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Corinthians competitivo merece registro. Santos foi mal e decepciona
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Alexandre Praetzel

O Corinthians ganhou o segundo clássico no ano, novamente por 1 a 0. É justo destacar que o time de Fábio Carille foi superior ao Santos, na maior parte do jogo. Pressionou desde o início e obrigou o goleiro santista Vladimir a ser o melhor nome do primeiro tempo, com três defesas importantes.

Jadson começou como titular e mostrou que ainda precisa da forma física ideal. Maycon vai se firmando como uma realidade entre os titulares, jogando e marcando com qualidade. Na técnica, o Corinthians não arranca suspiros, nem entusiasma, mas a entrega e o comprometimento dos atletas, merecem registro. O Corinthians luta em todos os lances e corre mais de 90 minutos.

Ninguém imaginava que o Corinthians tivesse a melhor campanha do Paulista, após sete rodadas. Talvez, este nível sirva para brigar pelo título estadual, mas só esforço e raça não bastam para grandes conquistas, imagino. Destaco que o Corinthians foi inferior ao Palmeiras e venceu, mesmo com um homem a menos. Foi bem melhor do que o Santos e ganhou novamente. No resumo contra dois rivais, duas vitórias. Isso pode servir para Carille se firmar, num trabalho simples e dedicado.

No lado do Santos, pura decepção. Sempre gostei de ver o Santos jogar. Só que não dá para depender apenas de Renato, Lucas Lima e Ricardo Oliveira. É preciso saber competir sem os três. Com essas ausências, o Santos vira um time comum e foi muito mal contra o Corinthians. Não adianta encher o campo de atacantes e ficar sem criação. O Santos recheou o elenco, mas sofre sem jogo coletivo. Hoje estaria fora das quartas-de-final do Paulista. Sem dúvida, a grande decepção do futebol brasileiro, até o momento.

Agora, Dorival Jr. merece crédito. Precisa achar formações mais equilibradas, quando não tiver seus principais protagonistas. A semana será fundamental.


Zago admite ansiedade pelo Grenal e vê Série B como prioridade
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Alexandre Praetzel

O Grenal é um jogo que vale muito mais do que apenas uma vitória. O pré e o pós jogo determinam mudanças ou projetam avanços, dependendo do resultado e das circunstâncias do clássico. Quem ganha, pode arrumar a casa e ter tranquilidade para outras competições. Quem perde, pode entrar em crise e gerar questionamentos internos e externos. Antonio Carlos Zago, técnico do Inter, terá o seu primeiro Grenal. Comanda o Inter, depois do rebaixamento para a Série B do Brasileiro, contra o Grêmio, atual campeão da Copa do Brasil. Em entrevista exclusiva ao blog, Zago admitiu a ansiedade e a importância de passar bem por um dos confrontos de maior rivalidade no futebol mundial. Acompanhem.

Primeiro Grenal como técnico

''Sempre ouvi falar da grande rivalidade no Grenal e no Rs e acabei presenciando isso, trabalhando quase dois anos no Juventude. Agora, terei a oportunidade do meu primeiro Grenal como técnico e estou um pouco ansioso. Sei da importância de ganhar um jogo como esse, até pelo momento do Inter. É um dos clássicos mais importantes que eu vou disputar na minha carreira''.

Grêmio é favorito?

''Se você analisar que o Grêmio ganhou a Copa do Brasil e o Inter foi rebaixado, pode até ser. Mas pelos últimos jogos, a gente vem melhorando e esperamos fazer um duelo de igual para igual. O Grêmio tem uma equipe formada há quase dois anos. Nós estamos em formação. O entrosamento não é o ideal, mas num jogo importante como esse, tudo pode acontecer''.

D'Alessandro

''Não treinou ainda. Vou conversar com ele e ver com os médicos. Num jogo como esse, a gente não pode errar. Temos que ter em campo, todos os jogadores nas suas melhores condições''.

Estratégia

''Desde que eu cheguei nós procuramos uma maneira de jogar. Estamos buscando um esquema ideal, olhando as caraterísticas dos jogadores. Uma equipe que pretende manter a posse de bola mais agressiva, verticalizando um pouco mais. Quando joga com equipes pequenas, tem que propor o jogo. Agora, é contra um grande que propõe mais. De fato, isso pode apresentar mais facilidades. Em cima disso que a gente que vai trabalhar no jogo contra o Grêmio''.

Prioridade é a Série B?

''Lógico que a prioridade é a Série B. Se você perguntar para um grande time, a prioridade é a Série A. Hoje estou treinando o Inter e sempre buscamos títulos. Nas outras competições, não pode ser diferente. Claro que a prioridade é a Série B. Em 2008, no Corinthians, ficamos fora do mata-mata do Paulista, subimos, e chegamos fortes em 2009, ganhando o Paulista e a Copa do Brasil. No Gauchão, nós vamos classificar. Passam oito times. A equipe vem melhorando. Levamos gols contra Caxias e Passo Fundo nos finais dos jogos. Quando as coisas melhoram, a sorte também vem um pouco para o teu lado. Agora, a bola bate no goleiro e sai. No Gauchão, vamos nos classificar entre os oito''.

Mudança de fotografia do time

''Acho que vale para o Inter. Têm jogadores que têm contratos até 2019 e 2020. Você tem que ter um cuidado diferente. Eram patrimônio do clube em 2016 e ainda são agora. A gente vem procurando trocar. Algumas mudanças são importantes, com jogadores chegando com outra motivação. É importante você sempre ter uma troca em final de temporada''.

Victor Cuesta e Marcelo Cirino

''O Cuesta é um jogador com técnica diferente de outros zagueiros. Sabe sair jogando, canhoto, passou pela Seleção Argentina. Vai precisar de um tempo para se adaptar. O Marcelo Cirino é de qualidade, teve excelente começo no Atlético-PR. Quando eu estava no Shaktar Donestk-UCR, tentamos contratá-lo. Vem há dois anos no Flamengo. Se ele vier, queremos que seja o Marcelo Cirino do Atlético-PR, que surgiu muito bem, com muita qualidade. Jogador que atua pelos lados do campo''.

Antonio Carlos Zago assumiu o Inter, em janeiro. No Gaúcho, o time é quinto colocado com seis pontos em cinco jogos. Na Primeira Liga, está classificado para as quartas-de-final e na Copa do Brasil, enfrenta o Sampaio Correa-MA, em dois confrontos pela terceira fase.

 

 


Grêmio encaminha contratação de novo executivo de futebol
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Alexandre Praetzel

O Grêmio está próximo de anunciar seu novo diretor-executivo de futebol. Trata-se de Felipe Ximenes. O dirigente esteve duas vezes, em Porto Alegre, conversando com o presidente Romildo Bolzan Jr. e os integrantes do Conselho de Administração.

Aos 49 anos, Ximenes já trabalhou três vezes no Fluminense e passou por Coritiba, Flamengo, Vitória e Goiás. No clube goiano, foi dispensado, depois da má campanha no início da Série B, em 2016.

Ximenes é conhecido de Renato Portaluppi e deve ocupar a função deixada por Rui Costa, no ano passado.

A composição do departamento de futebol tem o vice-presidente Odorico Roman e o diretor Saul Berdichevski.


Vitórias com sofrimento. A realidade do Corinthians de hoje
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Alexandre Praetzel

A dramática classificação do Corinthians para a terceira fase da Copa do Brasil, expôs as carências do time. O Corinthians tem uma base coletiva forte, mas quando isso não funciona, o time sofre bastante. O Brusque abriu o campo e dificultou a marcação do Corinthians. O conjunto corintiano se descompactou e o Brusque conseguia neutralizar a posse de bola e recuperá-la a todo momento. Em vários momentos, o Corinthians correu atrás da bola e pagou o preço no segundo tempo, com uma equipe bastante desgastada e sem criatividade.

Se o Brusque fosse um pouco melhor e mais ousado, teria eliminado o Corinthians no tempo normal. O lado positivo fica pelas declarações dos corintianos, após a partida. Todos reconheceram que o confronto foi difícil e que o Corinthians precisa melhorar. Os 11 titulares determinam uma equipe razoável. Quando você passa a analisar o elenco, vê deficiências, sem dúvida.

Fábio Carille conhece o sistema de gestão do clube e sabe que o Corinthians não tem dinheiro para investir em reforços. Vai trabalhar dentro de uma realidade, onde o bom futebol pode passar longe da busca única por resultados. E assim será. O importante é vencer, sabendo que a conquista de um título dificilmente irá acontecer. Jadson será o referencial. Resta esperar se ele conseguirá liderar o grupo, carente de qualidades individuais, dentro e fora de campo. A realidade hoje é essa. Sofrimento para ganhar. Vamos ver como serão os confrontos diante do Luverdense-MT, um clube da Série B do Brasileiro.


Valentim nega mágoa com Palmeiras e ainda acredita em vaga para o Red Bull
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Alexandre Praetzel

Alberto Valentim vai reencontrar o Palmeiras, após três anos como auxiliar fixo da comissão técnica. O ex-jogador fez bons trabalhos no clube e sempre foi bem, quando assumiu o cargo de técnico como interino. Aos 41 anos, Alberto deixou o Verdão e aceitou o desafio de comandar o Red Bull Brasil, no seu primeiro trabalho como treinador principal. Em entrevista exclusiva ao blog, Alberto negou um acordo para assumir o Palmeiras com a saída de Cuca, projetou um confronto diferente contra seu ex-time e admitiu que a campanha do Red Bull está aquém do esperado. Leia abaixo.

Trabalho no Red Bull

''Estou vendo por dois lados. Estou gostando muito da forma que estamos trabalhando, jogadores se entregando, nos conhecendo mais, comprando a idéia do trabalho. Grupo muito profissional, querendo um bom campeonato. Por outro lado, não estamos conseguindo ganhar os pontos necessários. A campanha não está conforme nós pensamos, do que a gente imaginava, pela pré-temporada que fizemos e por aquilo que a gente tem jogado. Lembro que deixamos escapar duas vitórias contra Santo André e São Bento''.

Modelo de jogo

''Eu joguei num 4-3-3 e num 4-3-2-1, muito pelas características dos jogadores que eu tenho aqui. Tenho bom relacionamento com todos os atletas e sempre tive no Palmeiras, no Atlético-PR. Eu acho isso muito legal, acho isso bacana. Só consigo trabalhar deste jeito''.

Projeção no Paulista

''Nosso primeiro objetivo é classificar o time. Lógico que hoje existe um risco de rebaixamento. Queremos classificar o time e depois tem o mata-mata, que já surpreendeu muita gente em outras vezes. Não vejo o fato de dois jogos serem mais difíceis. Para mim, é igual. Acredito que com 15 a 17 pontos, a equipe consiga a vaga. São seis jogos e a gente precisa vencer quatro jogos. Vai depender muito das duas próximas rodadas''.

É um jogo diferente contra o Palmeiras, para você?

''Tenho um carinho muito grande pelo Palmeiras. Deixei muitos amigos como jogadores, funcionários, de comissão técnica. As pessoas na ruas sempre tiveram carinho por mim, quando saí. Será um prazer muito grande reencontrar as pessoas. Palmeiras e Atlético-PR, eu tenho um carinho muito grande e especial''.

Existia um acordo para assumir o Palmeiras, com a saída do Cuca?

''Não existiu isso. Não é verdade. Nunca foi conversado isso''.

Deixastes o Palmeiras porque achastes que serias o técnico?

''Já tinha decidido que 2016 seria meu último ano como auxiliar. Já vinha amadurecendo. Já tinha recebido a proposta do Red Bull. Tive uma conversa com a diretoria, muito transparente, que eu não queria ser mais auxiliar, a partir de janeiro de 2017. Sou muito realista. Existiam três nomes apontados na imprensa e eu estava entre eles, antes do Roger assumir o Atlético-MG. Entendo o clube. O Eduardo está um pouco na frente em relação a equipes que já comandou. Não teve problema nenhum. Não tive frustração, nem mágoa, foi um processo normal, tranquilo''.

Importância de um Executivo

''Executivos como Thiago Scuro e Alexandre Mattos, com a qualidade que eles têm, são primordias para qualquer clube. São muito importantes para treinadores, jogadores. Dão um suporte enorme. Aqui no Red Bull, nos dão tudo aquilo que podem dar. Thiago e Mattos são ótimos profissionais e fazem isso muito bem''.

O Red Bull é 14º colocado na classificação geral com cinco pontos. Os dois últimos são rebaixados para a Série A2. No grupo B, o time é o terceiro colocado, dois pontos atrás do Linense. Os dois primeiros se classificam para as quartas-de-final, faltando seis partidas.

 

 


Técnico do Brusque respeita, mas não tem medo de enfrentar o Corinthians
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Alexandre Praetzel

O Brusque trata o confronto com o Corinthians, pela Copa do Brasil, como histórico para o clube e cidade, no interior de Santa Catarina. O time, vice-líder do primeiro turno do Campeonato Catarinense, respeita muito o adversário, sem temê-lo, nas palavras de dirigentes e do técnico Pingo, ex-volante e meia do Botafogo, Cruzeiro, Grêmio, Flamengo e Corinthians. Aos 49 anos, Pingo concedeu entrevista exclusiva ao blog, esperando alcançar a classificação para a terceira fase, jogando futebol e mantendo a filosofia ofensiva da equipe. Leia abaixo.

Jogo

''Um jogo muito difícil. Enfrentar o Corinthians, uma equipe com destaque nacional e mundial, que vem bem no Paulista, com muita tradição''.

Como segurar o Corinthians

''Nós temos uma maneira de jogar. É uma equipe que joga ofensivamente com bastante posse de bola. A gente sabe que precisa ter muita coragem e acreditar. Não podemos ficar esperando. Respeitar não é ter medo. O time tem que jogar. Somos vice-líderes do catarinense, jogando desta maneira''.

Realidade do Brusque

''Em matéria de estrutura, estamos bem longe, mas é um clube bom, aqui em Santa Catarina. Há muito tempo tem acertado seus compromissos em dia, tem CT para treinamento. Temos uma folha salarial em torno de R$ 200 mil''.

Destaques do time

''Temos os atacantes Jonatan Belusso e Ricardo Lobo, mais o meia Leílson. Ainda tem Eliomar, revelação do clube, com 22 anos''.

Estádio Augusto Bauer

''O estádio é pequeno, mas nossa equipe gosta de tocar a bola. O gramado não está em excelentes condições, mas dá para jogar. Não vejo vantagem porque a torcida do Corinthians é muito grande''.

Campanha no Catarinense

''Assumi na terceira rodada do turno do catarinense. Foram cinco jogos, com quatro vitórias e uma derrota. Claro,  individualmente o Corinthians é superior, mas o futebol mudou muito. Temos a possibilidade de vencer o Corinthians. Não gosto de falar em percentuais, só que como falei, não podemos ter medo. O favorito é o Corinthians''.

Corinthians

''É um time que mudou um pouco. É um clube que ainda vai crescer. Disputa o Paulista, tem um elenco muito bom que vai se firmar com certeza. Jadson é um grande jogador, diferenciado, gosto muito dele como atleta. É um meia que faz a diferença, realmente''.

Premiação especial

''Temos conversado sobre isso. É um jogo histórico. Acho que deve ter uma premiação boa para o grupo. Tenho 28 jogadores, com sete vindos da base''.

O Brusque está com 15 pontos no primeiro turno do Campeonato Catarinense, cinco atrás do Avaí, campeão do turno. A equipe espera manter a boa campanha, lutando também pela conquista do segundo turno. O time manda seus jogos no estádio municipal Augusto Bauer, com capacidade para seis mil pessoas.

 


A quarta força tem a melhor campanha do Paulista
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Alexandre Praetzel

Desde que o Campeonato Paulista começou, o Corinthians foi mencionado como quarta força, entre os grandes times do torneio. Com metade da primeira fase finalizada, o Corinthians tem a melhor campanha com 15 pontos em 18 disputados.

Apesar dos números, vejo o Corinthians atrás dos rivais em qualidade individual e elenco. É uma equipe determinada e comprometida, com bom jogo coletivo, mas sem grandes atuações em nenhuma partida. Mérito para Fábio Carille, que montou um sistema defensivo forte, apostando sempre numa bola ou no erro do adversário, além de dar oportunidades para jovens que estão pedindo passagem.

Hoje, o Corinthians completo tem Cássio; Fágner, Balbuena, Pablo e Guilherme Arana; Gabriel, Maycon, Rodriguinho e Jadson; Jô(Marlone) e Kazim. Um time comum, comparando com anos anteriores do próprio clube.

Num campeonato curto, onde é possível ser campeão com 18 jogos, nem sempre o melhor vence. Por isso, o Corinthians pode sim ganhar o Paulista, chegando forte no mata-mata e contando com o eterno apoio do torcedor.

Agora, para competições mais qualificadas, como Copa do Brasil e Brasileiro, alguém acredita em título corintiano? Provavelmente, nem o presidente, que não enxergava o time fora da Libertadores e teve que se contentar com o sétimo lugar na Série A, em 2016.

 


O enterro do “Clássico dos Milhões”
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Alexandre Praetzel

Admito que sou saudosista e acho que o futebol brasileiro dos anos 70 e 80 era muito melhor do que o atual. Fui a vários jogos com torcidas divididas e mais de 70 mil pessoas em clássicos. Por isso, não posso esconder minha tristeza e decepção com o público de 6.979 num Flamengo e Vasco, numa semifinal da Taça Guanabara.

Pasmem. Até a quarta-feira, não se sabia onde seria o confronto, 72 horas antes. Dirigentes e funcionários burocratas eram as ''estrelas'' com entrevistas enfáticas e atitudes ameaçadoras. Em nenhum momento, se pensou no torcedor, na organização do torneio e num jogo deste tamanho.

A FERJ sabia que as semifinais seriam no fim de semana do Carnaval. A Polícia Militar também. Todos conheciam a situação lamentável do Maracanã e deixaram tudo para a última hora. Trataram o produto como lixo, essa que é a realidade. Moral da história: o ''Clássico dos Milhões'' foi enterrado, antes da quarta-feira de cinzas.

Que saudades do Maracanã lotado com públicos de 150 mil pessoas em Vasco e Flamengo. Torcedores misturados na Geral e nas cadeiras azuis. Vi bastante pela TV e depois como profissional do jornalismo esportivo.

Por isso, lamento a falência dos Estaduais, capitaneados por federações que não difundem o futebol, não trabalham em benefício dos clubes e nem ajudam na parte financeira. Entidades poderosas e com mandatários realizados, enquanto o futebol agoniza nos Estados. É só olhar e constatar.

Flamengo e Vasco para 6.979 pessoas, em Volta Redonda, numa semifinal de Taça Guanabara? Não pode. Jamais. Foi a constatação da incompetência dos organizadores e da passividade de quem participa deste circo. Uma pena.


Claudinei Oliveira vê Avaí forte no Estadual e realista para o Brasileiro
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Alexandre Praetzel

O Avaí precisa de dois pontos nos dois últimos jogos do primeiro turno do Campeonato Catarinense para ser campeão do turno e garantir presença na final do Estadual. O time é treinado por Claudinei Oliveira, que assumiu a equipe ameaçada de rebaixamento na Série B do Brasileiro, em 2016. Após arrancada espetacular, Claudinei levou o Avaí ao acesso à Série A, surpreendendo todo mundo. Em entrevista exclusiva ao blog, Claudinei comemora o apoio do grupo e vê o Avaí em busca de subida de patamar, com uma boa campanha na Série A desta temporada. Leia abaixo.

Momento do Avaí como líder do primeiro turno

''A gente teve a vantagem de manter uma boa parte do grupo. Terminou a Série B e uma das preocupações que eu tive, conversando com o pessoal da direção do clube, é que foi a gente não rotular jogador. Ah, esse jogador é de Série B, aquele é de A, esse é de B. Então, a gente valorizou os jogadores pelo que eles fizeram ano passado, 75% do grupo de 2016. Perdemos alguns titulares, que a gente não queria ter perdido, por uma questão de mercado. Mas mantivemos uma base, os jogadores já conheciam a forma de jogar, trabalhar, o grupo já era bom, o ambiente também, e aqueles que foram chegando, se adequando a esse perfil do grupo. Em termos de iniciar bem o ano, o segredo foi esse. A manutenção da base, a forma de atuar da equipe, tudo facilitou e a gente saiu um pouquinho na frente das outras equipes, nesse sentido''.

Causa principal da retomada do Avaí, desde 2016

''Com relação ao ano passado, foi uma situação diferente. Eu já assumi no final de agosto e a expectativa não era muito positiva, o time tinha enfrentado quatro anos de rebaixamento. O objetivo ficou claro da manutenção na Série B, até por tudo que vinha acontecendo. Para surpresas de todos e minha também, os jogadores assimilaram muito bem aquilo que eu passei. Lógico, que nos primeiros jogos, não tem como você assimilar tudo, mas a gente procurou fazer de uma maneira bem simples e a receptividade co grupo foi muito boa. Encontrei o grupo com muita vontade de fazer acontecer, que estava sentindo as críticas que vinha recebendo. Foi muito bacana. A gente chegou e as coisas foram encaixando, acontecendo, os jogadores readquirindo aquela confiança que tinham perdido e conseguimos uma arrancada fantástica para conseguir o acesso. Negócio que era inimaginável quando eu assumi o clube, a gente conseguiu com o empenho de todos, jogadores e comissão técnica, torcida apoiando, conseguimos reverter um quadro que era muito negativo e terminar de uma maneira bem bacana, que foi o acesso''.

Avaí tem força para se manter na Série A do Brasileiro?

''A gente sabe que é bem complexo falar sobre esse assunto. Se for olhar para o poder econômico, a parte financeira, quanto os clubes têm a mais para investir, a gente fica bem preocupado. Mas eu acredito bastante no trabalho que a gente está fazendo, na postura dos atletas, com entrega e intensidade muito grande nos últimos jogos. Então, acredito que a gente vai fazer um bom Brasileiro. Lógico, que vamos esperar o fim dos estaduais, principalmente o Paulista, a gente vai tentar trazer mais algumas peças para que a gente consiga manter a equipe na Série A. Acho que o grande campeonato do Avaí é se manter na Série A, para que o clube possa subir de patamar, para melhorar na questão de cotas para que o clube possa ter uma receita maior e se colocar numa situação mais tranquila, nos próximos anos. Esse ano, a gente sabe que será bem difícil e temos feito junto com a diretoria, buscando fazer tudo com os pés no chão, para podermos honrar com todos os compromissos, durante todo o ano''.

Houve contato recente do Santos?

''Não, não. O Santos não me procurou não. Eu estive em Santos, no final do ano, tenho amigos dentro e fora do clube, mas ninguém me procurou não, até porque eu acho que o Dorival está fazendo um trabalho muito bom no Santos. Não tem nenhum motivo para isso, a gente sabe, conheço bem como são as coisas no Santos, as cobranças que têm lá. Mas eu acho que no momento, as cobranças em cima do Dorival, são até injustas porque ele fez um grande trabalho no ano passado. Está tendo um pouquinho de trabalho nos últimos jogos, mas vai encontrar o caminho dele. É um grande treinador e com certeza, vai fazer uma grande temporada com o Santos''.

Como o Avaí pode suportar o confronto com os adversários na Série A?

''A gente vai procurar montar uma equipe muito bem organizada, compacta, que se defenda beem, principalmente. O segredo é esse. Não adianta a gente achar que vai enfrentar as equipes da Série A, como franco-atirador, de peito aberto e sair para atacar todo mundo. Você tem que ter consciência e jogar com cuidados defensivos sim e buscar um jogo em transição. Hoje, eu vejo isso como um caminho para o Avaí. Haverá momentos em que tu vais ter que propor o jogo, independentemente de algumas situações da partida. Vejo que o Avaí tem que ser uma equipe muito bem definida e bem postada defensivamente porque na Série A se você der duas chances para os adversários com a qualidade dos jogadores que a maioria dos times têm, eles definem o jogo. Temos que ter bastante cuidado defensivo, errar muito pouco atrás e na frente contarmos com jogadores de velocidade com uma boa dinâmica de finalização para que a gente possa fazer os gols e vencer as partidas''.

Como defines o elenco do Avaí? Destacas alguém?

''Nosso elenco é muito interessado, muito aplicado nos treinamentos, jogos, todos têm se doado bastante e têm se superado até. Acho que no resultado do ano passado na Série B, a gente mostrou uma superação desses jogadores. Nesse ano, com aquela base que eu já falei, eles têm mantido o mesmo nível de concentração, a mesma competitividade do ano passado, isso aí que tem ajudado no sucesso da equipe.  Dos jogadores mais conhecidos, temos o Betão, que jogou no Corinthians, Santos. Marquinhos, que jogou no São Paulo, Grêmio, Santos, é hoje o ídolo do Avaí, com várias passagens por aqui, tem uma história muito bonita aqui no clube. São os mais conhecidos do público em geral. O resto são jogadores querendo espaço. O que a gente está querendo é isso. Com ''fome'', que estão querendo buscar alguma coisa na carreira, para que todo mundo sempre queira algo mais. Não queremos jogadores que acham que já está bom. Marquinhos e Betão são exemplos disso. Jogadores que já têm um status e que estão se dedicando e se esforçando a cada dia para melhorar''.

Aos 47 anos, Claudinei apareceu como treinador, comandando o Santos, em 2013. Depois passou por Goiás, Paraná Clube, Atlético-PR, Vitória, até chegar ao Avaí, em 2016.


Dorival admite oscilada com saída de diretor e aposta em “fico” de L. Lima
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Alexandre Praetzel

O Santos é considerado um dos bons times do futebol brasileiro e favorito a vencer um título de expressão em 2017. No entanto, o início irregular no Campeonato Paulista abriu um debate se a equipe pode manter esta imagem consolidada, após um bom ano, em 2016.

Depois de cinco rodadas, o Santos é o terceiro colocado do Grupo D, com sete pontos. Está a seis de Mirassol e a um da Ponte Preta, sendo que apenas os dois primeiros se classificam para as quartas de final. O blog entrevistou o técnico Dorival Jr., confiante numa recuperação rápida, apostando na força do elenco com todos os nomes à disposição e garantindo a presença de Lucas Lima, até o final do ano. Leia abaixo.

Início difícil do Santos te surpreendeu?

''De um modo geral, não surpreendeu. Porém, eu não vejo assim que foram resultados tão negativos quanto todo mundo vêm falando. Eu acho que o Santos está tentando jogar. Em 20 dias, nós tivemos praticamente muitos jogadores que ficaram afastados e isso já aconteceu após a primeira partida, sendo que na primeira partida, nós tivemos dez jogadores do ano anterior e apenas o Lucas Veríssimo não vinha sendo titular. O rendimento da equipe foi muito bom. A partir da segunda partida, nós já começamos a perder vários jogadores. Por incrível que pareça, nós continuamos perdendo. Hoje, nós estamos com dez jogadores fora de condições, no departamento médico. Isso tudo tem um peso muito grande. Acho que o jogo com o São Paulo foi disputado, bonito de se ver, decidido numa saída de bola nossa, errada, fato esse que pode acontecer a favor ou contra. Não vejo esse problema todo. Acho que a equipe vai continuar equilibrada, vai buscar uma recuperação e eu não tenho dúvidas que ainda faremos um grande campeonato''.

As três últimas atuações do time têm relação com a demissão do ex-gerente Sérgio Dimas?

''O Dimas foi um dos grandes profissionais com quem eu trabalhei. Realmente, é um excelente profissional, um excelente ser humano. Jogadores sentiram bastante a saída dele. É um fato normal, você perde um companheiro de trabalho num momento que ninguém espera. Houve sim, deu uma oscilada em razão dessa condição. Porém, eu acho que nós temos que olhar para a frente, mesmo respeitando a história e o passado do Dimas como profissional. Na torcida para que ele encontre um novo caminho. Não tenho dúvidas que acontecerá. O Santos trabalhando seriamente e muito mais focado para que as coisas voltem a acontecer de uma maneira mais natural. De um modo geral, a equipe voltará a produzir. Estamos recebendo novamente alguns jogadores de volta, talvez não para esta partida contra o Botafogo, mas na partida seguinte, teremos a equipe um pouco mais composta e não tenho dúvidas que encontraremos nosso caminho''.

Como recuperar o futebol vistoso e alegre de 2016?

''Tudo é uma questão de tempo. Eu acho que a equipe vai encontrar este novo momento, repetindo aquilo que já produziu em 2016 e sendo ainda melhor. Assim que as coisas estiverem normalizadas, todos os jogadores em condições trabalhando, o Santos se tornará muito forte. Não tenho dúvidas que teremos uma condição ampliada e podemos recuperar e ainda ficando melhores até do que no ano anterior''.

Existem alguém de fora criando situações para tumultuar o ambiente?

''Olha, nós deixamos que nada de fora entre no CT. É um ano político, eu entendo isso. Não participamos de tudo isso. Nós ficamos à parte. Nossa preocupação é com o trabalho do dia a dia, recuperação dos jogadores, da equipe. Interferência ela tem, todo ano político interfere diretamente na vida de um clube, mas aqui dentro, as coisas não entram, graças a Deus. Nós procuramos uma concentração total em cima do nosso trabalho''.

Time está pronto para estrear na Libertadores da América?

''Eu acredito muito nesta equipe. Eu acho que nós temos grandes jogadores aqui dentro, Uma equipe, eu vejo, preparada. Volto a dizer. Quando todos os jogadores estiverem em condições, recuperados e fisicamente bem, a equipe do Santos voltará a ser uma grande equipe. Alguns jogadores, estamos tendo que antecipar, inclusive as estréias, em razão de tudo o que aconteceu nestes 20 dias. E essa precipitação é natural. De repente, até comprometa um atleta ou outro, mas pela necessidade nós tivemos que fazê-lo. Mesmo assim, existe uma confiança muito grande pela qualificação desse grupo e agora fortalecido com alguns jogadores que chegaram, porém, sem aquele tempo de adaptação necessária, para que estejam nas suas melhores condições''.

Lucas Lima pode deixar o Santos?

''Eu não vejo possibilidade nenhuma. Lucas nunca se posicionou diferente dessa colocação que eu fiz. Ele disse que finalizaria o ano aqui com o Santos e eu confio muito no jogador e eu tenho certeza que ele fará a diferença em 2017''.

O Santos enfrenta o Botafogo, neste sábado, na Vila Belmiro. Uma semana depois, encara o Corinthians, em Itaquera, antes da estreia na Libertadores da América, dia 9 de março, contra o Sporting Cristal do Peru.