Blog do Praetzel

Arquivo : Série A do Brasileiro

São Paulo volta a ser favorito diante do Corinthians, depois de muito tempo
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Alexandre Praetzel

O São Paulo recebe o Corinthians, neste sábado, no Morumbi lotado. De uns tempos para cá, dá para dizer que o tricolor volta a ser favorito diante do rival, após derrotas e eliminações seguidas para o adversário. Desde que Diego Aguirre chegou, o São Paulo se reformulou como time e cresceu. Consolidou uma forma de jogar, rodou o elenco, mudou a atitude e viu a melhora de alguns jogadores. Nene virou o principal nome e Diego Souza começou a justificar o investimento, além da ótima contratação de Éverton(desfalque pelo terceiro cartão amarelo). O São Paulo está em segundo lugar no Brasileiro com 26 pontos em 39 disputados, um atrás do líder Flamengo. Antes do início do campeonato, ninguém imaginava que o São Paulo pudesse estar nesta situação. Por isso, a responsabilidade de Aguirre, é ainda maior. O uruguaio anda com estrela até na indicação dos reforços, como o equatoriano Joao Rojas, que causou boa impressão na sua primeira partida.

Do lado corintiano, o time perdeu Balbuena e Maycon, dois titulares incontestáveis. Tem o reinício de um trabalho com Osmar Loss, numa mudança de perfil e metodologia. Isso sempre leva um certo tempo para funcionar, mesmo que Loss já estivesse na comissão técnica. Dos titulares deste sábado, só Danilo Avelar é uma novidade. Os demais já estão habituados aos altos e baixos do clube, com saídas repentinas de atletas. Apesar de ter sido bicampeão paulista, vejo o Corinthians um pouco abaixo do São Paulo, em relação às atuações. Claro que o Corinthians pode chegar e vencer, mas acredito que o São Paulo esteja mais arrumado.

Para lembrar, no retrospecto geral, o Corinthians tem 127 vitórias contra 103 do São Paulo. Até na casa são-paulina, a vantagem é corintiana com 50 triunfos a 37. No Paulista deste ano, foram duas vitórias corintianas e uma são-paulina.

Quem me acompanha, sabe que gosto de comparar jogador por jogador, do ponto de vista individual, em dias de clássico. Então, vamos lá.

Jean  X  Cássio

Militão  X  Fagner

Arboleda  X  Pedro Henrique

Anderson Martins  X  Henrique

Reinaldo  X  Danilo Avelar

Hudson  X  Gabriel

Liziero  X  Renê Jr.

Nene  X  Rodriguinho

Lucas Fernandes  X  Jadson

Rojas  X  Romero

Diego Souza  X  Matheus Vital

Diego Aguirre  X  Osmar Loss

6×6 na avaliação do blog. Aposto em São Paulo 2×1, num bom jogo de futebol.


Sem o VAR, Brasileirão será um lamento diário. CBF não aprendeu a lição
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Alexandre Praetzel

A Série A do Brasileiro recomeça na próxima semana e será terrível não termos o VAR para auxiliar na arbitragem. O sistema foi eficientíssimo na Copa do Mundo e fará muita falta. O Mundial está chegando ao fim e tivemos poucas discussões sobre arbitragem, com raríssimas exceções. Nos confrontos de mata-mata, o VAR praticamente não foi utilizado.  Os próprios atletas se policiaram em algumas atitudes e mudaram o comportamento, dentro de campo.

Agora, as segundas-feiras voltarão com tudo no tema, debatendo erros graves que irão acontecer. A cada um, vamos lembrar do VAR e falaremos, “pô, se tivesse o VAR, isso estaria resolvido”. A Fifa bancou os custos e o projeto veio para ficar.

Aqui no Brasil, a milionária CBF, preocupada apenas com a Seleção Brasileira, quis entregar as despesas de R$ 35 mil por jogo, para os clubes. Óbvio que a ideia não seria aprovada pela maioria. Como Chapecoense e América-MG vão bancar a conta, com orçamentos bem menores que os grandes clubes? A entidade lavou as mãos, como sempre.

No amistoso entre Corinthians e Cruzeiro, o Corinthians teve um pênalti muito mal marcado em cima de Roger. O mundo viu que o centroavante não foi tocado pelo goleiro Fábio. O árbitro não quis conversa e marcou. Com o VAR, seriam gastos 30 segundos para a correção do lance. E veremos erros parecidos nas próximas rodadas do Brasileirão. Tudo porquê quem manda no futebol, não quer assumir os gastos. Só no Brasil.

E os árbitros se sentirão muito pressionados, para variar. O Brasil precisa acabar com o bordão infeliz que acompanha nosso atraso: “Aqui é assim mesmo”, como forma de aceitar muita coisa errada. Inclusive, no futebol.

Vida longa ao VAR, menos no Brasil. Uma pena.


Segunda-feira é para debater futebol, mas arbitragem não deixa
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Alexandre Praetzel

Terceira rodada da Série A do Brasileiro com alguns jogos razoáveis e a arbitragem mais uma vez, tomando conta dos debates. Num momento em que o mundo do futebol evolui com o VAR, estamos andando para trás. A Copa do Mundo está chegando e teremos 35 câmeras e árbitros de vídeos em todas as partidas. Tudo para dar transparência à algo que ainda causa prejuízo pela cultura do “erro faz parte do futebol”. Não, erros grotescos não podem mais fazer parte disso. A tecnologia deve ajudar, mas bem estabelecida e com regras definidas. Do jeito que está, sempre haverá a suspeita e possibilidade de interferência externa.

Ontem, mais uma vez, tivemos erros que colocaram a arbitragem nas discussões em detrimento do jogo. Em Belo Horizonte, tivemos Atlético e Corinthians e o paraense Dewson Freitas validou o gol de Roger Guedes, no primeiro tempo, mas dois minutos depois, voltou atrás, porque foi avisado que a bola resvalou na mão de Ricardo Oliveira. Sim, houve o toque não intencional e o gol foi legal. Mas Dewson voltou atrás. Se houvesse o VAR, isso seria resolvido em poucos segundos e o árbitro certamente veria que Ricardo Oliveira não teve intenção. Ainda achei que Mantuan fez pênalti no próprio Ricardo, no mesmo lance, mas isso é apenas opinião. Depois, Roger Guedes marcou um gol ilegal, com falta cometida sobre Mantuan, atropelando o corintiano. Dewson, para compensar o erro, validou. Errou duas vezes.

No Maracanã, teve Fluminense e São Paulo e a bola bateu na mão de Arboleda. O árbitro Rodolpho Marques não marcou pênalti, mas outros lances iguais, recentemente, resultaram em pênalti. Lance bem discutível. O zagueiro Gum chegou a dizer que se fosse para Flamengo ou Corinthians, o pênalti seria marcado. Até os jogadores começam a ironizar.

No Allianz Parque, Palmeiras e Chapecoense e o auxiliar Felipe Costa Oliveira anulou gol legal de Antonio Carlos, em cabeceio para o gol, nos acréscimos. Ele alegou impedimento, que não houve no lance. Em 30 segundos, o árbitro veria que o gol tinha sido legal.

A CBF cansa de divulgar que difunde e apoia o futebol pelo país, mas não quer bancar algo que é fundamental para dar lisura aos seus torneios principais. Quis que os clubes pagassem a conta, para variar. Agora, lava as mãos e os árbitros entram em campo bastante pressionados.

Queremos as segundas-feiras para falarmos de gols, dribles e boas partidas. Só que do jeito que está, o sexteto de preto ou outras cores, será protagonista toda semana.


Chamusca vê Ceará preparado para a Série A e aposta em revelação do ataque
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Alexandre Praetzel

O Ceará está de volta à Série A do Brasil, após sete anos de ausência. O atual campeão cearense estreia neste sábado, contra o Santos, no Pacaembu. A ideia é permanecer na elite, com jogo coletivo forte e apostando no entrosamento da equipe. O técnico é Marcelo Chamusca, 51 anos. O treinador levou o grupo à conquista estadual e está na disputa pela Copa do Nordeste, classificado para as quartas-de-final do torneio. O blog entrevistou Chamusca, sobre o desafio de trabalhar em duas competições importantes, a forma de trabalho e a aposta no garoto Arthur Cabral, revelação do Vozão, na temporada. Confira.

Ceará tem time para se manter na Série A?

A sequência da competição que vai dizer, na verdade. Estamos preparados para iniciar a competição e buscar nosso objetivo, que é a permanência para 2019. O time, nesse primeiro trimestre, buscou virtudes importantes para busca desse objetivo e está competindo bem. Então, a expectativa é de a gente iniciar bem e estamos preparados para isso.

Quanto um título estadual tem importância para um torneio nacional?

Primeiro, para o fortalecimento da confiança de todos, atletas, diretoria, torcida também. Isso é importante. Segundo, a continuidade do trabalho é assegurada quando você conquista um objetivo, um título em cima do principal rival e isso tem um peso. Em alguns clubes, o título lhe dá garantia de continuidade e, as vezes, o treinador perde um título estadual e nem sequer tem a oportunidade de iniciar um campeonato brasileiro.

Teu trabalho está aparecendo. Quais os métodos utilizados?

Nós procuramos trabalhar quatro pontos diferentes para organização do nosso trabalho. Primeiro, é fragmentar as sessões de treinamentos. Em cada sessão, a gente trabalha uma fase do jogo e dentro dessa fase, a gente tem conceitos bem definidos, que são trabalhados em dias bem específicos, falando em relação a parte de treinamento. Segundo ponto é a análise minuciosa dos nossos adversários, com uma atenção especial aos detalhes, para que a gente possa treinar em cima da característica do nosso adversário. Então, damos ênfase maior à fotografia do jogo, posicionamento do adversário, sistema de jogo, modelo de jogo e procura ficar muito atento aos detalhes que fazem a diferença nos jogos. Terceiro ponto são critérios claros e bem definidos para que a gente possa manter um bom ambiente, sempre alinhando com os jogadores o nosso discurso para cada jogo e semana. E o quarto ponto seria a interação de todos os departamentos, sabendo e utilizando todas as informações para que a gente possa tomar as decisões com embasamento e propriedade maior.

Arthur Cabral pode ser uma revelação do campeonato?

Está num momento muito bom, mas é um atleta novo, jovem, que tem potencial para crescer. Sua principal virtude é o potencial de finalização. É um atleta ambidestro, que cabeceia bem, tem bom posicionamento de área, que ainda está maturando e tem possibilidade de crescimento ainda, porque tem potencial para isso.

A tabela inicial é complicada. Como viste isso?

A gente não fixa, principalmente, o nosso foco na tabela. A gente fixa no próximo adversário. Não existe nenhuma preocupação exacerbada em relação à tabela. A gente procura ter cada preocupação ao seu tempo. Então, a preparação é para o jogo com o Santos. Depois, vamos pensar na sequência da tabela.

Ganhar a Copa do Nordeste é mais difícil do que permanecer na Série A?

É complicado de responder, com sim ou com não, porque na verdade, são duas competições distintas, com regulamentos diferentes, com adversários com nível de investimento também diferente, sendo que numa competição, a gente está entrando numa fase com jogos de 180 minutos e a outra, a gente tem 38 rodadas a disputar. Então, são dois desafios e a gente está se preparando para as duas competições para que a gente possa ter êxito, com entendimento que são dois objetivos difíceis, que a gente vai ter que trabalhar com excelência para conseguir buscá-los.

Marcelo Chamusca chegou ao Ceará, em 2017. Tem 57 jogos com 34 vitórias. Na Copa do Nordeste, o Ceará vai enfrentar o CRB-AL, em duas partidas.


Claudinei Oliveira vê Avaí forte no Estadual e realista para o Brasileiro
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Alexandre Praetzel

O Avaí precisa de dois pontos nos dois últimos jogos do primeiro turno do Campeonato Catarinense para ser campeão do turno e garantir presença na final do Estadual. O time é treinado por Claudinei Oliveira, que assumiu a equipe ameaçada de rebaixamento na Série B do Brasileiro, em 2016. Após arrancada espetacular, Claudinei levou o Avaí ao acesso à Série A, surpreendendo todo mundo. Em entrevista exclusiva ao blog, Claudinei comemora o apoio do grupo e vê o Avaí em busca de subida de patamar, com uma boa campanha na Série A desta temporada. Leia abaixo.

Momento do Avaí como líder do primeiro turno

“A gente teve a vantagem de manter uma boa parte do grupo. Terminou a Série B e uma das preocupações que eu tive, conversando com o pessoal da direção do clube, é que foi a gente não rotular jogador. Ah, esse jogador é de Série B, aquele é de A, esse é de B. Então, a gente valorizou os jogadores pelo que eles fizeram ano passado, 75% do grupo de 2016. Perdemos alguns titulares, que a gente não queria ter perdido, por uma questão de mercado. Mas mantivemos uma base, os jogadores já conheciam a forma de jogar, trabalhar, o grupo já era bom, o ambiente também, e aqueles que foram chegando, se adequando a esse perfil do grupo. Em termos de iniciar bem o ano, o segredo foi esse. A manutenção da base, a forma de atuar da equipe, tudo facilitou e a gente saiu um pouquinho na frente das outras equipes, nesse sentido”.

Causa principal da retomada do Avaí, desde 2016

“Com relação ao ano passado, foi uma situação diferente. Eu já assumi no final de agosto e a expectativa não era muito positiva, o time tinha enfrentado quatro anos de rebaixamento. O objetivo ficou claro da manutenção na Série B, até por tudo que vinha acontecendo. Para surpresas de todos e minha também, os jogadores assimilaram muito bem aquilo que eu passei. Lógico, que nos primeiros jogos, não tem como você assimilar tudo, mas a gente procurou fazer de uma maneira bem simples e a receptividade co grupo foi muito boa. Encontrei o grupo com muita vontade de fazer acontecer, que estava sentindo as críticas que vinha recebendo. Foi muito bacana. A gente chegou e as coisas foram encaixando, acontecendo, os jogadores readquirindo aquela confiança que tinham perdido e conseguimos uma arrancada fantástica para conseguir o acesso. Negócio que era inimaginável quando eu assumi o clube, a gente conseguiu com o empenho de todos, jogadores e comissão técnica, torcida apoiando, conseguimos reverter um quadro que era muito negativo e terminar de uma maneira bem bacana, que foi o acesso”.

Avaí tem força para se manter na Série A do Brasileiro?

“A gente sabe que é bem complexo falar sobre esse assunto. Se for olhar para o poder econômico, a parte financeira, quanto os clubes têm a mais para investir, a gente fica bem preocupado. Mas eu acredito bastante no trabalho que a gente está fazendo, na postura dos atletas, com entrega e intensidade muito grande nos últimos jogos. Então, acredito que a gente vai fazer um bom Brasileiro. Lógico, que vamos esperar o fim dos estaduais, principalmente o Paulista, a gente vai tentar trazer mais algumas peças para que a gente consiga manter a equipe na Série A. Acho que o grande campeonato do Avaí é se manter na Série A, para que o clube possa subir de patamar, para melhorar na questão de cotas para que o clube possa ter uma receita maior e se colocar numa situação mais tranquila, nos próximos anos. Esse ano, a gente sabe que será bem difícil e temos feito junto com a diretoria, buscando fazer tudo com os pés no chão, para podermos honrar com todos os compromissos, durante todo o ano”.

Houve contato recente do Santos?

“Não, não. O Santos não me procurou não. Eu estive em Santos, no final do ano, tenho amigos dentro e fora do clube, mas ninguém me procurou não, até porque eu acho que o Dorival está fazendo um trabalho muito bom no Santos. Não tem nenhum motivo para isso, a gente sabe, conheço bem como são as coisas no Santos, as cobranças que têm lá. Mas eu acho que no momento, as cobranças em cima do Dorival, são até injustas porque ele fez um grande trabalho no ano passado. Está tendo um pouquinho de trabalho nos últimos jogos, mas vai encontrar o caminho dele. É um grande treinador e com certeza, vai fazer uma grande temporada com o Santos”.

Como o Avaí pode suportar o confronto com os adversários na Série A?

“A gente vai procurar montar uma equipe muito bem organizada, compacta, que se defenda beem, principalmente. O segredo é esse. Não adianta a gente achar que vai enfrentar as equipes da Série A, como franco-atirador, de peito aberto e sair para atacar todo mundo. Você tem que ter consciência e jogar com cuidados defensivos sim e buscar um jogo em transição. Hoje, eu vejo isso como um caminho para o Avaí. Haverá momentos em que tu vais ter que propor o jogo, independentemente de algumas situações da partida. Vejo que o Avaí tem que ser uma equipe muito bem definida e bem postada defensivamente porque na Série A se você der duas chances para os adversários com a qualidade dos jogadores que a maioria dos times têm, eles definem o jogo. Temos que ter bastante cuidado defensivo, errar muito pouco atrás e na frente contarmos com jogadores de velocidade com uma boa dinâmica de finalização para que a gente possa fazer os gols e vencer as partidas”.

Como defines o elenco do Avaí? Destacas alguém?

“Nosso elenco é muito interessado, muito aplicado nos treinamentos, jogos, todos têm se doado bastante e têm se superado até. Acho que no resultado do ano passado na Série B, a gente mostrou uma superação desses jogadores. Nesse ano, com aquela base que eu já falei, eles têm mantido o mesmo nível de concentração, a mesma competitividade do ano passado, isso aí que tem ajudado no sucesso da equipe.  Dos jogadores mais conhecidos, temos o Betão, que jogou no Corinthians, Santos. Marquinhos, que jogou no São Paulo, Grêmio, Santos, é hoje o ídolo do Avaí, com várias passagens por aqui, tem uma história muito bonita aqui no clube. São os mais conhecidos do público em geral. O resto são jogadores querendo espaço. O que a gente está querendo é isso. Com “fome”, que estão querendo buscar alguma coisa na carreira, para que todo mundo sempre queira algo mais. Não queremos jogadores que acham que já está bom. Marquinhos e Betão são exemplos disso. Jogadores que já têm um status e que estão se dedicando e se esforçando a cada dia para melhorar”.

Aos 47 anos, Claudinei apareceu como treinador, comandando o Santos, em 2013. Depois passou por Goiás, Paraná Clube, Atlético-PR, Vitória, até chegar ao Avaí, em 2016.


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