Blog do Praetzel

Empresário brasileiro revela bastidores de Jadson, Luxa e Felipão na China
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Alexandre Praetzel

O mercado chinês segue tirando os melhores jogadores das principais ligas do mundo. Na última janela de transferências, o Shanghai Shenhua tirou Carlitos Tevez do Boca Juniors e pagará a ele cerca de US$ 40 milhões anuais (cerca de R$ 136 milhões) por temporada, segundo informações da imprensa chinesa. O blog entrevistou o empresário gaúcho, Eduardo Ponticelli, radicado há dez anos na China. Ponticelli trabalha com importações no país asiático, mas também lida com o futebol no local. Ele falou sobre os planos e próximos passos da liga chinesa, jogadores brasileiros e a tentativa dos chineses em montar um grande time no Brasil. Leia abaixo.

Futebol na China

''O fenômeno do futebol na China se dá por alguns motivos. O primeiro é a vontade pessoal do presidente chinês em ver o esporte crescer. Ele visualiza que o futebol é um esporte popular e que chama a atenção das pessoas. O que é uma verdade, tu crias uma rivalidade entre os clubes, cria aquela vontade de ir para o estádio, ver o time dele com grandes jogadores, reúne amigos e também movimenta a economia do país, de uma certa forma – venda de camisas, marketing. Na China, o futebol era o quinto ou sexto esporte mais popular. Hoje, já é o quarto, mas tende a subir ainda mais. O outro motivo é completamente político. Eles levam os grandes jogadores para China para atrair a mídia para o país de uma forma positiva. Por exemplo, dizendo que um clube pagou 60 milhões pelo Oscar e que um time de lá quer ser campeão da Ásia e jogar o Mundial de Clubes. Eles têm um plano de tornar o futebol chinês o maior do mundo. Chegam ao delírio de dizer que existirá um modo chinês de se jogar futebol como já existiu o brasileiro e agora existe o alemão''.

Futuro do futebol chinês

''Na China, tudo é planejamento. Se amanhã a Fifa chegar e dizer: “precisamos fazer a Copa do Mundo aqui”, não tenha dúvidas de que a China é capaz disso. O país tem os melhores estádios e os melhores centros de treinamentos. Eles nunca se candidataram para receber a Copa porque estão esperando montar uma seleção capaz de fazer frente as melhores equipes do mundo. O país já fez tudo no esporte. Já recebeu Olimpíadas, X Games, Copa do Mundo de natação, Masters de tênis. O que você pensar ela já fez''.

Jogador brasileiro na China

''O jogador brasileiro se adapta em qualquer circunstância e visualiza sempre o dinheiro. Então ele vai para a China, se tiver que passar um ano lá, num ambiente que não é tão bom, o jogador vai pelo dinheiro e pela possibilidade da independência financeira, enquanto os jogadores europeus e argentinos não dão tão certo porque não se adaptam bem. Ele só entra em campo no domingo, mas o resto da semana é totalmente diferente''.

Jadson

''Ele e o Luís Fabiano faziam parte de um projeto do Tianjin Quanjian para subir para a primeira divisão. Para os chineses, jogador que joga na segunda divisão não pode jogar na primeira. Até pouco tempo, eles diziam que para jogar na primeira o cara não ia aguentar correr porque corria menos na segunda. Uma coisa tosca. Pelo que fiquei sabendo, já estava acertado com o Corinthians, quando saiu da China. Além disso, o Canavarro entrou no lugar do Luxemburgo e optou por tirar a maioria dos jogadores contratados pelo brasileiro''.

Luís Fabiano

''Foi um pedido do Vanderlei Luxemburgo. Tinha só um ano de contrato. Foi um dinheiro muito bem investido na minha opinião. Foi goleador da segunda divisão. Fez sua independência financeira. Agora, ele pode jogar onde quiser. Até mesmo de graça''.

Vanderlei Luxemburgo

''Ele enfrentou problemas culturais lá na China. Por exemplo, levou 15 profissionais do staff dele para a comissão técnica. O médico do Flamengo foi para lá, mas os caras não estavam acostumados. Isso causou estranheza. E isso começou a causar problemas para ele. Até porque todo mundo sabe que o Vanderlei não é uma pessoa fácil de lidar. Na verdade, os chineses fizeram um complô. As pessoas do segundo escalão derrubaram ele''.

Felipão

''Ele tem uma seleção de jogadores na mão. O time dele é hexacampeão na China. No entanto, ele teve um problema de relacionamento no clube. Vez e outra, surge um ranço, estilo Celso Roth no Felipão. Ele implicou com o Elkeson e tirou o jogador do time. O Felipão chegou a ser demitido do clube, que ia assinar com o Marcelo Lippi, mas aí veio a seleção chinesa e levou o italiano. Então por isso que o Felipão ainda está lá''.

Jadson já retornou ao Brasil, mas ainda não definiu seu futuro. Luís Fabiano aguarda pela sua liberação do Tianjin Quanjian para voltar ao futebol brasileiro. Dos novos negócios, Marinho é a principal novidade, desembarcando em solo chinês.

Assim como já é na Europa, o futebol chinês deve chegar ao Brasil nos próximos anos. Segundo Ponticelli, os planos dos empresários chineses são de comprar um clube por aqui. Times já são especulados no interior de São Paulo e também no Rio Grande do Sul. O objetivo é criar a melhor equipe do país. Além disso, os times e agentes FIFA licenciados na China têm um aplicativo para o acerto de transações. Para que uma proposta seja autorizada o agente tem que ter uma autorização assinada pelo jogador e enviar uma foto com o mesmo.

*colaborou João Praetzel.

 


Ceni tem bom início de trabalho. São Paulo precisa de mais três reforços
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Alexandre Praetzel

Acompanhei a decisão da Flórida Cup entre São Paulo e Corinthians. Gostei da movimentação dos dois times no primeiro tempo, apesar da virilidade excessiva em algumas jogadas. O tricolor foi superior, com mais posse de bola e alternativas ofensivas. O Corinthians praticamente não chegou à área são-paulina.

Na segunda etapa, com várias mudanças nas duas equipes, o Corinthians equilibrou a partida e perdeu três boas oportunidades de gols, apresentando uma melhora na criação de jogadas do meio-campo. O São Paulo pareceu mais cansado, mas em nenhum momento abdicou de buscar o ataque.

Com a decisão nos pênaltis, brilhou o goleiro Sidão. O São Paulo encarou a conquista com entusiasmo de quem não ganhava um título há muito tempo. Acho que o fato de ter vencido o tradicional rival, aumentou a importância do troféu.

Sigo com a opinião de que resultados pouco importam na pré-temporada, mas não posso deixar de registrar o início de trabalho de Rogério Ceni. Foram 15 dias de treinamentos intensos, adotando novos métodos e procurando extrair o máximo de cada atleta. Pelas declarações dos são-paulinos, um começo promissor e bastante otimista para o time alcançar resultados expressivos, durante o ano. Resta saber se haverá fôlego e comprometimento para manter todos no limite. Os resultados de campo determinarão as análises mais uma vez. Do presidente ao mais humilde torcedor. Não dá para esconder que o São Paulo precisa de mais um meia, um lateral-esquerdo e um centroavante.

No Corinthians, foram apenas nove dias de trabalhos. Fábio Carille tem objetivos claros para reconduzir o grupo ao estilo de jogo do ex-técnico Tite. A dúvida é se irá conseguir com os nomes que tem à disposição. Claramente, um meia e um atacante são fundamentais para acertar a equipe.

 


Leco admite conversa por Jucilei e vê Nilmar mais distante do São Paulo
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UOL Esporte

O São Paulo tenta a contratação do volante Jucilei. A diretoria ainda busca mais um atacante e mostra-se empolgada com o início de trabalho de Rogério Ceni, no comando técnico da equipe. O blog conversou com exclusividade com o presidente Leco, a respeito do momento são-paulino. Leia abaixo.

Jucilei

''Ele não está sendo contratado, mas há uma perspectiva de que isso possa acontecer. Ainda estamos em fase de estudos, análises, conversas, e pode ser que se efetive. Se acontecer, será bom. Existem as chances''.

Nilmar

''Se fosse possível, seria bom, mas o Nilmar está muito enraizado no seu projeto de exterior. Agora, que ele está nos Emirados Árabes, é difícil a liberação dele e ainda que ela aconteça, eu sei que ele tem preferências por ir para a Europa. Então, foi uma consulta que nós fizemos, algumas análises e tal, que não evoluíram porque percebemos assim que o posicionamento dele pessoal está sendo muito marcante para decidir o futuro dele no futebol. Mas claro que é um jogador de enormes qualidades e que eu gostaria de ver com o São Paulo''.

Busca mais um atacante

''Se conseguir. Nós estamos assim naturalmente abertos a todas essas perspectivas. Estamos analisando, mas o mercado está muito difícil, muito escasso. Então, nós não podemos nos precipitar e por enquanto tratar com essa formação, resolvendo os problemas até maio, quando começa o Campeonato Brasileiro''.

Primeira impressão do time com comando de Rogério Ceni

''Foi boa, animadora. Mostra a efetividade do trabalho, a qualidade que ele está colocando e nos dá ânimo e perspectiva para sonhar com bons resultados''.

Enfrentar o Corinthians

''Não sei se é bom pelo aspecto emotivo, que envolve demais o torcedor nesta hora. Mas é bom, é um clássico e não tem facilidades na vida em nenhuma circunstância. Então, essa de enfrentar o Corinthians, é uma realidade e vai ser bom que aconteça''.

Projeção para a temporada. Obsessão pelo Paulista

''Não tenho obsessão, mas tenho uma grande vontade. Quero muito que isso aconteça. Estamos organizados para isso. Espero que o trabalho frutifique e dê certo e mais do que isso, que nós tenhamos sorte porque não há bom trabalho que conquiste sem que a sorte esteja do lado''.

Ganhar o Paulista ajuda na reeleição?

''Certamente que sim. É um detalhe interessante(risos). Pode ser perfeitament mais um motivo de alegria a nos animar no São Paulo. Não tenho idéia de quantos adversários na eleição. Há especulações, nomes que são ventilados, mas ainda não tem nada resolvido''.

O São Paulo decide a Flórida Cup contra o Corinthians, neste sábado, as 21h(de Brasília). Leco é candidato à reeleição, no mês de abril.


Vitória investe em reforços para reduzir diferença de Sudeste/Sul
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Alexandre Praetzel

O Vitória foi um dos clubes que agitou o mercado da bola neste início de ano e contratou jogadores conhecidos e experientes no futebol brasileiro. Os destaques são o meia Cleiton Xavier e os argentinos Dátolo e Pisculichi. Ainda chegaram os laterais Leandro Salino e Geferson, o zagueiro Alan Costa, o meia Gabriel Xavier e o atacante Paulinho. O diretor de futebol, Sinval Vieira, conversou com o blog sobre os investimentos feitos, a projeção para 2017 e a tentativa de diminuir a diferença para os adversários das regiões Sudeste e Sul. Acompanhe abaixo.

Investimentos em jogadores mais experientes

''O clube precisava de jogadores com bom currículo, vencedores. Coincidentemente, alguns atletas escolhidos estão nessa faixa de idade de 30 anos. Porém, não são todos. O Vitória também fez contratações de jovens jogadores. São atletas, acima de tudo, vencedores. Esse é o perfil que desejávamos''.

Investidores participando das contratações

''Sem investidores. Financeiramente, somos um clube equilibrado atualmente. Toda a preparação do elenco foi feita com recursos do Vitória''.

Projeção para a temporada

''Evidentemente que começando a pré-temporada não só com um time, mas com um elenco qualificado, estamos desejando brigar por posições muito melhores, em todas as competições. Começamos o ano com o time que acreditamos ser muito forte''.

Renovação com Argel

''Ele tinha um elenco que não era dos melhores no ano passado e se manteve na primeira divisão, foi muito eficiente. A escolha da renovação de Argel também passou por ele conhecer parte do elenco atual''.

Volta do Bahia à Série A é importante para o Vitória?

''Não faz diferença para nós. Para o futebol da Bahia, sim. Os dois grandes clubes na primeira divisão evidentemente é muito bom para o estado''.

Futebol nordestino virou coadjuvante na Série A

''Os números mostram isso. Por mais duro que seja, os números mostram isso. A gente tem que trabalhar muito para que isso seja revertido o mais rápido possível''.

Caminho para diminuir a diferença para Sudeste/Sul

''Mais trabalho e competência. Temos que trabalhar até mais que o gestor do Sul, que tem maior poderio econômico para facilitar o trabalho. É trabalhar mais''.

Saída de Marinho

''O empresário queria dar um valor abaixo do previsto em contrato e não aceitamos. O valor da cláusula tinha que ser respeitado. Isso aconteceu posteriormente e estamos concluindo a transferência''.

Marinho foi para o Changchun Yatai da China por cinco milhões de euros(R$ 17 milhões). O ex-jogador do Vitória assinou contrato de três anos com o clube chinês.

Em 2017, o Vitória vai disputar o Campeonato Baiano, Copa do Nordeste, Copa do Brasil e Série A do Brasileiro.


Paulo Garcia quer foco exclusivo no Corinthians e pagamento do estádio
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Alexandre Praetzel

Paulo Garcia nunca escondeu o sonho de ser presidente do Corinthians. Filho de Damião Garcia, conselheiro vitalício e irmão do empresário Fernando Garcia, com grande trânsito no clube, Paulo Garcia concedeu entrevista exclusiva ao blog sobre o momento financeiro delicado, a ameaça de impeachment do presidente Roberto de Andrade e a situação da Arena Corinthians, impagável para a maioria dos conselheiros. Leia abaixo:

Impeachment de Roberto de Andrade 

''Primeiro precisamos pensar no Corinthians, o que não vai prejudicar ainda mais o Clube. Existe uma comissão de Ética analisando o caso. Precisamos aguardar a apuração dos fatos e principalmente, não julgar politicamente. Não é hora de política e sim de termos a responsabilidade de não fazermos desse momento, uma batalha entre situação e oposição. Não podemos permitir que ninguém queira se aproveitar desse momento difícil para fazer política. Temos uma obrigação de pensar no Corinthians''.

Candidatura à presidência em 2018

''Não posso trabalhar e ninguém deveria trabalhar para ser candidato agora. Primeiro temos que pensar e trabalhar para o Corinthians. Daqui um ano teremos a eleição. No momento certo, eu me reúno com meu grupo e aí sim, escolheremos o melhor nome para participar da eleição. Hoje, ficar fazendo campanha é oportunismo, só cria um ambiente de maior tumulto dentro do clube e não acrescenta nada''.

Andrés é o culpado pelo imbróglio do estádio?

''O país tem uma grave crise que se arrasta por quase três anos. Isso atrapalhou a vida de todo mundo. Muitas empresas estão passando por momentos difíceis, tendo que realinhar seus projetos com esse momento econômico. O nosso estádio nasceu no meio de um momento muito positivo da economia do país. A realidade mudou. Temos que rever e reestruturar o projeto da Arena. É um patrimônio muito importante para a vida e história do clube''.

Estádio é impagável?

''Temos uma obrigação, pagar pelo que é nosso. Vamos cumprir. Podemos e devemos discutir mudanças na estrutura do negócio. Temos gente competente, comprometida com o Corinthians para colocar o projeto dentro de uma situação adequada. É desta forma que devemos direcionar essa situação. As famílias brasileiras que compraram seus imóveis, nesse momento conturbado da economia, negociam com as instituições financeiras uma maneira adequada para manter seu patrimônio. Temos que fazer o mesmo. No nosso caso, a Arena deve ter aproveitamento para gerar mais recursos e ser sustentável''.

Força do empresário Fernando Garcia no clube

''Todo mundo sabe que o Fernando é meu irmão. Renunciou ao cargo de conselheiro vitalício para não falarem que negociava com o clube sendo conselheiro, respeitando o Estatuto. Não sou presidente e nesse momento não sou candidato. Isso colocado, qualquer pessoa que traga uma boa oportunidade, um bom negócio para o Corinthians, deve ser analisado apenas pelo negócio que traz. Já imaginou se o o presidente perguntar primeiro para alguém, para quem ele torce e só fizer negócio com quem torce para o Corinthians, se não negociar com quem não gosta, com quem não pensa da mesma maneira que ele? Quem sentar na cadeira de presidente tem uma obrigação: fazer sempre o que for melhor para o Corinthians, administrar de maneira transparente e profissional''.

Situação financeira do clube

''Nossa situação financeira pode não ser confortável, porém tenho certeza de uma coisa: o Corinthians é muito grande e se todos os verdadeiros corintianos se unirem, saímos dessa situação''.

Luís Paulo Rozemberg deveria voltar?

''Sem individualizar nomes, o lugar de quem realmente quer colaborar e contribuir nesse momento e pensa no Corinthians, deve estar no clube. É hora de trabalhar pela instituição, sem pensar em benefícios próprios. Por isso que te falo, na hora da eleição, cada liderança junta seu grupo, apresenta suas ideias e busca vencer nas urnas para ter a honra de ser presidente do Corinthians''.

Carille e grupo de atletas

''Seria injusto se simplesmente analisasse o Carille e os jogadores sem que tenham a oportunidade de mostrar seu trabalho. É dentro de campo, nos jogos, ao longo da temporada, que todos nós vamos poder analisar o elenco e o comando do time. O que é obrigação de quem veste nossa camisa, é ter garra, honrar nossa história e lutar sempre''.

A próxima eleição à presidência do Corinthians será em fevereiro de 2018. Paulo Garcia e Antonio Roque Citadini são nomes fortes para disputar o cargo.

 


Felipe Melo precisa ser cobrado pelo desempenho e atitudes como jogador
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Alexandre Praetzel


Felipe Melo chegou falando grosso e prometendo dar porrada em uruguaio, se precisar. Aos 33 anos, já esperava mais maturidade do jogador que ficou 13 anos no futebol europeu. Não vou entrar no mérito de cobrar entrevistas com personalidade. Gosto de profissionais que respondam a todas as questões e isso Felipe Melo faz muito bem, concordando ou não.

Agora, as agressividades contra a imprensa e adversários não o levarão a nada. Só prejudicarão sua trajetória pelo futebol brasileiro. Eu, particularmente, quero ver Felipe Melo jogando e produzindo bem, dentro de campo. Fazendo jus ao custo-benefício projetado pelo Palmeiras. Mostrando qualidade na saída de bola e auxiliando os companheiros. Isso é o mais importante. Até porquê, quanto mais cartões e suspensões, menos dinheiro na conta, pela produtividade.

Vejo Felipe Melo como bom reforço e certamente vai acrescentar bastante. Não o considero injustiçado na Seleção Brasileira, como ele reclamou. Ficou marcado pela expulsão contra Holanda, na Copa do Mundo de 2010, merecidamente. Deixou o time na mão e o Brasil foi desclassificado. Outros nomes, com atitudes menos negativas, também não voltaram mais. Seleção precisa dos melhores e Felipe Melo não estava entre eles, a partir de 2011.

Tudo indica que Felipe Melo dará certo no Palmeiras. Parece focado e comprometido e entrará num clube bem administrado e com bom elenco. É esperar pelas prováveis boas atuações com a equipe. Para mim, isso é o que interessa.


Pré-temporada boa tem comprometimento e trabalho. Resultados não importam
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Alexandre Praetzel

Cobri várias pré-temporadas de times brasileiros. Lá pelos anos 90, com mais de 30 dias. Depois, com o calendário sucateado e apertado, com 12 ou 13 dias. Agora, com os 30 dias de férias respeitados para os jogadores, variam entre 20 e 25 dias. Pouco para o desgastante futebol brasileiro. Alguns especialistas entendem que 40 dias seria o número ideal, com as disputas de amistosos em meio a este período.

Puxei este assunto porque tecnicamente, a pré-temporada significa muito pouco em termos de resultados. Nossos clubes se reapresentam sempre com o elenco incompleto e contratam reforços desembarcando quase no fim dos trabalhos. Jogos-treinos são marcados contra adversários amadores e inexpressivos. Óbvio que a preparação é importante, mas acredito que seja muito mais para um regime de concentração, com cuidados físicos e aumentando o relacionamento entre atletas, membros da comissão técnica e diretoria.

Por isso, tenho muito cuidado na análise, quando ouço que os trabalhos são maravilhosos, espetaculares e projetam grandes resultados. O futebol brasileiro muda muito rápido. Em 2016, o Inter foi bem na Flórida Cup e acabou rebaixado no Brasileiro. Há ''leões'' de treinos, tentando impressionar na abertura dos trabalhos. Depois, somem em meio a cobranças e pressões.

Já vimos o Atlético-MG passear por Orlando. O Vasco levou mais a sério e irá disputar outra partida, enfrentando o Corinthians. O São Paulo pega o River Plate-ARG. Confrontos interessantes para movimentar e distensionar os grupos, ávidos por um jogo. Agora, os resultados não importam tanto. Claro que é bom ganhar sempre, mas comprometimento e boa relação determinam o começo de mais 12 meses de competitividade dura e intensa, onde só um irá comemorar. Portanto, muita calma.


Drogba é grande nome para o Corinthians e salva-guarda para a diretoria
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Alexandre Praetzel

O interesse do Corinthians na contratação de Drogba dominou o noticiário esportivo no fim de semana. A notícia divulgada com exclusividade pelo colega Dassler Marques do UOL, mexeu com o imaginário corintiano. Torcedores ''invadiram'' as redes sociais do marfinense, apresentando as boas vindas ao atacante.

Drogba monopolizou os debates esportivos se ainda é um bom custo-benefício, próximo de completar 39 anos. O atacante foi grande nome do Chelsea, de 2004 a 20012, sendo referência ofensiva e sinônimo de gols. Disputou três Copas do Mundo liderando a ótima geração da Costa Marfim.

No entanto, o tempo passa para todo mundo. Drogba está em fim de carreira. No Montreal Impact da MLS, atuou em 41 jogos, em uma temporada e meia. Goleador nato, é grande nome para a realidade brasileira, vivendo constantemente com a fragilidade técnica de muitos jogadores.

Penso que seria um reforço de impacto para o Corinthians pela trajetória e retorno de mídia. A dúvida se dará certo ou não, resume-se ao aspecto físico. Tecnicamente, será ele e mais dez na escalação titular. Controle de egos e vaidades são responsabilidades da comissão técnica. Quem não gostaria de jogar ao lado de Drogba?

Num momento político e financeiro difícil, a diretoria do Corinthians conseguiu desviar a atenção das informações e declarações negativas do clube. Agora, se for apenas cortina de fumaça, os dirigentes certamente serão cobrados pelos consumidores corintianos.

Eu, como profissional da imprensa esportiva, sempre quero ver bons jogadores atuando no Brasil. Imagine um Palmeiras e Corinthians com o campeão brasileiro de um lado diante de um rival estreando Drogba? Melhor impossível, ainda mais num campeonato estadual, projetando confrontos muito bons para o Brasileiro.

É esperar para ver.


Mancini quer reconstrução da Chape e resultados em conjunto com novo time
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Alexandre Praetzel

Vágner Mancini está pronto para o maior desafio de sua carreira como treinador. Aos 50 anos, será responsável pelo desafio de reconstruir a Chapecoense, dentro de campo, após a tragédia aérea de novembro de 2016. Mancini já tem 12 reforços à disposição e espera por mais novidades. O lateral-direito João Pedro, do Palmeiras, deve ser o próximo a ser confirmado. Em entrevista exclusiva ao blog, Mancini agradeceu a ajuda de outros clubes e prevê um recomeço difícil do ponto de vista técnico e emocional. Leia abaixo.

Início de trabalho na Chape

''Desde o dia 10 de dezembro, estamos trabalhando para reconstruir todo um departamento de futebol, onde perdemos peças importantes. Dia 02 de janeiro, iniciamos a fase de exames e começamos a ter a chegada de contratados. Dia 06 de janeiro, iniciamos os trabalhos no campo''.

Estilo de jogo num time novo

''A Chape vem fazendo ótimas campanhas nos últimos anos. Isso deve ser levado em conta, não só a cultura que se criou no clube como também a cara da equipe. Pretendo dar sequência a esse modelo. Para se definir um estilo de jogo, preciso olhar as características dos atletas''.

Primeiro jogo dia 21

''Talvez seja o jogo mais esperado pelos amantes do futebol. Para nós, servirá para três coisas: avaliar nosso potencial como um grupo novo, avaliar a dimensão que a Chape se tornou e emocionalmente, saber como iremos nos comportar em campo diante de tudo que aconteceu''.

Recuperação do clube ou resultados

''Os dois! A reconstrução vai continuar por um longo tempo. Os resultados estarão tolerantes até um certo ponto. Todos vão ser pacientes, mas estamos falando de futebol''.

Ajuda dos outros clubes

''Muita gente nos ajudou! No momento adequado, o clube vai agradecer publicamente sobre isso. A Chape só conseguiu montar um time porque algumas pessoas se sensibilizaram com a nossa causa. Quem não pode ajudar, nós entendemos também''.

Aproveitadores com a situação da Chape

''Não vi ninguém se aproveitando. Vi empresários tentando indicar jogadores a todo instante, jogadores que não jogariam uma Série A ou a Libertadores por falta de nível técnico. Por um outro lado, tivemos muita gente ajudando de outra forma, empresas que se solidarizaram e gratuitamente cederam equipamentos e tecnologia ao clube''.

Dificuldades em não ser rebaixado

''Teremos um ano duro, com jogos difíceis, como é o calendário brasileiro. Hoje em dia, lutar contra o rebaixamento não é privilégio somente de times de potencial financeiro menor, o Inter que o diga. Por isso, temos que montar uma equipe competitiva e acreditar no trabalho''.

Neto e Alan Ruschel

''Conto com eles sim! Com certeza, eles terão uma importante missão ao longo do ano, não somente dentro de campo, que esperamos seja o mais breve possível, como também nos incentivando diariamente com suas lutas individuais''.

A Chapecoense abrirá a temporada em amistoso contra o Palmeiras, dia 21, em Chapecó. Mancini espera escalar um time próximo ao que utilizará na abertura do campeonato catarinense, dia 29, contra o Inter de Lajes, na Arena Condá.


Tinga agradece Cruzeiro por chance e relembra racismo sofrido na rua
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Alexandre Praetzel

Paulo César Tinga encerrou a carreira de jogador em 2015 e preparou-se para assumir um cargo executivo em um clube de futebol. O Cruzeiro, seu último time, apostou nos seus estudos e postura, transformando-o em gerente de futebol. No dia em que completa 39 anos, Tinga conversou com o blog com exclusividade sobre o novo desafio na diretoria do Cruzeiro, gestão, relacionamento com jogadores e racismo. Acompanhem este ótimo bate-papo, abaixo.

Desafio como gerente

''Para mim é um desafio que eu projetei para minha carreira. Fiquei dois anos depois de encerrar a carreira, me preparando para isso. Estou feliz no clube que me deu a possibilidade de encerrar como jogador e está dando a oportunidade de iniciar uma nova função. É um fator emotivo, de reconhecimento, de gratidão. Tenho alegria muito grande por estar com o presidente Gilvan. Apostou agora como apostou quando eu estava encerrando a carreira de jogador. Graças a Deus estou iniciando em um clube extremamente vencedor''.

O que espera encontrar

''Eu tive uma oportunidade de poder viver dentro de campo três décadas diferentes. Meados de 90, 2000, 2010 até 2015, quando parei de jogar. Isso me fez ver o futebol de algumas formas. Trabalharei diferente e o que a gente sempre vai encontrar é a parte humana. Todos são seres humanos passíveis de bons e maus momentos. Acreditando em tudo que eu vivi dentro de campo. Hoje trabalho para o protagonismo dos jogadores e comissão técnica. Hoje sou funcionário trabalhando para o clube. Entendo minha função e trabalho para que todos possam ter o melhor desempenho. Futebol precisa de profissionais que viveram o futebol. A maioria dos clubes do mundo tem ex-atletas que se prepararam. Espero muito trabalho como foi minha vida inteira. É o mínimo que eu tenho que fazer por este clube, pelo carinho, idolatria da torcida. Cruzeiro me deu oportunidade para ser campeão e espero ser feliz novamente em termos de conquistas''

Mano Menezes

''Primeiro pelo fato de estar iniciando, é muito importante começar com um treinador experiente, vencedor e que tem princípios de honestidade, coerência, seriedade. Acaba sendo um fator muito importante para quem está iniciando. Isso me dá uma tranquilidade maior. Vou aprender muito com ele. Já conversamos bastante. O fato de ser o Mano me deu mais confiança. Pelo mesmo caráter, mesmos princípios, facilita muito no início''.

Contato com jogadores

''Vejo isso como algo natural. Depende de como você tratou sua carreira. Quando estava parando no Cruzeiro, sempre tive uma condução do grupo natural. Quando tinha que falar sim, falava sim e o contrário a mesma coisa. Quando você tem princípios, você tem que liderar pregando o que você faz. Me traz facilidade para trabalhar porque conheço a maioria dos jogadores. Não foi à toa que fomos bicampeões brasileiros e ganhamos estadual. Sempre falo que fui campeão e não era titular. Sempre me disseram que eu poderia voltar e trabalhar aqui. Entenderam que eu me posicionava em prol do grupo e da instituição no objetivo de sempre ganhar. Quando tem um perfil definido, não tem problema. Se alterar isso, fica difícil. Todo mundo me conhece, a minha maneira de ser. Tenho a plena convicção de o protagonismo é dos atletas e comissão. Sou um membro da diretoria e trabalho em prol do futebol. Para estar bem, o futebol precisa estar bem também. Vou trabalhar para o futebol ser o melhor. Vejo como um plus, sem dificuldades''.

Queda técnica do Cruzeiro

''Não é fácil você ganhar dois brasileiros na mesma gestão. A gente vê clubes com anos sem ganhar o Brasileiro. Gestão teve ainda um estadual e um vice da Copa do Brasil. Natural que haja falta de títulos e cobranças. Acreditamos que voltaremos a brigar pelas posições em cima. Está no DNA do clube. Está sempre cotado para chegar. Este ano manteve o trabalho e a comissão técnica com aproveitamento acima de 60%, em duas oportunidades. Agora, vai conseguir iniciar a temporada e mantivemos o elenco de muita qualidade. Time tem nomes vencedores, maduros e uma juventude com seu valor. Se fosse vice-campeão no terceiro ano, seria considerada uma queda. Estamos prontos para retomar, com o torcedor nos ajudando, sempre lotando o Mineirão. Isso a gente quer resgatar de novo''.

Futebol brasileiro

''Futebol está encontrando um momento para retomar algumas coisas e está melhorando. Vemos ex-jogadores se preparando, estudando. Conversei com Torres do Flu, Elano do Santos. Isso é muito bom. Futebol está se reestruturando para melhor no Brasil''

Gestão

''Não sei se é atrasada ou falta atitude para mudar. A gente sabe o que tem que fazer. Deixar de agir com emoção como o torcedor. A mudança precisa passar por um todo. Todo mundo tem que contribuir um pouco. Nós, gerentes, independentemente da nomenclatura. O trabalho futebol é o que tem a maior dependência da parte humana. Não é uma fábrica que depende de máquinas como uma produção. É parte emocional, física, técnica. Na hora de avaliar, avaliamos como máquinas. Não podemos rotular jogador que não foi bem e não será melhor. Viajando mundo afora, futebol é mais simples do que a gente tem buscado. Quando você vê as pessoas dirigindo futebol com emoção, alguma coisa pode dar errado. Entender de futebol muita gente entende, mas decidir é muito diferente. A gestão precisa fazer o que tem que ser feito. Às vezes a gente vê clubes grandes perdendo na maioria pela política. A pressão externa começa na política. Quando quiser ir bem na instituição, tem que saber que futebol é uma coisa, sem política. Quero deixar meu legado. Decidir o melhor, às vezes é diferente do que pensa o público. A gestão precisa passar por isso. Cada um que entra não tem continuidade, chega com amigos. A imprensa também. Depois de quatro derrotas, querem a troca do treinador. Muitas vezes falamos de Europa e então vamos copiar a Europa em tudo. Muitas vezes contratamos nomes por cinco anos e com seis meses eles já não servem mais. O jogador é um ser humano como todos e não podemos decretar que é má pessoa por uma ou outra situação. Não podemos dizer que é um mau gestor por uma decisão ruim. Tem que ver no geral. Quero chegar no futebol para acrescentar, não para inventar a roda. As raízes das coisas são humanas. Quero respeitar as pessoas, funcionários. Cuidar também na hora de descartar alguém. Não pode misturar como torcedor. Há um erro e não serve mais. Vou cumprimentar o jogador quando ele acertar ou errar. É simples. Vou trabalhar como a minha vida. Cobrando quando tem que ser cobrado. Jogador sabe qual o seu dever''.

Thiago Neves

''A gente sabe que é um jogador com talento incrível. Com certeza, teve vários clubes interessados. O fato dele decidir pelo Cruzeiro foi interessante porque acredito na vontade do jogador. Pela qualidade do Thiago Neves e de vários jogadores do elenco, é um jogador que quis vir para o Cruzeiro. Importante ele ter decidido vir. Cruzeiro sempre foi um clube que atraiu os jogadores. CT, estrutura, organizado, grande estádio como o Mineirão. Como gestor, o clube é superior a qualquer nome. Dá vontade dos jogadores estarem no clube. Mostra uma maturidade do Thiago ter nos escolhido. Jogador quando entra na idade madura de 28 a 32 anos, é a melhor idade. Ele é tudo, novo, experiente, vaiado, já ganhou, perdeu. Ele decide por tudo, não só pelo financeiro. A gente fica muito feliz como gestor e torcedor em ver o Thiago no Cruzeiro com um grupo talentoso e de personalidade''.

Racismo

''Nunca me preocupou. Situações aconteceram comigo e lidei da minha forma. O que mais me machucou foi não ter sido chamado de macaco. O que mais me entristeceu foi a pessoa atravessar a rua quando me via, achando que eu iria roubar esta pessoa. Uma vez, logo quando eu parei de jogar, conversando com um diretor de futebol ele disse que eu entendia do assunto, mas pediu para eu cortar meu cabelo. Pô, isso me marcou. O cara me elogiou, mas queria que eu cortasse meu cabelo. No Cruzeiro, seu Gilvan, seu Beneci, nunca me pediram para cortar o cabelo e outras coisas. Sempre disseram que deveria voltar ao Cruzeiro. As pessoas pré-julgam de algumas formas, mas eu agradeço muito o Cruzeiro por apostar no meu conteúdo e não na minha pele ou visual. Sempre houve um entendimento que eu poderia contribuir do jeito que eu sou''.

Tinga vestiu a camisa do Cruzeiro de 2012 a 2015, conquistando o bicampeonato brasileiro. Ainda foi campeão da Copa do Brasil pelo Grêmio, em 2001, e campeão da Libertadores da América pelo Inter, em 2006 e em 2010. Pelo colorado, também foi Campeão da Recopa em 2011 e campeão Gaúcho em 2011.