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Daronco está pronto para o clássico. É a favor do VAR e de duas torcidas
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Alexandre Praetzel

Corinthians e Palmeiras é o grande jogo da rodada do Brasileiro. Um clássico que pode encaminhar o título corintiano ou deixar o Palmeiras colado no rival neste domingo. O árbitro sorteado foi Anderson Daronco. Aos 36 anos, Daronco foi bem recebido pela maioria dos torcedores, mas que já foi alvo de reclamações dos dois times. O gaúcho apitou 15 jogos no Brasileiro com três clássicos paulistas. O blog entrevistou Daronco com exclusividade sobre a preparação para o dérbi e outras questões relacionadas ao confronto. Confira a seguir.

Como é apitar um clássico regional de outro Estado com tanta importância?

Uma honra muito grande. Fico feliz por receber a confiança de estar num jogo assim. Todo árbitro sonha estar em jogos desta natureza. Por isso, me sinto gratificado.

Trabalhar num jogo com tanta atenção, determina alguma preparação especial?

Creio que o sucesso do árbitro está em se preparar para o próximo jogo como se fosse uma final de Copa do Mundo. É assim que costumo tratar minhas partidas. O próximo jogo será o mais importante.

Dizem que árbitros de fora dos Estados em clássicos locais sofrem menos pressão. Você concorda?

O árbitro de alto nível não pode se deixar levar pelo clima extra-campo. Seja do Estado ou de fora.

És favorável ao árbitro de vídeo (VAR)? Já viveste essa experiência?

Sou favorável. Tudo que vier para ajudar a legitimar o resultado do jogo é bem-vindo. Pude participar da semifinal da Libertadores, quando estreou o sistema.

Nas redes sociais, teu nome foi bem recebido pela maioria. Estás entre os três melhores do Brasil?

Fico feliz pela credibilidade conquistada. Em relação ao fato de estar entre os melhores, deixo para vocês analisarem, pois temos excelentes árbitros no nosso quadro e demonstramos isso em nível nacional e internacional.

Qual tua principal característica hoje: mais técnico ou mais disciplinador?

Particularmente, nunca gostei de me auto definir, pois cada jogo nos reserva uma realidade diferente e o árbitro tem que ser flexível e se moldar à necessidade de cada jogo.

Será o maior jogo que vais apitar até o momento?

Já tive oportunidade de atuar em partidas de caráter decisivo. Eleger uma ou outra como a mais importante, não é justo com minha história nem com a dos clubes envolvidos.

Como é trabalhar em jogos com torcida única?

Particularmente, sou favorável a presença de duas torcidas e que bom, se fosse num caráter de proporção mais equilibrado, torna o jogo, o espetáculo, mais emocionante. Mas não cabe a mim decidir, e se assim o fizeram, com certeza houve motivos para tal. Torço para que no futuro, essa realidade mude.

Anderson Daronco chegou à Fifa, em 2014. Ele receberá R$ 3.800,00 para apitar a partida. Os auxiliares ganharão R$ 1.500,00 cada um. O quarto árbitro e os adicionais vão embolsar R$ 600,00 cada um.

Abaixo, as partidas comandadas por Anderson Daronco, na Série A, em 2017.

São Paulo 2×0 Palmeiras
Corinthians 2×0 Santos
Sport 2×0 Flamengo
Vitória 2×2 Botafogo
São Paulo 1×1 Fluminense
Atlético-MG 3×1 Cruzeiro
Vasco 0x1 Flamengo
Atlético-PR 0x0 Botafogo
Palmeiras 2×0 Avaí
Atlético-MG 0x2 Corinthians
Cruzeiro 1×1 Santos
Atlético-PR 1×1 Coritiba
Fluminense 0x1 Palmeiras
São Paulo 1×0 Sport
São Paulo 2×1 Santos

 

 

 


Keno elogia Borja, evita falar do Corinthians e não vê favorito no clássico
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Alexandre Praetzel

Keno foi contratado do Santa Cruz, após bom desempenho no Brasileiro do ano passado, mesmo com o rebaixamento do time pernambucano. Chegou ao Palmeiras como jogador de grupo, mas mostrou sua importância no decorrer da temporada e virou titular com Alberto Valentim, depois de viver altos e baixos com Cuca. O blog entrevistou o atacante, hoje elogiado pelos torcedores e consolidando sua presença na equipe principal. Acompanhem.

Borja fez sua melhor partida pelo Palmeiras?

A gente sabe que é diferente um jogador qualificado como o Borja para se adaptar, a gente vem dando o maior apoio a ele. Sabemos que é um jogador que vai nos ajudar muito nesta reta final. Ele está de parabéns. Está se doando nos treinos. Está aí, o que ele fez nos treinos, ele faz no jogo. Então, a gente tem que apoiar ele, que ele vai nos ajudar muito.

O Palmeiras ainda briga pelo título mesmo?

A gente não está brigando, cara. A gente está jogo a jogo, tem que se manter no G4. A gente tem que colocar o Palmeiras na Libertadores, ano que vem. Cada jogo é como uma final.

Você acha que o Corinthians está pressionado?

Eu não sei, não posso falar do Corinthians. Corinthians é com eles lá. A gente tem que manter o foco aqui. Se eles estão pressionados, não sei. A gente tem que estar muito concentrado para esse jogo de domingo.

Pelos últimos jogos, o Palmeiras chega como favorito em Itaquera?

Clássico não tem favorito. A gente sabe que é um jogo muito difícil em Itaquera. A gente sabe que os momentos que eles estão vivendo lá, não são bons, mas a gente sabe que é um time qualificado, como aqui também. A gente tem jogadores muito experientes para esse jogo lá. Então, a gente pode esperar um jogo muito batalhado.

Aos 28 anos, Keno assinou por quatro temporadas com o Palmeiras. Disputou 47 jogos e marcou oito gols. Domingo, a tendência é ele ser mantido entre os onze que começam o clássico. Se Willian voltar, Borja deve sobrar.


Fábio ironiza ausência da Seleção e vê disputa boa pelo título brasileiro
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Alexandre Praetzel

O Campeonato Brasileiro vai se aproximando do seu final e Fábio segue recebendo elogios por suas atuações à frente do Cruzeiro. Contra o Palmeiras, Fábio foi bem mais uma vez e evitou a derrota. O goleiro tem 722 jogos pelo time mineiro, mas segue distante da Seleção Brasileira, mesmo com boas atuações. Numa rápida entrevista, Fábio falou ao blog sobre sua ausência do selecionado e quem pode levar o Brasileiro, este ano. Confira a seguir.

Você não ser convocado para a Seleção, é a maior injustiça do futebol brasileiro hoje?

É, a gente fica sem entender, né. Eu cresci passando por todas as seleções de base, também passei pela profissional, fui campeão, mas nunca tive a oportunidade de jogar. Tive várias convocações e desde que eu comecei na base, sempre me instruíram a estar entre os melhores na minha equipe, que com certeza eu teria o reconhecimento de estar na Seleção Brasileira. E graças a Deus, eu venho fazendo uma carreira consistente, recebendo elogios de toda a imprensa, que eu deveria ter a oportunidade de estar na Seleção, mas isso não aconteceu. Então, foge um pouco da minha responsabilidade que é estar em campo, fazendo o melhor e tendo o reconhecimento, mas infelizmente, na Seleção ainda não veio.

Algum motivo especial para não ser chamado? Muitos jornalistas não entendem isso.

Eu também não, mas eu já me naturalizei brasileiro e agora eu posso ir, sim (em tom irônico).

Qual time está jogando um futebol mais convincente para levar o Brasileiro?

Hoje, está difícil. Acho que está muito equilibrado, tanto que as equipes que estão na nossa frente, Corinthians, Palmeiras, Santos, Grêmio, vêm fazendo o mesmo nível de futebol. Lógico que o Grêmio tem suas intenções na Libertadores com muitos jogos atuando com equipe mista. Então, se torna mais difícil ainda manter o nível elevado nas duas competições. Mas dentro das outras, acho que está bem equilibrado. Essas últimas sete rodadas com 21 pontos, todo mundo têm possibilidades.

O Cruzeiro é quinto colocado no Brasileiro com 48 pontos. Já tem presença garantida na Libertadores da América de 2018 porque ganhou a Copa do Brasil.

Fábio chegou ao Cruzeiro em definitivo em 2005. Desde então, conquistou dois Brasileiros, uma Copa do Brasil e alguns campeonatos mineiros. Aos 37 anos, tem contrato até dezembro de 2019, renovado recentemente pela nova diretoria cruzeirense.

 


Prass pede foco no jogo a jogo. Goleiro já esperava ter o contrato renovado
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Alexandre Praetzel

O Palmeiras vai para o clássico contra o Corinthians, com a possibilidade de encostar definitivamente no rival, caso vença a partida. A diferença, que chegou a 16 pontos, caiu para cinco pontos com o empate do Verdão diante do Cruzeiro. O Corinthians segue como favorito ao título, mas o Palmeiras conseguiu algo improvável para a maioria, há 19 dias. O time trocou de treinador e o Palmeiras melhorou, com o Corinthians caindo de produção. O blog entrevistou o goleiro Fernando Prass, com vários confrontos no currículo, sobre o duelo de domingo, a possível efetivação de Valentim e a demora na sua renovação de contrato. Confira a seguir.

Vocês imaginavam chegar no clássico contra o Corinthians, ainda com chances de título, depois de ficar 16 pontos atrás?

Teve um momento que a gente ficou muito longe e ficou ameaçada nossa posição até de G4, que é o nosso primeiro objetivo. A gente conseguiu uma recuperação boa, mas o campeonato tem muito ponto ainda. São 21 pontos e a gente tem que pensar jogo a jogo.

Santos joga sábado contra o Atlético-MG. Seria importante o Santos vencer para seguir a pressão no líder?

Nem sabia contra quem o Santos jogava. A gente tem que pensar na gente. O discurso é esse. Já é difícil para caramba cuidar dos nossos problemas, do nosso time. Se a gente começar a perder energia, foco, pensando nos outros, a gente acaba perdendo algumas situações que a gente precisa trabalhar.

Valentim tem que ficar?

Tem, tem. Na minha opinião. Claro que eu sou funcionário do clube, mas eu sou a favor da continuidade dele.

Cinco pontos ainda é uma boa distância?

Em termos de pontuação, se tu pegares os últimos quatro jogos, é. Mas o campeonato não se faz em quatro jogos. O Corinthians está na frente com cinco pontos, por mérito. Um Brasileiro tem 38 rodadas e todo mundo sabe disso desde o começo. Cada um tem seus méritos e mesmo que a gente esteja aí nos últimos jogos, com pontuação melhor, isso na hora do clássico, acho que não conta.

Diretoria está demorando para renovar teu contrato, mesmo você sendo ídolo da torcida?

Ainda não tem nada definido. É difícil para eu falar, né. Óbvio que eu gostaria de estar com a situação resolvida já. Na minha cabeça, nesse momento do ano, já estaria tudo resolvido, mas futebol é assim. A gente tem que viver o dia a dia.

Fernando Prass tem contrato até o dia 31 de dezembro. Cerca de 40 dias atrás, o presidente Maurício Galiotte afirmou que o acordo por mais um ano estava encaminhado, mas até agora não houve o acerto. Prass tem 250 jogos pelo Palmeiras. Chegou ao clube, em janeiro de 2013. Em cinco temporadas, foi campeão Brasileiro e da Copa do Brasil.


Borja fez sua melhor partida, mas Heber não deixou ele ser o destaque
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Alexandre Praetzel

Palmeiras e Cruzeiro fizeram um jogo muito bom, conforme o esperado. O primeiro tempo foi todo palmeirense, mesmo que tivesse sofrido um gol contra com menos de dez minutos. O time colocou a bola no chão, saiu da forte marcação e empatou a partida com oportunismo de Borja, após defesa de Fábio no toque de Dudu em cruzamento de Egídio. Em seguida, Keno perdeu chance de ampliar.

Só dava Palmeiras e aí apareceu Heber Roberto Lopes. O árbitro paranaense anulou o segundo gol de Borja numa falta inexistente no zagueiro Manoel. O defensor cruzeirense se jogou sobre o colombiano, pretextando uma infração. E conseguiu. Um prejuízo irreparável para o Palmeiras, que poderia estar na frente, no intervalo do jogo. Dudu ainda desperdiçou outra chance claríssima, na frente de Fábio.

Na segunda etapa, o Cruzeiro mudou a postura e complicou o Palmeiras. Mano Menezes abriu dois jogadores nas pontas, explorando os espaços deixados por Mayke e Egídio, fortes apoiadores do Verdão. Funcionou. O Cruzeiro perdeu duas oportunidades claras, atuando desta maneira. Depois de um bate e rebate no meio-campo, Thiago Neves lançou Robinho nas costas de Edu Dracena e o meia deu um toque por cima de Prass, recolocando o Cruzeiro em vantagem.

O Palmeiras não desistiu e seguiu pressionando. Fábio fez mais duas defesaças, evitando o empate, até que numa escapada pela direita, Dudu cruzou e Borja, com muita eficiência, igualou o placar novamente.

Borja fez sua melhor atuação, desde que foi apresentado pela diretoria. Buscou o jogo e sempre tentou o passe mais avançado, procurando a jogada ofensiva. Mesmo que erre, é uma característica de quem quer levar o time para a frente. Borja seria o destaque do confronto, com três gols marcados, mas Heber não deixou. O apitador pode ter decidido o Brasileiro por um lance que só ele viu. Qualquer árbitro de vídeo validaria o gol. Porque no jogo da TV, não há falta nenhuma.

Saí do Allianz Parque satisfeito por ter visto algo que eu esperava. Competitividade e bons lances com duas equipes bem armadas. Mas não posso silenciar diante do erro crasso de Heber. Mais uma vez, a arbitragem brasileira vira personagem, coisa que ninguém aguenta mais no futebol.


A hora da verdade para o Palmeiras. Jogaço no Allianz Parque
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Alexandre Praetzel

O Palmeiras abre a semana com algo que era improvável, 18 dias atrás. No dia 12 de outubro, o time empatou com o Bahia, no Pacaembu, jogando muito mal. Após a partida, o técnico Cuca atirou a toalha sobre as chances de título. Ele não estava sozinho. Muitos, inclusive eu, pensaram a mesma coisa. Mas aí, vieram dois fatos novos positivos para o Verdão.

Primeiro, a diretoria dispensou Cuca e arejou o ambiente, colocando Alberto Valentim como interino. O grupo parece que gostou, emplacando uma sequência de três vitórias consecutivas, com oito gols marcados e dois sofridos.

Segundo, o Corinthians começou a tropeçar. A diferença de 14 pontos caiu para seis e pode chegar aos três inimagináveis pontos, se o Palmeiras derrotar o Cruzeiro, nesta segunda-feira, às 20h (horário de Brasília), no Allianz Parque. Independentemente do resultado, esses dois episódios apenas comprovam que num campeonato de 38 rodadas, não pode haver desistência ou discurso derrotista, algo rotineiro no Palmeiras de Cuca.

Claro que o Cruzeiro será um adversário difícil, que já eliminou o Palmeiras da Copa do Brasil. Mas o Palmeiras não pode desperdiçar essa chance. A defesa complicada do título de 2016 pode se tornar realidade, daqui a sete dias. Só depende do Palmeiras. Mais duas vitórias, e às 19h do próximo domingo, o Campeonato Brasileiro pode se transformar na Liga mais emocionante de 2017.

Nunca foi fácil e não será, mas o palmeirense mais otimista e o corintiano mais pessimista do mundo, jamais imaginaram esta possibilidade. O futebol é impressionante. Que seja um grande jogo no Allianz Parque.


Santos demorou para trocar. Vale a pena manter Lucas Lima no time?
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Alexandre Praetzel

A diretoria demorou para dispensar Levir Culpi. Contra o Barcelona-EQU, pela Libertadores da América, o técnico já poderia ter saído, após jogar nitidamente pelo 0 a 0 na Vila Belmiro e ser eliminado pelo adversário com uma escalação péssima. Depois, a cada bom resultado(o que restou), Levir dava aulas de relacionamento e trabalho nas coletivas, como se o desempenho fosse maravilhoso. Parecia que ele estava brincando com as palavras. O Santos tem bons jogadores, mas como equipe, perdeu todo o jogo coletivo e viveu em cima das individualidades, com o goleiro Vanderlei se transformando no principal nome.

O presidente Modesto Roma Jr. atendeu o pedido do grupo para manter Levir, mas os próprios jogadores não corresponderam à decisão. Um vestiário não pode ficar sem comando, com os atletas dando as cartas.

Agora, Elano tem sete partidas para o Santos terminar bem o Brasileiro, garantindo vaga direta na Libertadores, em 2018. A principal mudança deve ser a escalação de quem realmente está a fim de jogar. Lucas Lima vai embora em dezembro e pode ser sacado, tranquilamente. Vem se mostrando ausente nos jogos, muito longe do que pode mostrar. Renato segue com grande qualidade, mas não pode permanecer entre os titulares, apenas pela carreira. Visivelmente fora das melhores condições físicas.

Como o Santos abandonou aquele futebol técnico e de transição rápida, Elano deve armar um time competitivo, onde quem se comprometer mais, deve atuar. E planejar 2018, com um pensamento de futebol. Ninguém pode ter cadeira cativa, apenas pela história. O tal DNA ofensivo santista sumiu nos últimos meses. Ou isso é recuperado com um treinador afeito a esse estilo ou era hora de mudar, radicalmente.


Santos não fez o que o Palmeiras percebeu
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Alexandre Praetzel

O Santos tem time e elenco para jogar mais do que vem apresentando. Agora, desde que Levir Culpi assumiu, o Santos viveu de bons resultados, bem superiores às atuações. Fez uma boa partida contra o Corinthians, na Vila Belmiro, e só. Não sou a favor de interromper trabalhos, mas Levir não trouxe nada de novo e ainda é ironizado pela falta de treinamentos táticos no dia a dia.

O Santos sobrevive pelas suas individualidades e pelo goleiro Vanderlei. Quando enfrenta um adversário ajustado, a derrota é provável. Foi assim diante do São Paulo, pressionado pela ameaça de rebaixamento. Levir entrou com três volantes, numa semana onde mais uma vez não houve treinos específicos. Alison fez um bonito gol, é verdade, mas foi deslocado para o lado direito numa segunda linha e Hernanes jogou solto, mandando no meio-campo. Dois passes e dois gols e com espaços generosos para os contra-ataques. Além disso, Renato visivelmente sem ritmo e Lucas Lima ausente da partida, tecnicamente. O São Paulo venceu e mereceu.

O Santos deveria ter trocado o treinador, assim como o Palmeiras fez. O Verdão percebeu que Cuca estava entregue e preferiu dar uma chance ao interino Alberto Valentim, com um sopro de esperança para buscar o Corinthians. A diretoria poderia fazer o mesmo, deixando Elano no comando, até o final da temporada.

Modesto Roma Jr. está sozinho, em campanha pela reeleição. Levir está pensando na proposta do Gamba Osaka do Japão para 2018, preocupado também com a imprensa e as piadas nas coletivas. Os jogadores tomaram conta do vestiário, adotando também uma lei ridícula do silêncio. Só um milagre para manter o Santos na briga pelo título. Com tudo isso, ainda está em terceiro lugar, muito mais pelo grupo do que qualquer outra coisa.


Cássio minimiza pressão, mas admite que será um vexame perder o título
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Alexandre Praetzel

O Corinthians viu sua liderança do Brasileiro cair de 12 e 14 pontos para seis, em relação a Palmeiras e Santos. O sinal de alerta foi ligado e os jogadores prometeram uma resposta aos torcedores, irritados com a queda técnica da equipe. Reuniões com uniformizados, antecipação de concentração e presença de dirigentes nas entrevistas, mostraram que o Corinthians está preocupado com a situação. O blog fez uma entrevista exclusiva com o goleiro Cássio sobre a instabilidade dos últimos jogos, o ambiente do clube e a projeção até o final da temporada, positiva ou negativa. Confira a seguir.

Corinthians caiu mesmo de produção ou isso é coisa da imprensa?

Eu acho que a gente fez um primeiro turno acima do normal. No segundo turno, a gente tem errado mais do que o normal, a gente vem tomando alguns gols em erros e esses erros vem custando a vitória. Estamos tranquilos, trabalhando bastante para não acontecer mais esses erros. Temos um jogo importante neste domingo para a gente fazer um grande jogo e conseguir a vitória.

Houve acomodação com a distância que o Corinthians teve na classificação?

Eu acho que não. Muitas vezes a gente não fez um bom resultado e os outros não conseguiram fazer o resultado. Acho que hoje ainda a gente tem uma situação confortável de seis pontos, mais o confronto direto com a equipe que está em segundo, mas é de suma importância a gente já fazer nosso resultado neste próximo jogo, ganhar e fazer um jogo consistente.

Você acha que o empate é um bom resultado?

Não, nós vamos em busca da vitória. Com todo o respeito a Ponte Preta, é um jogo bastante difícil, sempre que a gente vai lá é um jogo difícil, mas o Corinthians vai em busca dos três pontos. Está na reta final, falta pouco para acabar o campeonato, nós temos que continuar com a mesma mentalidade que nós tínhamos e ir em busca da vitória sempre.

Reunião com uniformizados e antecipação da concentração são sintomas de pressão ou não?

A gente não vê dessa maneira. Se tu fores pegar jogos decisivos, a gente sempre concentra antes, sempre se prepara mais. Descanso é importante ainda mais no final de temporada, mais que treinamento porque tu consegue ver mais vídeos, até mais do que treinar para estar 100% nos jogos. Teve a conversa sim com o pessoal das organizadas, em nenhum momento eles foram lá ameaçar ou fazer algum tipo de pressão. Eles foram para apoiar, até porque saíram algumas coisas na internet, que eles poderiam fazer protesto, poderiam querer ir lá fazer alguma confusão, e isso foi para esclarecer e reforçar o apoio que eles têm sobre o time, o apoio que eles vão fazer para o Corinthians e fora de campo para nosso time se sentir mais confortável e o Corinthians buscar o titulo até o final da temporada.

Se perder o título, será um dos maiores vexames da história?

Com certeza. A gente sabe que fez um grande primeiro turno e o segundo turno a gente acabou somando pouco. Lógico, se não ganhar o título vai ser uma frustração, isso não quer dizer que existe mais pressão em cima de nós. A gente joga no Corinthians, clube que tem pressão e tem que ter personalidade para encarar isso de frente. Acho que não está na situação que muitos estão falando, que o Corinthians já não é campeão. Cada um tem sua opinião. Lá no Corinthians, a gente tem total confiança no nosso trabalho, o que a gente vem fazendo no dia a dia e convicção que a gente pode ser campeão, mas acho que é com trabalho, dando poucas chances para os adversários e quando tiver chances, tentar matar o jogo e jogar da mesma maneira que a gente sempre jogou.

O que está mais fácil hoje: você ser campeão brasileiro ou ir para a Copa do Mundo?

(Risos) Eu acho que é o momento. O momento é o Brasileiro. A gente vem na liderança, com seis pontos, vamos viver o momento porque as chances de acontecer no futuro são maiores. O momento é a gente liderando em busca do título.

Conhecendo o Tite há anos, você sente que está bem encaminhado para a Copa do Mundo?

Não, é difícil. Falta muito tempo. Eu sei que o que me levou para a Seleção, não foi eu ter jogado com o Tite, foi eu ter desempenhado bem meu papel no Corinthians com ele, esse ano retomado, ter um ano de regularidade. Então, para eu ter uma chance, poder ir para a Copa do Mundo, tenho que ser regular e fazer meu trabalho bem feito no Corinthians.

Você é parceiro do Walter. Ele vai ficar no Corinthians, em 2018?

Ah, não sei. Difícil né? Parceiros, parceiros, negócios à parte. Não sei exatamente qual é a situação dele. Eu já tive algumas situações que eu preferi não conversar com meus companheiros, eu sei como é que funcionam. Walter é um cara super bacana, os empresários dele. Não sei o que vai acontecer e o que pode acontecer no ano que vem.

E o Pablo vai ficar?

Esperamos que sim. É um jogador que tem muita qualidade. É outra situação também que eu não sei. Ouvi muito disse me disse, não sei com está o andamento das negociações, não cabe a mim saber. Acho que é uma coisa muito particular do jogador. Cada um trata das coisas a sua maneira e ele, juntamente com seu empresário e a diretoria do Corinthians, espero que ele continue no Corinthians, no ano que vem, mas sobre a situação dele é difícil de falar e opinar, mas é um jogador que tem nos ajudado muito.

Tem alguma chance de você sair?

Não, não. Estou muito feliz no Corinthians, estou bem. Tenho identificação e um bom tempo. Já começamos a conversar para estender meu contrato. Então, minha meta é ficar no Corinthians.

Carille é um mini-Tite?

Pode ser do tamanho do Tite. Tem tudo para isso. Vem trabalhando, se dedicando. É um treinador inteligente, tentando evoluir, melhorar e o mais importante, é que tem muita humildade, se mantém a mesma pessoa quando era um auxiliar técnico. É um treinador que tem o total respeito, pegou o Corinthians numa situação muito complicada pelo elenco e conseguiu montar o time, organizar. Acho que é um cara que tem muito a crescer e está no caminho certo.

Cássio chegou ao Corinthians, em 2012. Assumiu a condição de titular, após a disputa do Paulista daquele ano. Já disputou 306 jogos e tem contrato até o final de 2019. Conquistou dois Paulistas, Libertadores da América, Brasileiro, Mundial Interclubes e Recopa Sul-Americana.


Grêmio na final da Libertadores. Tricolor fez o certo, atacando no Equador
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Alexandre Praetzel

Conforme previsto neste espaço, o Grêmio confirmou o favoritismo e fez 3 a 0 no Barcelona-EQU, na primeira partida pelas semifinais da Libertadores da América. O time brasileiro foi muito melhor porque é mais time que os equatorianos. Renato Portaluppi não colocou todo mundo lá atrás, esperando ser atacado, como fizeram Palmeiras e Santos, erroneamente.

É verdade que o Barcelona facilitou o trabalho, falhando nos dois primeiros gols, mas o Grêmio teve competência e qualidade para aproveitar as duas oportunidades. Luan foi cirúrgico nos dois gols marcados e Edilson bateu uma falta do lado contrário da barreira mal armada pelo goleiro Banguera.

Ainda é preciso ressaltar, e muito, a defesa espetacular de Marcelo Grohe em chute à queima-roupa do atacante Ariel, dentro da pequena área. Foi um reflexo e uma percepção absurda do goleiro, na maior defesa do ano no futebol mundial. Ali, o Barcelona poderia diminuir o placar para 2 a 1. Grohe fez o milagre e, em seguida, o tricolor chegou ao terceiro gol, praticamente, liquidando a fatura.

Agora, é pensar no River Plate ou Lanús. Tudo bem que tem o segundo jogo, em Porto Alegre, mas nem os próprios equatorianos imaginam uma virada histórica. O problema deles é o Grêmio. E o Grêmio não irá entregar a vaga, dentro da sua casa e com 50 mil gremistas. Por isso, Grêmio na final.

Ah, e como joga Luan!! Sem ele, o Grêmio beira o time comum. Com sua presença, parece que os companheiros também crescem bastante de produção. Luan sobra entre os quatro semifinalistas e pode ser o fator de desequilíbrio do Grêmio para conquistar sua terceira Libertadores da América.