Blog do Praetzel

Arquivo : Rogério Ceni

Pintado espera dureza contra Moto Club e não vê SP como zebra no Paulista
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Alexandre Praetzel

O São Paulo espera um jogo difícil contra o Moto Club-MA, nesta quinta-feira, pela primeira fase da Copa do Brasil. Em jogo único, o tricolor tem a vantagem do empate para passar à segunda fase. O blog entrevistou o auxiliar-técnico Pintado, um dos homens de confiança de Rogério Ceni. Pintado tem convicção no trabalho de Ceni e seus auxiliares estrangeiros, acreditando numa reação imediata da equipe, após a derrota para o Audax, na abertura do Paulista. Leia abaixo.

Início de trabalho de Rogério Ceni

“É um novo momento para todos no clube. A expectativa é muito grande. O bom início, as novidades no planejamento e outros detalhes nos deixam muito esperançosos”.

Diferença entre auxiliares estrangeiros e brasileiros

“A diferença é na apresentação. Os auxiliares são especialistas. O Michael Beale é um treinador de futebol europeu e tem experiência, assim como os profissionais brasileiros têm uma metodologia atualizada. O Charles Hembert sabe como conduzir a logística e as ideias de organização do plano de treinamentos”.

Derrota para o Audax assustou?

“A derrota não assustou e não nos deixa com medo. Tudo está bem claro. Vamos enfrentar os momentos difíceis e os bons momentos com muito trabalho, acreditando no que estamos fazendo”.

Jogo contra o Moto Club

“É um jogo decisivo. O regulamento diz que é apenas um jogo, então temos que jogar com toda força. Jogar com a intensidade que o Rogério exige em todos os treinamentos, esperando um confronto muito difícil”.

Rogério Ceni terá mais paciência do torcedor

“O Rogério terá tempo porque sabe o que está fazendo e todos acreditamos que os resultados virão. Todas as equipes necessitam de ajustes, nós não somos diferentes”.

São Paulo em relação aos rivais

“Só o Palmeiras está acima de todos. Os outros buscam um melhor momento e entrosamento. O São Paulo irá brigar com muita força e coração. Sendo assim, vai disputar para ganhar”.

Reforços

“A diretoria busca opções de reforçar a equipe e será assim todo o ano. Não é fácil encontrar o jogador certo com preço compatível”.

São Paulo é zebra para ganhar o Paulista?

“O São Paulo nunca será zebra. Um clube com toda história e toda massa de torcedores, estrutura, pode sim buscar o primeiro lugar em todas as competições. Nunca menosprezem o São Paulo. A história mostra”.

Pintado chegou ao São Paulo como auxiliar da comissão técnica fixa tricolor, na gestão de Edgardo Bauza. Depois de enfrentar o Moto Club, o tricolor terá Ponte Preta e Santos, na sequência, pelo Paulista.


Ceni tem bom início de trabalho. São Paulo precisa de mais três reforços
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Alexandre Praetzel

Acompanhei a decisão da Flórida Cup entre São Paulo e Corinthians. Gostei da movimentação dos dois times no primeiro tempo, apesar da virilidade excessiva em algumas jogadas. O tricolor foi superior, com mais posse de bola e alternativas ofensivas. O Corinthians praticamente não chegou à área são-paulina.

Na segunda etapa, com várias mudanças nas duas equipes, o Corinthians equilibrou a partida e perdeu três boas oportunidades de gols, apresentando uma melhora na criação de jogadas do meio-campo. O São Paulo pareceu mais cansado, mas em nenhum momento abdicou de buscar o ataque.

Com a decisão nos pênaltis, brilhou o goleiro Sidão. O São Paulo encarou a conquista com entusiasmo de quem não ganhava um título há muito tempo. Acho que o fato de ter vencido o tradicional rival, aumentou a importância do troféu.

Sigo com a opinião de que resultados pouco importam na pré-temporada, mas não posso deixar de registrar o início de trabalho de Rogério Ceni. Foram 15 dias de treinamentos intensos, adotando novos métodos e procurando extrair o máximo de cada atleta. Pelas declarações dos são-paulinos, um começo promissor e bastante otimista para o time alcançar resultados expressivos, durante o ano. Resta saber se haverá fôlego e comprometimento para manter todos no limite. Os resultados de campo determinarão as análises mais uma vez. Do presidente ao mais humilde torcedor. Não dá para esconder que o São Paulo precisa de mais um meia, um lateral-esquerdo e um centroavante.

No Corinthians, foram apenas nove dias de trabalhos. Fábio Carille tem objetivos claros para reconduzir o grupo ao estilo de jogo do ex-técnico Tite. A dúvida é se irá conseguir com os nomes que tem à disposição. Claramente, um meia e um atacante são fundamentais para acertar a equipe.

 


Milton Cruz elogia Ceni como técnico, mas pede calma no início do trabalho
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Alexandre Praetzel

Milton Cruz foi funcionário do São Paulo por mais de 20 anos. Neste tempo, tornou-se grande amigo de Rogério Ceni  e participou das gestões vitoriosas dos títulos nacionais e internacionais. Com toda sua experiência no futebol, Milton acredita que Rogério Ceni tem um perfil bem definido para ser treinador.

“O Rogério jogou muito tempo e viu o jogo lá detrás. Sempre enxergou as partidas muito bem e isso foi uma grande vantagem para ele. É estudioso e acho que tem tudo para dar certo. Mas é claro que é preciso ter um pouco de paciência, no início. As funções são diferentes. Uma coisa é jogar, outra é comandar”, afirmou, em conversa com o blog.

Milton define também qual o técnico em que Rogério Ceni pretende se espelhar, começando no tricolor. “Acho que é o Osório. Quando o Osório veio para o São Paulo, Rogério sempre me disse que gostava muito do estilo dele. Jogar para frente, buscando o ataque”, ressaltou.

O colombiano Juan Carlos Osório ficou pouco tempo no São Paulo, mas sempre foi admirado pelos jogadores. Após atritos com o ex-presidente Carlos Miguel Aidar e um convite da Confederação Mexicana, preferiu sair para dirigir a seleção nacional. Milton Cruz virou seu homem de confiança no clube. Deixou o São Paulo, com a chegada do ex-diretor Luiz Cunha ao departamento de futebol, em março deste ano.


Zé Teodoro critica gestão do SP e não vê Rogério Ceni como técnico do time
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Alexandre Praetzel

Zé Teodoro foi ídolo do São Paulo, na década de 1980 e início de 90. O ex-lateral direito e hoje técnico, conquistou quatro Campeonatos Paulistas em 85, 87, 89 e 91 e dois títulos brasileiros em 86 e 91. Zé Teodoro conversou com o blog com exclusividade e não poupou críticas à atual gestão do São Paulo e ao elenco tricolor. Leia abaixo.

São Paulo hoje

“Muito turbulento, inconstante. Acho que o São Paulo precisa melhorar em todos os setores. Tem errado muito em relação às mudanças, principalmente treinadores e jogadores. Acho que era o momento de poder rever os conceitos, analisar, para ter uma margem de erro menor. É um clube que precisa voltar a botar os pés no chão e resgatar sua condição, não viver do passado, do que já conquistou, ganhou e já fez. Hoje já tem clubes que passaram à frente, que estão sendo bem superiores. As informações e as coisas têm vazado com muita facilidade, pelo o que a gente tem observado. O clube está muito desprotegido. Então, precisa sentar, o presidente Leco rever algumas situações e dar oportunidade ao pessoal que realmente conhece da função, da área indicada que é o futebol. Precisa melhorar o ambiente, o aspecto político, o clube precisa voltar a vender sua imagem de formar jogadores na base. Não ter receio e medo de lançar jogadores. De saber contratar e se informar como da época que me contratou do Goiás. Então precisa ter conceitos e critérios para não errar tanto como errou neste ano e ter tanta dificuldade para conseguir classificação e permanência na primeira divisão”.

Rogério Ceni deve começar como técnico no São Paulo

“Olha, acho que ele deve fazer uma experiência na base. Deve trabalhar com alguns treinadores mais experientes. Ser um auxiliar permanente do clube. Pegar um pouco mais de cancha e de experiência. Ele é um ídolo. Acho que é muito cedo para ele, principalmente, no clube que ele tem uma história muito bonita. Acho que ele poderia realizar um trabalho fora, começar na base, no interior, num clube de outro estado. Evitar essa situação de chegar e já assumir essa responsabilidade, que é muito difícil como ídolo. O torcedor não vai perdoar dois, três, quatro resultados negativos. Vai jogar tudo para baixo o que ele fez na carreira como jogador. Então acho que ele deve ser muito bem aproveitado no clube ou trabalhar em outra situação. Ficar assessorando como auxiliar técnico um Vanderlei Luxemburgo, que é um cara de peso, como qualquer outro de nível. Acho que é fundamental ele começar de baixo, aprender, para depois, realmente pegar uma situação, que é uma situação muito difícil. Eu tenho experiência e posso orientar de uma forma que ele deva pensar, analisar, para não jogar por água abaixo o nome que ele fez dentro do São Paulo”.

Falta de comprometimento da geração atual

“Olha, eu tenho notado, não só no São Paulo. Em geral, o nível do futebol brasileiro teve uma queda muito grande nas Séries A e B. Eu acho que o balcão de negócios, o jogador não tem mais aquele sentimento, não joga mais com o coração, com alma, com aquela vibração e espírito mesmo. Eu acho que o futebol está mudando muito para o outro lado. O jogador não tem mais o comprometimento necessário. Em dois, três meses, ele já sai de um clube. Não cria um vínculo, como nós tínhamos um sentimento mais de gostar do clube. Não jogar só pelo dinheiro, mas sim para dar espetáculo, mostrar que o futebol não vive só da parte financeira. Precisa melhorar em vários aspectos. O jogador tem que fazer uma reflexão e conscientização da produção e rendimento dele. Está aproveitando em outros sentidos, em outras áreas, esquecendo às vezes de dar o que o torcedor quer na parte técnica, física. Há uma oscilação muito grande dos jogadores de hoje. O jogador tem que ter um comprometimento maior, uma responsabilidade maior e principalmente, com o torcedor e com tratamento melhor com a imprensa. Tem faltado muito de humildade ao jogador brasileiro. Todos aqueles estão alcançando uma questão financeira, que dá uma estabilidade ao jogador, eles estão esquecendo das suas raízes, da humildade, de tratar bem as pessoas, imprensa, no bom relacionamento que nós tínhamos na época que jogávamos. O futebol mudou muito. As pessoas, jogadores, dirigentes mudaram. O ambiente do clube não é dos melhores. Então, precisa rever alguns conceitos para voltar a fazer um futebol com mais alegria”.

Zé Teodoro disputou 262 jogos com a camisa do São Paulo, marcando sete gols. Como técnico, vai assumir a Aparecidense-GO, a partir de janeiro de 2016.


Rogério Ceni e o pensamento mágico são-paulino
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Alexandre Praetzel

Rogério Ceni pretende ser técnico do São Paulo em 2017. O presidente Leco abriu esta possibilidade, admitindo que a idéia é interessante, com Rogério podendo ficar seis meses ou seis anos no cargo. O mandatário tricolor sabe que não será uma aposta simples, apesar da idolatria da torcida e da aura de “mito” que carrega o ex-goleiro.

Particularmente, vejo como um pensamento mágico. A chance de dar certo é igual a de treinadores disponíveis no mercado como Roger Machado, Abel Braga, Vágner Mancini e outros mais experientes. Claro que Rogério é um grande profissional e obcecado por trabalho, vitórias e títulos.

Agora, começar logo no primeiro time tricolor, vejo como um risco desnecessário. Tudo porquê a cultura diretiva brasileira se baseia no resultado. Uma sequência de derrotas abala o maior ídolo de qualquer clube, no Brasil. Dirigentes não aguentam tamanha pressão e fecham os olhos e tapam os ouvidos para grandes nomes da história.

Falcão, Figueroa e Fernandão no Inter. Zico no Flamengo. Renato Portaluppi e De León no Grêmio são exemplos que eu me lembro, onde as diretorias não pensaram duas vezes, antes de dispensá-los. Acho que Rogério Ceni poderia ser um bom nome para as categorias de base e depois, naturalmente, assumir o elenco principal, com lastro e experiência. Afinal, estamos cansados de ouvir de ex-jogadores que a função de técnico é muito mais difícil de assumir.

A torcida estará ao lado de Rogério Ceni, que será muito maior do que qualquer direção. Suas entrevistas e seus treinos diários vão repercutir bem mais do que muitas decisões da cúpula são-paulina. Suportar a perda de espaço na mídia e administrar a vaidade de ficar em segundo plano, também serão desafios dos dirigentes amadores tricolores. Vamos aguardar os próximos capítulos.