Blog do Praetzel

Arquivo : trabalho

Abel Braga: “Não gosto de pegar trabalho no meio. É uma filosofia”
Comentários Comente

Alexandre Praetzel

Abel Braga só voltará a trabalhar em janeiro de 2019. Ele fez essa revelação a mim, hoje pela manhã, quando perguntei se ele poderia assumir algum clube, principalmente, o Palmeiras. Confira a resposta.

“Alexandre, tudo bem? Você sabe que eu não gosto de falar, se fui ou não procurado. O que importa é que agora, eu não posso…não posso não, poder eu poderia, mas não. Deixei o Fluminense por um motivo muito pessoal. Vou dar esses cinco meses para minha família. Começar um novo trabalho novo aí, vamos ver onde vai ser, em janeiro. Então, é deixar tudo em novembro, mais ou menos acertado. Esse é meu pensamento cara. Então, vieram já outros convites. Eu não gosto de pegar do meio. Gosto de criar estratégia, mesmo objetivos, meu caminho, meu e dos meus jogadores, né. Porque sempre fica alguma coisa do que sai. Cada um tem sua filosofia. Então, não acho legal, sabe? É de estranhar, porque o Roger é um cara sensacional, muito bom treinador e não ter continuado o trabalho. É um pouco duro, ainda mais que eu fiz uma amizade muito boa com ele, durante a Copa, naquele programa da Fox. É pena. É assim cara. Tiveram três chances lá, a bola não entra, é complicado. Estoura sempre no mesmo lado. Abraço”.

Abel treinou o Fluminense, desde a temporada passada, e deixou o clube, neste ano.


Croácia “atropelou” o planejamento e está na final. Exceção à regra?
Comentários Comente

Alexandre Praetzel

A Croácia está na final da Copa do Mundo e chegou ao Mundial sem projeto nenhum. Apostou num técnico novo na última rodada da eliminatória, como interino, ganhou da Ucrânia e foi para os dois jogos da repescagem, eliminando a Grécia. O treinador Zlatko Dalic era um desconhecido e tinha trabalhado em equipes de menor expressão, com maior tempo de trabalho no Al Ain dos Emirados Árabes, onde ficou quase três anos.

Óbvio que projetos, planejamentos e estratégias são importantes, mas não significam títulos e vitórias. A Alemanha mudou tudo de 2002 a 2014, para ser campeã. Deu certo. Em 2018, caiu na primeira fase. O mesmo se repetiu com a Espanha e com a própria França, em anos anteriores.

A Croácia pode ser uma exceção à regra, mas confirma que uma boa campanha também se deve a uma série de fatores. Primeiro, o encaixe e a empatia do técnico com os convocados. Segundo, um bom time comprometido para comandar. Terceiro, um pouco de sorte. A Croácia foi à final, passando por três prorrogações e duas decisões em pênaltis. Isso gera e dá confiança extrema de que algo grande possa acontecer.

Mesmo que seja vice-campeã, a Croácia já é vitoriosa. Entrou para a história com um país de quatro milhões de habitantes, superando grandes potências e incomodando desde 1998, quando foi a terceira colocada. Esteve em cinco das últimas seis Copas, se ausentando apenas em 2010. Mérito gigante de uma geração qualificada com jogadores muito bons.

Vamos para a decisão. Aposto na vitória da França por 1 a 0 ou 2 a 1. Acredito que é mais equipe e está mais equilibrada, além de menos desgastada.

Agora, se a Croácia ganhar a Copa, o atropelamento no planejamento croata será sempre lembrado como algo que determina que o futebol não é uma ciência exata e pode ser definido por uma conspiração de fatores e, principalmente, pelo momento de um grupo, num curto prazo de 40 dias. Realmente, o futebol é fantástico.


Eu manteria Tite em mais um ciclo. Quem foi bem e mal na Seleção
Comentários Comente

Alexandre Praetzel

Mais uma Copa terminou para o Brasil e as projeções seguirão para mais um ciclo. A derrota por 2 a 1 para a Bélgica foi dura, mas longe de ser injusta. Os belgas jogaram bem na sua proposta e foram eficientes. Courtois segurou atrás e Hazard e De Bruyne deram o ritmo na frente. Tecnicamente, a Bélgica mostrou toda sua qualidade e ainda ajustou o sistema defensivo. Claro que o Brasil teve mais domínio territorial e criou algumas oportunidades, mas muito mais na imposição física e pequenas vitórias pessoais. Em linhas gerais, o resultado foi correto.

Agora, passarão alguns dias, onde a derrota da Seleção Brasileira será amplamente debatida, nas suas causas e consequências. Lembrando que nas três Copas anteriores, em 2006, 2010 e 2014, o Brasil foi eliminado e os técnicos não resistiram, sendo demitidos imediatamente.

Desta vez, acredito que não haverá a mesma coisa. Tite tem condições e possibilidades para mais quatro anos à frente da equipe. O trabalho não foi ruim. Classificou o Brasil para a Copa, num momento delicado de pontuação nas eliminatórias e ambiente com os jogadores. Rapidamente, recuperou a auto-estima do grupo e garantiu o time com antecedência no Mundial. Seu trabalho tem números bons em 26 jogos, com 20 vitórias, quatro empates e apenas duas derrotas. Marcou 55 gols e levou oito gols. Particularmente, defendo a continuidade da comissão técnica. Está na hora da CBF ter uma mentalidade de um trabalho a médio e longo prazo. A geração do Brasil é interessante e novos jogadores estão surgindo. Caberá ao treinador, apresentar novas ideias e revelar métodos de trabalhos diferentes. Óbvio que a cobrança vai aumentar.

Acho que também, ao final de uma Copa, os jogadores devem ser avaliados pelos desempenhos. O blog fez a sua cotação.

Quem foi bem – Thiago Silva(última Copa), Miranda(última Copa), Casemiro(segue), Douglas Costa(segue), Phillippe Coutinho(segue), Filipe Luís(última Copa).

Razoáveis – Alisson(segue), Fagner(última Copa), Firmino(segue), Renato Augusto(se Tite ficar, tem chances de seguir).

Quem foi abaixo do esperado – Marcelo(segue), Neymar(segue),  Paulinho(última Copa), Willian(segue).

Quem foi mal – Gabriel Jesus(segue), Danilo(segue), Fernandinho(última Copa).

Marquinhos jogou muito pouco e tem mais uma ou duas Copas. Ederson tem mais ciclos e Cássio, vai depender do treinador. Fred é jovem e pode ser aproveitado. Geromel se despediu e Taison é uma incógnita.

Para fechar, uma nota para Tite, pelas escolhas e escalações, durante a Copa: Nota 5. 


Lisca pega o Palmeiras e crava: “Qual técnico não é “bombeiro” no Brasil?”
Comentários Comente

Alexandre Praetzel

O Palmeiras enfrenta o Ceará, neste domingo, como favorito no Castelão, em Fortaleza. Será o duelo de um dos melhores times do Brasil contra o lanterna do Brasileiro. No comando técnico cearense, estará Lisca, retornando ao clube no seu segundo jogo, após empatar com o Botafogo, quarta-feira, no Rio de Janeiro. Lisca volta ao Ceará para tentar manter a equipe na Série A, como fez em 2015, garantindo o Vozão na Série B, depois de dez confrontos decisivos. Em entrevista exclusiva ao blog, Lisca vê muita motivação em pegar o Palmeiras, admite a possibilidade de mudanças no elenco e faz uma avaliação real da situação dos treinadores no Brasil. Confira a seguir.

Como enfrentar um dos melhores times do Brasil, na situação atual do Ceará?

E um dos maiores investimentos da América. É difícil em qualquer circunstância. Na atual, é um jogo de importância muito grande para a gente porque nós temos que pontuar o mais rápido possível. Sabemos que temos a parada da Copa e isso vai ser importante para uma reestruturação do trabalho e enfrentar o Palmeiras é uma motivação grande também. Pela grandeza do adversário, pela importância que um resultado positivo daria para a sequência do nosso trabalho. É um jogo que motiva o jogador ao natural e o próprio torcedor do Ceará também. Tem muito torcedor palmeirense aqui, então é enfrentar na dificuldade para achar uma grande oportunidade para iniciar o processo de pontuação no campeonato e depois usar a parada de 40 dias para reestruturar o trabalho.

Com o atual elenco, é possível permanecer na Série A?

Quando eu cheguei aqui no Ceará, já ouvi uma grande discussão sobre a formatação do elenco, se havia ou não a necessidade de reforços. Acho que isso é uma discussão que existe em todos os clubes, ainda mais nesse momento num ano atípico que tem a Copa do Mundo, a parada. Times que estão na frente também estão pensando em se reforçar e se reestruturar. Tem a questão da janela que abre para fora. Então, é o momento muito ativo de movimentação no mercado. E o Ceará é o último colocado. Automaticamente, passa por um processo de reavaliação que já vinha antes da minha chegada. Alguns processos já encaminhados, algumas situações bem adiantadas. Depois desses dois jogos, contra Palmeiras e Atlético-MG, com certeza as coisas vão mexer dentro do clube.

A diferença financeira pesa demais ou isso não pode servir como desculpa?

Sempre é bom ter mais dinheiro para investir, poder investir em jogadores de qualidade, ter um plantel mais equilibrado, boas opções, que não caia muito o nível entre um jogador titular e reserva. Hoje em dia, as equipes estão jogando muitas competições, então tem muitas equipes com três jogadores por posição, de boa qualidade. O Palmeiras é um exemplo. Fica mais fácil, mas não pode servir como desculpa. Se não, os times de maior dinheiro ganhariam sempre e não é assim que acontece no futebol. E os times de menor orçamento têm que se reinventar, achar dentro das situações de jogo, da parte de estratégia, qualidade coletiva, organização, aproveitar a oportunidade de poder mudar de patamar, profissionalmente. Tudo isso é importante para o jogador.

Teu trabalho anterior no Ceará foi tão difícil como esse?

Meu trabalho no Ceará, em 2015, tinha um objetivo similar, que era não cair, com circunstâncias diferentes. Antes, eram dez jogos, estávamos na Série B, um outro nível de competição. Agora, é Série A. São 28 jogos que faltam, com uma parada de 40 dias, com uma janela aberta, com mercado que vai mexer muito, com as equipes mexendo muito nos seus plantéis. São circunstâncias bem diferentes, mas objetivos comuns.

Achas que tens que mudar o rótulo de “Salvador” para times em más atuações?

Todo o projeto e sonho de um treinador, é um trabalho a médio e longo prazo. Uma estruturação, um início de temporada. Isso é o que todos nós buscamos, mas no futebol brasileiro isso é quase uma utopia. Qual treinador hoje no futebol brasileiro que não é bombeiro? É uma pergunta que eu te faço. Dentro do que a gente vê no mercado, treinadores que ontem foram campeões, amanhã já não estão trabalhando nos clubes. Então, a nossa média de permanência num clube de futebol brasileiro é três meses e 17 dias, algumas vezes você consegue estender mais, algumas vezes você consegue voltar no clube que já passou, como é o meu caso aqui no Ceará, como foi também no Náutico, na Ulbra, no Inter, Luverdense. Então, é uma realidade do mercado. Algumas vezes que a gente começa o ano também, não tem o planejamento financeiro estabelecido. Começa o ano, com investimento menor, os Estaduais estão cada vez mais com investimentos menores. Principalmente, os clubes médios e pequenos, para depois um investimento maior. Então, é difícil para um treinador começar a temporada e dar sequência, porque aqui há um imediatismo enorme de resultados. Acho que, desde que iniciei minha carreira, o nosso trabalho é hoje muito jogo a jogo, resultado e nós vamos nos adaptando. Hoje, a oportunidade aparece também para mim, dentro da dificuldade. Sou um treinador que começou cedo e estou buscando meu espaço no mercado e as oportunidades que têm aparecido são dentro dessas circunstâncias, mas também é positivo, porque dentro dessas circunstâncias, as pessoas chamam quem tem capacidade e experiência e qualidade para reverter essas situações. Então, a gente tem que se preparar para todo o tipo de trabalho e no momento, o que tem aparecido, são essas situações.

O Ceará tem quatro pontos em quatro empates, após dez partidas. Lisca é o terceiro técnico do ano. Marcelo Chamusca e Jorginho(com apenas três partidas, deixou o clube), foram os anteriores.


Boa sorte, Carille. E era tudo verdade….
Comentários Comente

Alexandre Praetzel

Fábio Carille vai para o Al Wehda da Arábia Saudita. Aceitou um contrato de dois anos e a possibilidade de levar seus companheiros de Corinthians, como o preparador físico Walmir Cruz, o auxiliar Cuca e o observador Mauro “Van Basten”. Tudo acertado, dois dias depois de Carille dizer que “grande parte da imprensa mente”, quando noticiou o interesse do Al Hilal, no seu trabalho.

Nesta terça-feira, pela manhã, Carille divulgou uma nota oficial, pedindo desculpas pela declaração equivocada. Ganhou meu respeito maior e agiu certo, na minha opinião. Inclusive, falei isso a ele.

O curioso é que, ontem à noite, no anúncio da saída do Corinthians, sua assessoria confirmou que houve negociações com o Al Hilal, que acabaram não se oficializando. Então, a imprensa nunca errou, neste caso. O que ficou claro é que Carille fez um desabafo, atirando para todos os lados. Talvez, frustrado porque o Al Hilal não fechou sua contratação. Agora, um dia depois, ele se despede, partindo para outro clube. Óbvio que já havia um contato do Al Wehda, também. As coisas não seriam tão rápidas, se os contatos já não tivessem sido feitos.

Vida que segue. Repito o que publiquei aqui no blog, na última quinta-feira. Carille sai por cima do Corinthians e vai escolher onde trabalhar no Brasil, quando voltar. Está com 44 anos e terá 46, se quiser retornar. Fará sua independência financeira, merecidamente. Mostrou em 17 meses de Corinthians, que tem condições de aumentar seu currículo e sua quantidade de títulos. É o melhor técnico do Brasil e reconhecido pela opinião pública e colegas de trabalho.

Boa sorte, Carille. Sejas feliz e tenhas mais sucesso.

Só faça um media training, de vez em quando, para não cometer algumas injustiças. Tite, teu eterno professor, fez, e sabe se comunicar bem com os jornalistas.


Carille é muito bom, mas foi muito mal com as palavras
Comentários Comente

Alexandre Praetzel

Gosto muito de Fábio Carille. Acho que ele é o melhor técnico do Brasil. Chegou ao cargo no Corinthians, cheio de desconfianças, e mostrou toda sua capacidade. Montou um time sem nenhum grande craque e foi campeão paulista com sobras e brasileiro com muito trabalho e eficiência, atropelando os adversários. Em 2018, repetiu a dose no Paulista, mesmo com algumas mudanças no elenco. Definiu uma forma de jogar e ainda encontrou variações. Já classificou o Corinthians para as oitavas da Libertadores e quartas da Copa do Brasil. Na Série A, mantém a candidatura ao título. Todos gostariam de contratá-lo e Carille vai escolher onde trabalhar no Brasil, pelos próximos dez anos. Justo reconhecimento.

Agora, Carille também erra, como todo ser humano. E errou na entrevista, depois do empate contra o Sport, em Recife. Afirmou que “grande parte da imprensa mente” sobre o interesse do Al Hilal da Arábia Saudita. Generalizou e fez algo que os próprios treinadores odeiam, quando acontece com eles. É só dar os nomes de quem mentiu, Carille. Se não, vejamos.

– O interesse do Al Hilal foi divulgado por um jornal árabe;

– Jornalistas brasileiros foram atrás e confirmaram com pessoas próximas a Carille, que o interesse era real;

– Dentro do Corinthians, nomes da cúpula já comentavam a chance de perdê-lo e avaliavam alternativas para o cargo;

– Em nenhum momento, seus representantes desmentiram qualquer situação e ainda confirmaram que os valores sugeridos eram irrecusáveis;

– O pai de Carille revelou que o filho admitia a chance de sair e que havia muito dinheiro envolvido;

– O próprio Carille brincou com a situação de que havia recusado um caminhão de dinheiro, mas dois, seria diferente;

– Disputar um cargo com outro profissional é absolutamente normal. Se Carille não foi escolhido, segue a vida e mantém o trabalho no Corinthians. Ponto final.

Carille preferiu atacar a imprensa. É um direito dele. A imprensa erra bastante e precisa admitir e corrigir erros. Agora, nesse caso, não houve nada de errado. E outras propostas virão e a imprensa vai atrás. Afinal, Carille é cobiçado pelo seu trabalho e competência. Na relação com a imprensa, precisa melhorar.


Cristóvão: “Treinador tem que ganhar primeiro, para ganhar tempo no Brasil”
Comentários Comente

Alexandre Praetzel

Cristóvão Borges está parado há um ano, sem trabalhar no Brasil. Tirou esse período para estudar, aprender novos métodos e retomar sua trajetória como técnico, no futebol brasileiro. Aos 58 anos, Cristóvão vem de duas passagens rápidas e sem bons resultados, por Vasco (2017) e Corinthians (2016). No clube paulista, teve a oportunidade de trabalhar com Fábio Carille, atual campeão brasileiro e bicampeão paulista. Em entrevista exclusiva ao blog, Cristóvão elogia o modelo do Corinthians, valoriza novos cursos e admite que o treinador precisa primeiro ganhar, para depois conseguir trabalhar no país. Acompanhem.

Como você está vendo o mercado de técnicos no Brasil? Algo em vista?

Tenho visto muitas coisas boas, principalmente do Grêmio. Grêmio tem jogado um futebol maravilhoso. A gente tem visto um começo de trabalho do Fernando Diniz, que vai ser muito interessante para todos nós. Tem muita gente trabalhando muito bem e a gente vê treinadores podendo trabalhar durante muito tempo. Tem o Mancini no Vitória, Enderson no América-MG. Essas perspectivas são muito boas e importantes. Eu quis parar durante um ano porque eu estava fazendo muitos trabalhos seguidos, sem tempo para fazer uma reavaliação e análise. Eu parei para isso e durante esse período, estudei e estou estudando bastante. Entendi um monte de coisas e procurei corrigir. Estou pronto. Daqui a pouco, estou voltando.

Corinthians do Carille teve algo de você?

Não, não. O Corinthians tem o jeito próprio, que é uma coisa de filosofia, como tem o Barcelona de muito tempo. No Brasil, guardadas as proporções, o Corinthians também tem. Então, é uma coisa que foi solidificada durante muito tempo. O Corinthians conseguiu ser um clube vencedor e vai continuar sendo, porque fez isso muito bem. Um trabalho que vem do Mano, depois o Tite consolidou isso e o período que eu estive, foi curto e, claro, durante esse período, algumas coisas a gente procurou colocar, mas lógico, para colocar tudo, eu precisaria de muito mais. Minha passagem foi enriquecedora, importante, porque justamente vi a forma como tudo isso foi construído, de maneira interessante e importante.

No Brasil, há uma disputa entre ex-jogadores e acadêmicos para os cargos de técnicos?

Não. Isso é uma coisa antiga. Já aconteceu há muito tempo e não existe mais. Inclusive, a CBF tem um curso de treinador, que é um curso que ajuda bastante para o encontro de todo mundo. Existe uma troca muito grande e enriquece a todos. Estamos todos necessitando e precisando, cada vez mais, ficarmos melhores, estudar, se atualizar, acompanhar tudo que acontece no mundo inteiro.

Achas que o Brasil será campeão do mundo?

Acho que dessa vez, a gente vai assistir, de uma outra forma e com confiança. um Brasil preparado para disputar a Copa, de maneira que possa ganhar. Logicamente, é um torneio curto, com outros aspirantes à mesma condição. Tem Alemanha, Espanha e França, que são equipes que vão brigar pelo título. Dizer que vai ser campeão é muito difícil, mas está preparada e pode ser campeã, sim.

Técnico ainda vive de resultados ou as gestões podem mudar?

Ainda vamos, porque isso é uma cultura que existe há muitos anos. Essa é a maior razão da minha parada. Fui estudar e preparar meu método de trabalho e treinamento, para que possa se adequar ao pouco tempo de trabalho, para que o processo aconteça de forma mais rápida. Durante esse tempo, estudei, me preparei para isso. Métodos de treinos, tipos, para que eu possa fazer com que o processo seja acelerado e que não tenha prejuízo nenhum. Na verdade, o treinador aqui, precisa primeiro ganhar, para ganhar tempo e depois trabalhar. Então, se o jogo é assim, a gente tem que se preparar. Foi isso que eu fui fazer.

 


Prass: “Dinheiro não ganha, nem perde jogo. Não temos um super time”
Comentários Comente

Alexandre Praetzel

Fernando Prass virou alternativa como goleiro do Palmeiras, mas é um dos líderes do grupo, pela sua importância histórica, capacidade e comprometimento. Desde 2013 no clube, Prass não se incomoda com o favoritismo apontado ao time para as competições da temporada e vê o Palmeiras com um grande trabalho, apesar das três derrotas para o Corinthians em quatro clássicos. O blog conversou com ele. Confira.

Três derrotas para o Corinthians, em quatro clássicos no ano. Palmeiras não consegue encaixar contra o rival?

Três jogos na casa deles e um só na nossa Arena. Jogos equilibrados. Acho que a gente poderia ter empatado, três bolas na trave. Óbvio que o Palmeiras não fez um grande jogo, mas acho que não tem nada disso. Até porque o Corinthians, de repente, foi superior só no primeiro clássico, quando a gente teve um jogador expulso.

O trabalho está bom? A maioria esperava que o Palmeiras estivesse jogando mais futebol. O que você acha disso?

Mas todo mundo espera. Se cria uma expectativa muito grande em relação a gente. Então, tudo que a gente faz, está aquém do que as pessoas esperam. A gente sabe que a gente não tem um super time, super craques, e tem muita coisa que acontece fora de campo, por ser o Palmeiras, aquela história toda que a gente já sabe. Do pessoal bater na tecla do investimento, toma uma proporção maior. Mas a gente tem que estar bem tranquilo e saber que dinheiro não ganha, nem perde jogo. A gente vem fazendo um grande ano. Perdemos um título nos pênaltis, com aquela polêmica toda. Somos a melhor campanha geral na Libertadores e estamos na ponta do Campeonato Brasileiro.

Ser apontado como favorito, incomoda e atrapalha vocês?

Não, não acho que a gente é favorito, mas se as pessoas de fora nos rotulam assim, eu nunca vou me incomodar de ser favorito. Para mim, isso é um elogio, mas a gente tem que saber colocar as coisas na balança e medir tudo na quantidade certa.

Tite foi correto com as convocações dos três goleiros?

Não fugiu do esperado. O time está muito bem servido.

No Brasileiro, o Palmeiras é quinto colocado com oito pontos em cinco jogos. Na Libertadores da América, está classificado para as oitavas-de-final. Na Copa do Brasil, tem a segunda partida diante do América-MG, para tentar passar às quartas-de-final. No primeiro confronto, o Palmeiras venceu por 2 a 1, em Belo Horizonte.


Cícero Souza defende Roger. “É um dos melhores trabalhos do Brasil”
Comentários Comente

Alexandre Praetzel

O Palmeiras precisa entender por que perdeu mais um clássico para o Corinthians. Essa é a intenção da diretoria, antes da estreia do time na Libertadores da América. Os dirigentes ressaltam o trabalho de Roger Machado no dia a dia e mantêm o planejamento inicial de maneira normal. O blog entrevistou o gerente de futebol, Cícero Souza, a respeito do jogo e situações relacionadas a uma derrota num confronto tão importante. Confira.

Por que o Palmeiras perdeu os últimos quatro clássicos para o Corinthians, na avaliação da diretoria?

Acho que os do ano passado são completamente independentes desse ano. O desse ano a gente fez uma partida equilibrada até um certo momento e depois até com a desvantagem númerica, não conseguiu se recuperar dentro da partida. Os do ano passado eram outros detalhes, isso já foi avaliado, já está no passado.

Falta um pouco de atitude do time em jogos maiores?

Eu acho que a gente teve dois jogos maiores esse ano, né. Houve uma atitude no primeiro. Até houve atitude, não houve o resultado, a gente não pode tomar nenhum tipo de conclusão precipitada.

Tem algo a dizer sobre a arbitragem?

Eu acho assim. Passou muito tempo para ele dar o pênalti. Ele chegou a dar tiro de meta e a gente estranha porque houve algumas situações de vantagem naquele lance e ele voltou. Está na hora dos clubes começarem a levantar uma bandeira por profissionalização, mais respeito entre as partes. Acho que fica um discurso meio incomum, ficar reclamando de arbitragem por si só. Acho que está na hora da gente elevar o nível dessa discussão e caminhar mais rapidamente para a busca da profissionalização da arbitragem brasileira.

Você prega trabalho e sequência. Quando acontece uma derrota assim, muda alguma coisa no planejamento ou é só um resultado?

Da minha parte, absolutamente nada. Curto e grosso. Da minha parte, absolutamente nada. A gente avalia o dia a dia, os conceitos. Existem períodos de assimilação. Os nossos estão sendo bem cumpridos. Perder no estádio do Corinthians, acho que a maioria dos times irá perder. A gente não quer. Mas se alguém consegue ganhar é o Palmeiras, nos últimos anos. Mas a avaliação é do trabalho e eu acho que o trabalho do Roger é um dos melhores que a gente encontra hoje no futebol brasileiro.

Palmeiras está pronto para estrear na Libertadores?

O time, talvez quando perde um clássico antes da estreia, ele precise entender o por quê perdeu. Então, talvez ele tenha que assimilar o que ainda falta. Mas, de uma certa forma a gente já construiu muita coisa e a gente vai com esse estofo, com bastante confiança para Barranquilha.

A estreia do Palmeiras será quinta-feira, às 21h30(horário de Brasília), contra o Junior de Barranquilha. No mesmo horário, haverá o outro jogo do grupo entre Alianza Lima e Boca Juniors.


Michel Bastos minimiza derrota e quer resposta do Palmeiras na Libertadores
Comentários Comente

Alexandre Praetzel

O Palmeiras teve a quarta derrota consecutiva para o Corinthians, no clássico em Itaquera. Apesar das maiores opções de elenco e com time superior, tecnicamente, o Palmeiras foi bem inferior e mereceu perder mais uma vez. O blog conversou com Michel Bastos e Thiago Martins. Os dois admitiram a superioridade do adversário, mas não acreditam em dúvidas sobre o grupo, depois de mais um tropeço para o rival. Confira as entrevistas.

Michel Bastos

A derrota foi justa?

Acho que o Corinthians está de parabéns, ganharam. Aconteceram algumas coisas que podiam mudar a cara do jogo, mas agora é levantar a cabeça. Temos um jogo na quinta-feira. Vamos ter outra oportunidade de voltar em Itaquera para jogar contra eles e será diferente. Perdemos, não podemos esquecer disso, e vamos trabalhar para que a gente possa focar bem no jogo de quinta-feira, numa competição muito importante.

Quarta derrota consecutiva para o Corinthians, deixa o elenco em debate?

Pelo amor de Deus. Coloca ponto de interrogação nenhum. A gente está no mês de fevereiro. Antes de começar esse jogo, davam favoritismo para nossa equipe, porque a nossa equipe é boa. Agora, perdeu para uma grande equipe, as coisas já vão de mal a pior? Não. Bem pelo contrário. É começo de temporada, nossa primeira derrota no ano. Não vamos achar coisas onde não têm. Não coloco interrogação nenhuma. Nosso time vive um bom momento. Agora, temos a oportunidade de quinta-feira, jogar uma competição que o Palmeiras almeja, busca. Então, não tem onde a gente achar coisa que não tem. Lógico, essa derrota serve para que a gente veja onde erramos, para que na próxima partida a gente faça diferente e possa conseguir o resultado. Mas, gente, pelo amor de Deus, está tudo bem.

Thiago Martins

Foi justo o resultado? Faltou o Palmeiras competir mais?

É complicado dizer. Nós competimos, demos o nosso melhor, corremos, nos empenhamos na marcação, mas infelizmente o resultado não veio. Agora, é erguer a cabeça e já pensar na quinta-feira.

Por que foi a quarta derrota consecutiva para o Corinthians?

É complicado dizer. Nós estamos trabalhando todos os dias, nos empenhando. Eles foram felizes, ganharam o jogo. Mas agora, como eu disse, é levantar a cabeça. Nós vamos nos encontrar mais vezes, pode ter certeza disso, e nós vamos reverter isso.

Uma derrota para o rival, coloca um ponto de interrogação no elenco ou não?

Não. Nós temos um trabalho. Nós estamos em fevereiro ainda. A gente tem que erguer a cabeça, continuar trabalhando a cada dia para a gente melhorar. A gente vai ver o que a gente errou no jogo, dentro de campo, para melhorar e quando a gente for se encontrar de novo, chegar bem melhor.

No Paulista, o Palmeiras segue com a melhor campanha no geral, com 20 pontos em 27 disputados. O time estreia quinta-feira na Libertadores, contra o Junior de Barranquilha da Colômbia.