Blog do Praetzel

Fluminense pode se reconstruir com o Palmeiras como exemplo
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Alexandre Praetzel

Em 1999, rebaixado para a Série C, o Fluminense ganhou o patrocínio da Unimed, para iniciar um projeto de reconstrução. O presidente da empresa, Celso Barros, foi o mentor da parceria, como tricolor fanático. Até 2014, o Fluminense ganhou três Cariocas, dois Brasileiros, uma Copa do Brasil e foi vice-campeão da Libertadores, em 2008.

Em alguns anos, o Flu teve medalhões pagos pela Unimed e o restante por conta do clube. Nunca me esqueço quando Renato Portaluppi me confirmou que isso era normal no Flu, após uma derrota para o São Paulo, no Morumbi, em 2009. Ou seja, os salários dos mais caros estavam sempre em dia. Os demais, corriam o risco de atrasar.

Isso mudou depois, quando a Unimed passou a bancar todas as despesas do futebol, em 2007. E foi assim até o último ano, com a empresa ficando com percentuais de direitos econômicos de alguns atletas, em 2014. Em campo, o patrocínio foi muito bom, mas os dirigentes não aproveitaram para fortalecer a estrutura tricolor. Apesar do CT de Xerém e do novo CT profissional(com investimento próprio), o Fluminense não se preocupou com um novo estádio. Joga para pouco público e quase sempre tem prejuízo no Maracanã. Os valores de patrocínio também minguaram. Resultado esperado: crise financeira. Claramente, o Flu não se preparou para andar com as próprias pernas.

Agora, dispensou oito jogadores, com Diego Cavalieri e Henrique no bolo. Vai trabalhar com o que tem e pode pagar. Ora, já não deveria ter feito isso, quando a Unimed saiu? O ex-presidente Peter Siemsen contratou Henrique do Napoli, num momento delicado financeiramente, além de outros nomes sem o tamanho do Flu. A conta não fechou.

Em 2017, vimos o Flu com altos e baixos normais de um time com jovens jogadores. Lutou para não cair e fez uma Sul-Americana digna. Em 2018, é uma incógnita. Se Gustavo Scarpa for negociado, o Flu dá uma respirada. O que parece claro, é que o Fluminense começará um processo de reconstrução, já no segundo ano de gestão de Pedro Abad. Se não cair para a Série B, já será um avanço. Pelo menos, manteve o técnico Abel Braga.

Vimos cenários parecidos do Flu, com Palmeiras e Juventude, na época da Parmalat. Os dois tiveram dificuldades, depois da saída da empresa, na co-gestão, em 2000. Tiveram grandes elencos e títulos, quando havia o patrocínio. Depois, passaram por remodelações anuais e problemas financeiros, durante a década. Paulo Nobre salvou o Palmeiras, com dinheiro do bolso, para se manter competitivo em 2013, disputando a Série B.

Em 2015, a Crefisa chegou ao Palmeiras. O casamento com o Verdão é bem diferente. O Palmeiras tem um grande patrocinador e segue sua vida normalmente. Não depende da parceira. E faz isso muito bem. Está superavitário e tem ótimas receitas de todos os lados, com um grande estádio como o Allianz Parque. Também determina suas ações e escolhe seus reforços, sem interferência da Crefisa. Vai quitar a dívida com Nobre, até 2018. O Palmeiras aprendeu e adotou o modelo ideal. Financeiramente, é o clube do momento.

Que o Flu aprenda a lição e se transforme rapidamente. O futebol brasileiro não permite mais aventuras.


Com Raí e Ricardo Rocha, SP terá comprometimento. Ainda precisa de futebol
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Alexandre Praetzel

O São Paulo anunciou Ricardo Rocha, ex-zagueiro do time, como Coordenador de futebol. Será uma espécie de auxiliar de Raí, no principal departamento do clube. Teve uma trajetória como atleta de 1989 a 1991, com dois títulos Paulistas e um Brasileiro, atuando na mesma época de Raí, tornando-se grande amigo do ídolo são-paulino.

É interessante a mudança de postura do presidente Leco, nas decisões do futebol. Apostou num cara indiscutível perante o torcedor para contratar e comandar, evitando a centralização de poder. Afinal, a última palavra é sempre do presidente, mas nesse caso, Raí assumiu com carta branca e traz para seu lado, um companheiro de confiança.

É bom lembrar que a geração de Raí e Ricardo Rocha viveu outra época, com muito mais comprometimento e identificação. Hoje, muitos jogadores só enxergam o lado deles, num individualismo cada vez mais constante. O profissional assina por cinco anos e acha que não deve prestar tantas contas à instituição, dentro e fora de campo.

A ideia de Raí é boa. O que não pode é o São Paulo virar uma confraria. A cobrança precisa existir. Nos últimos anos, vimos alguns times tricolores sem alma e entrega, com postura irritante. Raí e Lugano(cotado para permanecer) sabem que o futebol mudou e devem ter visto essa realidade nas duas últimas temporadas, internamente.

O São Paulo ganhou três Brasileiros seguidos(o único a conseguir isso), um Mundial de Clubes, uma Libertadores e um Paulista, de 2005 a 2008. Deixou passar a oportunidade de mandar no futebol interno, como um clube organizado e inovador. Ficou mais do mesmo, pelas questões políticas dos seus conselheiros, interferindo no futebol. Agora, Leco deixou as decisões para quem tem experiência com a boleirada. Se vai dar certo, veremos.

O elenco é razoável e precisa de reforços. A permanência da comissão técnica foi uma atitude correta. O goleiro Jean chegou e Jucilei foi mantido. Buffarini foi negociado. Raí tem um perfil discreto e trabalha sem alarde. Ele sabe das necessidades da equipe. Hoje, se o São Paulo entrar em campo, terá Jean; Militão, Rodrigo Caio, Arboleda e Reinaldo(Edimar): Jucilei, Petros, Hernanes(até junho de 18) e Cueva; Marcos Guilherme e Pratto. Praticamente, a mesma formação do segundo semestres de 2017. É suficiente? Claro que não. E isso, todos devem ter essa consciência. Do presidente Leco aos ídolos tricolores. Só nome, não ganha mais.

 


Corinthians ganhou tudo na década. E o clube, onde vai parar?
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Alexandre Praetzel

É inegável que o Corinthians se renovou, após ser rebaixado para a Série B, em 2007. Vinha de grandes títulos na era Alberto Dualib, mas as conquistas esconderam todos os problemas financeiros e administrativos. Acabou caindo. Voltou para a Série A sem sustos e se planejou a partir de 2009, ganhando a Copa do Brasil. De 2011 a 2017, os resultados de campo são indiscutíveis. Três títulos brasileiros, uma Libertadores, um Mundial de Clubes, uma Recopa Sul-Americana e dois Paulistas. Mas, e o clube? Para onde vai?

Em fevereiro, haverá eleição à presidência com cinco candidatos. Alguns dizem que a situação financeira é caótica e dias difíceis virão pela frente. Apesar dos troféus, crescimento do Fiel torcedor, melhores cotas de TV, gordos patrocínios  e o novo estádio, o Corinthians está sempre com os cofres vazios. O presidente Roberto de Andrade chegou a dizer que sempre foi assim, com dificuldades. Isso é inexplicável.

Ora, já era para o Corinthians comandar as ações no futebol brasileiro. Construiu sua nova casa e ninguém sabe onde ela vai parar. A dívida já chega a R$ 2 bilhões, segundo relatos de conselheiros. Os mesmos que aprovaram a aventura capitaneada pelo ex-presidente Andrés Sanchez, tentando voltar ao poder. Seu grupo político ''Renovação e Transparência'' enfraqueceu com a dissidência de vários membros. Não houve Renovação e Transparência, apesar do nome pomposo.

Claro que um clube de futebol vive de títulos. Mas, a que preço? Em 2007, as páginas policiais foram tomadas pelo Corinthians, com o caso MSI. Hoje, se noticiam falta de marmitas, dívidas com vários empresários, atrasos de premiações, problemas nas categorias de base e outras pendências fora de campo. Alguns torcedores acham que isso é ''anti-corintianismo'', como se todos estivessem contra. Mas são os mesmos que esquecem de olhar para dentro da própria instituição.

Ganhar é bom e faz a felicidade de todos. Mas dizer que só o que interessa é a bola, é um pensamento atrasado e ultrapassado. A nova gestão(ou com as velhas práticas) pegará uma equipe na Libertadores e bem situada. Pelo quadro que se pinta, pagará mais títulos, ao invés de ganhá-los. E isso também faz parte do futebol.


Palmeiras forte de novo. Reservas do elenco reforçariam muitos times
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Alexandre Praetzel

O mês de dezembro tem sido marcado por poucas contratações e silêncio dos executivos e dirigentes dos times do futebol brasileiro. Não atendem os contatos, evitam as entrevistas e deixam torcedores na expectativa e jornalistas correndo atrás de empresários para buscar informações. Nos contatos que eu tenho conseguido, a realidade é a falta de dinheiro. Ou se contrata sem custos de transferências ou na base da troca de atletas.

O Palmeiras segue como ponto fora da curva. Tem dinheiro e um patrocinador forte. E o Verdão parece que aprendeu a lição de manter o elenco e fazer contratações pontuais e necessárias. E ainda com nomes disponíveis que seriam titulares em outras equipes.

O goleiro Weverton chega para disputar posição com Fernando Prass e Jaílson. Pagaram R$ 2 milhões para tê-lo agora, quando ele ficaria livre em maio e viria de graça. Convicção da diretoria e comissão técnica, apesar de eu achar que foi dinheiro mal gasto.

Na lateral-direita, Marcos Rocha está chegando. Indicação de Roger Machado e bom jogador. Aí, pesou a quantidade do grupo palmeirense porque haverá uma troca pura e simples por Róger Guedes, sem ambiente na Academia.

Na lateral-esquerda, Diogo Barbosa será titular. Boa temporada pelo Cruzeiro e afirmação na função. Bom reforço.

No meio-campo, Lucas Lima chega para ser o piloto do setor. Grande reforço, se repetir as atuações de 2015 e 2016, vestindo a camisa do Santos. Qualquer time brasileiro gostaria de contratá-lo.

No ataque, o Palmeiras mantém seus principais jogadores. Dudu, Willian, Borja e Deyverson, mais a ajuda substancial de Keno, como um 12º jogador.

Se o Palmeiras entrasse em campo hoje, teria Fernando Prass; Marcos Rocha, Mina, Edu Dracena e Diogo Barbosa; Felipe Melo, Tchê Tchê, Moisés e Lucas Lima; Dudu e Borja(Willian).

No banco, Jaílson; João Pedro, Luan, Juninho e Michel Bastos; Thiago Santos, Jean, Raphael Veiga e Guerra; Keno e Deyverson. Muitos gostariam de contar com alguns desses reservas palmeirenses.

Então, no papel, o Palmeiras tem um grupo forte para o futebol nota 6 do Brasil. Depois de um ano em jejum, a tendência é ganhar algum título em 2018, evitando a repetição dos erros e uma certa soberba e açodamento, em 2017.

Resumindo, o Palmeiras é favorito de novo. Se vai bater campeão, vamos ver dentro de campo.


Santos será a 4ª força, em 2018?
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Alexandre Praetzel

O termo 4ª força do futebol paulista, utilizado por mim para definir o Corinthians, em janeiro deste ano, pegou entre os analistas e torcedores. Jamais foi uma deterioração do elenco corintiano, e sim uma comparação entre os quatro grandes de São Paulo. O Corinthians acabou conquistando o Paulista e o Brasileiro com autoridade e merecimento e sempre respondeu contra esse termo, quando as vitórias apareciam.

Agora, próximo da virada do ano, me pergunto. O Santos vai ocupar esse lugar, a partir de janeiro de 2018? Tem um novo presidente com ideias interessantes, mas uma dívida gigantesca e sem jogadores para vender(talvez, o zagueiro Lucas Veríssimo). O clube está atrás dos rivais nas receitas e isso pode ter consequências na montagem do time, sem dúvida.

Jair Ventura mostrou que é um treinador capaz, comandando um Botafogo sem dinheiro e com poucas opções no grupo de atletas. Chegou às quartas de final da Libertadores e semifinal da Copa do Brasil, mas perdeu fôlego no Brasileiro, exatamente por não dispor de mais alternativas. Pegará um Santos com uma formação titular superior ao Botafogo, mas com os mesmos problemas no banco de reservas.

Se o Santos tivesse que entrar em campo hoje, teria Vanderlei; Victor Ferraz, Lucas Veríssimo, David Braz e Caju; Alison, Renato e Jean Mota; Arthur Gomes, Copete(Rodrigão) e Bruno Henrique.

Ricardo Oliveira e Lucas Lima foram embora. Não será fácil substituí-los. Copete pode sair. Robinho e Gabriel Barbosa têm chances de voltar? Vamos ver e aguardar.

Na comparação com seus adversários estaduais, o Santos parece que começa um patamar abaixo.

O Palmeiras tem um elenco pronto e dinheiro para gastar.

O Corinthians está negociando Jô e Guilherme Arana foi para o Sevilha. Entrarão 12 milhões de euros nos cofres sofridos da diretoria. Dá para repor.

O São Paulo manteve Jucilei, fechou com o goleiro Jean e vislumbra Diego Souza, com uma espinha dorsal montada.

Na teoria, o Santos está enfraquecido pela situação financeira difícil. Na prática, veremos o que Jair Ventura conseguirá. A equipe passou em branco nesta temporada e terá Paulista, Libertadores, Copa do Brasil e Brasileiro para disputar.


Executivo do Sport diz que São Paulo não fez contato por Diego Souza
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Alexandre Praetzel

O São Paulo quer contratar Diego Souza. Pode já ter acertado tudo com o jogador, mas não avisou o Sport. O diretor-executivo de futebol do Sport, Alexandre Faria, revelou que o Sport não foi procurado pelo tricolor.

''Uma negociação tem três partes envolvidas. Nesse caso, o Sport, São Paulo e o jogador. O Diego tem contrato com o Sport até dezembro de 2018, com uma possibilidade de renovar com o Sport por mais um ano. É um atleta que é um grande ídolo da torcida rubro-negra e a gente conta com ele. Todos vocês sabem o que ele representa para nós. Foi artilheiro da Série A em 2016. Fez 21 gols e nove assistências, esse ano. Temos uma relação muito boa com o São Paulo, com o Alexandre Pássaro do departamento de futebol e do nosso presidente com o presidente Leco. Em momento algum, houve algum tipo de contato do São Paulo diretamente com o Sport. Óbvio que acompanhamos as informações, mas de forma oficial não houve absolutamente nada de um contato do São Paulo ou de qualquer outro clube sobre o Diego Souza'', afirmou, em entrevista ao programa +90, do Esporte Interativo, onde participo diariamente.

Alexandre Faria deixou claro também que não falou com o jogador, sobre o interesse do São Paulo. ''Veja bem. Esse tipo de iniciativa, ela só pode ocorrer se houver um contato oficial. A gente tem uma relação espetacular com o Diego. Eu não canso de dizer que tive o prazer de trabalhar com grandes estrelas do futebol. O Diego tem um comportamento fora da curva em relação ao lado positivo dentro do clube. É agregador, positivo, trata todos os funcionários da melhor maneira possível. Óbvio que eu vou ligar para ele para lhe desejar Feliz Natal, mas em nenhum momento nós falamos sobre isso. Quando houve o interesse do Palmeiras, o processo foi o mesmo. Houve o interesse do Palmeiras, o Palmeiras conversou com o empresário do atleta e depois veio ao Sport. Só que eles não contavam com a vontade do Sport em mantê-lo. Se o São Paulo também teve essa iniciativa, nós não vamos polemizar, até porque há uma boa relação entre os clubes. Até o momento, o Sport não foi procurado. Conversei com o presidente três vezes sobre outros assuntos e não houve nenhum contato oficial do São Paulo com o Sport. Então, não tenho porque ligar para o meu atleta sobre isso'', ressaltou.

O dirigente ainda garantiu que o Sport fará o possível para segurar Diego Souza. ''Sem dúvida, o nosso esforço será muito grande. Ele representa muito para nós, por tudo que eu já disse. Ele e o André foram responsáveis por quase 50% dos gols que nós fizemos na temporada. O Diego Souza foi convocado pela Seleção Brasileira jogando pelo Sport. Imagina o que representa para o Sport, ter um atleta disputando uma Copa do Mundo? Óbvio que o esforço será total na tentativa de manter o atleta. Claro que existe mercado, condições comerciais e multa no contrato. Tudo será conversado, se houver a abordagem oficial'', concluiu Alexandre Faria.

Diego Souza está com 32 anos. De 2014 a 2017, disputou 173 jogos e marcou 57 gols.

 


Atlético-PR inova com Seedorf, mas clube tem boas ideias e práticas ruins
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Alexandre Praetzel

O Atlético-PR é um clube grande em estrutura e pensamento, médio em grandeza e pequeno nas suas práticas. Tem um estádio espetacular e um Centro de Treinamento dos melhores do mundo. Sim, não estou exagerando. Cada vez que converso com profissionais que passaram pelo Furacão, só ouço elogios a tudo que é oferecido para que possam fazer seu trabalho da melhor maneira possível. Isso é saudável para o crescimento, mas as decisões dos dirigentes não condizem com o discurso empresarial.

O Atlético-PR já teve treinadores como o alemão Lothar Matthäus, o uruguaio Juan Ramón Carrasco, o espanhol Miguel Ángel Portugal, o português Sérgio Vieira e o brasileiro Fabiano Soares, todos nomes diferentes para o mercado brasileiro e com cultura européia. Fugiu do lugar comum e foi elogiado por isso, mas nenhum desses técnicos conseguiu emplacar muito tempo porque foram dispensados com o resultadismo normal do Brasil. Ou seja, houve a tentativa de implantar algo diferente, mas sem a paciência necessária para se obter bons resultados e títulos.

O presidente Mário Celso Petraglia disse numa entrevista ao jornal Gazeta do Povo, em novembro de 2015, que o Atlético-PR seria campeão do Mundo, em 2024. “Nós queremos é continuar crescendo, cada vez mais forte, e chegarmos naquilo que nós almejamos. Que foi uma promessa nossa, e tenho certeza que vamos cumprir, que em 10 anos, até o nosso centenário [2024], nós botaremos a nossa estrela no peito de campeão do mundo. Podem me cobrar”, afirmou Petraglia, na ocasião.

Não é um sonho impossível, a longo prazo. Agora, não adianta contratar o holandês Seedorf, com mentalidade bem diferente dos presidentes de clubes, e demití-lo no primeiro revés. A ideia de trazê-lo como um diretor-geral de futebol é muito boa, mas será que Seedorf terá tempo de colocar em prática o que pensa? Difícil, pelas últimas decisões da própria diretoria.

Paulo Autuori é o exemplo recente. Passou de técnico a diretor e não ficou mais de um ano no cargo. Autuori defendeu Eduardo Baptista e Fabiano Soares. Os dois foram dispensados pelos dirigentes, contra o pensamento de Autuori. Se Seedorf não tiver autonomia, não vai adiantar.

Em 2018, o Atlético-PR irá disputar o Campeonato Paranaense, a Copa do Brasil, a Copa Sul-Americana e o Campeonato Brasileiro. Lanço uma aposta. Quanto tempo Seedorf ficará no cargo, se o Atlético-PR for eliminado nos torneios mais importantes? Acho que não dura 120 dias. Eu gostaria que ele tivesse sucesso, mas como sabemos, a Arena da Baixada é um verdadeiro caldeirão. Para os adversários e próprios funcionários.


Fred é mais goleador. Guerrero participa mais dos jogos
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Alexandre Praetzel

O Flamengo quer contratar Fred e tem Guerrero no elenco, mesmo que o peruano esteja suspenso por seis meses do futebol, por uso de substância proibida. Numa comparação entre os dois, a certeza de que jogariam em qualquer clube do Brasil, com 34 anos.

Fred chamou a atenção no América-MG, em 2003, quando marcou 33 gols em 51 jogos. Foi para o Cruzeiro, onde fez 56 gols em 71 partidas. Negociado com o Lyon da França, anotou 42 gols em 122 confrontos, por quatro temporadas. Retornou ao Brasil como um grande reforço para o Fluminense. Ajudou a livrar o time do rebaixamento na Série A, em 2009, e fechou um ciclo de seis anos e meio com dois Brasileiros e 172 gols em 287 jogos.

Fred foi para o Atlético-MG e teve que dividir a artilharia com Lucas Pratto. Não havia espaços para os dois e Pratto saiu. Em um ano e meio no Galo, foram 42 gols em 83 jogos. Ainda que tenha se machucado bastante, Fred tem mostrado um custo-benefício aceitável na sua principal característica: fazer gols. Não é um jogador muito participativo e atua mais posicionado dentro da área, mas demonstra enorme facilidade para colocar a bola para dentro do gol. Foi escorraçado depois da Copa do Mundo de 2014, injustamente classificado como um ''cone''. Respondeu em campo. Se vale R$ 1 milhão mensais, isso é problema do Flamengo. Só acho que Fred ainda tem bola para jogar fácil, fácil, no futebol brasileiro.

Guerrero fará 34 anos, no primeiro dia de 2018. Desembarcou no Corinthians, em 2012, após ser observado na Copa América de 2011, na Argentina. Lembro que chegou com desconfiança geral, mesmo que tivesse atuado nove temporadas e meia na Alemanha, em times como Bayern Munique e Hamburgo. Em dezembro, fez o gol do título mundial pelo Corinthians. Isso já valeu a passagem dele pelo clube. Em três anos, foram 126 jogos e 52 gols. Saiu para o Flamengo, depois de ter afirmado que só jogaria no Corinthians, em solo brasileiro.

No Flamengo, são dois anos e meio, com 105 partidas e 42 gols computados. É um dos mais caros do grupo, mas também vestiria qualquer camisa no Brasil. Entendo que seja mais tático que Fred. Se desloca mais pelos lados do campo e recompõe na marcação. Não podemos esquecer da sua importância na Seleção do Peru, onde contribuiu bastante para o retorno do país à disputa do Mundial.

No Praetzel FC, os dois teriam lugares assegurados. Agora, se tivesse que escolher um, ficaria com Fred, por ainda ser um 9 de carteirinha. Pode ser romantismo, mas gosto de centroavantes ''raiz'', aproveitando a nomenclatura atual.


São Paulo disputa Rithely com Inter e Atlético-MG, diz empresário
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Alexandre Praetzel

O São Paulo tenta a contratação do volante Rithely do Sport. O tricolor está em negociação com os dirigentes do clube pernambucano e tem a concorrência de Inter e Atlético-MG. O interesse dos três times foi confirmado ao blog, pelo empresário de Rithely, Roberto Faustim.

''Tudo que eu te disser sobre São Paulo, Inter e Atlético-MG, não pode ser definitivo. As conversas são de clube para clube. Depois que houver o acerto com o Sport, eu resolvo a parte do jogador. Posso afirmar que Rithely dificilmente irá permanecer no Sport'', afirmou.

Faustim não quis colocar nenhum time em vantagem nas negociações. ''Semana passada, ele estava muito próximo do Inter, mas na última hora, não houve acerto. O Rithely desperta o interesse de outras equipes, desde 2014, com bons números a cada temporada'', ressaltou.

Rithely está com 26 anos. Desde 2011, disputou 332 jogos e marcou 29 gols pelo Sport. Tem contrato até 2022.

No caso do São Paulo, o Sport deve R$ 4 milhões ao tricolor pela contratação do atacante Rogério, em 2016. A dívida poderia ser abatida com a ida de Rithely para o Morumbi, mais uma quantia em dinheiro.

O blog tentou contato com Raí, diretor-executivo do São Paulo. Ele atendeu o telefone, mas rapidamente disse que não poderia falar, desligando em seguida.


Kaká foi grande jogador e ídolo no Milan. Raí foi maior no São Paulo
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Alexandre Praetzel

Kaká se despediu dos gramados, nesta semana. Lembro do Rio-São Paulo de 2001, quando ele surgiu para o Brasil, marcando os dois gols do título são-paulino na vitória sobre o Botafogo. Tinha técnica, velocidade e poder de conclusão. Saiu cedo para a Europa e por oito milhões de dólares foi vendido ao Milan, em 2003. O São Paulo aceitou a quantia para não perdê-lo de graça. Hoje, na mesma situação, Kaká valeria 30 milhões de dólares, no mínimo. Na época, ainda não se negociava em euros. Pelo menos, com os clubes brasileiros.

Kaká jogou muito em Milão e foi campeão da Champions League e melhor do mundo, em 2007. Conquistas merecidas pelo que Kaká jogou naquela temporada. Em 2009, foi para o Real Madrid, mas nunca repetiu a performance do Milan. Enriqueceu, mas sofreu com as lesões e acabou ficando muito caro até para os madrilenhos, pelo custo-benefício. Voltou para o Milan e depois foi repatriado pelo São Paulo, durante a Copa do Mundo de 2014. Cobri sua apresentação de ídolo no Morumbi, com grande presença da torcida. Teve um desempenho razoável e contribuiu para o São Paulo chegar à Libertadores da América.

Em 2015, desembarcou no Orlando City e foi curtir a Major League Soccer, como grande nome e símbolo de uma construção de equipe. Cumpriu seus três anos de contrato e parou.

Na Seleção Brasileira, disputou três Copas do Mundo. Foi campeão em 2002, integrando o grupo, mas não conseguiu ser protagonista quando já era realidade nas outras duas Copas, com o Brasil caindo duas vezes nas quartas-de-final. Em 2010, atuou no sacrifício, como ficou comprovado depois. Uma carreira muito legal, sem dúvida.

Ontem, me perguntaram quem jogou mais: Kaká ou Raí? E quem foi mais ídolo no São Paulo?

Considero como critério para definir quem foi mais ídolo, a bola, títulos e história no clube. Assim, no São Paulo, Raí sobrou com um Brasileiro, cinco Paulistas, duas Libertadores da América e um Mundial de Clubes, batendo o grande Barcelona e com gol na decisão. Kaká ganhou o Rio-São Paulo e ficou três anos como profissional, somando as duas passagens. Sem comparações.

Kaká foi gigante no Milan, assim como Raí no Paris Saint Germain, guardadas as diferenças de grandeza entre as duas equipes. Os dois foram campeões mundiais pela Seleção, mas Raí chegou a ser titular e até capitão do time, perdendo a vaga e o posto, ainda na primeira fase do Mundial de 1994.

Então, para resumir. Raí entraria no meu time do São Paulo de todos os tempos. Kaká, quem sabe, na terceira formação.

Como jogadores, foram excelentes. Kaká está lá no hall da fama dos ganhadores da Bola de Ouro. Teve um currículo superior na Europa, mas ainda acho que Raí foi superior. Por muitos anos, vi e ouvi o debate se Raí jogou mais que Sócrates, seu irmão e craque. Talvez, não. Mas muito próximo. E Sócrates jogava muito mais que Kaká.

Opiniões à parte, deixo meus cumprimentos a Kaká, pela sua trajetória. Gostaria que ele continuasse jogando, mas a hora de parar só cabe a quem viveu grandes momentos dentro de campo.