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Ex-coordenador nega que base seja tomada por empresários no Corinthians
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Alexandre Praetzel

O Corinthians surpreendeu sócios, torcedores e imprensa, quando mudou todo o comando das categorias de base, em março. Profissionais que participaram do título da Copa São Paulo Jr. acabaram dispensados ou rebaixados. O diretor Fausto Bittar saiu para dar lugar a Carlos “Nei” Nujud.

O ex-lateral Coelho virou técnico do Sub-20 e voltou a ser auxiliar, menos de 30 dias depois. O coordenador Rodrigo Leitão foi contratado em novembro e foi mandado embora, em março. Há quem diga no clube que a “entrega” do departamento de base a um grupo político, ocorreu em troca de apoio para assegurar a permanência do presidente Roberto de Andrade, com o fim do processo de impeachment, no Conselho Deliberativo, dia 20 de fevereiro.

O blog entrevistou Rodrigo Leitão com exclusividade sobre sua rápida passagem, os processos de avaliação e se há corrupção no setor. Leia abaixo.

Por que saíste do Corinthians tão rápido?

A nova direção optou por outro profissional. O que posso dizer é que em pouco tempo enquanto estive no Clube, em conjunto com todo o grupo de trabalho, houve muitos e significativos avanços. Continuo torcendo para a sequência do que estava em construção. Sob o ponto de vista dos processos técnicos, conseguimos por exemplo:

a) Delineamento de um planejamento de curto, médio e longo prazo (plurianual);

b) Definição de conteúdos de trabalho para cada faixa etária, de acordo com a fase sensível de desenvolvimento e      aprendizagem de cada categoria (respeitando etapas de iniciação, especialização, alto rendimento e transição);

c) Organização de treinos para o desenvolvimento das habilidades motoras, cognitivas, emocionais, sociais e     educacionais, com integração entre os profissionais de cada categoria;

d) Caracterização do perfil (físico-fisiológico-técnico-tático-psicológico) do jogador de base desejado pelo Clube;

e) Construção de Centro de Inteligência (CADI2) que além de monitorar o desenvolvimento dos jogadores de base do Clube, passou a ser um dos pontos de apoio do Departamento de Captação na avaliação prévia de jogadores de base;

f) Em conjunto com o Departamento de Captação definição de parâmetros observáveis e concretos para avaliação de jogadores (com objetivo de minimização de erros);

g) Efetivação do trabalho do Departamento de Fisiologia da base;

h) Efetivação da utilização do Centro de Treinamento da base.

(e isso tudo sem mencionar resultados esportivos: a conquista da Copa São Paulo, dos Torneios Preparatórios para o Campeonato Paulista SUB15 e SUB17).

Então estou certo de que há grande potencial para que as coisas sigam avançando exponencialmente.

A base do Corinthians está tomada por empresários? Só joga quem é indicado ou tem padrinho?

Não. Estive no Corinthians por cinco anos (na minha primeira passagem – até janeiro de 2015). Voltei agora para um projeto de caráter técnico-metodológico. Campo total.

Deve jogar quem está melhor, deve jogar quem tem merecimento para tal. E para não haver dúvida sobre a conduta de cada pessoa do grupo técnico de trabalho, é preciso ter muita clareza sobre como se dá a construção de processos, procedimentos e critérios que norteiam a decisão de todos (desde a aprovação de um jogador em avaliação até a escalação de jogadores para jogos).

Com clareza, com processo sólidos e bem construídos e com grupo de trabalho qualificado e bem treinado é quase impossível qualquer desvio da rota. Se faltam processos, procedimentos e critérios, se não há clareza técnica, haverá grande possibilidade de erro. E em um clube de tamanha grandeza o erro vai dar margem para interpretações diversas. Por isso não pode haver erro. Não aceitaria implementar um projeto técnico no Clube se houvesse qualquer chance de interferência de empresários.

Muito se fala que a gestão do Fausto Bittar, com teu apoio, estava “limpando” a base contra corrupção no departamento. Concordas com isso?

Voltei para o Clube com objetivo de ajudar a implementar ideias, processos, procedimentos, conteúdos e critérios de ordem técnica. Promover integração efetiva do grupo de trabalho no desenvolvimento dos jogadores. Meu trabalho esteve o tempo todo voltado para o campo.

Fausto tem uma visão moderna, séria e muito responsável sobre gestão e queria clareza sobre os processos e procedimentos, institucionalizá-los, tê-los com objetivos bem definidos para não dar margem para qualquer erro ou possível “desvio de conduta”.

Por que o Corinthians aproveitou poucos meninos de cinco anos para cá, mesmo com vários títulos nas categorias?

“O processo de desenvolvimento dos jogadores de base não termina quando eles são promovidos da categoria SUB20 ao profissional. Ele continua na equipe profissional com paciência e qualidade de trabalho. O Corinthians vem conquistando títulos e promovendo jogadores. O aproveitamento vai se dando aos poucos.

Esse ano em partida contra o Red Bull pelo Campeonato Paulista, seis jogadores promovidos da base do Clube recentemente iniciaram o jogo (além do Jô). O processo de formação do jogador com perfil Corinthians é aquele que quer formar jogadores vencedores esportivamente falando. Chegar longe nas competições (para garantir maior minutagem competitiva).

Disputar “finais” para garantir exposição durante o processo de formação à momentos decisivos. Não é o vencer a qualquer custo. É o vencer como consequência lógica de um trabalho muito bem feito para o máximo desenvolvimento das potencialidades dos jogadores. A maior atenção a etapa de transição base/profissional, e a consciência de que o processo de formação continua na equipe principal, vão a médio prazo aumentar cada vez mais a utilização de jogadores formados no Clube, sem dúvida”.

Como se revelam bons jogadores, na tua opinião.

Falando em linhas gerais, sem levar em conta um clube em especial:

a) Antes de mais nada: clareza no perfil de jogador que se quer desenvolver, clareza sobre o perfil do jogador que se deve captar, e claro, conexão entre essas duas coisas. Formar bons jogadores sem perfil para um clube será bom para outro clube;

b) Ambiente de aprendizagem apropriado;

c) Qualidade do trabalho (o trabalho faz sim a diferença – para isso bons profissionais);

d) Controle de qualidade preciso sobre o trabalho e sobre o desenvolvimento dos jogadores;

e) Compreensão de que o jogador, antes de ser jogador é “ser humano” que joga, como indivíduo integral e total, que tem necessidades, anseios, problemas;

f) Processo claro, definido e coerente de promoção de jogadores categoria a categoria até chegada na equipe profissional;

g) Entendimento de que o processo de desenvolvimento continua mesmo quando o jogador é promovido das categorias de base para a equipe profissional;

h) Integração efetiva nos clubes “base-profissional”;

i) Estrutura adequada para construção do Ambiente de Aprendizagem e para boas condições de treino e convívio.

Quem destacarias a médio e longo prazo, hoje.

Esse é o tipo de informação que é estratégica do Clube. Então não posso responder.

Vais trabalhar na CBF, ao lado de Edu Gaspar?

Não que eu saiba. Apesar das especulações em torno do meu nome não recebi nenhum contato da CBF sobre essa questão.

É possível ter gestão profissional na base com os clubes brasileiros envoltos em problemas financeiros e políticos?

Sim, claro! Mas essa é uma discussão longa e profunda que resultaria em horas de conversa porque passaria pelo debate sobre modelos de gestão, sobre novas soluções para problemas antigos, sobre fazer mais e melhor dentro das condições atuais dos clubes (o que é diferente de fazer “o possível”), mas não só dos clubes… do país de uma forma geral. Então proponho em nova oportunidade uma conversa sobre o tema.

Leitão já tinha trabalhado como técnico da base corintiana de 2010 a 2015. Hoje, o Corinthians tem Guilherme Arana e Maycon como titulares do profissional, além de Jô, que saiu e voltou. Léo Príncipe, Pedro Henrique, Mantuan, Pedrinho, Marciel e Léo Jabá também estão integrados.

 

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Corinthians tem melhores resultados do que atuações. Será suficiente?
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Alexandre Praetzel

O Corinthians está nas semifinais do Campeonato Paulista, após vencer o Botafogo, em mais uma jornada de um futebol simples, sem muitos atrativos. É verdade que tem a segunda melhor campanha na classificação geral, mas os resultados são bem melhores do que as atuações do time.

Em 14 jogos, marcou apenas 15 gols. Pouco para uma equipe que tem dificuldades, quando precisa furar bloqueios defensivos dos adversários. É justo dizer que a defesa é eficiente, com nove gols sofridos, mesmo número do rival Palmeiras. Passou invicto pelos clássicos, com bom desempenho diante do Santos e vitória sobre o Palmeiras, nos acréscimos, com um homem a menos.

Num regulamento de mata-mata, nem sempre o elenco superior fica com a taça. O Corinthians pode ser campeão paulista? Pode. Pegará São Paulo ou Ponte Preta, decidindo em casa, provavelmente(se a Ponte Preta fizer 3 a 0 no Santos, decidirá fora). Joga fechadinho para não perder e depois leva a vantagem para o segundo confronto, diante da torcida. É uma estratégia que pode funcionar contra equipes menos qualificadas e se baseando no equilíbrio tático e eficiência num lance de jogo. Porque quando depende do talento, o Corinthians pena dentro de campo.

Alguns corintianos lembram da “empatite” do técnico Tite, em 2013, para justificar o trabalho atual. Ora, aquele grupo ganhou tudo em 2012 e o Paulista e Recopa, em 2013. Vinha de um fim de ciclo e de uma ressaca no relacionamento. Não dá para comparar.

Fábio Carille brincou que não poderemos mais dizer que o Corinthians é a quarta força, porque chegou entre os quatro. Nome por nome e elenco, o Corinthians está atrás de Palmeiras, Santos e São Paulo e foi amassado pela Ponte Preta, na primeira fase, apesar do 1 a 1.

Eu não gosto desta maneira de jogar. Não me atrai. Talvez, sirva para o Estadual, mas certamente enfrentará muitos obstáculos no Brasileiro e até na Copa do Brasil e Copa Sul-Americana, onde o Corinthians será constantemente atacado. Os resultadistas estão felizes e o Corinthians pode colocar a história à prova, onde já foi campeão sem ter um bom time. Respeito quem defende este modelo, mas acredito que só isso não será suficiente.


Primeiro reforço do ano, meia ainda não estreou no Corinthians após 4 meses
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Alexandre Praetzel

O primeiro reforço do Corinthians para 2017 ainda não estreou. Em dezembro do ano passado, o meia-atacante Luidy chegou do CRB de Alagoas como um nome de potencial para atuar no grupo, normalmente. Quatro meses depois, Luidy não disputou nenhuma partida e não foi inscrito no Campeonato Paulista e Copa Sul-Americana.

“Isso estava previsto. O Luidy veio com déficit físico e fez um trabalho especial. Ganhou 4kg de massa muscular e está treinando forte, aguardando uma oportunidade. Foi muito bem recebido pelos atletas,  sempre o apoiando e o elogiando pela vontade no dia-a-dia”, afirmou o empresário de Luidy, Marcos Fialdine.

Luidy assinou contrato de quatro anos, mas pode ser emprestado para ganhar experiência. “Vou conversar com o Alessandro (gerente de futebol). Estamos tranquilos. É aguardar a decisão do treinador. Já houve procura por parte de alguns clubes interessados, inclusive paulistas. O Luidy segue trabalhando e está satisfeito no Corinthians”, ressaltou.

Luidy foi contratado pelo ex-diretor de futebol, Eduardo Ferreira. Em 2016, fez boa temporada pelo CRB, chamando a atenção com bom desempenho na Série B do Brasileiro.


Corinthians e Inter negociam troca de jogadores
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Alexandre Praetzel

Corinthians e Inter estão próximos de fechar uma troca de jogadores por empréstimo, até o final do ano. O meia Giovanni Augusto deve ir para o Inter e Valdívia pode vir para o Corinthians. A negociação está sendo conduzida pelos dois presidentes, Roberto de Andrade e Marcelo Medeiros.

Giovanni Augusto chegou ao Corinthians, em fevereiro de 2016, após bons jogos pelo Atlético-MG. Foi indicado pelo técnico Tite e ganhou a titularidade no time. Depois, foi prejudicado por algumas pequenas lesões e acabou perdendo espaço. Disputou 61 jogos e marcou seis gols. Está com 27 anos.

Valdívia despontou mesmo em 2015, quando fez ótimo campeonato gaúcho ao lado de Nilmar e virou um dos destaques do Inter. Teve uma lesão ligamentar de joelho e ficou fora por seis meses, em 2016. Quando retornou, nunca mais repetiu as boas atuações anteriores e ficou marcado com o rebaixamento à Série B, assim como vários atletas. Há quem defenda no clube, que é hora de Valdívia sair um pouco e voltar com outra motivação. O meia-atacante está com 22 anos e renovou contrato até 2020. Estreou em 2013, entre os profissionais. Já atuou em 140 partidas e fez 27 gols.

Corinthians e Inter vão se enfrentar na quarta fase da Copa do Brasil, dias 12 e 19 de abril. O jogo de ida será em Porto Alegre e a volta, em São Paulo.


São Paulo e Corinthians. Clássico nota 5. Pouco futebol e má arbitragem
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Alexandre Praetzel

São Paulo e Corinthians fizeram um jogo abaixo da média, neste domingo, no Morumbi. O empate acabou sendo um resultado justo, pela produção pífia de jogadas de ataque e pouquíssima técnica dos dois lados. O primeiro tempo teve o São Paulo com mais posse de bola e o Corinthians apenas se defendendo. Não houve nenhuma grande oportunidade de gol e vimos uma etapa do “medo”. O São Paulo com medo de ganhar e o Corinthians com medo de perder.

Na segunda parte, o clássico melhorou. O São Paulo se abriu mais e deu espaços para os contra-ataques corintianos. Luiz Araújo perdeu gol diante de Cássio e Guilherme Arana respondeu do outro lado. O São Paulo abriu o placar e deu justiça a quem procurava mais o gol. O Corinthians empatou logo depois com cabeceio de Jô, sozinho, após ótimo cruzamento de Arana. Maicon estava fora de lugar e Rodrigo Caio não subiu.

Depois dos gols, quem apareceu mal foi o árbitro Vinícius Furlan. Errou ao não expulsar Wellington Nem por falta violenta em Léo Jabá. Nas reclamações, Pablo forçou o cartão amarelo. Em seguida, Pablo fez falta para um segundo amarelo e Furlan administrou, erradamente. Nos acréscimos, deu vermelho para Wellington Nem, num lance onde ele não fez nada. Expulsou Wellington Nem no lance errado e não expulsou Pablo pelo lance certo. Prejudicou sua atuação e atrapalhou a partida.

Tecnicamente, São Paulo e Corinthians mostraram que são equipes absolutamente comuns. Cueva e Pratto fazem muita falta ao São Paulo e Fagner ao Corinthians. Taticamente, são bem elaboradas, mas carecem de qualidade e terão dificuldades ao longo do ano, contra adversários mais qualificados. Nota 5 para o jogo.


Luverdense aposta em técnico feito na base para surpreender o Corinthians
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Alexandre Praetzel

O Luverdense-MT aposta num técnico jovem e desconhecido da maioria, para tentar eliminar o Corinthians, em dois jogos da terceira fase da Copa do Brasil. Trata-se de Odil Soares, 39 anos, prata da casa do clube. Odil treinou quatro times das categorias de base, até chegar ao profissional, nesta temporada. Em poucas palavras, Odil concedeu uma rápida entrevista ao blog, sobre o desafio de bater um gigante do futebol brasileiro. Acompanhem.

É impossível eliminar o Corinthians em dois jogos?

“Quando se tem trabalho, entrega, comprometimento e respeito ao adversário, existe uma chance de classificação”.

Qual a estratégia de jogo?

“Muita atenção. Fazer uma marcação forte e explorar bem os contra-ataques”.

Por que o jogo será em Cuiabá?

“Não tiramos o jogo de casa. Infelizmente, nosso estádio não corresponde às exigências da CBF. Arena Pantanal é um campo neutro, mas vamos tentar fazer um jogo competitivo”.

Qual a realidade financeira do Luverdense?

“O Luverdense é um clube auto-sustentável. Tem as contas em dia”.

Corinthians

“É o grande favorito. Tem uma equipe bem organizada taticamente e com atletas de alto nível”.

O Luverdense foi fundado em 2004 e está na sua sexta participação em Copa do Brasil. Em 2013, a equipe mato-grossense enfrentou o Corinthians, nas oitavas-de-final. Venceu por 1 a 0, em Lucas do Rio Verde-MT, e perdeu por 2 a 0, no Pacaembu. Em 2017, o time irá para sua quarta Série B do Brasileiro, consecutiva. O Luverdense costuma mandar seus jogos no Estádio Passo das Emas, com capacidade para dez mil pessoas.

 


Tite tem que vibrar com gol da Seleção Brasileira e vaga na Copa do Mundo
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Alexandre Praetzel

Defendo a tese de que o presidente de um clube de futebol deve chegar no carro oficial e subir à Tribuna de Honra para assistir aos jogos de seu time. É o cargo máximo de uma instituição e o comportamento deve ser adequado ao cargo que ocupa. Vejo e vi mandatários misturados aos boleiros e vindo nos ônibus das delegações, em partidas como mandantes. Acho um equívoco. Os funcionários devem saber quem comanda e respeitar a hierarquia.

Acho que vale o mesmo para o técnico da Seleção Brasileira. O responsável pelo principal cargo do futebol nacional  tem que ser independente, enquanto comandante do selecionado.

Conheço Tite há 22 anos e acompanhei seu surgimento e a carreira como treinador. Sempre pautou sua trajetória por princípios e tratamentos igualitários com atletas, companheiros de trabalho e imprensa. Mas, sábado, na Arena Corinthians, Tite errou. Deixou seu lado torcedor aflorar e se entregou à emoção e ovacão da torcida.

Acredito que não deveria ter passado pela massa corintiana e subido direto para um camarote da CBF ou Federação Paulista, na chegada ao estádio. Deixaria claro que ali estava um ídolo da história do Corinthians, mas hoje técnico da Seleção. Sem agrados e preferências, sabedor da função que exerce e sendo reverenciado justamente.

Não. Foi para o camarote do presidente Roberto de Andrade e ainda vibrou no gol da vitória corintiana, marcado por Jô. Foi muito torcedor e isso gera debate e controvérsia. O treinador da Seleção pode torcer por algum time? Eu acho que não. Neutralidade e independência precisam determinar o comando. Qualquer outra atitude pode abrir insinuações.  O lateral Fágner sofre críticas nas convocações, mesmo sendo bom jogador.

Usei este exemplo apenas para ilustrar algo que permeia a mente da maioria dos “torcedores”. Sempre foi assim e assim será. Mesmo com um grande profissional como Tite. Que também tem defeitos, como todo ser humano.

Num país onde se compara tudo e todos, imaginem Dunga fazendo a mesma coisa? Seria massacrado pela mídia e opinião pública. Fato.


Corinthians competitivo merece registro. Santos foi mal e decepciona
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Alexandre Praetzel

O Corinthians ganhou o segundo clássico no ano, novamente por 1 a 0. É justo destacar que o time de Fábio Carille foi superior ao Santos, na maior parte do jogo. Pressionou desde o início e obrigou o goleiro santista Vladimir a ser o melhor nome do primeiro tempo, com três defesas importantes.

Jadson começou como titular e mostrou que ainda precisa da forma física ideal. Maycon vai se firmando como uma realidade entre os titulares, jogando e marcando com qualidade. Na técnica, o Corinthians não arranca suspiros, nem entusiasma, mas a entrega e o comprometimento dos atletas, merecem registro. O Corinthians luta em todos os lances e corre mais de 90 minutos.

Ninguém imaginava que o Corinthians tivesse a melhor campanha do Paulista, após sete rodadas. Talvez, este nível sirva para brigar pelo título estadual, mas só esforço e raça não bastam para grandes conquistas, imagino. Destaco que o Corinthians foi inferior ao Palmeiras e venceu, mesmo com um homem a menos. Foi bem melhor do que o Santos e ganhou novamente. No resumo contra dois rivais, duas vitórias. Isso pode servir para Carille se firmar, num trabalho simples e dedicado.

No lado do Santos, pura decepção. Sempre gostei de ver o Santos jogar. Só que não dá para depender apenas de Renato, Lucas Lima e Ricardo Oliveira. É preciso saber competir sem os três. Com essas ausências, o Santos vira um time comum e foi muito mal contra o Corinthians. Não adianta encher o campo de atacantes e ficar sem criação. O Santos recheou o elenco, mas sofre sem jogo coletivo. Hoje estaria fora das quartas-de-final do Paulista. Sem dúvida, a grande decepção do futebol brasileiro, até o momento.

Agora, Dorival Jr. merece crédito. Precisa achar formações mais equilibradas, quando não tiver seus principais protagonistas. A semana será fundamental.


Vitórias com sofrimento. A realidade do Corinthians de hoje
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Alexandre Praetzel

A dramática classificação do Corinthians para a terceira fase da Copa do Brasil, expôs as carências do time. O Corinthians tem uma base coletiva forte, mas quando isso não funciona, o time sofre bastante. O Brusque abriu o campo e dificultou a marcação do Corinthians. O conjunto corintiano se descompactou e o Brusque conseguia neutralizar a posse de bola e recuperá-la a todo momento. Em vários momentos, o Corinthians correu atrás da bola e pagou o preço no segundo tempo, com uma equipe bastante desgastada e sem criatividade.

Se o Brusque fosse um pouco melhor e mais ousado, teria eliminado o Corinthians no tempo normal. O lado positivo fica pelas declarações dos corintianos, após a partida. Todos reconheceram que o confronto foi difícil e que o Corinthians precisa melhorar. Os 11 titulares determinam uma equipe razoável. Quando você passa a analisar o elenco, vê deficiências, sem dúvida.

Fábio Carille conhece o sistema de gestão do clube e sabe que o Corinthians não tem dinheiro para investir em reforços. Vai trabalhar dentro de uma realidade, onde o bom futebol pode passar longe da busca única por resultados. E assim será. O importante é vencer, sabendo que a conquista de um título dificilmente irá acontecer. Jadson será o referencial. Resta esperar se ele conseguirá liderar o grupo, carente de qualidades individuais, dentro e fora de campo. A realidade hoje é essa. Sofrimento para ganhar. Vamos ver como serão os confrontos diante do Luverdense-MT, um clube da Série B do Brasileiro.


Técnico do Brusque respeita, mas não tem medo de enfrentar o Corinthians
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Alexandre Praetzel

O Brusque trata o confronto com o Corinthians, pela Copa do Brasil, como histórico para o clube e cidade, no interior de Santa Catarina. O time, vice-líder do primeiro turno do Campeonato Catarinense, respeita muito o adversário, sem temê-lo, nas palavras de dirigentes e do técnico Pingo, ex-volante e meia do Botafogo, Cruzeiro, Grêmio, Flamengo e Corinthians. Aos 49 anos, Pingo concedeu entrevista exclusiva ao blog, esperando alcançar a classificação para a terceira fase, jogando futebol e mantendo a filosofia ofensiva da equipe. Leia abaixo.

Jogo

“Um jogo muito difícil. Enfrentar o Corinthians, uma equipe com destaque nacional e mundial, que vem bem no Paulista, com muita tradição”.

Como segurar o Corinthians

“Nós temos uma maneira de jogar. É uma equipe que joga ofensivamente com bastante posse de bola. A gente sabe que precisa ter muita coragem e acreditar. Não podemos ficar esperando. Respeitar não é ter medo. O time tem que jogar. Somos vice-líderes do catarinense, jogando desta maneira”.

Realidade do Brusque

“Em matéria de estrutura, estamos bem longe, mas é um clube bom, aqui em Santa Catarina. Há muito tempo tem acertado seus compromissos em dia, tem CT para treinamento. Temos uma folha salarial em torno de R$ 200 mil”.

Destaques do time

“Temos os atacantes Jonatan Belusso e Ricardo Lobo, mais o meia Leílson. Ainda tem Eliomar, revelação do clube, com 22 anos”.

Estádio Augusto Bauer

“O estádio é pequeno, mas nossa equipe gosta de tocar a bola. O gramado não está em excelentes condições, mas dá para jogar. Não vejo vantagem porque a torcida do Corinthians é muito grande”.

Campanha no Catarinense

“Assumi na terceira rodada do turno do catarinense. Foram cinco jogos, com quatro vitórias e uma derrota. Claro,  individualmente o Corinthians é superior, mas o futebol mudou muito. Temos a possibilidade de vencer o Corinthians. Não gosto de falar em percentuais, só que como falei, não podemos ter medo. O favorito é o Corinthians”.

Corinthians

“É um time que mudou um pouco. É um clube que ainda vai crescer. Disputa o Paulista, tem um elenco muito bom que vai se firmar com certeza. Jadson é um grande jogador, diferenciado, gosto muito dele como atleta. É um meia que faz a diferença, realmente”.

Premiação especial

“Temos conversado sobre isso. É um jogo histórico. Acho que deve ter uma premiação boa para o grupo. Tenho 28 jogadores, com sete vindos da base”.

O Brusque está com 15 pontos no primeiro turno do Campeonato Catarinense, cinco atrás do Avaí, campeão do turno. A equipe espera manter a boa campanha, lutando também pela conquista do segundo turno. O time manda seus jogos no estádio municipal Augusto Bauer, com capacidade para seis mil pessoas.