Blog do Praetzel

Clubes prometem proteção à Chape. Quero ver para crer
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Alexandre Praetzel

A tragédia com a Chapecoense abriu os corações dos dirigentes brasileiros em prol do clube catarinense. Surgiram vários discursos e entrevistas com medidas de ajuda e apoio ao co-irmão. Empréstimo de atletas e salva-guarda de três anos à Chape contra o rebaixamento na Série A.

Acho tudo isso válido e interessante, mas quero ver para crer. A união dos dirigentes brasileiros é pedida e solicitada há anos, no futebol brasileiro. Os clubes têm a força, mas parece que nossos mandatários não ligam para isso.

Vejam a Primeira Liga. Um movimento pequeno que recebeu aplausos e elogios pela tentativa de ser independente da CBF. No entanto, por rusgas sobre cotas de TV, já entrou em crise, com as saídas de Coritiba e Atlético-PR. O próprio mentor, Romildo Bolzan Jr., jogou a toalha, após tantas discussões em detrimento do bem comum.

Claro que agora é um sentimento diferente, com o lado humano superando qualquer situação. Só que muitos ainda colocam o lado torcedor na frente de outras convicções.

Se a proteção à Chapecoense passar no Conselho Técnico da CBF, serei o primeiro a bater palmas. Agora, conhecendo os comandantes do futebol brasileiro, é preciso esperar também por São Tomé. Ver para crer.


Eduardo Baptista terá que conviver com rejeição da torcida palmeirense
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Alexandre Praetzel

Eduardo Baptista terá que conviver com a grande rejeição por parte da torcida do Palmeiras. Desde que seu nome foi informado pela imprensa como novo técnico do Palmeiras, vários torcedores invadiram as redes sociais com críticas à escolha pela inexperiência e ausência de títulos, mesmo em início de carreira.

Alguns conselheiros do Verdão também acham que o Palmeiras deveria buscar um profissional mais experiente e pronto para lidar com a pressão de assumir um time campeão brasileiro e cobrado por mais vitórias e conquistas, em 2017. Mensagens já foram trocadas e enviadas ao presidente Paulo Nobre, a respeito do assunto.

Eduardo está com 46 anos e tem vivência de vestiário porque trabalha no futebol há 20 anos, como auxiliar, preparador físico ou treinador. Ele terá um elenco com base mantida, alguns reforços, estrutura e apoio do patrocinador.

Eduardo deve ser anunciado oficialmente, até o dia 15, junto com as renovações de contratos de Alexandre Mattos e do goleiro Jaílson. Pelo menos, esta é a projeção do presidente eleito Maurício Galiotte.


Goleiro da Chape guarda mensagens do grupo por aniversário antes da viagem
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Alexandre Praetzel

Marcelo Boeck é um dos goleiros da Chapecoense. Aos 32 anos, comemorados no dia 28 de novembro, Marcelo não embarcou com a delegação para Medellín, porque havia pedido dispensa para comemorar o aniversário, em Chapecó. Convivi com Marcelo no Inter, desde sua ascensão ao profissional, em 2005. Em entrevista ao blog, Marcelo relembrou a convivência e os bons momentos com os companheiros de clube. Leia abaixo.

Momento mais lembrado com o grupo

''Sempre é o convívio. É aquilo que faz a gente ser o melhor grupo, a melhor pessoa, porque esse grupo não convivia só na hora dos treinos, jogos, concentrações, mas convivia fora de campo. Hoje, quando acontece uma tragédia dessas, é muito fácil falar que o grupo era especial, maravilhoso e tal, porque a gente tem esse sentimento, mas na verdade era isso que acontecia por causa desse convívio, respeito, alegria. Confesso que só consigo comparar o grupo do Inter de 2006, o tanto convívio que tivemos fora de campo. Seja aniversário dos filhos, almoço, janta, seja as esposas, os filhos, tudo aquilo que envolve. Tinha um grupo de jogadores que marcou uma viagem de férias para Punta Cana, tamanho era a afinidade e intimidade do grupo. Então, são aqueles momentos que a gente tem uma conquista, estamos juntos, mas depois que acaba o jogo, também estamos juntos fora de campo. Esse é o momento mais lembrado do grupo. O meu momento pessoal é porque segunda-feira eu estava de aniversário e antes deles embarcarem no voo, todos me mandaram as felicitações e os parabéns pelo meu aniversário e eu vou ter isso guardado sempre. Não vou apagar, não vou sair do grupo, vou manter essas mensagens porque essas lembranças que eu quero ter deles. Uma lembrança de alegria, de respeito e de uma grande amizade. Para mim, é essa imagem''.

Convivência num time que estava na sua melhor fase

''Aqui na Chapecoense encontra-se um grupo de pessoas que tiveram história no futebol e queriam ajudar esse clube a se tornar uma potência no Brasil. Outros que viveram uma fase pior nos últimos anos e a Chapecoense deu uma nova oportunidade e jovens que queriam aparecer no cenário nacional. Todos com o mesmo intuito e com o mesmo objetivo. Muitos deles vivendo o melhor momento das suas vidas, já com pré-contratos assinados com grandes clubes, renovações, permanências, fazendo com que a Chapecoense chegasse no melhor momento da história. Esse convívio fazia com que todos aqui tivessem uma motivação, um foco muito grande e uma empolgação de fazer, não só o clube, mas essa cidade que se envolve e merecesse essas conquistas. Era um grupo que muito fez e muito ficará marcado por causa disso''.

Reconstrução da Chape

''Eu particularmente, vejo a reconstrução como uma parte daqueles que ficaram. Acho que se Deus deu uma oportunidade para cada um nós ficar por aqui, é primeiro para não deixar esquecer o legado deixado por aqueles que partiram, fazer lembrar sempre. Para aqueles que virão para cá, a reconstrução de um elenco, um clube, todos têm que saber que para vir para a Chapecoense é com esse perfil de uma humildade, abraçando o projeto, a idéia do clube, fazendo com que você se enquadre dentro desse projeto e não o clube dentro de um projeto pessoal. Mas muito da comunidade, dos outros clubes do Brasil, acho importantíssimo. Lembro que na Europa, nos nove anos que eu estive lá, o Borussia Dortmund teve um momento em que iria decretar falência, iria fechar. Já foi campeão da Champions, é a maior média de público do mundo nos estádios e o Bayern Munique, maior rival deles, foi lá e pagou todas as dívidas. Isso fez com que o Borussia Dortmund hoje pudesse jogar até finais novamente, ter jogadores que têm, ser o que é hoje também. A gente se compara muito à Europa e queria ser como a cultura, os princípios europeus hoje, esse momento da Chapecoense é um grande momento para isso. Fazer com que o clube não seja rebaixado nos próximos três anos, emprestar jogadores, dar a solidariedade, apoio e o consolo necessário para que esse clube, de tão pouco tempo e cresceu dessa maneira, agora consiga receber todo esse apoio e se manter aqui''.

Marcelo pretende seguir na Chapecoense e trabalhar pela reconstrução do clube.


Inter. Tenha vergonha e respeite o futebol
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Alexandre Praetzel

Acompanho o Inter como jornalista desde 1993. Entrevistei vários dirigentes, técnicos e jogadores. E lamento que o clube esteja vivendo sua pior gestão, dentro e fora de campo. O presidente Vitório Píffero e sua diretoria envergonharam sócios e torcedores e criaram adversários reais e virtuais, nos últimos dias. Nunca houve tanta torcida contra como agora. Consumidores do futebol, opinião pública e redes sociais querem a desgraça do time, por atitudes e declarações inexplicáveis.

Píffero apoiou o grupo de atletas, na tentativa absurda e vergonhosa de não entrar em campo, na última rodada do Brasileiro. Aproveitaram a situação em meio a um momento de consternação geral pela tragédia com a Chapecoense. Ora, sejam homens. Trabalhem em silêncio e vão cumprir suas atividades. Respeitem a comunidade colorada e o esporte. Se forem rebaixados, voltem em 2018. Gigantes de vários países já disputaram a segunda divisão e não deixaram de existir, voltando tão fortes como antes.

Jogaram a toalha, sem entrar em campo. Sentimento real de luto ou uma oportunidade para escapar da queda? Deixaram a dúvida no ar com um discurso vazio e sem noção e se declararam incompetentes para ganhar do Fluminense e secar o Sport. O Inter merece cair pelo desempenho técnico sofrível na temporada. Agora, abrir mão de tentar se manter na Série A, corretamente e esportivamente, é uma mancha definitiva nos 107 anos de história.

 


Mattos escolhe Eduardo Baptista. Técnico busca liberação da Ponte Preta
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Alexandre Praetzel

Alexandre Mattos recebeu carta branca do presidente Maurício Galiotte e escolheu Eduardo Baptista como novo técnico do Palmeiras. Entre Palmeiras e o treinador está tudo acertado para um contrato até dezembro de 2018.  Falta Eduardo definir sua saída da Ponte Preta, acertando ou não o valor de uma multa rescisória. O Palmeiras não pagará nada.

Mattos está apalavrado com Maurício para uma renovação de contrato com o Palmeiras por mais um ou dois anos, mas ainda não assinou.

Eduardo Baptista está com 46 anos e treinou Sport e Fluminense. Chegou à Ponte Preta no início do Brasileiro deste ano. A Ponte Preta já está sondando técnicos no mercado. Marcelo Cabo, campeão da Série B pelo Atlético-GO, e Sérgio Soares, ex-Ceará, foram comentados.


Técnico da ascensão da Chape pede foco no apoio humano e familiar
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Alexandre Praetzel

Gilmar Dal Pozzo foi o técnico da Chapecoense nos dois acessos consecutivos da Chapecoense, em 2012 e 2013. Aos 47 anos, viveu profundamente a ascensão do clube, com diretores e comunidade. Discípulo de Tite, o ex-goleiro pediu apoio total aos familiares e amigos, neste momento difícil. Acompanhem a entrevista exclusiva ao blog.

O que a Chape representou na carreira

''Eu devo minha ascensão profissional por conta da minha passagem na Chapecoense. Foram dois anos de conquistas, de acessos. Sou o único técnico brasileiro que tem dois acessos na mesma equipe, no mesmo clube. Profissionalmente, representa a minha ascensão profissional, o meu crescimento na carreira, mas o que mais representa na Chapecoense, é uma história bonita de família, que a gente deixou um legado lá. A cidade, quando tu chegas em Chapecó para trabalhar, o povo de Chapecó abraça os profissionais e a gente construiu uma família. Eu determino a Chapecoense como uma família. Outros técnicos e profissionais que passaram lá, seguiram nessa mesma linha. Por que? Porque aqueles diretores e os que ficaram, representam muito família. A cidade é muito receptiva. Eu tenho o sentimento ainda mais forte porque eu nasci próximo de Chapecó, numa cidade chamada Quilombo. Então está no meu sangue a região de Chapecó. Representa muita coisa na minha vida profissional e na minha vida familiar, no lado humano também''.

Contatos com colegas e dirigentes na trajetória da Chape

''Na verdade, meu último contato foi com o presidente Sandro Pallaoro, no sábado. O presidente me ligou por conta de uma notícia também triste, que faleceu a esposa do Maringá, diretor de futebol e ex-atleta na Chapecoense. Uma figura importantíssima naquele processo de ascensão da Série C para B e da B para A. Então, o Sandro estava em dúvida se viajaria direto de São Paulo ou ia participar do velório ou enterro com o amigo. Ele estava nessa dúvida e no sábado a gente estava conversando sobre isso e falando mais desse assunto, não propriamente do futebol. Mas ele tinha essa dúvida se ele iria viajar ou acompanhar o amigo''.

Reconstrução da Chape

''De fato, não sei te responder essa pergunta. O que vai ser. Só vejo que nós temos que ajudar, contribuir. Eu pelo menos vou fazer isso. Estou indo à Chapecó para ficar com os familiares e pessoas próximas que marcaram minha vida. Nesse momento, nós temos que dar esse abraço, essa força, calor humano, esse lado sentimental nosso. Depois, a projeção do clube, todos nós de alguma forma temos voz ativa e a sensibilidade de todas as classes, inclusive da imprensa também, sugerindo, tentando reerguer a Chapecoense. Mas isso é um assunto para depois. A nossa preocupação, minha preocupação, da minha família nesse momento, é pelo menos dar força aos familiares, às pessoas que ficaram e estão preocupadas com isso e precisando dessa força amiga''.

O que mais te marcou na Chape

''Foi a organização, gestão. O clube é muito organizado, muito simples. É uma diretoria que não tinha oposição. Os diretores muito simples na figura do presidente. A comunidade abraça os profissionais. Eu posso definir que a Chapecoense é uma família. Por isso que ficará essa lembrança bonita da Chapecoense, na memória de todos nós. De quem teve a oportunidade de trabalhar dois anos na Chapecoense, participar dessas pessoas boas, queridas, que são de índole, de caráter. E as pessoas também que não participaram diretamente, têm uma simpatia e abraçaram a Chapecoense como um segundo clube. Eu vejo que hoje, o estado de Santa Catarina, região de Chapecó, Brasil e o Mundo estão sensibilizados por tudo que aconteceu porque é um clube muito simpático e querido por todos. Então, ficará na memória de todos, essa imagem bonita da Chapecoense''.

Mensagem que deixas

''Eu penso que a imprensa é muito importante na questão de buscar informações das causas do acidente, da projeção do clube em relação a tudo que vai acontecer. Tudo isso é compreensível, mas gostaria que as pessoas pensassem o lado humano e se falasse bastante também nesse lado humano de ajudar, principalmente os familiares, a própria Chapecoense. Queria pedir que as pessoas ajudassem com mensagens, sugestões, de ajudar os familiares. Eu me coloco no lugar desses profissionais da imprensa, como os atletas, todo mundo que estava nesse voo. Saíram da casa deles para trabalhar e não voltaram mais. A Chapecoense é um exemplo de conquista e gestão. Positivo para pessoas, clubes. Então, uma mensagem de força e apoio para todos, nesse momento''.

Gilmar Dal Pozzo é o novo técnico do Ceará. Começa seu trabalho, em janeiro de 2017.


Palmeiras tenta Eduardo Baptista para novo técnico
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Alexandre Praetzel

Depois de Roger Machado acertar com o Atlético-MG e Abel Braga fechar com o Fluminense, o Palmeiras tenta agora contratar Eduardo Baptista, técnico da Ponte Preta. O treinador agrada à diretoria e renovou contrato com o clube campineiro, recentemente.

Eduardo Baptista está com 46 anos e fez bom trabalho no Sport, em 2014 e 2015, com 127 jogos. Passou pelo Fluminense com apenas 26 partidas e chegou à Ponte Preta, no início do Campeonato Brasileiro.

Há 30 dias, o blog entrevistou Eduardo Baptista. Acompanhem algumas idéias do treinador.

Pronto para comandar um time grande ou a passagem pelo Flu deixou dúvidas

''Eu aprendi uma coisa com meu pai. Trabalhei dez anos ao lado dele e fui criado por ele. Nessa profissão, você não pode ter dúvidas. Tudo o que eu faço no meu dia-a-dia, as decisões que eu tomo, a decisão de ter ido para o Fluminense, sempre foi com muita certeza, muito medido, ciente do que poderia acontecer. Então, se tiver um convite de um time grande e eu aceitar, é porque eu fiz um planejamento, fiz a minha programação, estudei a equipe que eu vou. Sei onde vou pisar. E no Fluminense eu fiz tudo isso. As coisas não deram certo. O que me acalenta é que está lá um treinador, que é uma das minhas referências, principalmente pelo seu estilo ofensivo e conduta. E as coisas também são difíceis. Eu vejo o Fluminense com os mesmos problemas de quando eu estava lá, em fevereiro. Naquela época, tinha um mês e meio só de trabalho e as coisas não aconteceram. Às vezes, foge um pouco do treinador, mas tudo o que eu queria fazer lá, o que eu acho certo, eu fiz. Coloquei minhas idéias em prática, estávamos conseguindo um trabalho. Por muito pouco, não chegamos a uma final de Copa do Brasil, perdemos para o Palmeiras nos pênaltis. Foi um trabalho que não deu certo, mas eu coloquei meu modelo de jogo, fiz experiências com Fred, Ronaldinho Gaúcho. Foram as melhores possíveis, principalmente com Fred, um cara excepcional, que me ajudou demais e eu respeito. Virou um amigo pessoal meu. Simplesmente as coisas não deram certo porque não eram para dar. A gente ainda vê o Fluminense com dificuldades também, os mesmos problemas que eu tinha, o Levir está encontrando lá''.

Modelo de jogo e trabalho

''Meu modelo de jogo é muito parecido com o que o Tite colocou. Eu já tenho uma filosofia, desde o Sport, em 2014. Nós jogávamos com esse mesmo estilo apoiado, num 4-1-4-1, ora 4-3-3, mas sempre com uma trinca no meio. Jogava com Diego Souza, Rithely como primeiro e Danilo fazendo o terceiro homem, com uma chegada à frente, com um centroavante, ora fixo, ora flutuante e dois atacantes de velocidade pelos lados, também chegando à frente ou fazendo um apoio pelas beiradas, fazendo uma triangulação. Meu modelo é muito parecido com o que o Tite está tendo sucesso na Seleção Brasileira. Você pode ter uma chegada com mais gente à frente, uma formação de triângulo pelos lados, uma chegada na área com três jogadores, no mínimo. É um sistema bem parecido. Eu fico contente que é um modelo que eu já venho trabalhando, desde 2014, e a gente tem conseguido bons resultados. Conseguimos no Sport, estamos conseguindo na Ponte Preta e a gente tenta melhorar a cada dia, inovar, trazer coisas diferentes na maneira de marcar, jogar, mas sempre com a filosofia na hora de jogar, você ter um apoio pelas beiradas porque hoje os times jogam muito fechados por dentro e quando você defende, uma compactação no meio porque é onde o jogador brasileiro tem a criatividade. Você trava esse meio e joga o adversário para o lado, onde a gente procura roubar essa bola e jogar e sair pelo mesmo local. O modelo de jogo é esse. De trabalho, a gente procura sempre jogar, colocar a bola no chão, passe para frente, agressividade, explorando o talento do jogador brasileiro. Defensivamente, tentar diminuir os espaços, principalmente, na região central do campo. Tem que dar liberdade também. Se compara muito o futebol brasileiro ao europeu. Para o brasileiro, você tem que dar um pouco de liberdade a mais do que você dá ao europeu. O europeu não tem o talento, não tem o drible, a ginga, aquela saída inesperada que o brasileiro tem. Eu procuro não podar. Tem uma disciplina, mas na hora de jogar, tem uma liberdade criativa para um espaço para o jogador criativo pensar e tomar as decisões. O jogador brasileiro tem isso que ninguém tem. Por isso, os times das ligas européias estão lotados de jogadores brasileiros''.


Palmeiras procura novo técnico; Roger interessa, mas está perto do Galo
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UOL Interação

Abel

Com a saída de Cuca definida, o Palmeiras já busca um novo treinador no mercado. Nos bastidores da festa do título, no domingo, os nomes de Roger Machado e Abel eram comentados abertamente. No entanto, Roger interessa ao Atlético-MG e está em Belo Horizonte nesta quarta para negociar com o clube mineiro.

Abel, pela experiência, tem muitos admiradores no Verdão. Eduardo Baptista, da Ponte Preta, também é um nome bem visto dentro do clube.

Pelas ambições de títulos de expressão na temporada, sobretudo a Libertadores para jogar o Mundial, a cúpula alviverde entende que é preciso um nome mais calejado e rodado. Isso dificulta, por exemplo, a chance de o auxiliar Alberto Valentim ser efetivado, mesmo com trabalho reconhecido pela diretoria.


Força Paulo Paixão. Meus sentimentos.
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Alexandre Praetzel

Acordei neste dia 29 de novembro com a tragédia da Chapecoense. Um momento triste para a vida, futebol e o jornalismo esportivo. Ali estavam entrevistados recentes por mim como Caio Jr., Cléber Santana e Bruno Rangel, além do assessor de imprensa, Cleriston Silva, sempre atencioso comigo.

Entre tantas perdas, o esporte perdeu um grande profissional como Anderson Paixão, filho do professor Paulo Paixão, outra grande figura. Vi Anderson começar como estagiário no Grêmio, auxiliando o pai. Acompanhei sua trajetória no Grêmio, Inter, Chapecoense e o ápice na carreira, chegando à Seleção Brasileira.

Anderson nos deixou aos 37 anos, cheio de vida e eternamente comprometido e motivado com a profissão. Cada vez que nos encontrávamos, trocávamos abraços e relembrávamos momentos curiosos e engraçados das nossas carreiras. Sempre fazendo referência ao pai Paulo Paixão, também entrevistado por mim, inúmeras vezes.

Cara do bem. De uma família vitoriosa no futebol e na vida. Deixo minhas condolências e sentimentos a eles. Em 2002, o irmão Alessandro partiu, aos 25 anos. Professor Paulo Paixão, força e receba meu abraço.

Registro também todos os meus sentimentos aos colegas de jornalismo presentes no voo e a todos os seus familiares.

 


Fábio Santos aposta em virada em POA e elogia interino do Galo
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Alexandre Praetzel

Fábio Santos é um jogador vencedor na carreira. Ganhou todos os títulos possíveis com a camisa do Corinthians e agora é titular da lateral esquerda do Atlético-MG. O Galo precisa de uma reação espetacular contra o Grêmio, na decisão da Copa do Brasil, nesta quarta-feira, em Porto Alegre. No primeiro jogo, o tricolor gaúcho venceu por 3 a 1, em pleno Mineirão. Fábio Santos conversou com o blog com exclusividade sobre a mudança de técnico no Atlético-MG, a capacidade do time, Corinthians e o técnico Tite. Leia abaixo.

Causas da derrota contra o Grêmio no Mineirão

''O que aconteceu no primeiro jogo na verdade, acho que foi um dia atípico, onde nós pegamos uma equipe muito bem organizada. Nós sabíamos que seu ponto forte sempre foi no meio-campo e acabamos perdendo muito o meio-campo. Não fizemos uma boa partida tanto na compactação. No coletivo, foi uma partida muito abaixo da nossa equipe. Individualmente, coisas que no decorrer do ano a gente conseguiu decidiu algumas partidas e infelizmente nesse jogo não funcionou o individual. Numa noite muito feliz da equipe do Grêmio, que soube aproveitar, fez uma partida muito melhor do que o Atlético e abriu uma vantagem considerável. Uma pena por nós termos uma noite tão infeliz numa final de campeonato. A gente fica chateado por isso, mas temos condições e vemos possibilidade de conseguir reverter esse placar lá em Porto Alegre''.

Saída de Marcelo Oliveira

''Essa troca de treinador entre um jogo e outro de uma decisão não é normal que isso aconteça. A gente não está acostumado a ver isso com frequência. Óbvio que não era o que nós esperávamos para esse momento até porque nós esperávamos fazer um grande primeiro jogo e ir com uma vantagem para Porto Alegre. O presidente deu sua explicação. Falou que não contava mais com os trabalhos do Marcelo para a próxima temporada, após essa derrota. E para tentar algo diferente para o jogo seguinte, o segundo jogo dessa decisão, ele acabou optando por essa mudança. Óbvio que não é um costume que nós temos. Não estamos acostumados a ver este tipo de coisa, mas tomara que possa surtir efeito e nós possamos conquistar esse título e também dedicar ao Marcelo, que foi um cara que ajudou bastante nessa campanha toda''.

Chegada de um novo técnico muda algo ou é impossível reverter

''Acredito que com a chegada do Diogo Giacomini, um cara que está há bastante tempo no clube, nas categorias de base. É um cara muito inteligente na parte tática, já conseguiu num curto período em poucos treinamentos implantar algumas coisas que a gente gostou. A gente está procurando entender o mais rápido possível o que ele está pedindo e a gente não vê essa final como impossível. A gente vê muita chance para reverter. Óbvio que temos melhorar muitas coisas em alguns aspectos e estamos trabalhando para isso. Mesmo com poucos dias de trabalho, nós temos tudo para fazer um jogo muito melhor do que na semana passada e estamos motivados, acreditando que possamos fazer um grande jogo e reverter essa desvantagem''.

Atlético deveria estar jogando mais pelo elenco que tem

''Eu acredito que sim. Acho que a gente montou um elenco qualificado para isso, para que fosse realmente cobrado que tivesse atuações melhores, mas sem dúvida nenhuma, nós tivemos muitos problemas no meio do caminho para encontrar uma equipe. Quando nós encontramos uma equipe, jogadores importantes se machucaram, a gente perdeu muitos jogadores por causa de lesões, durante a temporada. Muitos jogadores também chegaram durante o campeonato. Isso acaba atrapalhando, querendo ou não, até você conhecer, a maneira como a equipe joga. Tem um grupo muito forte e sem dúvida nenhuma, eu vejo um 2017 muito melhor e esse começo já muito bom com o quarto lugar no Brasileiro e uma decisão de Copa do Brasil agora, onde nós podemos ainda conquistar o título. Então, foi um começo muito bom e o de 2017 pode ser ainda melhor''.

Críticas de Vítor e Rafael Carioca a Marcelo Oliveira

''Acho que cada um tem sua opinião. Eu respeito. Marcelo é um cara que eu admiro bastante, não só pelo treinador que é. Pelo jogador que foi e pela pessoa também. Um cara muito bacana, uma pessoa do bem, respeitoso com todos os atletas. A gente ficou triste por essa saída dele. Um cara que tentou a todo momento implantar sua maneira de jogar. Infelizmente, não saiu como todos esperavam. A cobrança no Atlético, pela qualidade do seu elenco, era para que tivesse apresentações melhores e ele não conseguiu achar esse equilíbrio que nós estávamos procurando durante a temporada. Óbvio que ele tem sua parcela de culpa, como nós jogadores também temos, mas é um grande treinador que já mostrou nos últimos anos, por todas as conquistas que teve. É um cara que eu estou sempre na torcida para que ele possa fazer grandes trabalhos em outras equipes e para mim foi um prazer muito grande ter trabalhado com ele e com toda sua comissão técnica''.

Passagem pelo futebol mexicano

''Foi muito prazerosa e enriquecedora também. Gostei bastante do futebol mexicano. O povo é bastante alegre, parecido com o povo brasileiro, campos sempre cheios, campeonato muito disputado. Foi uma temporada muito bacana na qual eu gostei bastante. Infelizmente, tinha mais um ano de contrato e acabei tendo um problema com o treinador que estava naquele momento no Cruz Azul, que já não está mais também. Ele tinha outras idéias que não batiam muito com as minhas. E vi até um certo comodismo por parte dos jogadores da equipe e competitivo como eu sou, para mim já não estava tão bacana. Eu não consigo estar por estar. Cheguei no Atlético com a possibilidade de estar brigando por títulos, conquistando títulos e por isso, a escolha de voltar para o futebol brasileiro num clube como o Atlético. Minha passagem pelo México foi muito bacana. Agradeço a todas as pessoas que me ajudaram por lá. Todos os funcionários e jogadores do Cruz Azul. Foi uma experiência muito bacana''.

Tite está muito à frente dos outros técnicos brasileiros

''Sou até suspeito para falar dele. Um cara que eu convivi muito tempo e cresci muito como jogador, como pessoa. tem um jogador Fábio Santos antes do Tite e pós Tite. É um cara que vejo sim que está à frente dos outros treinadores tanto dentro do campo, na parte tática, com alternativas de jogo e na parte defensiva, que sempre foi seu forte. Agora, também achando outras alternativas de ataque. Fora seu dia-a-dia, como ele sabe lidar com o grupo. Óbvio que ele não trabalha sozinho. Tem um staff muito forte que o ajuda muito. É um cara que está ajudando a recuperar a auto-estima do futebol brasileiro com seis jogos, seis vitórias e a classificação quase garantida para a Copa do Mundo. Em algum momento, a gente se viu ameaçado de ficar fora. Então, sem dúvida nenhuma, hoje o Tite é o melhor treinador brasileiro, disputando com grandes treinadores no mundo. Para mim, é um prazer enorme ter trabalhado e ter podido trabalhar com ele também na Seleção Brasileira, neste curto período. Está à frente dos outros treinadores por tudo que se preocupa em fazer, crescer, estudar e além de treinador, é um grande gestor também''.

Lateral esquerda da Seleção está resolvida

''Primeiro, estou muito feliz por essa volta ao futebol brasileiro. Pelo Brasileiro que eu acabei fazendo, por chegar a uma final de Copa do Brasil. Realmente, voltei a encontrar meu melhor futebol e graças a Deus, fui lembrado pelo Tite para fazer parte da Seleção Brasileira. Vejo dois jogadores que estão na função há um bom tempo, que são Marcelo e Filipe Luís e outros jogadores que podem ter uma oportunidade ou já tiveram. Quero estar sendo lembrado, chamado, o Tite já me conhece também. Vejo a segunda posição em aberto ainda e vou continuar trabalhando, respeitando aqueles jogadores que ali estão, com mais convocações, com mais bagagem, mais história dentro da Seleção. Sem dúvida nenhuma, é um sonho que eu tenho de poder participar mais vezes e disputar um campeonato importante com a camisa da Seleção. Terei essas oportunidades trabalhando firme no Atlético, conquistando títulos e quem sabe, para continuar tendo mais chances''.

Momento negativo do Corinthians surpreende

''Claro que eu fico triste. O Corinthians foi um lugar onde eu fui muito feliz. Foi a principal equipe onde eu passei na minha carreira. Onde eu conquistei os títulos mais importantes, me levou para a Seleção Brasileira. Foi onde eu encontrei a felicidade. Foram quase cinco anos, onde não tem como você não se apegar, torcer pelos funcionários, jogadores com quem eu já joguei. Estou sempre de olho nas notícias do Corinthians. Fico triste por tudo que está acontecendo, por essas mudanças, a questão do estádio, diretoria, presidente, enfim. A gente fica triste por tudo que está acontecendo, o Corinthians é muito grande para ficar no meio da tabela e ter esses tipos de problemas. Não cabe a nós julgar. A gente procura olhar dentro de campo, mas o Corinthians é uma equipe que sempre tem que estar lutando por títulos por tudo que proporciona aos seus jogadores, estrutura. Mesmo de longe, óbvio que eu sempre vou estar torcendo para o Corinthians estar disputando títulos, chegando, porque é um lugar onde eu tenho um carinho muito grande''.

Nível do futebol brasileiro

''Vejo um nível muito bom do futebol brasileiro. Óbvio que não tem uma ou outra equipe muito à frente das outras, como nós vemos na maioria dos campeonatos europeus, onde você tira duas ou três que são bem superiores a outras. Vejo um nível de futebol bom com jogadores talentosos, onde a gente vê emoção a todo o momento. Óbvio que a gente vê um jogo mais pegado aqui, um outro jogo mais bem jogado ali. Hoje o futebol exige competitividade a todo o momento, mas vejo o Brasileiro como um dos campeonatos mais disputados no mundo. Um campeonato gostoso de jogar, de assistir, e vejo um nível de futebol de médio para bom e feliz com essa retomada da Seleção, que valoriza todos os jogadores a voltar a ter aquele respeito que nós tínhamos antigamente''.

Modelo de gestão do Atlético

''Aqui no Atlético, vem procurando fazer um trabalho. O presidente teve que tomar a frente de muita coisa, por causa do problema com o Eduardo Maluf, e tentou montar um elenco qualificado. Óbvio que nem todas as escolhas acabam dando certo. Aquelas escolhas de jogadores, comissão técnica. Acredito que as coisas tendem a dar certo, pela maneira como ele vem trabalhando. Se não for num curto prazo, pode ser a médio ou longo prazo. Hoje, a estrutura que o Atlético nos oferece de campos, academia, concentração, CT, com salários em dia. Acredito que vem tendo uma gestão muito boa e é modelo para todas as outras equipes do futebol brasileiro''.

Projeção do Atlético para 2017

''Expectativas são as melhores possíveis. A gente montou uma equipe muito forte nesse ano, mesmo com jogadores chegando no meio da temporada. Tivemos muitas lesões que nos atrapalharam bastante. Graças a esse elenco forte, que nos colocou na condição de Libertadores e final da Copa do Brasil. Com a manutenção do elenco e a chegada de um novo treinador ou a permanência do próprio Diogo que assumiu agora. A gente vê um ano que possamos conquistar e disputar títulos. Jogar numa qualidade melhor que nós apresentamos esse ano. Nós temos equipe para isso. é trabalhar forte para ter um 2017 à altura da expectativa de todos''.

Aos 31 anos, Fábio Santos chegou ao Atlético, na janela de transferências, em julho. Ganhou a posição de titular da lateral esquerda, após a venda de Douglas Santos para o futebol alemão. Fábio começou no São Paulo e passou também por Santos e Grêmio, antes de atuar no Corinthians.