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Presidente Peres na Inglaterra e o Santos em crise no Brasil
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Alexandre Praetzel

O Santos patina no Brasileiro, está na zona de rebaixamento, não vence há cinco jogos, Jair Ventura está pressionado e uniformizados se “reúnem” com os jogadores. Um pacote de crise completo para a realidade do clube, apesar de estar nas oitavas-de-final da Libertadores da América e quartas-de-final da Copa do Brasil. E onde está o presidente Peres? Chefiando a delegação da Seleção Brasileira, em Londres, para o amistoso contra a Croácia.

“Chefiar” delegação é para viajar de graça, comer bem, visitar pontos turísticos e tirar fotos com jogadores. Simplesmente, não serve para nada. Peres parece totalmente perdido com o cargo que ocupa. E ele deve achar que os atletas não enxergam isso. Um time começa a desabar, quando há falta de comando em todas as esferas. Ao menor sinal de crise nas relações, o elenco começa a “mandar”. Já vimos isso várias vezes, em outros clubes.

Quem está dirigindo o Santos, é o vice-presidente Orlando Rollo, que está com relações estremecidas com Peres. Eles só conversam o básico. Como um clube pode ser presidido desta maneira?

Peres tinha um discurso moderno na campanha para a eleição. Inclusive, eu o achava o melhor candidato. Ledo engano. Cinco meses depois, Peres é um fracasso. Assumiu, sem plano de gestão e com a presidência caindo no seu colo. A crise financeira vem de anos e quem não consegue conviver com isso, não pode gerir um clube.

Se o Santos não mudar radicalmente o pensamento de futebol, pode cair pela primeira vez para a Série B. Exemplos não faltam e só Santos, São Paulo, Flamengo e Cruzeiro, nunca caíram, entre os grandes. Mas sempre pode ter a primeira vez.


Presidente do Corinthians desvia o foco da crise financeira do clube
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Alexandre Praetzel

Andrés Sanchez desviou o foco dos problemas financeiros do Corinthians. Chamou uma entrevista coletiva para comentar o banimento de Marco Polo Del Nero, as manobras políticas na CBF, ironizou o Palmeiras, falou sobre possibilidade de contratação, mas não explicou o fundamental, nem foi questionado. De onde o Corinthians irá tirar dinheiro para contratar reforços?

A pergunta cabe, depois da entrevista exclusiva do diretor financeiro, Wesley Melo, ao repórter Dassler Marques, no UOL Esporte. Wesley foi direto ao dizer que não dá para adquirir jogadores com o momento delicado das finanças. Ainda revelou um déficit mensal de R$ 8 milhões, uma dívida de R$ 26 milhões com o Fundo da Arena Corinthians e um endividamento bancário na faixa dos R$ 420 milhões, além de ter buscado ajuda com os empresários Carlos Leite e Giuliano Bertolucci, com empréstimos a juros entre 1,5% e 1,9%. Por acordo, todo o dinheiro de bilheteria dos jogos vai para o pagamento do Fundo da Arena. No elenco, o Corinthians ainda gasta cerca de R$ 13 milhões com a folha salarial.

O Corinthians era para ser uma potência financeira. Tem a maior cota de TV, um plano de sócio-torcedor consolidado e uma torcida apaixonada e consumidora. A Arena está quase sempre lotada. O time tem dado resposta dentro de campo, depois de uma gestão de futebol bem elaborada e produzida por Alessandro e Flávio Adauto, com o ótimo trabalho de Fábio Carille e comissão técnica. O Corinthians segue forte e tem chances de ganhar a Copa do Brasil ou a Série A do Brasileiro, até porquê a Libertadores foi colocada em segundo plano pelo presidente.

Andrés pegou tudo pronto de Roberto de Andrade. Até agora, não apresentou nada novo. Um clube do tamanho do Corinthians não tem patrocinador master. Em 2009, Ronaldo Nazário foi um grande lance, num momento de reconstrução. Hoje, passados nove anos, é inimaginável repetir algo parecido pela falta de recursos e nomes capazes de mudar o caos financeiro. Parece que o presidente não viu as palavras do seu diretor financeiro, um profissional do mercado. Gestões empresariais não suportam mais tanto amadorismo. Enquanto os resultados de campo forem bons e os títulos conquistados, tudo passa batido. Mas uma hora a conta chega.

Para quem disse que deixaria o mandato de deputado federal para se dedicar apenas ao Corinthians, Andrés não cumpriu a palavra. Em 2007, ele foi transparente, ao publicar no site do clube, os percentuais de cada “dono” dos atletas. Depois, voltou atrás. Será que agora fará o mesmo? Quem o reelegeu, que aguarde para conferir.


Dinamite acha que Brant ganhou a eleição no Vasco. Ex-ídolo quer mais time
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Alexandre Praetzel

Roberto Dinamite é o maior jogador da história do Vasco para muitos torcedores. Grande ídolo como atleta, disputou mais de mil jogos e marcou mais de 700 gols. Dinamite presidiu o clube de 2008 a 2013, mas não conseguiu deixar um legado positivo. Nos seus dois mandatos, ganhou a Copa do Brasil, mas viu o Vasco cair duas vezes para a Série B do Brasileiro. Num bate-papo com o blog, Dinamite achou que a última eleição para presidente foi mal conduzida e que Júlio Brant deveria ter sido o novo presidente, ao invés de Alexandre Campello. Confira.

O que você achou da eleição do novo presidente Alexandre Campello?

A eleição em si, foi mal conduzida. Essa é a minha opinião com relação ao que ocorreu. Nada de pessoal contra o Alexandre, que foi meu médico quase dez anos dentro do Vasco da Gama. A forma como foi conduzida…O estatuto do Vasco dá aos conselheiros, aos 300 conselheiros o direito de estar ali para aclamação de quem foi eleito lá dentro da disputa dos sócios do clube, o que infelizmente isso não aconteceu. Só isso que eu acho que não foi legal. Na história do Vasco, foi a primeira vez. Eu, sinceramente, não concordei com a forma como foi conduzido. Agora, entra a parte política dos candidatos e é complicado. O que eu quero e desejo é ver o Vasco forte. Se eu puder ajudar, estando ali, vou ajudar. Ver o jogo e tal. Se for melhor estar fora, eu não quero atrapalhar a vida do Vasco. O Vasco, para mim, é mais importante do que qualquer presidente, qualquer diretor. A instituição Vasco da Gama faz parte da minha vida e da minha formação. Em cima disso, eu torço para que, hoje é o Campello, amanhã será outro, mas ele que faça uma boa administração e leve o Vasco às conquistas, que esse é o objetivo.

Ganhou o melhor candidato para você ou o Júlio Brant merecia?

Eu acho que a eleição da escolha do candidato, ela foi no ginásio do Vasco, e não a que foi feita na sede náutica.

Vasco tem condições de brigar com os adversários, tecnicamente e financeiramente, a curto prazo?

Não. Eu acho que ainda não. O Vasco precisa melhorar tecnicamente. Precisa trazer outros jogadores, fazer uma equipe mais competitiva. E também, no que diz respeito à parte financeira, a realidade do Vasco é muito parecida com a grande maioria, mas o Vasco, pelo que eu estou vendo e acompanhando, está buscando esse equilíbrio e é viável, viabilizar a vida do clube hoje. Tem a Responsabilidade fiscal e a responsabilidade do presidente, isso vai ajudar para quem esteja ali, para trabalhar, investir, fazer, formar, ter grandes jogadores. Acho que passa pela formação de novos talentos, para que o Vasco possa, não só ter esses jogadores, mas, ao mesmo tempo, vender jogadores para ter dinheiro e condições de se tornar, não só a instituição que ela é. O Vasco é uma instituição sensacional, muito grande, e se for falar de história para mim, ela está acima de tudo, mas espero que o Vasco possa encontrar seu melhor caminho, com estruturação. Que possa ser essa administração ou outra, para que realmente, o Vasco busque seus melhores dias.

O Vasco está disputando o Campeonato Carioca e a Libertadores da América. Luta para ser semifinalista do Estadual e busca sua primeira vitória no torneio sul-americano, após estrear com derrota para a Universidad do Chile.


Galiotte elogia torcida e não pensa na contratação de um novo zagueiro
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Alexandre Praetzel

O Palmeiras chegou a cinco vitórias em cinco jogos no Paulista. O time de Roger Machado é apontado como o principal favorito para conquistar o Estadual pela qualidade e variedade de opções do elenco. O blog conversou com o presidente Maurício Galiotte, começando seu segundo ano de gestão, depois de passar em branco, em 2017. Galiote avaliou o momento do clube e ressaltou o foco no trabalho para esta temporada. Confira.

O Sr. esperava cinco vitórias em cinco jogos neste início de temporada?

Estamos trabalhando. Nossos objetivos são sempre as vitórias. Trabalhando, agora nossos objetivos são os títulos, trabalhar cada vez mais. Sempre ganhar um clássico é importante. O trabalho continua. Vamos sempre em busca dos nossos objetivos.

O Palmeiras montou um grande elenco e o estádio está sempre cheio. Time forte leva a isso?

Leva a isso também, mas a torcida comprometida do Palmeiras, engajada que o Palmeiras tem é que também leva a isso. Nosso torcedor está sempre junto conosco, em todas as situações, no sócio Avanti, no Estádio, nos momentos difíceis. Então, nós temos que sempre agradecer ao torcedor do Palmeiras. É o torcedor do Palmeiras que faz a diferença.

Qual foi o resumo que o Sr. fez em 2017, do que não poderia errar em 2018?

Nós antecipamos todo o planejamento, começamos a trabalhar com antecedência. Nós fizemos uma avaliação do que a gente precisava em termos de elenco, o que a gente precisava fazer para suprir algumas necessidades. E foi exatamente isso que nós fizemos, com antecedência.

Palmeiras pensa em negociar alguém para equilibrar as contas ou não?

Venda e compra de jogador faz parte do futebol. O que nós temos que fazer é avaliar se nós precisamos contratar e se nós tivermos grandes propostas, também avaliar. Isso faz parte de uma gestão responsável, mas hoje a gente entende que o elenco do Palmeiras está bastante competitivo e esse é o nosso objetivo para todo o ano.

Precisa de um zagueiro?

Não. Hoje nós temos bons zagueiros no grupo. Estão jogando e nós vamos com esse grupo que está aí.

Chegou alguma proposta para algum dos jogadores que não foram inscritos no Paulista?

Não. Por enquanto, não.

Torcedor não gosta de ver o Palmeiras favorito. O Sr. gosta?

Eu acho que ser favorito é o fato de você ter uma grande equipe, o fato de você estar se preparando. Só que favoritismo são os três pontos. Você precisa ganhar. Se não a expectativa fica lá em cima e só ganha um. No ano passado, nós também tínhamos um elenco muito competitivo, um grupo muito forte. Nós não ganhamos. Faz parte. Nós temos que continuar com um grupo competitivo. Continuar trabalhando. E nós vamos ganhar.

Qual é o rival que mais lhe preocupa hoje em termos técnicos, não em gestão?

Nós temos que nos preocupar com o Palmeiras. Todos os times são grandes equipes, bem preparadas, todos trabalham. Então, nós temos que nos preocupar com o Palmeiras.

O Palmeiras volta a campo, sábado, contra o Mirassol, fora de casa. A estreia na Libertadores, será apenas dia 1º de março contra um adversário a definir.


Reage Vasco! A ditadura está acabando
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Alexandre Praetzel

Sou gaúcho, mas desde criança ouvi muitas histórias do Vasco, através do meu pai, fanático por futebol. Ele me falava dos grandes times da história vascaína, como o Expresso da Vitória, marcante na década de 40, e o campeão brasileiro de 74, superando o grande Cruzeiro da época. Cresci e herdei a paixão pelo esporte e fui trabalhar com jornalismo esportivo.

Vi o Vasco ganhar o Brasileiro mais três vezes(89, 97 e 2000) e a Libertadores em 98. Sempre com ótimos times e jogadores. Respeitado e temido. Com uma grande torcida espalhada pelo Brasil. Mas a conta chegou, com o clube sendo vitimado pelas péssimas administrações de Eurico, Roberto Dinamite e Eurico. Três rebaixamentos e títulos para pagar, não ganhar. Teve uma Copa do Brasil e um vice brasileiro em 2011, mas com gastos fora da realidade. Todo mundo sabia que aquilo era irreal.

Agora, chegou a hora de reerguer o clube. Não conheço Júlio Brant, o próximo presidente. Me parece bem intencionado e pronto para a bomba que vai encontrar. No discurso, sabe da grandeza do Vasco e de como sócios, torcedores e simpatizantes devem ser tratados. A favor da instituição, sem se aproveitar dela. O palavreado euriquista de “Eu sou Vasco antes de tudo” foi para o espaço, depois dos últimos acontecimentos. A equipe voltará a disputar a Libertadores e o presidente está mais preocupado em atrapalhar a vida do próximo mandatário, vitorioso contra ele, nas urnas legítimas. Triste. Vergonhoso. Mas com data para terminar, finalmente.

O Vasco precisa ser arejado. Hoje, torcedores de vários estados torcem contra pela antipatia a Eurico. O cara que proibiu o repórter Lucas Pedrosa do Esporte Interativo de participar da entrevista coletiva porque ele revelou os desmandos da diretoria. O mesmo que proíbe o portal UOL de fazer a cobertura diária no CT de Vargem Grande. Caras que se acham donos do Vasco e têm alergia à verdade. Mas eles estão passando. O Vasco fica. A agenda positiva voltará.

Que Zé Ricardo consiga ter paz para levar o Vasco à fase de grupos da Libertadores e que o clube volte a ser admirado, e não ridicularizado, como nos últimos anos. Nem é preciso mais dizer “Fora Eurico”. Ele já é passado.


Corinthians ganhou tudo na década. E o clube, onde vai parar?
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Alexandre Praetzel

É inegável que o Corinthians se renovou, após ser rebaixado para a Série B, em 2007. Vinha de grandes títulos na era Alberto Dualib, mas as conquistas esconderam todos os problemas financeiros e administrativos. Acabou caindo. Voltou para a Série A sem sustos e se planejou a partir de 2009, ganhando a Copa do Brasil. De 2011 a 2017, os resultados de campo são indiscutíveis. Três títulos brasileiros, uma Libertadores, um Mundial de Clubes, uma Recopa Sul-Americana e dois Paulistas. Mas, e o clube? Para onde vai?

Em fevereiro, haverá eleição à presidência com cinco candidatos. Alguns dizem que a situação financeira é caótica e dias difíceis virão pela frente. Apesar dos troféus, crescimento do Fiel torcedor, melhores cotas de TV, gordos patrocínios  e o novo estádio, o Corinthians está sempre com os cofres vazios. O presidente Roberto de Andrade chegou a dizer que sempre foi assim, com dificuldades. Isso é inexplicável.

Ora, já era para o Corinthians comandar as ações no futebol brasileiro. Construiu sua nova casa e ninguém sabe onde ela vai parar. A dívida já chega a R$ 2 bilhões, segundo relatos de conselheiros. Os mesmos que aprovaram a aventura capitaneada pelo ex-presidente Andrés Sanchez, tentando voltar ao poder. Seu grupo político “Renovação e Transparência” enfraqueceu com a dissidência de vários membros. Não houve Renovação e Transparência, apesar do nome pomposo.

Claro que um clube de futebol vive de títulos. Mas, a que preço? Em 2007, as páginas policiais foram tomadas pelo Corinthians, com o caso MSI. Hoje, se noticiam falta de marmitas, dívidas com vários empresários, atrasos de premiações, problemas nas categorias de base e outras pendências fora de campo. Alguns torcedores acham que isso é “anti-corintianismo”, como se todos estivessem contra. Mas são os mesmos que esquecem de olhar para dentro da própria instituição.

Ganhar é bom e faz a felicidade de todos. Mas dizer que só o que interessa é a bola, é um pensamento atrasado e ultrapassado. A nova gestão(ou com as velhas práticas) pegará uma equipe na Libertadores e bem situada. Pelo quadro que se pinta, pagará mais títulos, ao invés de ganhá-los. E isso também faz parte do futebol.


Transição do Santos surpreende sem executivo e técnico definidos
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Alexandre Praetzel

As pessoas que me acompanham diariamente nos meus espaços jornalísticos sabem que sempre achei José Carlos Peres, o melhor candidato à presidência do Santos, respeitando muito os demais. Peres pensa o Santos mais próximo de sua grandeza, com busca de mais público e receitas maiores, além da formação de um time em condições de disputar títulos, é claro.

No entanto, nove dias depois da sua vitória, não vimos nada de novo. Achei que Peres já começaria a transição do mandato com diretoria de futebol e comissão técnica definidos, mesmo tomando posse dia 02 de janeiro. Vimos sete dias de muitas entrevistas e poucas definições. Três executivos recusaram o Santos, talvez receosos com a situação financeira difícil do clube e um 2018 de reconstrução e poucas contratações. Fiquei surpreso com o fato de Peres não ter esse profissional já definido. Foi ao mercado buscá-lo, só após ganhar a presidência. Ou não acreditava na vitória ou errou mesmo. A falta de recursos é pública. Peres vai pedir adiantamento de cota do Paulista e determinar teto salarial.

Parece que Gustavo Oliveira, sobrinho de Raí, será o escolhido. Os contatos aconteceram e tudo leva a crer num acordo entre as partes. Agora, fala-se em Jair Ventura como técnico. Um jovem que faz bom trabalho no Botafogo, com poucos recursos à disposição. O perfil que o Santos vai precisar, apesar de ter um elenco superior ao time carioca.

Vanderlei; Victor Ferraz, Lucas Veríssimo, David Braz e Caju; Alison, Renato e Jean Mota; Arthur Gomes, Copete e Bruno Henrique. Essa é a formação de momento do Santos. Precisa resolver as situações de Ricardo Oliveira e Zeca e reforçar o grupo de atletas. Pode utilizar um ou outro mais experiente para uma troca com outro clube.

Hoje, o Santos não tem ninguém que possa negociar. Tem uma molecada boa com Diego Cardoso, Diogo Victor (contrato até março), Pituca, Gregori, Rodrigo e Yuri Alberto. É hora de colocá-los para jogar no Paulista.

Vamos ver as próximas providências da nova direção. Em relação aos rivais, parece que o Santos abrirá a temporada, um passo atrás.


Vasco precisa renascer. Que a Justiça faça justiça pela transparência
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Alexandre Praetzel

O Vasco começa a quarta-feira com dois presidentes, em tese. Nas sete urnas apuradas, Eurico Miranda foi reeleito  presidente. No entanto, a urna sete está sub-júdice porque vários votantes foram legitimizados horas antes do pleito. Nesta urna, Eurico fez 408 votos contra 42 de Júlio Brant, candidato da oposição. Nos votos válidos, Brant ganhou de Eurico por 1933 a 1703. Agora, a Justiça vai decidir se a urna sete será aceita ou não. Brant e Eurico comemoraram a vitória, numa cena curiosa e constrangedora, ao mesmo tempo. Brant deu entrevistas se considerando presidente e Eurico já se considerava vitorioso, antes do final da apuração. Integrantes da Assembléia geral anunciaram a reeleição de Eurico por mais três anos. O processo foi mais equilibrado em relação a anos anteriores, mas Eurico saiu vitorioso outra vez, até que se prove o contrário.

O Vasco tem uma torcida imensa em todo o Brasil e precisa de paz. mas parece que isso está longe de acontecer. O clube parou no tempo. De 2008 a 2016, caiu três vezes para a Série B, depois de administrações desastrosas de Roberto Dinamite e Eurico Miranda. É verdade que ganhou a Copa do Brasil e foi vice-campeão brasileiro, em 2011, mas isso passou batido em seguida, com Dinamite gastando tudo que podia e não podia, para levar o Vasco a lutar pela Libertadores da América, em 2012. As consequências foram mais duas quedas em três anos.

Eurico tem dito que o Vasco vai disputar a Libertadores, em 2018. Ele entende que isso já é uma grande vitória para quem retornou à Série A. Eu diria que é muito pouco. O Vasco já foi referência, com grandes nomes revelados e sempre brigando por títulos. Romário, Edmundo, Felipe, Pedrinho, Philipe Coutinho, apenas para lembrar os mais recentes. Hoje, Paulinho e Paulo Victor apareceram bem, mas o volante Douglas foi negociado rapidamente pela crise financeira. Em estrutura, o Vasco tem um estádio defasado e um quadro de sócios ridículo para a grandeza do clube.

Já fui cobrir jogos em São Januário. A “guarda” de Eurico não faz a mínima questão de receber a imprensa. Sempre foi complicado trabalhar ali. Eurico trata o Vasco como se fosse dele. Ex-jogadores e atletas atuais costumam dizer que Eurico cumpre com tudo que promete, como se isso não fosse obrigação. A realidade é que o Vasco ficou para trás dos rivais e não se vê muitas possibilidades de crescimento a médio prazo.

Uma mentalidade empresarial e profissional poderia mudar esse quadro e talvez Brant trouxesse uma gestão diferente, mas isso só a Justiça poderá definir. Hoje, os sócios deixaram tudo como está e não poderão reclamar de mais um triênio de apequenamento e dificuldades para o Vasco.


Roberto de Andrade vê legado positivo e promete apoiar Andrés
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Alexandre Praetzel

Roberto de Andrade está no seu último ano de gestão como presidente do Corinthians. O mandatário corintiano pode fechar o seu ciclo com dois títulos brasileiros e um paulista, em três anos. No entanto, pede cautela com os próximos jogos, acreditando que a queda técnica do time faz parte do futebol. Em entrevista exclusiva ao blog, Roberto admite que não esperava um sucesso tão grande dentro de campo, espera deixar o clube em melhor situação financeira e garante apoio a Andrés Sanches, caso ele seja o candidato da Situação, em fevereiro de 2018. Confira a seguir.

Corinthians com título bem encaminhado para o Sr.?

Olha, não dá para frisar, nem afirmar que será campeão. Está muito bem encaminhado, concordo, mas faltam ainda diversos duelos pela frente. Todos os jogos são difíceis como esse do São Paulo. Conseguimos um ponto fora, importantíssimo. É continuar trabalhando.

O time teve uma queda técnica?

Não, acho que não. São circunstâncias de cada jogo. Os adversários também se preparam melhor para enfrentar o Corinthians, acredito eu. Vai aprendendo a forma de marcar. Isso dificulta um pouco. Enfim, faz parte.

Se houvesse árbitro de vídeo, o resultado seria outro?

Eu acho que sim. Nessa soma de erros, pelo menos no que a minha mente lembra, nós tivemos dois jogos que seriam seis pontos, mesmo que você tire o do Vasco, que teria anulado, teríamos um saldo positivo de três pontos. Ajudaria.

Árbitro de vídeo é uma necessidade?

Eu acho que sim. Eu acho que a polêmica no futebol não vai acabar com o árbitro de vídeo, até porquê não serão todos os lances que serão submetidos ao árbitro de vídeo. Mas aqueles lances cruciais que mudam o resultado do jogo, acho que vão ajudar bastante.

O Sr. está indo para o final da sua gestão. Imaginava que pudesse ganhar dois brasileiros e um Paulista, em três anos?

Lógico que não, mas todo o time que entra em campo, entra para ganhar. O Corinthians não é diferente disso. Todos os anos, desacreditado por vocês, desde 2015, o Corinthians chegou em 2015 e se Deus quiser, vamos chegar agora também em 2017. Está bom, o saldo é positivo.

Como o Sr. resume sua gestão em todos os sentidos?

Acho que pelas circunstâncias do país, pelas dificuldades financeiras que a gente enfrenta, com tudo, considero muito boa.

O Sr. vai deixar um bom legado financeiro?

Acho que legado não. Acho que uma situação financeira melhor do que estava. Por tudo, como eu já disse, o balanço é bastante positivo.

Andrés Sanches será candidato à presidência? O Sr. pretende apoiá-lo?

Até agora, não está definido, mas acredito que sim. Lógico que vou apoiar o candidato do meu grupo. Se for o Andrés, sem problema.

Os candidatos de oposição são bons? Eles têm alguma chance?

Acho que todos têm chances. Por enquanto, não tem nenhuma candidatura oficializada, então não dá para a gente falar em quem serão os adversários. Todos reúnem possibilidades e chances, sim.

Corinthians mudará muito o elenco para 2018?

Não, ainda é cedo para a gente estar falando isso. Hoje, não existe nenhuma negociação em andamento, nada. Pode ser que a gente perca alguns atletas, mas não existe nada certo.

Roberto de Andrade foi diretor de futebol nas gestões de Andrés Sanches e Mário Gobbi. Passou por uma ameaça de impeachment, mas foi mantido no cargo, após vitória no Conselho Deliberativo. Na sua gestão, o Corinthians teve quatro técnicos: Tite, Cristóvão Borges, Oswaldo de Oliveira e Fábio Carille. Renovou com o último por duas temporadas.

 


Conselheiro diz que pode processar presidente Leco por agressão no SP
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Alexandre Praetzel

O vendedor Pedro Mauad, 65 anos, sócio do São Paulo há 32 anos, acusou o presidente Leco de agressão, após o clássico entre São Paulo e Corinthians, no Morumbi. Conselheiro eleito há dois meses, Mauad concedeu entrevista exclusiva ao blog, relatando o episódio. Confira a seguir.

O que houve entre o Sr. e o presidente Leco, após o jogo de domingo, no Morumbi?

Nós saímos do nosso camarote do Conselho e no caminho, eu encontrei com o presidente. Estiquei a mão para cumprimentá-lo e na hora que ele me cumprimentou, ele falou na cara tudo que isso, tudo que aquilo e começou a destilá-lo o que ele achava o que devia. Eu insisti com ele daí, porque eu não ia falar nada, só cumprimentos. Eu falei: presidente, vamos conversar um pouquinho e fui descendo uma escadinha até a porta do Conselho. Neste trajeto de dez metros, eu pedindo para conversar com ele, o filho dele me empurrou e eu falei: não põe a mão em mim. Ele viu e deu um salto de doido, tentando me pegar na garganta. Como eu estava com uma mão ocupada, eu simplesmente o contive com a outra. Segurei ele longe de mim, para não ter perigo de uma agressão maior, né. Ele segurou na minha camisa, não conseguiu pegar o pescoço e ficou segurando a camisa. Tinham conselheiros e seguranças ao lado e tiraram ele. Infelizmente, o destempero dele foi total. Foi uma coisa absurda.

No momento que o Sr. se dirigiu a ele, houve algo que o Sr. fez que justificasse a reação do presidente?

Nenhum, nenhum. O problema meu com ele é que eu como conselheiro eleito socialmente, é minha obrigação a cobrança. Eu tenho que cobrar e eu tenho cobrado com muita veemência, coisas, atitudes. Eu tenho cobrado negócios que normalmente entre eles, não se cobram. Te dou um exemplo para você ter ideia. O São Paulo fez um contrato com o Rogério Ceni. Esse contrato tinha uma cláusula de multa e essa multa só foi feita porque ele estava com receio de perder a eleição. E nós questionamos eles a respeito de, como ele foi eleito, por que ele não tirou a cláusula? E ele falou simplesmente o seguinte: que ele não se ateve a isso. Isso eu tenho cobrado. Se ele não se ateve a um problema que ele causou, é obrigação dele consertar ou pagar a multa, dívida, o problema que teve. Eu acho que isso pode ter incomodado também. Mas eu o tenho questionado e questionado muito. Tenho cobrado muita coisa, entendeu? Isso pode estar incomodando. É a função do conselheiro. Quando entrei, deixei claro que não seria mais um. Já ouvi de tudo e vou cobrar. É nossa obrigação. Se isso agrada ou desagrada, que peça para sair.

O Sr. pretende processar o presidente Leco? Por ele ser remunerado, pode haver um pedido de impeachment?

Tudo. Tudo pode acontecer. Nós estamos com assessoramento jurídico, um advogado e tenho uma reunião para ver qual atitude vamos tomar. Com certeza, vamos tomar uma atitude. Não tenha dúvida. Ele não pode ter uma atitude dessas, na frente de todo mundo, numa sala do Conselho do São Paulo. Isso é um absurdo o que ele fez comigo. Não é cabível. Isso não sou só eu que estou falando. As pessoas que estavam lá, os conselheiros que estavam lá e viram.