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Deyverson aceita críticas da torcida e garante que está feliz no Palmeiras
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Alexandre Praetzel

Deyverson custou cinco milhões de euros ao Palmeiras e ainda não vingou no clube, desde sua vinda do Alavés da Espanha. O custo-benefício é bem discutível num contrato de cinco anos. Completando quase uma temporada no Palmeiras, Deyverson tem sido bastante criticado pelos torcedores e perdeu um pouco de espaço com o técnico Roger Machado. O blog teve um bate-papo rápido com o atacante, a respeito de uma possível transferência e a sua fase no time. Confira.

Você pode deixar o Palmeiras para o Olympiacos da Grécia, na janela do meio do ano?

Não estou sabendo dessa conversa ainda. Pior que não. Até a mim, não chegou nada. É uma surpresa saber disso, mas meu foco é no Palmeiras. Estou focado no Palmeiras e no grupo. Curtir duas vitórias, depois de uma turbulência aí. Meu foco agora é no Palmeiras.

Você quer permanecer no clube?

Estou focado no Palmeiras. Tenho contrato e vou continuar trabalhando aqui. Se for opção de Deus, eu vou sair. Se não for, eu vou ficar. Deixar na mão de Deus, isso é o mais importante.

O fato do Palmeiras ter pago cinco milhões de euros e você ter sido indicado pelo Cuca, estão te atrapalhando no Palmeiras?

Não. Eu tenho trabalhado como sempre, igual a todos os clubes onde passei. Continuar trabalhando da mesma forma. O torcedor tem todo o direito de falar, criticar. O torcedor é apaixonado e eu não sou contra isso. Se eu fosse torcedor também, eu criticaria e apoiaria o jogador. Isso faz parte do futebol. Eu sou um cara que estou sempre sorrindo, feliz, mesmo nas dificuldades. Se o momento não está bom para mim, vou continuar trabalhando. O momento vai chegar para eu poder ajudar o time.

Deyverson chegou ao Palmeiras em julho de 2017. Já fez 31 jogos e marcou sete gols. Tem contrato até junho de 2022.

 


São Paulo já desvalorizou Diego Souza. Jogador também precisa se ajudar
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Alexandre Praetzel

O São Paulo gastou R$ 10 milhões para contratar Diego Souza, considerando o jogador um grande reforço para 2018. Ele recebeu a camisa 9 e chegou ao Morumbi com status de convocável para a Copa do Mundo, após atuar pelo Sport, com gols importantes e chamados do técnico Tite. Quatro meses depois, Diego Souza já é negociável. Perdeu espaço entre os titulares e viu o técnico Diego Aguirre dizer, após o empate contra o Ceará: “Conto com Diego Souza, mas ele tem ofertas. Será decidido dentro do clube. Ele é importante, mas depende da postura dele também”.

Aguirre foi apresentado no dia 12 de março. Quarenta e um dias depois, o treinador já não conta com Diego Souza. Já o deixou fora de uma partida por opção. Num curto prazo, Aguirre concluiu que Diego não serve. Ou quando negociava, já o avisaram que Diego Souza estava mal? Mas o que fazer para recuperar o investimento? A contratação foi uma convicção de Raí e cia, em dezembro. O blog lista a má administração do assunto e os erros cometidos, abaixo.

– Dorival Jr. não pediu a contratação de Diego Souza. Foi um nome contratado pelo clube. O treinador queria escalá-lo como meia, vindo detrás;

– Diego Souza foi trazido como centroavante, porque se vendeu a ideia de que ele poderia ir para a Copa do Mundo, como jogador de área. Chegou fora de forma;

– Aguirre já decretou que Diego Souza perdeu espaço no grupo. Assim, o São Paulo dificilmente vai recuperar o dinheiro investido na sua contratação;

– Diego Souza não se ajuda. Há quem diga que não interage com os companheiros, não treina com tanta disposição e mostra-se desanimado.

Agora, emprestá-lo para qualquer clube e ainda pagar boa parte do salário, mostrará que a diretoria do São Paulo está brincando com a gestão. O Vasco tentou, o São Paulo pediu o garoto Evander na troca. O Vasco não quis, num primeiro momento.

Neste instante, o papel do treinador não deveria ser a tentativa de recuperar o jogador, tecnicamente? O São Paulo era mais forte nas suas direções, recentemente. Parece que até isso perdeu, com decisões como essa.

Num futebol, onde os clubes brasileiros sofrem com a falta de dinheiro, diariamente, gastar R$ 10 milhões num jogador de 33 anos e desvalorizá-lo rapidamente, é valorizar a incompetência. De todos os lados.


Cueva desrespeitou o São Paulo e merece ser encostado
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Alexandre Praetzel

Cueva mandou o São Paulo às favas, ao pedir para não ser relacionado para enfrentar o Mirassol, fora de casa. O peruano alegou que não seria titular, e por isso, a decisão de não viajar. Cueva desrespeitou o Clube, comissão técnica e companheiros. Sua atitude é lamentável, num momento de pressão por bons resultados no tricolor.

Afinal, o meia-atacante é selecionável e nome certo na Copa do Mundo da Rússia. Deveria ser um exemplo para os mais jovens do elenco e ajudar o grupo a se fortalecer para retomar as vitórias. Não. Só pensou em si, irritado também com a recusa do São Paulo em negociá-lo com o Al Hilal, da Arábia Saudita.

A atitude de Cueva expõe algo real no futebol brasileiro. Eles se acham os “donos”, assinam por cinco anos e muitas vezes vencem a queda de braço com dirigentes e treinadores. Cueva teve o contrato renovado até 2021, mas encheu o saco da diretoria para ser vendido em julho de 2017. O presidente Leco bateu o pé e o jogador se enquadrou, para não perder espaço entre os titulares e prejudicar sua presença nas convocações peruanas.

Agora, volta com essa conversa. Sabe que está valorizado e que o São Paulo não pode depreciá-lo, mas esquece que para tudo existe solução. Conseguiu a antipatia da torcida e não terá vida fácil com Dorival Jr. Só dificultou sua trajetória no São Paulo.

Eu, se fosse dirigente, o colocaria para treinar em Cotia e só após um pedido de desculpas público aos colegas e torcedores, o reintegraria ao grupo principal. Não dá mais para tomar carteiraço de jogador. Os clubes são muito maiores do que isso.

Raí e Ricardo Rocha sabem que o São Paulo não pode se curvar a ninguém.


O jogador de “Seleção” no Brasil
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Alexandre Praetzel

Os Campeonatos Estaduais terminaram no Brasil e reconhecemos que alguns jogadores acabaram se destacando. Mesmo enfrentando times com estruturas e qualificações menores. nomes de grandes clubes ganharam espaço na mídia e apoio nas redes sociais. Aí, começam a chegar pedidos públicos por convocações à Seleção Brasileira.

Por isso, pergunto. Como um jogador vira nome para a Seleção, no território nacional? A bola da vez é Rodriguinho. Ironizado como “Podriguinho” e “Ruindriguinho” pelos próprios corintianos, em 2015 e 2016, Rodriguinho foi destaque no Paulista e agora virou um jogador maravilhoso, pela maioria. Realmente, teve atuações de destaque, com gols e jogadas muito bonitas, como o ótimo lance na vitória de 2 a 1 sobre a Universidad do Chile, pela Copa Sul-Americana.

Mas qual o critério para se convocar para a Seleção? Será que um Paulista serve de parâmetro para determinar um chamado? Ou muitas vezes isso acontece, pela política ou embalo da opinião pública sobre um atleta ou pura preferência pessoal do treinador? Em 2001, Emerson Leão chamou o volante Leomar, que não era mau jogador, mas que não tinha bola para passar perto da Seleção.

Quando Dudu foi convocado por Tite, achei um exagero. Não pelos desempenhos do palmeirense, mas porque havia outros nomes bem melhores, à frente de Dudu. Me posicionei da mesma maneira sobre Diego Souza. Acredito que existem camisas 9 superiores ao protagonista do Sport. Então, o critério é o mesmo para Rodriguinho. Pode ser o principal corintiano do momento, mas não tem bola para a Seleção, pelo simples fato de termos vários meias superiores a ele. Se a Seleção é o conjunto dos melhores, Rodriguinho e Dudu não têm vez, na minha opinião. Vale o mesmo para Jô, participante do grupo do Mundial 2014.

E acredito que o futebol brasileiro nota 6 perdeu muito espaço para colocar alguém de destaque entre os convocados. É um bom assunto para debater.


Wallace diz ser criticado por expor opiniões e teme extremismos à la Trump
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Alexandre Praetzel

Wallace Reis é jogador de futebol profissional, mas não esquece de suas posições políticas. Bem articulado, o zagueiro tem opiniões formadas sobre o assunto e gosta de dividí-las, apesar de achar que existe preconceito com o atleta esportivo. Em entrevista exclusiva ao blog, Wallace revelou alguns pensamentos, falou sobre o fim do Bom Senso e os motivos que o levaram a deixar o Flamengo, antes de se transferir para o Grêmio. Leia abaixo.

Eleição de Donald Trump

“Olha, eu acompanhei muito pouco. Me desliguei um pouco de política nesses últimos quatro, cinco meses, porque eu estava me desgastando muito em relação a isso. Acabei deixando um pouco. Deixei de acompanhar tudo sobre a Lava-Jato, no cenário nacional político. Nas pesquisas estavam dizendo que a Hilary iria ganhar com uma margem pequena de dois ou três por cento na pontuação e acabou que no final, virou. Acho que isso é muito reflexo da população americana que está desacreditada nos políticos convencionais, tanto lá como aqui. Porque aqui a gente também vai vendo alguns Trumps se formando. O Bolsonaro está aí, ganhando força porque a população está um pouco desacreditada desse conservadorismo ou desse lado um tanto corrupto que nossa sociedade política tenha se embrenhado. A gente lamenta. Fico triste porque radicalismo demais nunca é bom e o Trump é um cara bem radical, pelo menos nas colocações dele. Em algumas entrevistas que eu vi, é um cara extremista demais e toda extremidade leva a ter algumas posições errôneas”.

Posicionamento político é combatido no futebol

“O futebol é natural que você crie uma certa barreira. É incômodo para todos os setores quando alguém destoa um pouco. Isso é natural para a sociedade, quando você tenta colocar suas posições. Eu sofri um pouco por isso. Fui criticado por isso. Acabou que minha família acaba sofrendo também e a gente acaba tentando se privar um pouco de certos posicionamentos, certos pensamentos ou ideologias que eu penso em relação à política, futebol, todo o contexto não só nas quatro linhas. Acho que a gente tem que passar por um processo de maturação, mas isso vai demorar para a aceitação. Costumo dizer que o jogador de futebol não é aceito, é tolerado, né. Então, enquanto você está jogando, você é tolerado. Quando você para, você passa a ser civil e já não tem mais, sua voz não é ativa. Eu não quero ser um cara que não tenha voz ativa, não como um jogador de futebol, mas como um agente da sociedade. O fato de eu ter me posicionado foi exatamente por isso. Eu ser uma referência para os meus filhos, meus amigos, meus pais que me educaram. Infelizmente, o futebol não está acostumado a lidar com isso. A gente ainda tem uma mente um tanto arcaica em relação a posicionamentos. Nosso país ainda, infelizmente, tem um conceito de que jogador de futebol é feito só para jogar. Eu acho que o atleta de futebol tinha muito mais coisas para se fazer, até porque, se você fosse perguntar para qualquer pessoa quem é o camisa dez da seleção, todo mundo vai te dizer. Se você perguntar quem é o presidente da Câmara dos Deputados e Senado, ninguém vai te falar. Ou de cada dez, dois vão te responder. O que é o segundo cargo mais importante do país. Então, a gente ainda priva para as coisas menos importantes, sendo as mais importantes”.

Fim do Bom Senso surpreendeu

“Não. Acho que o Bom Senso seguiu uma linha contrária ao que eu pensava. O Bom Senso acabou porque, a partir do momento que você não faz novas lideranças e entra muito somente na parte jurídica e os caras que têm que defender não se posicionam e não tomam à frente, isso vai perdendo força. É a coisa mais natural. Bom Senso ganhou força quando tinha Dida, Paulo André, Alex, esses jogadores. A partir do momento que esses jogadores foram parando, novas lideranças não surgiram, outros jogadores não se interessaram, até porque jogador de futebol é muito acomodado e isso é natural porque nós viemos da margem da sociedade. É educacional. Entendo isso. Infelizmente, a gente não pegou o timing da coisa. Coisa que na NBA, NFL, existe. O americano tem mais esse conceito, mais empreendedor da coisa. A gente teve a grande oportunidade e deixou passar. Agora, futebol vai continuar pragmático, estagnado, como vem ao longo desses 30 0u 40 anos no futebol brasileiro e a gente torce para que surjam novas lideranças”.

Saída do Flamengo

“O real motivo foi que eu…Aí entra mais essa questão. Não querendo me vangloriar, nada disso. Não sou narcisista nesse ponto. Mas eu sempre me posicionei. Nunca me escondi no Flamengo. O grande problema talvez tenha sido isso. O torcedor e a imprensa gostam de quem se esconde. Eu não me escondia. O time perdia, eu falava. O time ganhava, eu falava. Defendia meu ponto de vista. Muitas vezes contrário até da imprensa ou muitas vezes a favor da imprensa ou às vezes contra o elenco. Então, você vai criando uma certa barreira. Pelo fato de eu ser flamenguista, deixei aflorar demais o meu lado torcedor. Sentia muito todas as coisas que aconteciam no Flamengo e na hora que tinha que bater, eu acabava apanhando em proporções. Claro, no momento que tinha que ser criticado, entendo que a crítica vai ser feita até pelo cargo de capitão que eu exercia. Exercia um cargo de capitão no Flamengo porque eu sempre me posicionei como capitão. Não que eu quisesse, mas isso é da minha personalidade por onde eu tenha passado. Por isso, você acaba sendo alvo. No último ano que o Flamengo passou por crise, talvez eu tenha dado mais de 52 coletivas, onde outros jogadores não iam e outras pessoas do clube. Não faço crítica, nada. Cada um tem o seu posicionamento, mas o fato de você estar sempre aparecendo, te dá margem para apanhar mais. Nunca fui de me esconder e acabou que fui sofrendo. O torcedor tem uma análise um pouco passional, que é natural. A partir do momento que vocês da imprensa começam a criticar, o torcedor vai junto. Isso é normal, entendo e tenho maturidade suficiente para lidar com isso. E aí, o negócio foi virando uma bola de neve. Chegou o momento que minha família não tinha mais paz para morar no Rio. Questão de ameaças. Eu também não tinha mais uma vida social para poder levar meus filhos na escola e voltar. Então, já estava me atrapalhando. Modéstia à parte, estava jogando razoavelmente bem, sempre regular no Flamengo, como eu fui ao longo dos quatro anos. Até porque o próprio Muricy teve para me tirar do time inúmeras vezes, mas não tirou porque eu estava fazendo o que tinha que ser feito. Agora, infelizmente, a análise é por empatia. O lado da empatia pesa muito. Eu não sou um cara que você vai olhar e você vai sentir uma empatia automática por mim porque eu sou um cara sisudo, aparentemente. Isso é natural no futebol. Então, eu sempre tive que lidar com isso. Não é de agora. Desde quando eu surgi no futebol na base, fui assim. Não dar amém para tudo. Acaba que você vai criando umas certas restrições e vai desgastando com uma coisa, com outra. Mas fico feliz. Fiz uma história muito bonita no Flamengo, por onde eu passei, graças a Deus. Eu tenho 12 títulos na minha carreira. Ganhei título nacional no Flamengo. Fui referência do clube. Referência do time. Com os jogadores, eu era muito bem quisto, até hoje. Fiz amigos e mais do que qualquer coisa, saí de lá sendo homem. Agora, tive que tomar uma posição porque o clube e a gente não estava entrando num consenso de idéias e acabei optando por sair, já que o clube não me protegeu da forma que eu achava que deveria. Sou muito grato ao Flamengo por tudo que me proporcionou. Ao próprio Bandeira, ao Walim que foi o cara que me abriu as portas no Flamengo. Realizei o sonho de jogar no Flamengo. Eu tinha 11 anos e eu cansava de falar isso. Meu sonho é jogar no Flamengo. Por mais que eu tenha passado momentos difíceis, tive inúmeros momentos felizes. Então, foi uma coisa marcante na minha vida. Foi a realização de um sonho de menino. Por mais que a gente tenha esse discurso politicamente correto, eu não tenho esse perfil. Foi mágico eu ter passado esses quatro anos no Flamengo. Saber que eu vi o Flamengo ser campeão carioca em 2011 e falei: cara, um dia eu vou vestir essa camisa e vou honrar meus avós que são flamenguistas e eu consegui isso. Para mim, não tem maior alegria que isso”.

Wallace começou no Vitória e passou pelo Corinthians, antes de chegar ao Flamengo. No Grêmio, foi contratado nesta temporada. Não está disputando as finais da Copa do Brasil porque já tinha atuado no torneio, vestindo a camisa rubro-negra.


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