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Palmeiras precisa da atitude do São Paulo
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Alexandre Praetzel

A derrota para o limitado Fluminense mostrou que o Palmeiras terá sérias dificuldades para conquistar um título, em 2018. O time não consegue engrenar e virou um participante igual aos outros, acabando com seu favoritismo inicial. O Palmeiras poderia e deveria jogar bem mais, mas parece que não se esforça para isso. Não falta vontade, e sim, mais atitude e gana para vencer.

O maior exemplo está ao lado do clube. O São Paulo era um grupo insosso, sem vibração, entregue a cada dificuldade encontrada. Diego Aguirre chegou e o ambiente mudou. O treinador começou a extrair o máximo dos atletas e tratou todo mundo com igualdade, cobrando atuações e desempenhos compatíveis com a grandeza tricolor. Teve a resposta dos atletas, que mostram mais comprometimento do que futebol e colocam o São Paulo, na vice-liderança do Brasileiro.

No Palmeiras, há nomes mais valorizados, mas sem a vibração do adversário. Alguns jogadores parecem que estão cumprindo contrato. Ganhar é apenas uma alternativa, não é obrigação. E isso passa pelo comando técnico, também. Quem não está a fim de lutar e competir por vitórias, tem que sobrar. Quem está jogando mal, tem que esquentar o banco de reservas. Roger Machado precisa adotar uma igualdade de tratamento para todo mundo, para ainda pensar numa reação no Brasileiro e não se entregar nos mata-matas.

No momento, o Palmeiras é um participante, com 23 pontos em 45 disputados. Tem bola para ganhar? Sim. Só no nome? Jamais.


“Menino” Neymar foi mal na Copa. O resto é bajulação
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Alexandre Praetzel

Brasil eliminado da Copa do Mundo e vamos aos debates sobre as causas do tropeço ou fracasso, para alguns. Entre algumas escolhas equivocadas de Tite e desempenhos abaixo da média de alguns jogadores, é impossível não falar sobre Neymar. Eu sempre fui um dos que achou que era possível disputar o título sem Neymar. Sem aquela dependência natural, pela qualidade dele. E acredito que o Brasil estava bem treinado coletivamente, para conseguir jogar sem sua principal estrela, se fosse necessário.

Contra a Béglica, o Brasil perdeu na bola e Neymar foi mal. E foi mal em toda a Copa, por tudo que se esperava dele, do ponto de vista individual. Antes do começo do torneio, a projeção era de crescimento físico, a partir da terceira partida, após a lesão no quinto metatarso do pé direito. Neymar fez uma primeira fase de razoável para boa, mas sem grande destaque. Na vitória sobre o México, teve boa atuação, sem protagonismo.

Agora, na derrota para a Bélgica, ficou longe do esperado. Num confronto decisivo, o que se espera do craque é que ele assuma o jogo. Que resolva nos momentos mais complicados. E Neymar ficou distante disso. Se atrapalhou em vários lances, simulou um pênalti, não foi para os dribles e saiu com bola e tudo pela linha de fundo. Deu um bom passe para Coutinho finalizar e chutou para ótima defesa de Courtois, no final do jogo. Sofreu uma pressão absolutamente normal em cima de quem tem status para aguentar. Neymar é o melhor jogador brasileiro no futebol atual e era cotado para ser o craque da Copa e possível melhor do mundo, para encostar em Messi e Cristiano Ronaldo. Sucumbiu.

Edu Gaspar, diretor-executivo da CBF, disse que não é fácil “ser Neymar”, pelas críticas que recebe. Uma declaração bajulatória. Neymar disputou sua segunda Copa, enfrenta os principais nomes do futebol, tem tudo a sua disposição e tem dificuldades para isso? Ora, está com 26 anos e não é mais um menino. Deveria assumir a responsabilidade de liderar a seleção, mas não é capaz disso. Falta personalidade e mais senso crítico. Seu futebol regrediu, claramente. Está na hora de alguém próximo a ele ou da comissão técnica, mostrar que o futebol tem que ser tratado com mais foco, disciplina e concentração. Neymar tem muita bola, mas parece que só isso não vai melhorá-lo. E os “parças” e puxa-sacos de plantão, precisam ajudá-lo, absorvendo as críticas construtivas e buscando crescimento diário, num todo.

O resto é pura bajulação. O blog dá nota 4,5 pelo seu desempenho na Copa. Por tudo que era esperado e por tudo que ele representa.


Akinfeev, quatro anos depois. Na Espanha, Lopetegui será o tema principal
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Alexandre Praetzel

Na Copa do Mundo de 2014, a Rússia ficou no grupo com Bélgica, Argélia e Coréia do Sul. Fez uma primeira fase horrorosa, com dois empates e uma derrota, sendo eliminada. O goleiro Akinfeev foi considerado um dos responsáveis pela má campanha, com falhas em momentos decisivos.

Quatro anos depois, Akinfeev vira herói, defendendo dois pênaltis da Espanha e colocando a Rússia nas quartas-de-final da Copa. Ainda foi seguro no tempo normal e prorrogação, ajudado pelo forte esquema defensivo, parando a favorita Espanha. O futebol é espetacular e muita coisa muda em quatro anos. Das críticas à redenção.

Akinfeev merece registro como o técnico Stanislav Cherchesov. O treinador parece não se emocionar com nada, mantendo a frieza russa. No entanto, a cada jogo, vemos uma equipe muito disciplinada, atuando dentro das suas limitações. Está entre os oito melhores e pode até ser semifinalista, contra Croácia ou Dinamarca. Um feito inimaginável, antes do Mundial.

Diante da Espanha, foi o ápice da humildade. Todos marcando e fechando espaços, assistindo o toque de bola espanhol. Só havia uma chance, levando a decisão para os pênaltis. Tecnicamente, a diferença entre as duas seleções é do tamanho da Rússia. Não dá para tirar os méritos dos donos da casa.

Do outro lado, vimos uma Espanha bastante previsível. Ótimos e bons jogadores reunidos, mas faltando alguma coisa. O poderio técnico não superou a tática adversária. Ainda foram poucas tentativas individuais, facilitando a estratégia russa. Parece que a demissão de Julen Lopetegui, dois dias antes da estreia, será muito discutida. Ele tinha renovado um pouco a forma de jogar. A Espanha vinha passando pelos adversários com certa tranquilidade e bom futebol, transformando-se na principal favorita. Com sua saída, o grupo parece que sentiu. Nenhuma atuação brilhante e dificuldades numa chave com Portugal, Marrocos e Irã. Claro que agora é fácil falar, mas não tem como dissociar uma coisa da outra.

A Espanha não mostrou o futebol das eliminatórias e amistosos. E fracassou. É o fim de um trio brilhante com Iniesta, Sérgio Ramos e Piqué, campeões mundiais e europeus.

 


CBF cobra da Fifa, algo que ela não apoia em seu próprio território
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Alexandre Praetzel

A CBF questionou a Fifa sobre os critérios adotados para o uso do VAR, no jogo do Brasil contra a Suiça. Dirigentes querem saber o que foi conversado entre o árbitro principal e o árbitro de vídeo e por que não houve marcação de falta de Zuber em Miranda, no gol suiço.

Ora, a atitude dos comandantes do futebol brasileiro, soa como estranha e até, hipócrita. Protestar faz parte, mas pedir algo no qual a própria entidade é contra, beira a falsidade.

No Campeonato Brasileiro, a CBF quis entregar a conta da implementação do VAR, para os clubes. Os nobres mandatários não levaram em conta, que a Confederação fatura muito com a Seleção, patrocínios e percentuais de rendas das partidas, na hora de cobrar uma posição dos presidentes. Com a recusa, a ideia foi engavetada.

No caso do Palmeiras, na final do Paulista, a CBF não deu a mínima para a reclamação sobre interferência externa e pedido do VAR. Agora, por interesses próprios, pede uma transparência que ela mesma sonegou no seu território.

É aquela história simples. Para mim, tudo. Para os outros, nada.

Quem sabe vamos tratar de cobrar mais futebol e atitude dos atletas do que buscar coisas em algo que vocês mesmos são resistentes?

O Cel. Nunes poderia ser o primeiro a dar exemplo.


Trellez, Cotia e o futebol do São Paulo
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Alexandre Praetzel

Estive no Morumbi e acompanhei o empate de 0 a 0 entre São Paulo e Inter. Tecnicamente, um jogo fraco. Os dois times criaram poucas oportunidades de gols e o resultado acabou sendo o mais correto, pela ineficiência ofensiva.

Aguirre entrou com Trellez atuando pelo lado e Diego Souza, centralizado. Nada contra Trellez, mas se como centroavante, ele já tem dificuldades, imagine fora da sua posição.

O São Paulo pagou R$ 6 milhões por 60% dos direitos econômicos do colombiano, já com 28 anos. Será que em Cotia, não há um jogador da base que possa ser melhor do que Trellez? Uma contratação bastante discutível. Isso breca a ascensão de um jovem e já vimos esse filme, outras vezes.

Por incrível que pareça, Marcos Guilherme fez falta, apesar de Paulinho ser uma boa alternativa. O certo é que o São Paulo tem um elenco razoável, tanto que sem Nene e Hudson, o desempenho caiu. O rodízio de Aguirre não firma a garotada e acho que isso pode ser revisto.

Depois de um bom início, dois jogos bastaram para o São Paulo voltar ao debate, com duas atuações fracas. Ainda assim, tem 17 pontos em 30 disputados.


Por um Dérbi bem jogado, sem interferências e reclamações. A bola manda
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Alexandre Praetzel

Vamos para mais um Dérbi, neste domingo. Estarei na Arena do Corinthians e espero cobrir um jogo de FUTEBOL, válido pelo primeiro turno do Brasileiro. Nos três últimos clássicos entre Corinthians e Palmeiras, viu-se muito pouco de bola.

Na fase classificatória do Paulista, vitória corintiana com um pênalti em “delay” marcado por Raphael Claus, apesar de o Corinthians ter sido superior na atitude.

No primeiro jogo da decisão, Palmeiras ganhou com eficiência, mas tivemos muitas faltas, duas expulsões e mais “pegada” do que futebol.

No confronto decisivo, a polêmica interminável da “interferência externa”, após o árbitro Marcelo Aparecido de Souza voltar atrás num pênalti a favor do Palmeiras. O Corinthians foi campeão, o Palmeiras vai até à Fifa, com todo o direito de protestar.

A história sempre começa pelos próprios jogadores. Dá para jogar mais, competir bastante e reclamar bem menos de tudo e da arbitragem. Eles são os responsáveis pela qualidade da partida, ainda que ela esteja em falta em muitos gramados espalhados pelo país.

Os treinadores adotaram discursos serenos e pediram mais respeito e foco pelo que acontece dentro de campo. Tomara que eles determinem a busca incessante pela vitória.

A torcida lotará o estádio, mesmo que seja única. Só resta a bola rolar e que Anderson Daronco esteja iluminado para não virar protagonista e estragar o espetáculo.

O Corinthians terá força máxima e apresenta Pedrinho, boa revelação do clube. O Palmeiras tem um retrospecto maravilhoso fora de casa e foi o time que mais venceu o Corinthians, na Arena.

Corinthians de Cássio; Mantuan, Henrique, Balbuena e Sidcley; Gabriel, Maycon, Rodriguinho e Jadson; Romero e Pedrinho.

Palmeiras de Jaílson; Marcos Rocha, Antonio Carlos, Edu Dracena e Diogo Barbosa; Thiago Santos, Bruno Henrique e Lucas Lima; Dudu, Borja e Keno.

Dois bons times e candidatos ao título brasileiro. O blog aposta num empate em 1 a 1.


Segunda-feira é para debater futebol, mas arbitragem não deixa
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Alexandre Praetzel

Terceira rodada da Série A do Brasileiro com alguns jogos razoáveis e a arbitragem mais uma vez, tomando conta dos debates. Num momento em que o mundo do futebol evolui com o VAR, estamos andando para trás. A Copa do Mundo está chegando e teremos 35 câmeras e árbitros de vídeos em todas as partidas. Tudo para dar transparência à algo que ainda causa prejuízo pela cultura do “erro faz parte do futebol”. Não, erros grotescos não podem mais fazer parte disso. A tecnologia deve ajudar, mas bem estabelecida e com regras definidas. Do jeito que está, sempre haverá a suspeita e possibilidade de interferência externa.

Ontem, mais uma vez, tivemos erros que colocaram a arbitragem nas discussões em detrimento do jogo. Em Belo Horizonte, tivemos Atlético e Corinthians e o paraense Dewson Freitas validou o gol de Roger Guedes, no primeiro tempo, mas dois minutos depois, voltou atrás, porque foi avisado que a bola resvalou na mão de Ricardo Oliveira. Sim, houve o toque não intencional e o gol foi legal. Mas Dewson voltou atrás. Se houvesse o VAR, isso seria resolvido em poucos segundos e o árbitro certamente veria que Ricardo Oliveira não teve intenção. Ainda achei que Mantuan fez pênalti no próprio Ricardo, no mesmo lance, mas isso é apenas opinião. Depois, Roger Guedes marcou um gol ilegal, com falta cometida sobre Mantuan, atropelando o corintiano. Dewson, para compensar o erro, validou. Errou duas vezes.

No Maracanã, teve Fluminense e São Paulo e a bola bateu na mão de Arboleda. O árbitro Rodolpho Marques não marcou pênalti, mas outros lances iguais, recentemente, resultaram em pênalti. Lance bem discutível. O zagueiro Gum chegou a dizer que se fosse para Flamengo ou Corinthians, o pênalti seria marcado. Até os jogadores começam a ironizar.

No Allianz Parque, Palmeiras e Chapecoense e o auxiliar Felipe Costa Oliveira anulou gol legal de Antonio Carlos, em cabeceio para o gol, nos acréscimos. Ele alegou impedimento, que não houve no lance. Em 30 segundos, o árbitro veria que o gol tinha sido legal.

A CBF cansa de divulgar que difunde e apoia o futebol pelo país, mas não quer bancar algo que é fundamental para dar lisura aos seus torneios principais. Quis que os clubes pagassem a conta, para variar. Agora, lava as mãos e os árbitros entram em campo bastante pressionados.

Queremos as segundas-feiras para falarmos de gols, dribles e boas partidas. Só que do jeito que está, o sexteto de preto ou outras cores, será protagonista toda semana.


Presidente do Corinthians desvia o foco da crise financeira do clube
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Alexandre Praetzel

Andrés Sanchez desviou o foco dos problemas financeiros do Corinthians. Chamou uma entrevista coletiva para comentar o banimento de Marco Polo Del Nero, as manobras políticas na CBF, ironizou o Palmeiras, falou sobre possibilidade de contratação, mas não explicou o fundamental, nem foi questionado. De onde o Corinthians irá tirar dinheiro para contratar reforços?

A pergunta cabe, depois da entrevista exclusiva do diretor financeiro, Wesley Melo, ao repórter Dassler Marques, no UOL Esporte. Wesley foi direto ao dizer que não dá para adquirir jogadores com o momento delicado das finanças. Ainda revelou um déficit mensal de R$ 8 milhões, uma dívida de R$ 26 milhões com o Fundo da Arena Corinthians e um endividamento bancário na faixa dos R$ 420 milhões, além de ter buscado ajuda com os empresários Carlos Leite e Giuliano Bertolucci, com empréstimos a juros entre 1,5% e 1,9%. Por acordo, todo o dinheiro de bilheteria dos jogos vai para o pagamento do Fundo da Arena. No elenco, o Corinthians ainda gasta cerca de R$ 13 milhões com a folha salarial.

O Corinthians era para ser uma potência financeira. Tem a maior cota de TV, um plano de sócio-torcedor consolidado e uma torcida apaixonada e consumidora. A Arena está quase sempre lotada. O time tem dado resposta dentro de campo, depois de uma gestão de futebol bem elaborada e produzida por Alessandro e Flávio Adauto, com o ótimo trabalho de Fábio Carille e comissão técnica. O Corinthians segue forte e tem chances de ganhar a Copa do Brasil ou a Série A do Brasileiro, até porquê a Libertadores foi colocada em segundo plano pelo presidente.

Andrés pegou tudo pronto de Roberto de Andrade. Até agora, não apresentou nada novo. Um clube do tamanho do Corinthians não tem patrocinador master. Em 2009, Ronaldo Nazário foi um grande lance, num momento de reconstrução. Hoje, passados nove anos, é inimaginável repetir algo parecido pela falta de recursos e nomes capazes de mudar o caos financeiro. Parece que o presidente não viu as palavras do seu diretor financeiro, um profissional do mercado. Gestões empresariais não suportam mais tanto amadorismo. Enquanto os resultados de campo forem bons e os títulos conquistados, tudo passa batido. Mas uma hora a conta chega.

Para quem disse que deixaria o mandato de deputado federal para se dedicar apenas ao Corinthians, Andrés não cumpriu a palavra. Em 2007, ele foi transparente, ao publicar no site do clube, os percentuais de cada “dono” dos atletas. Depois, voltou atrás. Será que agora fará o mesmo? Quem o reelegeu, que aguarde para conferir.


Por que Fernando Diniz é tão combatido? É o único a tentar algo diferente
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Alexandre Praetzel

O Atlético-PR eliminou o São Paulo e chegou às oitavas-de-final da Copa do Brasil. A diretoria priorizou os torneios mais importantes, colocando um time reserva e Sub-23 para disputar e ganhar o Estadual. Assim, deu tempo e preparação para sua equipe considerada principal.

Na Copa do Brasil, passou por Caxias(0x0), Tubarão-SC(5×4), Ceará(pênaltis no segundo jogo) e São Paulo(2×2 no Morumbi). Na Sul-Americana, fez um jogo, com vitória por 3 a 0 sobre o News Old Boys-ARG. No Brasileiro, estreou batendo a Chapecoense por 5 a 1. Chegamos no dia 20 de abril e o Atlético disputou apenas oito partidas oficiais com força máxima e Fernando Diniz como técnico.

Parece que Diniz encontrou o clube correto para apostar na sua filosofia de jogo. O Atlético-PR não tem nenhum jogador de exceção, mas Diniz adota a mesma prática utilizada no Audax, quando foi vice-campeão paulista, em 2016, passando por São Paulo e Corinthians. Nomes como Sidão, Yuri, Velicka, André Castro, Tchê Tchê, Bruno Paulo, Mike e Camacho, despontaram ali, num time coletivo e de muita posse e toque de bola.

Agora, Diniz comanda uma equipe de mais expressão nos principais campeonatos do Brasil. E seguimos ouvindo coisas como: “Esse Diniz não aguenta três derrotas seguidas”; “O que ele trouxe de novidade?”; “Quero ver ele num time maior, para segurar os jogadores”.

Pois bem. O zagueiro Paulo André deu a declaração que ninguém esperava, após a classificação diante do São Paulo. “Em 34 anos, finalmente tenho prazer em jogar futebol. Eu me divirto em campo”, resumiu. Paulo André já esteve em times grandes com treinadores renomados. Foi multicampeão no Corinthians. Quinze dias atrás, já tinha me dito que o grupo estava encantado com Diniz.

O lateral Carletto chegou a dizer que “vocês ainda vão ver o Diniz na Seleção Brasileira”. São afirmações de quem trabalha com ele, desde janeiro, apenas.

Eu não sei se o Atlético-PR ganhará algum título de mais repercussão, mas não dá para fechar os olhos para alguém que foi o único treinador brasileiro a tentar algo diferente nos últimos três anos. Seu time JOGA FUTEBOL. Corre risco? Sim, mas joga futebol, que é o que todo mundo quer ver.

Treinadores mais antigos, atuais e renomados torcem o nariz quando falam de Diniz. O próprio Vampeta, que comandou Diniz no Audax, acha que ele não conseguirá uma trajetória de sucesso em clubes maiores. Diniz foi carimbado como um profissional difícil de lidar e no trato com os atletas, mas isso parece que ficou para trás em Curitiba.

Parece inveja do meio futebolístico e má vontade de parte da mídia com alguém que tenta sair da mesmice e busca algo diferente num futebol cada vez mais igual e chato de se ver. Acho que Diniz merece aplausos, ao invés de vaias e críticas. No resultadismo, vai perder como todos, mas no trabalho, já mostrou que é competente.


Aguirre X Diniz. Intensidade contra posse de bola. Jogo duro para o SP
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Alexandre Praetzel

O São Paulo tem uma parada duríssima nesta quinta-feira, no Morumbi, pela Copa do Brasil. Enfrentará o Atlético-PR, precisando vencer o segundo jogo da quarta fase por dois gols de diferença, depois de perder o primeiro confronto por 2 a 1. Vitória por um gol, levará a decisão da vaga para os pênaltis. Lembrando que o torneio é a única competição que o São Paulo nunca conquistou.

Será o duelo de Diego Aguirre contra Fernando Diniz. O uruguaio chegou recentemente e ainda busca uma identidade para o time. Deve escalar três zagueiros e optar por uma formação mais intensa e agressiva, sem muita qualidade técnica. Se o São Paulo repetir o desempenho da vitória sobre o Paraná Clube, provavelmente, será eliminado pelo Furacão. Só uma tática física e de velocidade, não vai adiantar. É preciso jogar bola.

Fernando Diniz desembarcou em Curitiba, no início do ano, após deixar o Guarani. Comandou o Atlético-PR em sete partidas apenas, porque o clube priorizou Copa do Brasil, Sul-Americana e Brasileiro. O Estadual foi conquistado por reservas e Sub-23. Diniz implantou sua filosofia e o Atlético-PR atua com muita posse de bola e troca de passes. Nos dois últimos jogos, fez oito gols e tomou só um. Sou fã de Diniz. Muitos acham que ele não consegue emplacar um trabalho em clubes maiores, porque os jogadores não se dispõem a obedecer a metodologia do treinador. Os atletas do Atlético parecem que estão gostando e os resultados são bons.

Projeção de um embate muito interessante. O São Paulo retomando sua grandeza e dando esperanças ao seu torcedor, mas, por incrível que pareça, inferior ao adversário no futebol, mesmo que seja maior como instituição. Terá que provar dentro de campo, porque só a camisa tricolor pode não bastar.