se esvai rapidamente, quando gasta em reposições desnecessárias. O elenco são-paulino é um pouco acima do razoável.

Então, o que esperar de 2018? As vindas obrigatórias de um goleiro, lateral-direito, zagueiro, lateral-esquerdo, meias e atacantes. Pelo menos, sete reforços. E segurar os bons como Rodrigo Caio, Jucilei, Petros, Hernanes(difícil), Marcos Guilherme e Lucas Pratto. Cueva serve, mas precisa definir se quer permanecer ou não. Se não houver a possibilidade de mantê-los, que os substitutos sejam à altura. O que não dá mais é o São Paulo ser coadjuvante nos torneios. Só para lembrar, não ganha o Paulista há 12 anos. O Estadual sempre foi menosprezado nos anos de glórias e participações garantidas na Libertadores. Hoje, parece, é o único campeonato que o São Paulo pode ganhar. Tem que mudar esse quadro. E agradecer aos torcedores. Os melhores do São Paulo em mais uma temporada fraca dentro de campo.

 


Felipe Melo defende Valentim e não vê ano fracassado no Palmeiras
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Alexandre Praetzel

Felipe Melo foi trazido como grande reforço para a temporada de 2017. Era para ser o líder do time no vestiário e uma espécie de xerife, dentro de campo. Depois de muitas polêmicas, perdeu espaço após detonar o técnico Cuca, em áudio vazado na internet. Treinou separado e quase deixou o Palmeiras, em um acordo judicial. Mas ficou, voltou a treinar e retornou ao time, ainda com Cuca como treinador. Cuca saiu e Alberto Valentim assumiu a equipe. Felipe Melo foi escalado como titular nas duas últimas partidas e parece que recuperou sua importância perante diretoria e torcida. O blog conversou sobre o futuro no Palmeiras, com contrato e investimentos feito no elenco, além do trabalho de Valentim. Leiam abaixo.

Você quer permanecer no Palmeiras?

Tenho mais dois anos de contrato aqui e da minha boca, vocês nunca escutaram falar de uma possível saída. A minha ideia foi sempre continuar no Palmeiras. Eu vim para cá, minha família aprendeu a gostar do Palmeiras, tenho aprendido a cada dia, amar mais o Palmeiras, o torcedor palmeirense. Não é fácil você chegar num clube como esse, com uma torcida tão apaixonada e que cobra tanto e em pouco tempo, você conquistar essa torcida. Então, o mínimo que eu tenho o que fazer é continuar aqui e ser campeão com eles.

O ano foi um fracasso pela falta de títulos e grandes investimentos?

Mas essa é uma responsabilidade que nós colocamos nas nossas costas, desnecessária. Você pega clubes europeus, que gastam milhares, milhares de euros e não ganham. Por quê? Porque existem outros grandes clubes também. Corinthians é um grande clube, Santos, Grêmio, então a gente tem que entender que são 11 contra 11, quando a gente entra em campo. Não são 50 milhões contra 20 ou dez milhões. Você pega o Leicester, que foi campeão na temporada retrasada na Inglaterra. Você vai dizer que o Manchester City e o Chelsea deram vexame? Não, classificaram para a Champions League. Nós classificamos para a Libertadores e o importante é a gente entender nossos erros e não cometê-los no futuro próximo.

O novo treinador tem que ser um profissional com experiência e história ou Valentim aguenta o Palmeiras?

Olha só. O Neymar, maior ídolo brasileiro da atualidade, foi colocado para jogar com 16, 17 anos. Se não colocassem para jogar, de repente não viraria o Neymar. Ah, está muito jovem e tal. Colocou e o cara rendeu. O Guardiola assumiu o Barcelona quando era jovem e foi campeão no Barcelona. Acho que tem que dar tempo ao tempo. O Alberto é um treinador que eu tenho muito respeito e admiração. Acho que é um cara que tem as ideias muito claras, daquilo que ele gosta. Acho que tem sim, dar uma moral para ele porque o grupo gosta dele. É um cara amigo dos jogadores, não é estrela e isso é muito importante. Gosta de vencer, quer vencer e é muito inteligente.

Valentim tem o apoio dos líderes do elenco, mas a tendência é que não seja efetivado como técnico, em 2018. Felipe Melo disputou 31 jogos e marcou dois gols. Tem contrato até o final de 2019.


Carpegiani sempre foi bom técnico, mas sofre com preconceito
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Alexandre Praetzel

Paulo César Carpegiani foi um senhor jogador de futebol. Um grande meio-campista com passagens vitoriosas por Inter e Flamengo, os dois únicos times em que jogou. Virou técnico do próprio Flamengo, aos 32 anos, após encerrar a carreira por lesão. Tinha um timaço na mão e não decepcionou. Campeão da América e do Mundo, em 1981, e Campeão Brasileiro, em 1982. Seguiu sua vida como treinador.

Com rápidas passagens pelo Inter e Palmeiras, na década de 80 e início de 90, Carpegiani se firmou no Cerro Porteño do Paraguai. Fez bons trabalhos e assumiu a Seleção, em 1996, chamando a atenção de todos com a boa campanha paraguaia na Copa do Mundo da França, em 1998. Caiu na prorrogação com morte súbita para os donos da casa, num dos jogos mais dramáticos da história dos Mundiais. Sua equipe tinha Chilavert, Arce e Gamarra.

Em 1999, assumiu o São Paulo. Mudou jogadores de posições e tentou variações táticas diferentes. Foi rotulado de ''Professor Pardal'', o personagem de invenções mirabolantes da Disney. O grupo tricolor era muito bom. Foi eliminado pelo Corinthians, duas vezes, nas semifinais do Paulista e Brasileiro. O carimbo injusto pegou.

Carpegiani rodou por alguns clubes, mas não conseguiu mais grandes títulos, apesar de bons trabalhos. Treinou o Corinthians, em 2007, mas foi dispensado no meio do Brasileiro, depois de bom começo. Em 2010, voltou ao São Paulo, onde revelou Rodrigo Caio. Uma goleada para o Corinthians e a resistência em escalar Rivaldo, reduziram sua segunda passagem pelo Morumbi.

Agora, seis anos depois, ressurgiu no Bahia, contratado para tirar o tricolor da ameaça de rebaixamento. Em nove jogos, são cinco vitórias, três empates e uma derrota. Não só confirmou a permanência do Bahia, como colocou o elenco na briga por uma vaga à Libertadores da América, em 2018. O Bahia bateu Corinthians e Santos com autoridade, num esquema ofensivo e com velocidade.

Carpegiani parece que se renovou. Mostra alegria na área técnica, durante as partidas. Não fica esperando os adversários e joga um futebol para a frente, aproveitando as principais características do seu grupo. Seus detratores costumam dizer que Carpegiani é de ''tiro curto'' porque perde a paciência muito fácil com os jogadores mimados de hoje. Conheço Carpegiani há anos. Sempre foi um cidadão na sua postura e comportamento. Nunca o vi discutindo ou detonando algum atleta. Vejo isso como puro preconceito com um cara que ficou marcado por um trabalho sem resultados no São Paulo.

Alguns clubes estão buscando treinadores. Não entendo o porquê Carpegiani não é cotado. Acho que seria bom nome para Palmeiras ou Inter, por exemplo. Com 68 anos, tem experiência de vestiário e conhece futebol. E não é ''Medalhão'', como muitos gostam de definir profissionais mais antigos. Aprendi a não ser definitivo com ninguém. E Carpegiani prova que ainda tem lenha para queimar. Parabéns pelo trabalho no Bahia.