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Casares defende Raí e pede pacificação política urgente no São Paulo
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Alexandre Praetzel

O São Paulo estreia no Brasileiro contra o Paraná Clube, nesta segunda-feira. O tricolor não é considerado um dos favoritos ao título e muita gente vê o time ainda se formando e longe da disputa de títulos. Diego Aguirre chegou e começa a dar uma cara para a equipe. Fora de campo, conselheiros e dirigentes tentam dar respaldo e apoio a Raí e os demais integrantes do departamento de futebol para o trabalho dar certo a curto prazo. O blog entrevistou Júlio Casares, integrante do Conselho de Administração e homem do Marketing e Comunicação, na gestão de Juvenal Juvêncio. No papo exclusivo, Casares pede a pacificação política urgente no clube e defende o novo estatuto para fortalecer o São Paulo, nos próximos mandatos. Confira a seguir.

O São Paulo é anti-democrático, com um Conselho de muitos vitalícios e pouca renovação?

Eu não acho que o São Paulo é anti-democrático. Ele tem uma história em cima de muitos ilustres e abnegados são-paulinos que fizeram e construíram o patrimônio do São Paulo. Não é só o patrocínio físico com o Morumbi, área social, Cotia, Barra Funda. Construíram uma filosofia em que o São Paulo sempre teve um conselho e seus homens eram homens que discutiam internamente as questões e foi símbolo de uma postura muito importante dentro da sua história. O São Paulo, talvez, por uma contingência, não teve renovação à altura desses homens que sempre criaram princípios básicos de uma grande instituição. Mas eu sou muito otimista, porque hoje nós temos bons conselheiros, grandes lideranças, independentemente de lado, tanto na Situação quanto na Oposição. Nós temos são-paulinos com condições de sentar numa mesa e discutir o São Paulo. Aí a renovação acaba sendo uma coisa natural. Mais vale uma renovação de ideias e princípios e projetos do que apenas uma renovação etária, de idade. As vezes, você tem um jovem que pensa de forma retrógada e uma pessoa mais idosa que tem ideias avançadas. O que vale é uma renovação de princípios e o estatuto do São Paulo, que é moderno, que prevê governança, profissionalização e modernização, é um exemplo, foi um passo que foi construído pelos sócios, votado por unanimidade no Conselho Deliberativo. Teve aprovação de 84% dos sócios, foi questionado na Justiça porque judicializaram a discussão do estatuto e o estatuto teve seu vencimento judicial em todas as instâncias. Então, é um documento importante. Claro que vai passar por alguns ajustes. Isso é natural. O São Paulo está vivendo uma transição de estatuto novo, após ampla discussão, com equilíbrio, serenidade, envolvendo todos, através de um amplo debate. Toda e qualquer mudança de um documento como o estatuto, tem que ser feita como ele foi construído, de apresentação de propostas, de emenda, comissões legais que fazem parte do São Paulo, dando seu parecer. As figuras exemplares que o São Paulo tem no passado, não vou aqui nominar, se não acaba tendo injustiça, porque posso esquecer alguém, elas sinalizam um grande futuro para as pessoas que vêm adiante. É nisso que eu acredito. Tive condições de fazer um trabalho de marketing importante, numa filosofia, com Marcelo Portugal Gouveia. Lá atrás, tive uma atuação como colaborador de Fernando Casal De Rey, com o conselheiro Jaime Franco. Depois, com o Juvenal, nós contribuímos. É assim. Eu acredito que se, o Pimenta, que foi um dos presidentes mais campeões na história do São Paulo, se ele tivesse ganho, nós iríamos colaborar em nome da instituição para ajudar o São Paulo. Oposição você pode fazer na obrigação de conselheiro, que é fiscalizar, criticar de forma construtiva, equilibrada, mas garantir a governabilidade de quem quer que seja. O Leco é o presidente. Então, ele vai fazer essa transição no estatuto, e nós temos que apoiar, sem prejuízo de uma oposição que deve ser responsável e serena. O que passa para ter uma grande renovação de ideias e pessoas e uma renovação política até na gestão, é uma pacificação. Hoje, o São Paulo vive muita turbulência política e nós precisamos pacificar o São Paulo. O que é pacificar o São Paulo? É ter um projeto alicerçado, onde todos sentam à mesa e discutam o que é melhor para o São Paulo. E tentem uma convergência nessa ideia. Em cima disso, isso não significa que a Oposição não tenha que ser firme, forte, crítica, mas dentro de uma serenidade que garanta governabilidade de uma instituição tão séria como é o São Paulo. Eu já preguei isso no passado e vou continuar pregando. A pacificação é algo que todos têm que sentar desarmados. Temos que pensar menos em grupos políticos e mais num projeto. E aí vale o entendimento, sem o prejuízo das opiniões contrárias, que até é bom para a instituição. A pacificação do São Paulo é algo urgente porque é isso que vem tumultuando e não é a gestão A ou B, já vem tumultuando o São Paulo há muito tempo. Veja bem, o São Paulo tem uma eleição próxima marcada para 2020, estamos em 2018. Temos ainda uma história e o São Paulo sempre foi um time competitivo, precisa voltar a ganhar e conquistar títulos. Eu acredito muito no trabalho profissional que começa a ser delineado pelo Raí, que tem todo o nosso apoio, pelo preparo, pelo o que ele tem de preparo, qualidade no conhecimento no conteúdo de futebol. Eu acho que essa questão mais participativa e democrática, ela tem que vir com pessoas preparadas. Para isso, o São Paulo precisa pacificar, ter uma atuação política, mas não priorizando ela em cima do objetivo comum, que todos nós temos. Todos os são-paulinos que estão lá, têm a mesma intenção, o mesmo objetivo de fazer o São Paulo FC cada vez maior no patrimônio, em resultados, e, principalmente, competições esportivas. Queremos voltar a ganhar e isso depende muito de um entendimento e uma linha na área de futebol, que nós acreditamos muito, que agora está sendo trabalhada.

Quais tuas principais ideias, no caso de uma candidatura à presidência?

Fico feliz de um lado, quando sou lembrado no caso de uma eventual candidatura. Isso até aconteceu na última eleição, onde pessoas queriam que eu saísse candidato. Conselheiros, empresários até, o Abílio Diniz, uma pessoa que eu respeito muito. Acho que o São Paulo sai ganhando quando tem torcedores empresários, conselheiros tão importantes. Mas isso nunca foi a prioridade da minha atuação, até porque eu tenho compromissos profissionais, atualmente. Eu tenho 56 anos e ainda tenho uma missão para fazer nesse mundo publicitário, de marketing, e acho que esse é o objetivo, sem deixar de colaborar como estou colaborando como conselheiro e membro do Conselho de Administração. Portanto, eu acredito que quem quer ser candidato no São Paulo, não pode ter esse objetivo de querer. O candidato não escolhe ser candidato, ele deve ser escolhido. Isso deve ser um panorama natural, que conduz um projeto e ideias. Em cima de ideias, independente de eu ser candidato, gostaria muito que o São Paulo voltasse a ser a referência que foi no marketing, futebol, a ser uma instituição com suas discussões legítimas, dentro do foro adequado, que é o seu Conselho Deliberativo, mas nunca ganhar a imprensa com discussões através de blogs, que isso atrapalha, porque o São Paulo sempre se primou por ser um clube que discutia suas coisas intra-muros no Morumbi. E hoje não. Hoje é muito comum, qualquer coisa que aconteça, é o blog A, B ou C, discute o São Paulo, e pouco se importa se o São Paulo está negociando um contrato, uma parceria, e isso atrapalha. O São Paulo precisa ter no mundo financeiro e econômico, estabilidade até para que você consiga fazer grandes negócios e parcerias para o futuro. Então, eu reitero que fico lisonjeado quando sou lembrado, talvez pelo o que nós fizemos no passado, pela votação como conselheiro nas duas vezes como mais votado do São Paulo, mas eu digo que não sou candidato. Muita gente duvidava na última eleição, dizendo que eu entraria aos 48 minutos do segundo tempo. Eu garantia que se eu for candidato, eu renuncio ao meu cargo como conselheiro. Não sou. Eu tenho a minha prioridade que é hoje, trabalhar na minha área, na minha missão profissional, que ainda tem alguns anos de trabalho pela frente, eu acredito. Mas sem perder de vista, o amor da vida da gente que é o São Paulo. E isso, nós vamos colaborar, independente de cargo. Eu acho que isso é o importante. Ter um projeto, sim, para construir ao lado de tantos conselheiros, sócios e torcedores que realmente amam o São Paulo.

A política do Clube deixou o São Paulo para trás dos rivais e atrapalhou o futebol?

O excesso de atividade política atrapalha. Me lembro que o São Paulo que brilhou na década de 80, 90 e anos 2000, enfim, o São Paulo é cíclico, claro, a gente entende, mas o São Paulo e qualquer instituição precisa de uma tranquilidade e é legítima a discussão política. Mas quando a política, ela entra na questão do dossiê de uma pessoa, na questão de um ato que vai para a imprensa, blog, isso sim tumultua. O futebol não fica alheio a toda discussão do clube. A gente diz, ah, isso não chega no jogador…Chega sim. Hoje, o jogador está ligado com o celular e com as redes sociais em tudo o que acontece, principalmente, no seu clube. Não é importante para o São Paulo, não constrói você ter excesso de discussão política. Ela ocorre primeiro dentro das atribuições de cada conselheiro, diretor. Na questão puramente eleitoral, ela deve obedecer um calendário. Se você tem eleição num ano X, que a eleição seja acirrada naquele momento. Eu sempre falei. Acho que é importante a gente ter o “time” certo para discutir a questão política partidária e as pretensões. Repito. O São Paulo precisa de uma pacificação responsável e não é pacificação que anule opiniões contrárias. Pelo contrário. Nós precisamos ter a pacificação em cima de um projeto, um modelo, onde nós podemos sentar com várias pessoas, com vários segmentos porque tem gente boa de todos os lados e como tem gente que não contribui dos lados. O São Paulo precisa de um lado só e é isso que eu quero discutir com cada conselheiro que o São Paulo tem.

Um presidente remunerado pode ser dispensado por resultados ruins?

Não, não. O estatuto dá condição do presidente ser remunerado, que eu acho que é um avanço porque essa questão do presidente trabalhar e fazer do São Paulo, um bico, ou ele vai fazer do São Paulo uma gestão ruim ou ele vai ter outros interesses. Ele tem que priorizar o São Paulo. Então, ele tendo uma remuneração para sua sobrevivência, acho importante. Ele vai ser questionado em resultados ruins? Sim, mas você não tira um presidente por isso. Isso é uma questão de julgamento que ele pode ter o ônus numa renovação política, mas você tira um presidente por problemas ou atos previstos no estatuto. Claro que o resultado ruim traz um desgaste natural ao presidente e sua diretoria. Você tem que avaliar um presidente pelo seu mandato. O mandato do São Paulo é de três anos e a avaliação não pode ser feita por um, dois anos, sendo um conjunto da sua obra. Depois, ele vai ser julgado pelo que ele fez de bom ou ruim.

Como enxergas o futuro imediato do São Paulo como clube?

Eu sou otimista. Acho que o São Paulo saiu de um imobilismo. São Paulo teve muito sucesso e depois ele se afastou dos seus princípios básicos dentro do futebol, marketing, como time de vanguarda, nós já sabemos. E aconteceu isso mesmo. Com esse estatuto novo, começa a possibilitar que o São Paulo volte ao cenário da competição esportiva, sendo um clube de vanguarda. Nós estamos vivendo exatamente uma transição, de um estatuto antigo que cumpriu seu papel e de um estatuto novo, que requer mudanças a médio e longo prazo. Essa transição deve ser observada por todos os conselheiros para que no tempo certo, possa se fazer ajustes das coisas que não funcionaram bem. A profissionalização não tem volta, a governança de um clube de futebol é algo extremamente necessário e o São Paulo vai dar um passo para isso. Lá na frente, nós saberemos que o São Paulo vai ter muito orgulho de ter tido um estatuto moderno, corajoso, que discuta o futebol, sua área social e diferenciar essas ações dentro de uma gestão e, mais do que nunca, avance para que a modernização não fique apenas nos discursos e tenha resultados práticos. Eu tenho esperança e não tenho dúvida que o sócio do SP e o conselheiro que votou por unanimidade neste estatuto, ele espera o cumprimento fiel do estatuto e os ajustes necessários, mas dentro de um panorama de discussão e equilíbrio.

Eras do Marketing. O “Soberano” foi um erro?

O marketing do São Paulo teve grandes resultados. Claro que sempre ajuda o resultado positivo dentro de campo. Mas também tem que ser pró-ativo. Existe o marketing institucional, promocional e a venda pura de ativos e receitas. Na nossa época, o marketing conseguiu andar em consonância com o futebol e dá para a gente descrever inúmeras ações que fizeram o São Paulo uma referência, ganhando prêmios, fazendo grandes contratos e o futebol também ajudou. É claro que o futebol indo bem, tudo vai bem. Mas as vezes temos exemplos em alguns clubes que o marketing não corresponde a essa evolução do futebol. Essa questão do “Soberano”, muita gente faz confusão. O São Paulo ganhou tudo e ganhou através dos três títulos com o Muricy, o tri-hexa inédito, que a gente brinca. Aí foi feito um filme nos cinemas, algo na época muito inovador e o filme se chamou “Soberano”, para exatamente mostrar que o futebol do SP, naquele momento, foi o soberano em termos de resultados. Mas nunca que o São Paulo assumiu o slogan de forma taxativa. Foi um filme denominado Soberano como poderia ser “Clube da Fé”. Foi uma questão mais comercial de um DVD, mas o que interessa na ação e na prática, todos nós temos que ter a visão de que o SP não pode ter arrogância, prepotência, desequilíbrio. Tem que olhar para o futuro. E talvez isso passe um ensinamento, de quando você tem um slogan de filme, aquilo acaba ganhando o torcedor, as redes sociais. O São Paulo viveu aquele momento, mas deixou de fazer algumas lições de casa, em alguns momentos, na área de futebol, não foi feliz em algumas contratações e saiu um pouco do foco também no marketing e em outras atividades. Por isso, que o momento de agora é uma retomada necessária. O São Paulo precisa voltar a disputar títulos e para isso precisamos ter pilares e um dos pilares é a vanguarda no que ele vai produzir nas suas áreas de execução e gestão e um grande entendimento com situação e oposição responsáveis.

Como atrair mais sócios? Onde fica o Morumbi neste pensamento?

A questão do sócio-torcedor é uma questão que, infelizmente, no futebol o orçamento do torcedor no Brasil, está apertado. Ele compra camisa, paga ingresso, assina o pay-per-view, estacionamento, viaja para ver o time, come seu sanduíche no jogo, compra produtos licenciados e o dinheiro não dá. Quando o time vai mal, ele se torna inadimplente, as vezes, porque a emoção está embutida ou na adesão de um sócio-torcedor ou na regularidade do seu pagamento. Isso é uma realidade no Brasil. Eu acredito que o SP pode dar uma contribuição de ter avanços tecnológicos através de aplicativos, com bem funciona hoje o Uber da vida, o Waze na questão de trânsito e o que revolucionou a compra de ingresso e o SP tem que pensar nisso para que o torcedor possa fazer tudo pelo aplicativo, garantindo sua participação, através do uso do celular. Isso é uma ideia muito comum e o SP precisa dar esse passo. Nós não podemos mais depender de compra de ingressos por um sistema que trava ou ainda de bilheteria física. Hoje qualquer cidadão tem seu celular. Por que não comprar um ingresso pelo celular, uma camisa e ter outras inovações num plano de sócio-torcedor que revolucione a partir daí? E essa é a nossa esperança para que o Morumbi volte a ter um fluxo de pessoas nas arquibancadas, mas também que possa cada vez ter mais vida num estádio que é um patrimônio não só do SP, mas da capital e do país. A pessoa vai, pode assistir um jogo, ir no restaurante, com toda segurança. O Morumbi é um Colosso e vamos trazer mais gente, independente de dias de jogos.

Como conselheiro, quando achas que o São Paulo voltará a ganhar no campo?

Independente de conselheiro, todos nós somos conselheiros e fundamentalmente, torcedores. Eu que vi o São Paulo ganhar os primeiros títulos em 70 e 71, bicampeão paulista com Gérson, Toninho Guerreiro e Paraná. Comecei a ver o SP na década de 60, que foi uma década que o São Paulo estava construindo o estádio e ganhava muito pouco. Mas aquilo me fascinava porque eu sabia que o São Paulo estava preparando uma estrutura no Morumbi, que seria capaz de dar muitas glórias no futuro e foi isso o que aconteceu. Eu estou muito otimista porque a tão sonhada profissionalização no futebol tem acontecido. Raí, Ricardo Rocha e Lugano são pessoas que vivem o futebol. O Raí é uma pessoa extremamente preparada, que acreditamos demais. Primeiro, por ter convivido com ele como atleta e mais recente no Conselho de Administração, onde eu senti in loco e presente com ele, o conhecimento, experiência e participação efetiva dele. Raí no futebol é mais do que um simbolismo, é a esperança de que a gente retome o bom caminho. Isso não é feito do dia para a noite. O Raí assumiu há pouco tempo. A responsabilidade não é só dele, é todo um sistema que ele deve ter condições de implantar. É algo que a gente acredita que a médio e longo prazo, o São Paulo volte a disputar títulos. Acho que já houve uma melhora em alguns jogos, nas semifinais do Paulista, perdemos, com um gol nos acréscimos, mas o São Paulo jogou bem. O São Paulo está mostrando um novo conceito e uma forma de jogar, mais aguerrido, compacto e brigando pela bola. Está muito claro que é um caminho que nos dá esperança de que o São Paulo seja muito competitivo nos grandes campeonatos que nós teremos pela frente.


Caetano evita críticas ao Fla e admite que pressão atrapalha o futebol
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Alexandre Praetzel

Rodrigo Caetano foi dispensado do Flamengo, após três anos e meio de trabalho, atuando como diretor-executivo de futebol. A queda nas semifinais do Estadual para o Botafogo, foi determinante para a decisão da diretoria. Em entrevista exclusiva ao blog, Rodrigo evitou críticas aos dirigentes, falou da disputa entre executivos e amadores no mercado e admitiu que está difícil trabalhar no Brasil, pela pressão por resultados imediatos. Acompanhem abaixo.

Ricardo Lomba, vice-de-futebol do Flamengo, te derrubou no Clube?

Não acredito. Com toda a honestidade, não acredito. Eu conheço o Lomba já algum tempo e em todos os momentos, ele foi um apoiador do trabalho. Pelo que eu pude ler e observar, talvez fosse uma ideia de mais pares lá, para acontecer no final do ano, o que eu lamento que não tenham me informado isso ao final do ano. Certamente, se encerraria ali, um ciclo importante no ano de 2017, quando o Flamengo disputou tudo. Particularmente, não acredito mesmo, o que também não me faz concordar com a forma como ele se expressou publicamente. Aí, óbvio, colocou em contestação, todo o trabalho.

Esta batalha executivo X amador está demorando para terminar no Brasil?

Praetzel, a gente espera que isso não seja uma batalha, não se torne uma batalha porque os clubes são eminentementes políticos nos seus estatutos e os executivos vieram para ser uma ferramenta que auxilie esses dirigentes estatutários. Eu acho que falta um entendimento maior do que o executivo faz, não é apenas um contratador de atletas, e sim, um gestor de todo o departamento, escolhido por esses dirigentes.

O executivo causa inveja ao amador, pelo que ele ganha e pela importância que tem no departamento de futebol?

É possível, até por conta do que eu falei. O entendimento ainda é muito raso do que a gente faz. Acham que a gente vai ali, que a gente tem uma caneta, um cheque e que sai contratando. Não. A contratação de atletas não é feita, única e exclusivamente, pelo executivo. Você não traz um jogador se não tiver aprovação. Primeiro, tem um processo de contratação, de busca, análise, departamentos, aprovação do financeiro, jurídico, presidente, vice-presidente. É assim que funciona. Técnico, muito mais ainda. Você tem que gerar um conceito muito maior. E nós somos os suportes das comissões técnicas, o elo de ligação com a diretoria estatutária e atletas e comissão técnica. Gestores de pessoas, funcionários, trabalhamos na parte da infraestrutura, orçamento, logística e muitas vezes, acabam nos colocando com essa visibilidade e exigência de resultados, apenas. O que tem acontecido aqui, são trabalhos interrompidos por resultados no campo, que muitas vezes, aconteciam com os treinadores, agora estão acontecendo com os executivos. Só espero que isso não sirva de escudo para tirar profissionais, por causa dos resultados.

Se o Lomba não tivesse desabafado na entrevista, você ainda estaria no cargo do Flamengo?

Ah, é difícil dizer. Não tenho essa ideia. Parece que já era uma ideia de mudança. Não concordo com uma palavra que era utilizada em algumas vezes, não pelo Lomba, por outros: reformulação. Reformulação você faz quando está tudo errado e o Flamengo apresentou também no campo, que o caminho, por mais que não tenha conquistado uma taça no campo, em 2017, que o caminho percorrido, era o caminho correto. Fez final de Copa do Brasil, Sul-Americana, classificou direto para a Libertadores. Neste ano, é líder do grupo da morte da Libertadores. Ajustes, correções, isso são obrigações. Mas como reformulação, não concordo, respeito, mas não quero ter essa certeza de que ele tenha sido o responsável por toda essa mudança.

Vanderlei Luxemburgo tem dito que o treinador cai por maus resultados, mas os executivos nunca são responsabilizados. Você concorda com isso?

Inclusive, já falei com Vanderlei sobre isso. E a discussão é justamente por conta de que ele entende que os executivos têm que ter mais autonomia para isso. Para justamente, nos momentos de instabilidade, ter a condição de manter o trabalho, a continuidade deste trabalho. Na época, eu disse a ele, que é algo ainda incontrolável, haja vista o que aconteceu agora, também. Só eu não quero que o executivo seja também, se existe alguma coisa de equilíbrio e estabilidade através da figura do executivo, é o que a gente espera, por mais que em algumas vezes tenha que se trocar o treinador. Se por conta disso, vier qualquer resultado e mudança em todo o departamento de futebol, o prejuízo é maior. Mudar o departamento de futebol a cada vez que tem um insucesso esportivo, aí nós vamos andar para trás.

Por que o Flamengo não ganhou um grande título de 2014 a 2017?

Eu cheguei no final de 2014 para início de 2015 e sempre o planejamento do Flamengo foi para consolidar essa transformação que o Clube fez na estrutura física. Quando nós chegamos lá, o Flamengo não tinha nem CT, tinham os campos, mas era tudo muito adaptado. Na parte do investimento, foi crescendo ao longo do tempo. O elenco foi melhorado, isso é nítido, reconhecido por todos. E o Flamengo voltou a vender atletas, fez a maior venda do futebol brasileiro. Voltou a aproveitar jovens da base, formar. Realmente, para que tudo isso se consolidasse, teria que ter um grande título. Eu prefiro acreditar que ainda não veio, mas que está próximo, independentemente de eu estar lá ou não. Acredito que o caminho está pavimentado. Alguns detalhes fugiram do imponderável. No ano passado, fomos às duas finais. Perdemos uma nos pênaltis, a outra contra o Independiente, poderíamos ter revertido o resultado. Se você ganha três títulos num ano, certamente, seria lembrado para a eternidade. Não foi o que aconteceu, mas acho que não minimiza em nada o trabalho que foi feito por toda essa diretoria.

Carpegiani pagou por ser teu amigo?

Não sei. Algumas pessoas, óbvio, que têm maldade sempre em linkar uma coisa à outra. Carpegiani tem uma história no Flamengo, que ela fala por si no futebol brasileiro. Ele não chegou por meu intermédio. Teve um convite para ele fazer outra função, nesse meio-tempo teve a situação do Rueda e ele, como vinha de um grande trabalho, naquele momento em janeiro, acho que não existia um nome melhor para você buscar no mercado, algo que foi consenso da diretoria, num ano da Libertadores, o qual ele foi técnico da única conquista do Flamengo. Passados três meses, apesar de ter ganho a Taça Guanabara, ter tido a melhor pontuação na classificação geral do Estadual e líder do grupo na Libertadores, num jogo acabou que isso foi interrompido. Óbvio que o fato de eu ter trabalhado com ele anteriormente, vai acabar linkando. Ser amigo do Paulo para mim é motivo de orgulho e ter trabalhado com ele, também. Não só pelo profissional que é. E você conhece bem e sabe da retidão, postura, conduta. Precisamos de mais Carpegianis, na minha opinião. Agora, chegou por mérito dele, do grande trabalho que fez no Bahia, Coritiba e pela grande identificação dele com o Flamengo.

Rueda foi um erro?

Erro foi a saída dele, da forma como foi. Quando ele veio, o plano do Flamengo era para que ele se adaptasse no clube, conhecesse o clube, nas competições do segundo semestre e em todas elas o Flamengo chegou. Para que em 2018, por ele conhecer os caminhos nas competições sul-americanas, conhecer a Conmebol, seria uma grande aquisição, pelo fato dele ter ganho a Libertadores, mas infelizmente por uma decisão dele, ele optou por sair. Talvez, tenha sido nosso erro em ter escolhido alguém que em algum momento pensou em assumir um comando de uma Seleção. O projeto do Rueda era para ter sido essa continuidade em 2018.

Na qualidade atual do futebol brasileiro, é difícil ter um grande time hoje no Brasil?

Primeiro, acho que está muito igual. Há bons elencos. Acho que pelas avaliações, está muito difícil trabalhar. Você não tem muita estabilidade. Muitas vezes, os técnicos se sentem muito pressionados por resultados imediatos. Então, o jogo em si, a forma de jogar, não é prioridade porque é uma constante para todos nós que trabalhamos, é o seguinte: o que nos mantêm são os resultados. Mas isso não pode vir a qualquer preço. Se nós aqui, e vocês têm um papel fundamental nisso, que é a preservação dos bons trabalhos, do bom futebol, acho que todos nós deveríamos dar tranquilidade para que esses trabalhos fossem desenvolvidos. Porque aí, talvez, a gente consiga enxergar alguma coisa diferente. Se continuarmos dessa forma, de que em uma semana, uma equipe perde dois jogos, na semana seguinte pode ter interrupção do trabalho ou instaurado um caos. De que forma você vai realmente ver melhoras no jogo em si? Difícil né. O resultado sempre estará sendo priorizado a qualquer preço. Então, acho que isso é um círculo vicioso que nós temos que tomar cuidado sob pena de nós mesmos sermos protagonistas para o nosso futebol não evoluir.

 

 

 


Advogado especialista diz que caso Scarpa é igual ao caso Zeca
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Alexandre Praetzel

O Caso Scarpa é igual ao Caso Zeca. Essa é a opinião do especialista em Direito Desportivo, João Henrique Chiminazzo. A Justiça do Rio de Janeiro cassou a liminar que permitia a Scarpa, trabalhar e jogar pelo Verdão. Scarpa voltou a ter seu contrato válido com o Fluminense.  O advogado acredita que se a decisão for mantida, o Palmeiras terá que pagar a multa rescisória de R$ 200 milhões ao Fluminense. Chiminazzo atendeu o blog, rapidamente, a respeito do assunto. Acompanhem.

O Palmeiras corre o risco de ficar sem Scarpa?

O Palmeiras corre risco sim no caso do Scarpa. Se o Fluminense ganhar o processo, a multa contratual poderá ser cobrada do Scarpa ou do Palmeiras! E não existe esse negócio do contrato que garanta que não pode ser cobrada do Palmeiras. O artigo 28, parágrafo segundo da Lei Pelé, é claro.

O Caso é igual ao Zeca, com o Santos?

O Caso é idêntico ao do Zeca, tanto é que o Corinthians recuou.

Por que os dois casos são iguais?

Porque os dois clubes que os contrataram podem ser responsabilizados, se realmente existem atrasos e dívidas com os atletas.

Ele precisa voltar ao Flu, imediatamente?

Eu precisaria ver a decisão para falar se ele precisa voltar ao Fluminense, imediatamente. Mas há essa possibilidade sim!

O blog tentou o contato com o advogado do Palmeiras, André Sica, mas ele não respondeu às mensagens.

Uma fonte do Palmeiras disse ao blog que o Palmeiras “não tem pressa e não poderá ter pressa, apesar da liminar poder ser cassada a qualquer momento. Tem um ponto que os advogados do jogador podem explorar é que o Fluminense atrasou salários comprovadamente e não foi rebaixado, conforme a Lei”.

Há quem diga no Palmeiras, que Scarpa atuou em todas as rodadas do Brasileiro com atraso de salário superior a três meses. O Fluminense garante que já quitou as dívidas com o atleta.

Vamos aguardar os próximos capitulos.


Federações Estaduais servem para quê?
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Alexandre Praetzel

A Federação Paulista de Futebol alterou datas e horários das quartas-de-final do Paulista, um dia depois de ter reunido os oito representantes dos clubes. Fez um evento com pompa e circunstância, mas seus diretores esqueceram de consultar a Polícia Militar de São Paulo. O que valia ontem a partir das 13h, não vale mais nada, 24 horas depois.

O São Paulo jogaria domingo e quinta. Seus jogos foram antecipados para sábado e terça. E o São Paulo joga nesta quarta, em Maceió.

O Palmeiras jogaria terça e passou para quarta.

Bragantino e Corinthians passou das onze da manhã para às 16h, domingo. A volta seria quarta, mas passou para quinta.

Vejam bem. Esse é o início da fase quente do seu principal campeonato, mas parece que a própria entidade não liga muito para o produto. E ainda lava as mãos, quando autoriza inversão de mando de campo ou permite que os clubes joguem onde quiserem como mandantes, sem respeitar o equilíbrio técnico. Isso está no regulamento, mas a Federação deveria impor essa condição. Cada um define seu estádio antes do campeonato e sedia seus jogos nele, salvo exceções como troca de gramado ou realizações de shows, atuando na sua cidade ou no município mais próximo. Bem simples de fazer.

No Rio Grande do Sul, só houve árbitro de vídeo no Grenal, na última rodada da primeira fase. O Inter bancou os R$ 30 mil. O presidente da FGF, Francisco Novelletto Neto, chegou a dizer que seria uma tragédia para o campeonato, se o Grêmio fosse rebaixado. O próprio mandatário jogando pressão no torneio.

No Rio de Janeiro, os estádios estão às moscas, mas quem se importa? A média de público é de menos de três mil pessoas. Os clássicos, antes muito atraentes, tiveram arrecadações irrisórias, dando prejuízo para todo mundo.

Ao invés de fomentar o futebol nos Estados, regionalizar seus torneios durante todo o ano e deixando os grandes para uma fase final, as Federações impõem 19 datas e ficam satisfeitas com partidas durante quatro meses. O resto da temporada é para passar o tempo e ainda lucram com 5% de todos os borderôs. Ah, e ganham R$ 75 mil de mesada da CBF, como forma de incentivo ao esporte.

Lembrando que são seus presidentes que elegem o presidente da CBF. Simples assim. Elas nunca acabarão e continuarão poderosas, até que os clubes se unam e cortem o cordão umbilical. Mas isso é tão difícil quanto um Estadual dar lucro.


Zico prevê dificuldades na Copa e pede calma ao Flamengo na Libertadores
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Alexandre Praetzel

Arthur Antunes Coimbra, o Zico, foi um dos maiores jogadores da história do futebol brasileiro. Hoje, como comentarista esportivo dos canais Esporte Interativo e ainda técnico, Zico acredita que o Brasil não terá facilidades na Copa do Mundo, apesar de ter um grupo qualificado de jogadores. Em entrevista exclusiva ao blog, Zico vê uma chave dura para a Seleção na Copa, admite preocupação com Neymar e pede calma ao Flamengo, na primeira fase da Libertadores. Acompanhem o bate-papo exclusivo.

O que você achou da convocação do Tite? O treinador tem dificuldades para escolher?

Não. Eu acho que, você, quando tem esses jogos assim, que já não contam mais nada, às vezes você procura dar uma olhada em termos de comportamentos de alguns jogadores, que você viu que, talvez, possam estar tendo um grande rendimento, principalmente, lá fora. E aí, quer observá-los no grupo da Seleção, ainda mais em jogos importantes. Então, o Tite está com credibilidade porque eles fazem um grande trabalho de observação, de olhar, estar presente. Tem um grupo no staff muito bom. A margem de erro acaba sendo muito menor. Tomara que ele acerte mais uma vez, como tem acertado até o momento.

Vale a pena convocar alguém que nunca havia sido chamado, só para ter uma impressão?

Se o convocado estiver bem, estiver com bom aproveitamento no time dele, a gente aceita.

A lesão do Neymar te preocupa?

Preocupa. Qualquer lesão que você acaba tendo que fazer cirurgia, cirurgia é sempre problemática. Depende de uma série de fatores. Às vezes, uma coisa mínima pode gerar um problema maior. É jovem, é um cara que está com tesão de chegar na Copa do Mundo. Então, isso pode influenciar bastante na recuperação dele.

Você imagina alguém que possa fazer frente ao Brasil?

Futebol hoje está tão nivelado que, sabe, uma retranca lá, principalmente, da Suiça ou de uma Costa Rica, que a gente não pode nunca achar que vamos ter facilidades. Então, em Copa do Mundo, tudo pode acontecer. Tomara que não aconteça para o Brasil, que o Brasil possa passar bem. Mas não é um grupo fácil não.

Flamengo passa da primeira fase da Libertadores ou vai sofrer?

Ah, acho que vai ser difícil até o final. Tanto é que está tudo empatado no grupo. Não tem facilidades. Não pode é desesperar. Ter a obrigação de ter que ganhar fora de casa. É bom, se ganhar um jogo, mas como já empatou um jogo, agora ficou nessa situação de jogar com regulamento, dependendo dos próximos jogos.

Carpegiani ainda é um bom técnico?

É um bom técnico, sim. Tem um bom conhecimento de futebol. Eu não gosto desta filosofia dos técnicos do Brasil, que estão com essa coisa de poupar jogadores, ainda mais no início do ano. Então, negócio de poupar não é comigo não. A gente jogava todos os jogos, de três em três dias, quatro dias, e hoje, eu acho que há um relaxamento muito grande, até mesmo por parte dos jogadores, que não têm tesão de estar em campo, toda hora.

Por que não surgem mais grandes craques aqui no Brasil?

Surgem, mas estão saindo muito cedo. A gente não está vendo isso. Você vê que hoje tem grandes jogadores que estão fazendo sucesso lá fora como Neymar, Gabriel Jesus, Coutinho, Willian, e não tiveram muita oportunidade de jogar por aqui.

 

 


A intolerância com os times brasileiros. Nada presta. Ninguém serve
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Alexandre Praetzel

Seis times brasileiros entraram em campo na primeira rodada da Libertadores da América. Foram três empates, duas derrotas e apenas uma vitória. Até o Palmeiras vencer o Junior de Barranquilha, os debates estavam em torno da incompetência das nossas equipes em chegar aos três pontos.

A gritaria foi grande. Um absurdo, uma vergonha, como isso pode acontecer?, o futebol brasileiro está em decadência, foram algumas das frases e questões colocadas nas redes sociais, termômetro forte do dia a dia, apesar da intolerância e “desastrômetro” dominantes.

É aí que eu quero chegar. As atuações brasileiras foram razoáveis, na sua maioria, mas foram apenas as primeiras, numa primeira rodada de um torneio que sempre foi difícil. Vamos observar com critério e ver que há adversários do outro lado, que se preparam tanto quanto os brasileiros. Não mandamos mais na qualidade técnica. Ainda temos mais dinheiro e estrutura, só que é preciso competir em campo. Nós, brasileiros, precisamos ter humildade que o equilíbrio é uma constante. De 2014 a 2016, ficamos fora da decisão da Libertadores, para voltar a ganhar em 2017.

Ainda faltam cinco rodadas e o Vasco nem estreou.

“O Cruzeiro foi amassado”. “O Flamengo deu vexame(contra o River Plate, hein!)”. “O Corinthians não jogou contra ninguém”. “O Grêmio enfrentou um time de várzea”. “O Palmeiras não jogou nada e não vai longe, apesar de ter ganho”. “O Santos vai passar vergonha”. Frases definitivas e intolerantes. Nada serve. Ninguém presta. O imediatismo tomou conta de tudo.

Nem ao céu, nem ao inferno. Não vamos atropelar todo mundo e haverá dificuldades. Temos sete bons disputantes, talvez com Vasco e Santos, em inferioridade técnica e de elenco.

Agora, é bem possível todos os brasileiros se classificarem. E lembrando. Foi apenas a PRIMEIRA rodada.

Menos RESULTADISMO. Mais debate.


Fernando Prass não quer parar em dezembro
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Alexandre Praetzel

Nesta sexta-feira, fiz um post sobre os três goleiros do Palmeiras. O título foi “Jaílson é o momento. Prass, a História. Weverton, o futuro”. Registrei também que Fernando Prass deixaria o futebol em dezembro de 2018, quando termina seu contrato com o clube. Prass leu o post e fez uma correção. Não pretende se aposentar no final do ano.

“Esta pré-temporada me deu mais certezas ainda que posso competir mais tempo em alto nível. Tanto em campo, como pelos testes físicos”, afirmou, em contato com o blog.

“Quem acompanhar e observar os treinos do Palmeiras, verá isso. É só conversar com os treinadores de goleiros ou com o fisiologista”, ressaltou.

Prass abriu a temporada como segunda opção para a posição. Tem o respeito da direção, comissão técnica e torcedores.

Prass chegou ao Palmeiras, em 2013. Já disputou 250 partidas. Conquistou a Copa do Brasil, em 2015, e o Campeonato Brasileiro, em 2016, como titular.

Jaílson tem contrato até dezembro, também. Weverton chegou em janeiro e assinou por cinco temporadas.

 


Palmeiras não é apenas o time, mas o Clube a ser batido
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Alexandre Praetzel

Em dez anos e meio de trabalho no jornalismo esportivo de São Paulo, sempre acompanhei com muita atenção a trajetória dos três grandes times da capital. Vi o São Paulo ser tricampeão brasileiro consecutivo e ser exemplo de competência dentro e fora de campo. Vi o Corinthians ressurgir, após a queda para a Série B, com novo estádio e todos os títulos possíveis. De 2007 a 2015, os dois perderam ótimas oportunidades de assumirem o primeiro posto no futebol brasileiro. Ou por soberba, ou por aventuras impagáveis. Agora, vão assistir o Palmeiras como Clube dominante.

Em 2008, o Palmeiras foi campeão paulista com um time muito bom, mas não levantou troféus nacionais. Depois, ganhou a Copa do Brasil, em 2012, mas foi rebaixado no final do ano. Renasceu com Paulo Nobre e precisa agradecer eternamente ao ex-presidente pela recuperação financeira, com a volta à Série A e o começo de um modelo de gestão, a partir de 2015. Reconquistou a Copa do Brasil e o Brasileiro. Em termos de títulos, está atrás de Santos e Corinthians, na década, mas muito à frente como instituição. E isso vai pesar no futuro.

O Palmeiras tem um estádio lucrativo, na melhor parceria da história com uma empresa, iniciada em 2014. Lucra em todas as áreas, eventos e tem todas as rendas dos jogos. Daqui 27 anos, recebe o estádio zerado pela WTorre.

Tem o sócio Avanti crescendo e gerando ótimas receitas. Existe um estudo de que com 250 mil sócios, o Palmeiras custearia todo o futebol, só com o Avanti, durante a temporada. Óbvio que o número é muito difícil de alcançar, mas os dirigentes sabem que para manter o torcedor assíduo e pagante, é preciso ter time e elenco qualificados.

Tem um patrocinador forte, que gosta do Palmeiras e investe valores acima do mercado, aumentando a sua participação no mercado. Conseguiu fazer as últimas contratações, sem precisar do dinheiro da empresa.

Não está gastando mais do que arrecada e apresenta superávit. Investiu em estrutura física e tem um dos melhores Centros de Treinamento da América do Sul.

Claro que tudo isso não ganha jogo, mas ajuda. A realidade é que o Palmeiras se preparou e se planejou. Errou em 2017, com algumas escolhas equivocadas, um ambiente conturbado e uma certa arrogância. Parece que aprendeu a lição. Agora, é favorito sim, de novo. Se a bola não entrar, não pode destruir todo o trabalho.

O Palmeiras tem tudo para ser protagonista por muitos anos. Tem Corinthians e São Paulo como exemplos que deixaram passar o cavalo encilhado. Chegou a vez do Verdão. Se houver trabalho, dedicação e organização contra vaidade, politicagem e conflitos internos, vai amedrontar os adversários, certamente.

Afinal, já se fala até em “Fair-Play” financeiro no Brasil, para tentar frear o crescimento palmeirense. É o Clube a ser batido.


Com Raí e Ricardo Rocha, SP terá comprometimento. Ainda precisa de futebol
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Alexandre Praetzel

O São Paulo anunciou Ricardo Rocha, ex-zagueiro do time, como Coordenador de futebol. Será uma espécie de auxiliar de Raí, no principal departamento do clube. Teve uma trajetória como atleta de 1989 a 1991, com dois títulos Paulistas e um Brasileiro, atuando na mesma época de Raí, tornando-se grande amigo do ídolo são-paulino.

É interessante a mudança de postura do presidente Leco, nas decisões do futebol. Apostou num cara indiscutível perante o torcedor para contratar e comandar, evitando a centralização de poder. Afinal, a última palavra é sempre do presidente, mas nesse caso, Raí assumiu com carta branca e traz para seu lado, um companheiro de confiança.

É bom lembrar que a geração de Raí e Ricardo Rocha viveu outra época, com muito mais comprometimento e identificação. Hoje, muitos jogadores só enxergam o lado deles, num individualismo cada vez mais constante. O profissional assina por cinco anos e acha que não deve prestar tantas contas à instituição, dentro e fora de campo.

A ideia de Raí é boa. O que não pode é o São Paulo virar uma confraria. A cobrança precisa existir. Nos últimos anos, vimos alguns times tricolores sem alma e entrega, com postura irritante. Raí e Lugano(cotado para permanecer) sabem que o futebol mudou e devem ter visto essa realidade nas duas últimas temporadas, internamente.

O São Paulo ganhou três Brasileiros seguidos(o único a conseguir isso), um Mundial de Clubes, uma Libertadores e um Paulista, de 2005 a 2008. Deixou passar a oportunidade de mandar no futebol interno, como um clube organizado e inovador. Ficou mais do mesmo, pelas questões políticas dos seus conselheiros, interferindo no futebol. Agora, Leco deixou as decisões para quem tem experiência com a boleirada. Se vai dar certo, veremos.

O elenco é razoável e precisa de reforços. A permanência da comissão técnica foi uma atitude correta. O goleiro Jean chegou e Jucilei foi mantido. Buffarini foi negociado. Raí tem um perfil discreto e trabalha sem alarde. Ele sabe das necessidades da equipe. Hoje, se o São Paulo entrar em campo, terá Jean; Militão, Rodrigo Caio, Arboleda e Reinaldo(Edimar): Jucilei, Petros, Hernanes(até junho de 18) e Cueva; Marcos Guilherme e Pratto. Praticamente, a mesma formação do segundo semestres de 2017. É suficiente? Claro que não. E isso, todos devem ter essa consciência. Do presidente Leco aos ídolos tricolores. Só nome, não ganha mais.

 


Executivo do Bahia é o favorito para comandar o futebol do Santos
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Alexandre Praetzel

O presidente José Carlos Peres já tem o preferido para assumir o departamento de futebol do Santos. É o atual executivo do Bahia, Diego Cerri. Peres conversou com Diego e deixou o acordo encaminhado. Os primeiros contatos foram feitos para determinar o planejamento para o próximo ano.

O blog apurou que as partes têm ideias parecidas sobre futebol e o perfil da nova comissão técnica. Nomes foram debatidos no encontro e o martelo deve ser batido para a efetivação de Diego, até o final da semana.

Aos 42 anos, Diego Cerri começou como diretor de futebol no Barueri/Grêmio Prudente de 2007 a 2010. Depois, passou pelo Red Bull Brasil, de 2010 a 2012. Em seguida, dirigiu o Ceará, de 2012 a 2015. Chegou ao Bahia, em 2016, e conseguiu o título da Copa do Nordeste, em 2017, com Guto Ferreira como técnico.

É graduado em Esporte pela Universidade de São Paulo, em 1998.

Na gestão de Modesto Roma Jr., o cargo foi ocupado por Dagoberto do Santos.