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Croatas seriam amarelados por gol, no Brasil. Cartões foram ridículos aqui
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Alexandre Praetzel

Uma semana depois do final da Copa do Mundo, tivemos a retomada do Campeonato Brasileiro. E com atitudes chatíssimas dos árbitros, nas comemorações dos gols. Aqui no Brasil, há uma mobilização das autoridades para deixar o futebol cada vez mais chato.

Por exemplo, vimos festas dos jogadores no Mundial, após os gols. Celebrações de atletas do banco de reservas, técnicos correndo e caindo na área técnica(Tite), referências a personagens e jogos de vídeo-game, além da grande comemoração dos croatas, atropelando um fotógrafo e vibrando e pedindo desculpas, logo depois. Tudo isso administrado pela arbitragem. Na festa do futebol, festa nos gols, sem ofender ninguém. Ponto final. Imaginem os croatas comemorando aquele gol, no Brasil? Cinco seriam amarelados. Seria um absurdo.

Nosso futebol interno precisa copiar as coisas boas. Os cartões amarelos para Lucas Lima, contra o Santos, e Moisés e Luan, no confronto entre Palmeiras e Atlético-MG, foram lamentáveis. Os três, em nenhum momento, provocaram, atacaram ou ofenderam alguém. Vibraram e fizeram gestos e atitudes normais, de quem está extravasando. Foi uma vergonha. Isso só torna o ambiente mais duro e pesado, tirando a alegria de todos. Uma pena.

Tenho 47 anos e me lembro de grandes comemorações.

Juari, atacante do Santos na década de 70, corria em direção à bandeirinha de escanteio e dava voltas em torno dela.

Russo, volante corintiano, mandava beijinhos para a torcida.

Reinaldo, atacante do Galo, levantava o braço direito, assim como o Dr. Sócrates do Corinthians.

Pelé, com seus socos históricos no ar.

Nas mais recentes, Viola e sua criatividade, acompanhado de alguns companheiros.

Paulo Nunes, homenageando figuras da TV. Tudo muito legal. Para descontrair, brincar e marcar posição. E sem atrapalhar o jogo.

Mas aqui, estamos andando para trás. Da torcida única, à falta de bandeiras e proibição de festividades. É mais fácil proibir, e não educar. Dentro e fora de campo. Gol da Bélgica.


A bola rola em 15 dias. Impossível termos qualidade. E os clubes aceitam
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Alexandre Praetzel

A pré-temporada 2018 começa para muitos clubes, nesta terça-feira, dia 02 de janeiro. Serão irrisórios 14 dias de treinos até a abertura dos principais campeonatos estaduais. Em ano de Copa do Mundo, tem sido assim, com uma preparação muito pequena. Nos outros anos, chegou-se a 24 dias, no máximo. Ainda um tempo curto, mas com um prejuízo inicial menor.

Então, é preciso paciência de todos os lados. É simplesmente impossível ter futebol de qualidade com pouquíssimo tempo de trabalho. Claro que os times com elencos maiores e melhores levam vantagem tecnicamente, mas fisicamente começarão atrás, mais uma vez, em relação aos adversários menores. Flamengo e Grêmio, por exemplo, voltarão com seus titulares, apenas em fevereiro. Nosso calendário seria muito mais simples, se os Estaduais fossem adequados às participações dos grandes, entrando numa fase decisiva. Mas os presidentes de federações não abrem mão, com a concordância dos presidentes de clubes, reféns das cotas de TV.

Como vamos cobrar boas atuações? Não dá. Só em São Paulo, haverá um Corinthians e São Paulo, dia 27 de janeiro, já na QUARTA rodada do torneio. Não tem como esperar grandes jogos, como deveriam ser. Se um treinador começar a tropeçar no primeiro mês do ano, imprensa, dirigentes e torcedores precisam analisar com a forma correta, sem imediatismo.

O ano futebolístico poderia iniciar com as quatro séries do Brasileiro, dia 05 de fevereiro, disputadas só aos fins de semana, por exemplo. Os Estaduais começariam na mesma data com as equipes menores, trabalhando durante toda a temporada. Se houvesse vontade e iniciativa dos clubes, dividindo o poder com a CBF, as coisas seriam bem melhores. Mas ninguém quer tentar, e todo início de ano, vamos lamentar, como tem sido nos últimos 30 anos.

 


Adoro palpites e previsões. De vez em quando, acerto. Ótimo 2018!!
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Alexandre Praetzel

Quem me acompanha, sabe que adoro palpitar em jogos e competições, antes de acontecerem, é claro. No twitter, sempre coloco o seguinte, como exemplo: Hoje vou acompanhar Corinthians 1×1 Palmeiras. Tudo para brincar e interagir. De vez em quando, acerto alguns placares e colocações. Erro a maioria, obviamente.

Em 2017, acertei o Cruzeiro como Campeão da Copa do Brasil, antes do torneio começar. Também cravei o Vasco entre os dez primeiros do Brasileiro(fácil) e que o Palmeiras passaria o ano em branco, sem títulos. Achava que o Santos levaria a Libertadores e o Flamengo seria campeão Brasileiro. Não levava fé no Corinthians e criei o termo 4ª força para designar o elenco, em relação aos rivais paulistas.

Para 2018, vamos palpitar e prever. Afinal, atire a primeira pedra, quem nunca foi conferir as previsões astrológicas para o ano seguinte de cada um. Então, podemos fazer o mesmo.

Paulista – Aposto no Palmeiras. Santos virou a quarta força.

Carioca – Flamengo leva o bicampeonato.

Gaúcho – Grêmio é favorito para quebrar o jejum de sete anos, mas jogará muitas partidas com o time C, na primeira fase.

Mineiro – Cruzeiro.

Brasileiro – Palmeiras, Flamengo e Grêmio. O rubro-negro carioca é meu favorito. Os times cariocas não ganham desde 2012, com o Fluminense.

Copa do Brasil – Com premiação recorde, terá muita atenção de todos. Vou no São Paulo, que nunca ganhou o torneio.

Libertadores da América – Vou no Cruzeiro como forte candidato a brigar pelo título.

Sul-Americana – Atlético-MG dará uma resposta positiva.

A bola vai rolar a partir de 17 de janeiro, com parcos 14 dias de pré-temporada. A qualidade técnica continuará deficiente, infelizmente. Tomara que novos técnicos consigam se firmar e façam trabalhos mais duradouros.

O jornalismo esportivo seguirá sendo minha vida e meu trabalho. Um grande 2018 para todo mundo com muita saúde e felicidades. Grande abraço.


A tristeza em ver o abismo do futebol europeu sobre o nosso. Outro esporte
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Alexandre Praetzel

Todos que me acompanham sabem que gosto muito de futebol, principalmente, o futebol bem jogado. Não sou resultadista e gosto de observar o trabalho dos profissionais, antes de tirar conclusões precipitadas. No momento, sou um crítico do futebol brasileiro. A bola está sendo mal tratada. Contamos nos dedos, quantos jogos muito bons, conseguimos ver em 2017. E aí me deparo com o que acontece na Europa. É outro esporte.

Óbvio que o abismo financeiro entre os continentes nos transformou em exportadores de bons pés de obras, enquanto ficamos com o restante. Mas nessas “sobras”, há gente boa e sempre vai haver porque ainda conseguimos produzir em quantidade, mesmo com as más e péssimas gestões e interesses na base e nos times de cima.

Agora, dá um desânimo comparar um grande europeu com um do mesmo porte no Brasil. Ontem, parei para ver Manchester City e Napoli, pela Champions League. Ainda, acompanhei Real Madrid e Tottenham também. Napoli e Tottenham são médios europeus, mas surrariam qualquer gigante brasileiro. Não só pelos nomes, mas muito mais pelas formas de atuar, com desenhos táticos bem desenvolvidos em relação aos trabalhos dos nossos treinadores.

Ah, mas eles têm os melhores à disposição, é o papo diário por aqui. Nem sempre. Vemos times pequenos com propostas de jogo, dentro das suas condições técnicas, muito superiores a grandes da Série A. Paramos no tempo. Paulo Autuori falou aqui neste espaço que o futebol jogado no Brasil é fraco. E está coberto de razão. Quem não enxerga isso, está na contramão da história.

Por exemplo, depois do banho europeu, fui ver Boa Esporte e Inter, pela Série B. Uma pelada do tamanho do Rio Grande do Sul. O Inter viajou de voo fretado, teve uma semana para treinar e mostrou um futebol de quinta categoria. Tem um elenco com folha salarial de R$ 7 milhões e tinha obrigação e elenco para derrotar o Boa, que não treinou de sábado até segunda, indo direto para o jogo. Estou falando de um dos 12 grandes brasileiros. E surgem desculpas de todos os lados. Nossos técnicos não apresentam nenhuma novidade. Há um protecionismo aos atletas, que desempenho hoje não faz muita diferença. O que importa é o ponto ganho. É muito pouco.

Vi e convivi com ótimos jogadores e dirigentes, mas é preciso um debate geral sobre o futebol que se pratica nos primeiros escalões. Se não, nossos campeonatos perderão interesse, cada vez mais. E isso passa necessariamente pela CBF, exclusivamente preocupada com a Seleção Brasileira.

Mas será que os presidentes dos principais clubes estão preocupados? Eles ficam nos cargos durante seis anos, no máximo. Jogam tudo por títulos, mas lavam as mãos quando questionados sobre o modelo atual. Em 2018, o calendário começa dia 17 de janeiro, com os Estaduais, em meio à Flórida Cup, pré-Libertadores e Libertadores da América. Em São Paulo, a Federação convenceu os dirigentes com gordas cotas de transmissão e ninguém critica o aperto de datas. E assim segue, com um declínio técnico ano a ano e com a maioria dos futebolistas culpando o imediatismo, as análises da imprensa e a pressão dos torcedores nas redes sociais. Não enxergam o problema num todo.


Autuori reclama do futebol jogado no Brasil: “temos de parar e refletir”
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Alexandre Praetzel

Paulo Autuori não é mais técnico de futebol. Transformou-se em um gerente-executivo para coordenar e apoiar os trabalhos das comissões técnicas do Atlético-PR, em quatro categorias. Autuori entende que é uma função nova, mas totalmente distante de negociações e envolvimento com contratações. Em entrevista exclusiva ao blog, Autuori valoriza demais a gestão do Atlético-PR, prevê um futuro de protagonismo para o clube paranaense e critica os rumos do futebol brasileiro, longe do bom momento da seleção brasileira. Confira a seguir.

A qualidade duvidosa dos times brasileiros lhe incomoda, principalmente, no Campeonato Brasileiro?

Ano passado, mesmo fazendo uma boa campanha, eu cansei de falar que o campeonato estava em um nível para baixo. Aí as pessoas, infelizmente, criticam. É hora de nós fazermos uma auto-análise e vermos né. Então, a responsabilidade ela tem que ser compartilhada e nós temos a nossa. Não dá para se esconder disso. Não dá para as partes ficarem jogando, sacudindo a água do capote, umas para as outras. Temos, de uma forma geral, parar e refletir e pensar que o futebol brasileiro não é seleção brasileira, que está fazendo um excelente trabalho pelo ótimo e a excelência do Tite, inteligência dele de saber utilizar os jogadores de fora. Então, os treinos dele são nos clubes, trabalha com conceitos atuais. Esses jogadores já sabem exatamente aquilo que devem fazer porque fazem nos seus clubes. Então, é mérito total do Tite, mas o futebol brasileiro não é a seleção brasileira. Nós temos muitos problemas aqui, temos que parar, refletir, pensar. Agora, isso é uma responsabilidade de todos.

Essa função de diretor-executivo está lhe agradando?

Não, eu não sou diretor-executivo. Eu trabalho junto com as comissões técnicas Sub-15, Sub-17, Sub-19 e profissional. Eu não quero, não participo de negociações, né cara, não tenho essa figura. Não é para mim, é uma coisa que eu, particularmente, não quero fazer, deixei isso claro. Então, é muito mais na parte técnica, o que tem a ver com o futebol, aplicação naquilo que a gente entende que deve ser no clube, como um todo.

Foste convidado pelo Atlético-MG? Não tem nada?

Não, não. Não tem nada, Fico feliz porque não estou nem um ano nessa função. Acho que é a necessidade que tem de pessoas que são do futebol, que já estão no futebol, vivenciaram muitas situações positivas, negativas, que têm a ver com a gestão de pessoas, de saber lidar. Acho que é uma função carente no futebol brasileiro, estamos confundindo isso com diretor-executivo, é uma função completamente diferente de gerência, muito mais abrangente do que aqueles que têm que estar próximos, facilitando o trabalho dos técnicos, porque tudo cai no trabalho dos técnicos. Então tem que ter alguém que possa dar a cara também e dizer, pera aí a culpa não é do técnico não, se é dele, é minha também, entendeu. É isso que eu tento fazer, exatamente aquilo que sentia falta e que todos os técnicos brasileiros, no fundo, sentem.

Técnicos tiveram tempo para trabalhar na parada das eliminatórias e os times pioraram, na maioria. Isso incomoda também?

Eu acho que aí, nós temos que fazer uma reflexão mais profunda. Eu te digo isso pelo seguinte. Você joga, joga, quando você tem uma semana ou dez dias cheios, dois dias é para você recuperar da quantidade de jogos que se teve, na primeira semana livre que se teve. E ao aproximar o jogo, na véspera você não faz muito. Não vamos dizer que em sete dias, você vai ajeitar, entendeu? E a outra coisa é a falta de rotina de você ter uma semana toda. Então, há uma necessidade grande de dar uma relaxada em relação a sequência de jogos que é a realidade, na maior parte do calendário brasileiro. A partir do momento que isso for uma constante ao longo de todo o campeonato, só agrupar em alguns momentos como acontece na Europa, porque às vezes muita gente fala, lá na Europa também se joga. Se joga, mas você sabe exatamente onde esses jogos irão se acumular e você se prepara minimamente, para isso aí. Então, é uma análise profunda, é isso que a gente precisa, refletir com todos os segmentos do futebol. Não é que um tenha razão, outro não. E a gente fica brigando entre nós. No fundo, como é que o espetáculo fica? Fica desta maneira que está com cada um tentando passar uma imagem que não é o responsável e deveríamos todos com humildade, refletir. Uma coisa para ficar muito clara. A Alemanha sempre foi muito vitoriosa em relação a clubes e seleções e parou para refletir. Pera aí, cara. Mesmo ganhando títulos, não é assim que a gente quer. E por que a gente não faz a mesma coisa? Porque somos arrogantes , não temos a humildade necessária de entender. Nós queremos dizer a Venezuela não é nada. Comparar com a gente? É covardia comparar com a Venezuela. Tem que comparar a Venezuela com eles mesmos. Estou dando apenas um exemplo. Então, eles evoluíram porque a comparação é deles com eles mesmos. Então, a gente tem que comparar conosco mesmo, o que fazemos hoje e o que fizemos ao longo da nossa história.

O ex-presidente Petraglia disse que em dez anos, o Atlético será campeão do mundo. O Atlético ainda é um time médio? Falta alguma coisa?

Quando ele falou, ele falou claramente que quer preparar a equipe para poder estar envolvida na disputa por um título mundial. E isso aí é um desafio com essa excelência que o clube tem em termos de infraestrutura, organização e metodologia, é fazer o futebol do clube ser feito com essa excelência. Mas isso é muito complicado, é um processo. Até porque as equipes do Atlético sempre se caracterizaram por jogar defendendo e saindo. E agora a ideia, de trabalhar o futebol todo, é para ter uma equipe que possa ter o controle do jogo, ser protagonista e não ser coadjuvante. Esse é o grande desafio dos profissionais que lá trabalham e da gestão. A gestão é exemplar. Eu posso assinar embaixo que é a melhor que eu já vi, em relação a trabalho. Em 20 anos, deixou de ser praticamente um clube de bairro para ter hoje um patrimônio espetacular, o único clube que tem uma arena própria. Amanhã, posso sair do Atlético, mas vou continuar falando exatamente isso. O futebol brasileiro precisa de gestões dessa maneira. O que se passa dentro de campo, aí é jogo de futebol, é outra situação.

Fabiano Soares foi uma indicação tua?

Fabiano é um treinador que foi bem na Europa e eu estou, como estava para o Eduardo Baptista, por isso me afastei um período do clube, porque acho que você deve começar e acabar um ciclo. Depois, se analisar e ver se foi bom ou se foi mau. Acho que isso não acontece no futebol brasileiro. Então, desde que o Eduardo assumiu, eu falei: na hora que ele saísse, eu sairia. Foi o que eu fiz, né. Saí, fiquei fora, tive alguns convites, o próprio presidente Petraglia e o presidente Salim souberam, alguns clubes entraram em contato com eles. Não havia motivo para eu sair do clube, estava bem, apenas em uma situação, prometi a mim mesmo quando eu estivesse nessa função, se o técnico saísse, eu sairia também, porque acho que é uma covardia jogar a culpa sempre nos técnicos.

Paulo Autuori está com 61 anos e treinou o Atlético-PR, em 2016. Mudou de função e apoiou a chegada de Eduardo Baptista, saindo do clube, quando Eduardo foi dispensado. Voltou em seguida, em um acordo com a diretoria. Como técnico, foi campeão brasileiro pelo Botafogo, ganhou duas Libertadores da América por Cruzeiro e São Paulo e foi campeão mundial interclubes pelo tricolor, em 2005.


Nilmar vê Santos com time para ganhar a Libertadores e buscar o Corinthians
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Alexandre Praetzel

Nilmar voltou ao futebol brasileiro, depois de duas temporadas no Qatar e Emirados Árabes. Aos 33 anos, aceitou o convite do Santos para mostrar que ainda tem bola para ser titular de um grande time do país. Nilmar começou no Inter e foi campeão brasileiro pelo Corinthians, em 2005. Após alguns problemas clínicos, já fez sua estréia e espera ajudar a equipe a conquistar a Libertadores da América. O blog entrevistou Nilmar com exclusividade sobre a realidade brasileira, a escolha pelo Santos e o futuro na carreira. Confira a seguir.

Como vês o nível técnico do Campeonato Brasileiro, após um tempo no exterior?

Acredito que vem evoluindo pela fase que os clubes vivem hoje, não vendem jogadores como vendiam antes, jogadores estão retornando ao futebol brasileiro, investimento está sendo grande em alguns clubes e vem crescendo. Acredito que, quando eu iniciei, muitos jogadores saíam muito cedo. Hoje está sendo diferente, estão repatriando muitos jogadores e a qualidade está boa, no meu ponto de vista. Claro que a gente ainda peca um pouco a nível europeu, mas o nível melhorou bastante.

Você acha que o Santos tem time e elenco para buscar o Corinthians e o título da Libertadores?

No futebol, a gente vê tantas coisas acontecerem…Claro que o Corinthians tem uma vantagem, até mesmo anormal no Brasileiro. Acho que nunca um clube terminou o primeiro turno com tanta diferença de pontos, mas enquanto há chances, a gente não pode desistir não. Se o Corinthians tiver uma sequência grande de derrotas, coisa que a gente acha difícil pelo que vem fazendo, pode deixar escapar ainda e o pessoal que está atrás, pode encostar para dar uma animada e uma valorizada no campeonato porque ficou um pouco chato, 12 pontos na frente, antes de terminar a competição. Como eu disse, no futebol a gente já viu de tudo e pode ter uma reviravolta aí. Todos acham difícil, mas a gente não pode desistir não. Na Libertadores, a campanha está sendo fantástica, até agora, Está invicto, claro que agora na fase de mata-mata, já conseguiu passar pelo Atlético-PR, e tem grupo, elenco, time, acredito que em jogos de mata-mata, têm que chegar bem preparado e cuidar todos os detalhes para não deixar escapar. É bem diferente do Brasileiro, se você perde, tem tempo de recuperar, mas nesse tipo de competição você tem que estar com o nível de atenção muito elevado e o emocional muito bom, também, para conquistar esse título que todo mundo quer.

Sempre tiveste muito talento. Até que ponto as lesões impediram uma carreira maior em grandes clubes?

Na verdade, as lesões que eu tive, fazem mais de dez anos. Me atrapalharam no início, quando retornei delas. Falta de confiança, aquela coisa de você voltar a jogar futebol, desde muito tempo parado. Você tem um jogador muito acostumado a jogar e ficar seis meses sem atuar, é muito complicado no início. Mas eu superei isso e fiz uma carreira muito boa, aqui mesmo no Brasil, no Inter. Depois, tive passagens pela Espanha, Qatar, Emirados. Felizmente, nunca tive um problema mais sério de lesões e consegui ter uma carreira boa, até hoje, no momento. Mas, claro, naquele momento, com 21 anos, as duas lesões que eu tive, foram bastante difíceis para mim.

Por que você escolheu o Santos, no retorno ao Brasil?

Na verdade, o Santos me escolheu e eu acabei escolhendo o Santos, pelo fato das pessoas se interessarem e ser o clube que é. Acredito que é um clube muito sério, que tem história, que não tem comentário para fazer. Respeitado no mundo todo e ter a oportunidade de voltar a jogar num clube como o Santos, está sendo sensacional. Estou bastante motivado e confiante que vai dar tudo certo.

O que precisa mudar no futebol brasileiro para voltar a termos mais qualidade?

Aquilo que todos sabem, né. O pessoal de fora(risos). Acredito que a gestão está um pouco atrás. Lá fora, eu sei como é, e essa parte tem que se profissionalizar um pouco mais para que o futebol possa crescer. Tem que começar lá de cima, esse é o ponto ideal aí para que o futebol volte a ser o que sempre foi e ser respeitado. Agora, com a volta do Tite à Seleção, a Seleção começou a mudar um pouco nossa imagem lá fora.

Você acha que o Lucas Lima deve permanecer no Brasil ou buscar uma carreira no exterior?

É difícil dizer. De fora, cada um tem uma opinião e só o atleta vai saber o que é melhor para ele e as pessoas que trabalham com ele. Pelo pouco tempo de convívio com o Lucas, é um cara que é bem consciente das decisões dele e tem potencial para jogar em qualquer clube. Acho que dispensa comentários sobre isso. Claro que eu, chegando agora, como atacante, gostaria de jogar com ele, mas aí a gente tem que respeitar. Já estive na situação dele também e a decisão a ser tomada, não é fácil. Acredito que ele é inteligente o suficiente para tomar a melhor decisão.

Quais as principais diferenças entre os trabalhos de clubes e treinadores estrangeiros com os profissionais daqui?

Na verdade, já se inicia com o planejamento. Lá fora, você joga menos jogos. Você tem um calendário que já sabe no início da temporada, onde você vai jogar, quando, horário. Não tem aquela coisa de mudar do nada, então você já faz um planejamento. Tem a questão do torcedor, o carnê, que o pessoal, antes de começar a temporada, já tem seus assentos, seus lugares. Então, essa parte aí, eles estão na frente da gente. Pela cultura do futebol, aqui a gente não valoriza muito o treinador. O treinador perde um, dois jogos…Essa cultura nossa já está chegando lá também porque quando joguei na Espanha, também, estava se iniciando isso, treinadores saindo no meio da temporada. Lá, infelizmente, chegou isso, mas bem diferente daqui. Acho que é uma falta de respeito com o profissional, porque o cara é contratado, faz um ano de contrato, perde dois, três jogos e infelizmente acaba saindo, jogando toda a responsabilidade em cima do treinador. A gente costuma dizer que é mais fácil mandar um embora, do que 30 jogadores. Isso tinha que ser revisto e treinador brasileiro ser mais valorizado, como a gente valoriza o pessoal de fora, quando vem para cá.

O que você pretende fazer, quando deixar o futebol? Tem algo em mente?

Infelizmente, não(risos). Na verdade, ainda não pensei nessa parte do que eu vou fazer. Treinador, essa parte, eu não tenho perfil, não penso não. Mas por ter vivido muitos anos no futebol, possa aparecer alguma oportunidade para continuar no meio, mas a princípio, não tenho nada planejado. Estou ainda com 33 anos, então tenho que pensar um pouco. Acredito que no momento que para, você vai curtir um pouco a família e você acaba vivendo o futebol muito intenso. Quando eu parar, vou curtir a família e depois ver o que vai acontecer.

Nilmar fez apenas duas partidas pelo Santos, mas deverá ser mais aproveitado pelo técnico Levir Culpi, até o restante da temporada.

 

 


Éverton Ribeiro é reforço para acertar time. Meia ainda sonha com a Copa
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Alexandre Praetzel

Éverton Ribeiro agitou o mercado da bola no Brasil, ao anunciar que pretende retornar ao futebol brasileiro, conseguindo a liberação do Al-Ahli dos Emirados Árabes. Melhor jogador do país em 2013 e 2014, o meia ainda sonha com a participação na Copa do Mundo da Rússia e pretende estar atuando num time grande e com exposição para o técnico Tite.

O empresário do atleta, Robson Ferreira, negocia a rescisão de contrato para Éverton ser transferido antes de 04 de abril, data limite de transferências internacionais no Brasil. Éverton tem qualidade indiscutível e acertaria qualquer meio-campo, resolvendo vários problemas de criação e conclusão em algumas equipes.

Próximo dos 28 anos, Éverton vai escolher o clube onde atuar. Interessados não faltarão. Alexandre Mattos é padrinho de casamento de Éverton, mas garante que o Palmeiras não tem nenhuma negociação aberta com o atleta. Inter e São Paulo são times que buscam um meia de exceção para os seus elencos e surgem como candidatos a contratá-lo.

Claro que Éverton Ribeiro terá que se readaptar ao calendário estafante, vindo de um futebol onde se treina menos e se compete pouco. Outros nomes repatriados da região, sofreram com lesões musculares e desgaste físico. Mas vale o investimento, sem dúvida. É aguardar para ver, onde Éverton Ribeiro irá atuar. Bom para o futebol brasileiro.


Futebol brasileiro tem quatro jogadores estrangeiros indiscutíveis
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Alexandre Praetzel

A liberdade de escalar cinco jogadores estrangeiros no futebol brasileiro mudou bastante a forma de contratar dos clubes. Nomes do primeiro ao terceiro escalão sul-americanos desembarcam aos montes por aqui. Uns com boa capacidade, outros de qualidade duvidosa. O blog coloca sua opinião a respeito destes reforços, atualmente no Brasil, analisando custo-benefício e trajetórias recentes.

Indiscutíveis – Mina(Palmeiras), Guerrero(Flamengo), D’Alessandro(Inter) e Lucas Pratto(Atlético-MG).

Bons Nomes – Guerra(Palmeiras), Montillo(Botafogo), Conca(Flamengo), Copete(Santos), Kanneman(Grêmio), Cazares(Atlético-MG), Cueva(São Paulo), Martín Silva(Vasco).

Razoáveis – Barrios e Allione(Palmeiras), Mancuello(Flamengo), De Arrascaeta, Cabral e Ábila(Cruzeiro), Bolaños(Grêmio), Nico López(Inter), Gatito Fernandez(Figueirense).

Regulares – Chavez(São Paulo), Buffarini(São Paulo), Mena(São Paulo/Cruzeiro), Romero(Corinthians), Balbuena(Corinthians), Lucas Romero(Cruzeiro), Erazo(Atlético-MG), Otero(Atlético-MG), Carli(Botafogo), Seijas(Inter), Cuellar(Flamengo), Donati(Flamengo), Rodney Wallace(Sport), Cárdenas(Vitória), Kazim(Coritiba/Corinthians), Escudero(Vasco).

Vivendo do currículo – Lugano(São Paulo), Lucho Gonzalez(Atlético-PR), Dátolo(Atlético-MG), Mark Gonzalez(Sport).

Para esquecer – Noguera(Santos), Vecchio(Santos), Aquino(Fluminense), Mendoza(Corinthians), Nuñes(Botafogo), Salgueiro(Botafogo), Lízio(Botafogo), Ariel(Inter), Sanches Miño(Cruzeiro), Pisano(Cruzeiro), Tobio(Palmeiras), Mouche(Palmeiras), Braian Rodriguez(Grêmio).

A conferir – Sornoza e Orejuela(Fluminense), Trauco(Flamengo).

Claro que a abertura do mercado é interessante, mas muitos destes nomes acima poderiam ser substituídos por jogadores mais baratos e das categorias de base, com calma e trabalhando a médio prazo. Muitas vezes, dirigentes gastam fortunas em estrangeiros destaques nos seus países, esperando o mesmo desempenho num futebol totalmente diferente. É preciso muita análise e critério para contratar, sob pena de fracassar rapidamente.

 


Betão é destaque do Avaí, lembra de Tevez e critica o futebol brasileiro
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Alexandre Praetzel

O Avaí pode confirmar o acesso à Série A do Brasileiro, neste sábado, contra o Londrina. Uma vitória garante a vaga. Um empate, vai depender de um tropeço do Náutico diante do rebaixado Tupi-MG. Um dos destaques do time é o zagueiro Betão, com 33 anos. Ex-Corinthians e Santos e com passagens pelo futebol europeu, Betão conversou com o blog com exclusividade e falou sobre a disparada do Avaí, futebol brasileiro e Corinthians. Leia abaixo.

Arrancada do Avaí rumo ao acesso

“Não consigo definir uma razão. A filosofia de trabalho e a forma de relacionamento do treinador Claudinei Oliveira com todos. A rápida aceitação e o comportamento dos atletas. Não temos nenhum tipo de vaidade no grupo e isso fez com que todos se entregassem a nossa missão”.

Avaliação da Série B

“É a primeira vez que disputo a Série B no Brasil. Para ser bem sincero e por aquilo que sempre ouvi dizer, esperava mais dificuldades. É verdade que os jogos são menos previsíveis em termos de resultados, porém, o nível técnico deixa um pouco a desejar”.

Futebol brasileiro atrasado em relação ao europeu

“Infelizmente, sim. Em todos os sentidos, em campo e fora dele. Se fosse enumerar, não teria espaço para essa matéria. Por exemplo, em campo, o comportamento dos atletas, arbitragem de baixo nível. Fora de campo, forma de gestão dos clubes, organização do calendário, clubes totalmente endividados, parte da imprensa deixando de noticiar para viver de “fofocas”. Estamos muito atrasados”.

Passagem pelo Corinthians durante a MSI

“Foi um momento difícil, pois gerou uma tensão desnecessária para o clube. Gerou uma pressão a mais do habitual no Corinthians, que já não é pouca. Criou-se uma crise política, uma divisão de idéias e pensamentos na diretoria e muitos queriam trazer essa divisão entre os jogadores, mas no meu ponto de vista, essa divisão em campo nunca ocorreu. Existia uma diferença salarial grande, mas isso não gerou “racha” no grupo”.

Corinthians novamente nas páginas policiais

“Acredito que o Corinthians é a marca esportiva da América do Sul e não vejo necessidade de passar por situações constrangedoras como essas. Vivi lá dentro por 14 anos de minha vida e sempre foi da mesma maneira. São muitas opiniões e a maior parte das decisões são tomadas pela emoção. O Corinthians é muito grande e não precisa passar por isso”.

Relação próxima com Tevez

“Ele era muito tranquilo. Para nós jogadores, era fácil e prazeroso trabalhar com ele, pois ele é um cara de grupo que trabalha pelos interesses comuns, batalha pelos menos favorecidos e ajuda muito dentro e fora de campo. Porém, com os diretores e imprensa foram relacionamentos difíceis porque além de extrovertido, ele tinha suas opiniões formadas e isso dificultava esse relacionamento. Todos nós sabemos que a vinda do Tevez ao Corinthians, foi um jogo de marketing e investimento para os envolvidos. Ele viria, atrairia os olhares dos torcedores, imprensa e patrocinadores para o clube, chamaria a atenção de grande europeus e pronto. Mas acredito que a intenção era ele permanecer mais tempo no clube. Creio que a saída dele aconteceu pelo desgaste da situação política e até mesmo com parte da torcida”.

Tevez voltaria ao Corinthians

“Conversei com ele algumas vezes, enquanto estávamos na Europa e seria muito improvável a volta dele. Estava muito bem por lá, foi destaque onde passou. Não posso afirmar, mas nesse momento acredito que seja improvável a volta dele”.

Planos para 2017

“Tenho contrato com o Avaí até o final do campeonato estadual. Como sempre, nessa época do ano sempre existem sondagens de outros clubes, empresários. Como meu contrato é curto aqui no Avaí, não tem como afirmar nada nesse momento. Mas espero continuar nesse bom momento, com boas atuações, onde quer que eu esteja”.

Surgimento do Bom Senso

“Quando surgiu a idéia, fiquei muito empolgado, motivado e cheguei a acreditar que seria um marco para as mudanças que o esporte necessita até hoje. Fiz parte, de maneira bem discreta, tentei ajudar, mas nós jogadores somos muito desunidos. A maioria se preocupa somente com aquilo em que pode ser afetado diretamente. Infelizmente, muitos são mal informados, outros não se interessam e o o movimento acabou perdendo forças. Sem contar com a forte oposição que enfrentou, onde muitos que perderiam seus privilégios se colocaram contrários ao movimento. Em algumas questões, foi ouvido e até atendido. Mas com tristeza, recebemos a notícia do fim do Bom Senso. Quem sabe as próximas gerações se interessem em buscar seus direitos e melhorias para o futebol”.

Betão fez 214 jogos pelo Corinthians de 2001 a 2007 e foi campeão brasileiro em 2005. Atuou no Dínamo de Kiev da Ucrânia de 2008 a 2015. Ainda passou pela Ponte Preta e pelo Evian da França.

 

 


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