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França, a campeã coletiva. Minha Seleção tem 4 franceses e 2 croatas
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Alexandre Praetzel

A França é campeã do Mundo pela segunda vez. Teve seis vitórias e um empate, na campanha vitoriosa. Fez dois jogos muito bons contra a Argentina, na vitória por 4 a 3, e na final, derrotando a Croácia por 4 a 2. Um time muito mais forte no coletivo, mas com bons jogadores do ponto de vista individual. Deschamps apostou numa forma bem definida de atuar e funcionou. Utilizou poucos nomes e bancou a escalação de Giroud, sem nenhum gol marcado, mas importante na parte tática, segundo o treinador.

Aliás, Deschamps nunca foi unanimidade na França, mas entra para o triunvirato dos campeões do Mundo como jogador e técnico, juntando-se a Zagallo e Beckembauer.

Lloris é um bom goleiro, mas errou feio na decisão. Fez uma boa Copa. Pavard se firmou, com a confiança do treinador. Hernandéz fez boa Copa. A dupla de zaga com Varane e Umtiti é qualificada.

Kanté marca e joga e foi o melhor primeiro volante do Mundial. Pogba brilhou na decisão  e Matuidi carregou o “piano”.

Griezmann fez grande final e cresceu no mata-mata. Giroud virou importante pela parte tática, mesmo com o jejum de gols. Mbappé foi decisivo e brilhou aos 19 anos. Pode ser o craque da Copa.

Aproveito para escolher minha Seleção da Copa de 2018.

Courtois – o belga pegou muito e foi um dos responsáveis por levar o time ao terceiro lugar.

Meunier – bom lateral belga. Apoiou com qualidade e marcou com eficiência.

Maguire – o inglês foi forte no jogo aéreo e na marcação. Merece crédito.

Umtiti – o francês foi bem em todos os jogos. E ainda fez gol na bola aérea.

Strinic – o lateral croata foi muito regular, durante todo o Mundial. Sabe jogar bola.

Kanté – marca, joga e dá ritmo ao time francês. Gigante.

Modric – grande meia croata. Uma Copa muito eficiente. É craque.

Griezmann – cresceu muito a partir das oitavas. O melhor da final.

Hazard – grande Copa do belga. Joga muito e superou os adversários na maioria das vezes.

Kane – uma ótima primeira fase. Depois, caiu bastante, mas não dá para tirar o mérito de quem fez seis gols e termina como goleador. Tem mais uma Copa pela frente.

Mbappé – decisivo nos principais confrontos e campeão do Mundo, aos 19 anos. Tem muito mais pela frente. O craque da Copa.

Técnico – Didier Deschamps

Ponto positivo – VAR

 


Croácia “atropelou” o planejamento e está na final. Exceção à regra?
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Alexandre Praetzel

A Croácia está na final da Copa do Mundo e chegou ao Mundial sem projeto nenhum. Apostou num técnico novo na última rodada da eliminatória, como interino, ganhou da Ucrânia e foi para os dois jogos da repescagem, eliminando a Grécia. O treinador Zlatko Dalic era um desconhecido e tinha trabalhado em equipes de menor expressão, com maior tempo de trabalho no Al Ain dos Emirados Árabes, onde ficou quase três anos.

Óbvio que projetos, planejamentos e estratégias são importantes, mas não significam títulos e vitórias. A Alemanha mudou tudo de 2002 a 2014, para ser campeã. Deu certo. Em 2018, caiu na primeira fase. O mesmo se repetiu com a Espanha e com a própria França, em anos anteriores.

A Croácia pode ser uma exceção à regra, mas confirma que uma boa campanha também se deve a uma série de fatores. Primeiro, o encaixe e a empatia do técnico com os convocados. Segundo, um bom time comprometido para comandar. Terceiro, um pouco de sorte. A Croácia foi à final, passando por três prorrogações e duas decisões em pênaltis. Isso gera e dá confiança extrema de que algo grande possa acontecer.

Mesmo que seja vice-campeã, a Croácia já é vitoriosa. Entrou para a história com um país de quatro milhões de habitantes, superando grandes potências e incomodando desde 1998, quando foi a terceira colocada. Esteve em cinco das últimas seis Copas, se ausentando apenas em 2010. Mérito gigante de uma geração qualificada com jogadores muito bons.

Vamos para a decisão. Aposto na vitória da França por 1 a 0 ou 2 a 1. Acredito que é mais equipe e está mais equilibrada, além de menos desgastada.

Agora, se a Croácia ganhar a Copa, o atropelamento no planejamento croata será sempre lembrado como algo que determina que o futebol não é uma ciência exata e pode ser definido por uma conspiração de fatores e, principalmente, pelo momento de um grupo, num curto prazo de 40 dias. Realmente, o futebol é fantástico.


Palpites para as quartas da Copa. Jogo duro para o Brasil
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Alexandre Praetzel

As quartas-de-final da Copa do Mundo começam nesta sexta-feira. Seis seleções européias contra duas sul-americanas. Nas projeções do blog, nas oitavas-de-final, houve o acerto do número de times de cada continente. Agora, vamos a uma nova etapa, com outra avaliação.

França X Uruguai – a França finalmente fez um bom jogo contra a Argentina. Passou com autoridade e superou um momento de pressão, quando tomou a virada para 2 a 1, no início do segundo tempo. Mbappé teve espaços e resolveu. É um time equilibrado nos três setores. Pega um Uruguai fortíssimo na defesa e consistente na parte tática. Se Cavani jogar, o Uruguai diminui a desvantagem técnica. De qualquer maneira, será um duelo muito interessante. Fico com a França.

Brasil X Bélgica – tendência de jogo equilibrado. O bom ataque belga terá a boa defesa do Brasil, pela frente. Se a Bélgica for espaçada novamente, o Brasil deve vencer. Por isso, fica a curiosidade de como será a postura belga. Neymar e Coutinho de um lado. Hazard, De Bruyne e Lukaku, do outro. O Brasil é favorito por todo o histórico, mas sabe que vai enfrentar uma equipe com bons jogadores em todos os setores. Aposto em empate no tempo normal e vaga brasileira nos pênaltis.

Suécia X Inglaterra – a força física dos suecos contra a técnica maior dos ingleses. Sem favoritos. A Suécia é muito organizada defensivamente, forte na bola aérea e contra-ataques. A Inglaterra tirou o trauma de não avançar nos últimos mundiais e ganhou confiança. Harry Kane, como goleador do torneio, merece respeito. O time é bom. Vou de Inglaterra.

Rússia X Croácia – os donos da casa não são mais o “patinho feio” da Copa. O futebol pode ser feio, mas o comprometimento e disciplina tática, são exemplares. Depois de ter “segurado” a Espanha, a Rússia pode repetir a dose contra a Croácia. É menos time e vai enfrentar uma equipe mais agressiva que a Espanha, na criação de jogadas ofensivas, sem a maçante troca de passes inúteis. Ainda assim, o fator torcida pode ajudar. Do outro lado, o quarteto com Modric, Rakitic, Mandzukic e Rebic, pode levar a Croácia a sua segunda semifinal de Copa. Rússia nos pênaltis.


Mbappé se apresenta e Messi se despede dos Mundiais. França foi letal
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Alexandre Praetzel

O melhor jogo das últimas três Copas do Mundo. Defino França 4×3 Argentina, desta maneira. A abertura das oitavas-de-final superou as expectativas. O favoritismo francês era claro, pelo melhor jogo coletivo e organização tática. A França não foi brilhante na primeira fase e passou com sete pontos em nove disputados. A Argentina chegou ao trancos e barrancos, mas sempre é a Argentina, e ainda mais, com Messi.

Só que Mbappé superou Messi. O prodígio francês atropelou a defesa adversária, quando sofreu pênalti de Rojo. A abertura do placar indicava uma vitória tranquila para a França, mas não foi isso que aconteceu. A equipe de Deschamps se fechou e deixou a Argentina controlar a bola, chegando ao empate, num chutaço de Di Maria, no único lance que a Argentina teve espaço, próxima à área francesa. Uma paulada, superando Lloris. Tudo igual no primeiro tempo.

Na segunda etapa, a Argentina virou e transformou o jogo. Não havia mais administração de resultado. Só que a França reagiu mais rápido do que todo mundo imaginava. Acelerou a troca de passes e empatou numa pintura do lateral Pavard, num “chicote” na bola, acertando o ângulo direito. Talvez o gol mais bonito da Copa. Se pudéssemos prever, diríamos que a França igualou o placar na hora certa.

Em seguida, bola respingada na área, e Mbappé, rápido no raciocínio e conclusão, recolocou a França em vantagem. Logo depois, uma saída de bola francesa, com seis toques, a partir de Lloris, até chegar a Mbappé. Em velocidade, o atacante bateu com categoria na saída de Armani, subindo a França para 4 a 2. Já era um jogaço.

Ficou ainda mais emocionante até os acréscimos, quando Agüero fez o terceiro da Argentina, já sem Mbappé em campo, substituído por Deschamps. A Argentina ainda teve uma última bola ofensiva, mas perdeu.

A vitória francesa apresentou Mbappé aos Mundiais. Aos 19 anos, foi decisivo e mostrou o que se esperava dele. Forte, veloz e letal. O nome do confronto. Já coloca medo em Uruguai e Portugal, para as quartas-de-final.

Do outro lado, a despedida de Messi. O fim de um gênio na Seleção. Não conseguiu vencer uma Copa e isso será lembrado, apesar da sua genialidade. Em 2022, terá 35 anos. Dificilmente, vai aguentar mais um ciclo, com tanta pressão e desorganização do futebol argentino. Uma pena. Seria lindo ver um monstro como ele, se igualando a Maradona. Não veremos.


Argentina pode ser a França de 2006. Arrancada a partir das oitavas
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Alexandre Praetzel

A Argentina passou pela Nigéria de forma dramática e conseguiu sua vaga para as oitavas-de-final da Copa do Mundo. O time não jogou bem mais uma vez, mas mostrou atitude e um pouco de organização, em relação aos dois primeiros jogos. Gostei de ver o gol marcado por Messi e sua presença confirmada na próxima fase.

Agora, o que eu mais escuto é que os franceses terão trabalho contra Messi e cia. Que a passagem difícil, vai fortalecer os argentinos e despertar um futebol que todo mundo esperava. Que ninguém gostaria de pegar a Argentina desta maneira. Teses e teses.

A França viveu algo parecido em 2006. Tinha um time muito bom, Zidane como craque e um técnico mala e ruim, Raymond Domenech. Empatou com Suiça e Coréia do Sul e foi para a última rodada, precisando bater a seleção de Togo. Venceu por 2 a 0, com esforço, e ficou com a segunda posição, para enfrentar a Espanha(uma das favoritas) nas oitavas. Eliminou os espanhóis de virada(3×1), engoliu o Brasil nas quartas com grande atuação de Zidane(1×0) e bateu Portugal de Felipão, nas semifinais(1×0). Na decisão, perdeu para a Itália, nos pênaltis, com Zidane expulso.

Claro que a Argentina tem uma equipe inferior àquela França. Mas tem Messi, podendo desequilibrar a qualquer momento, e bons jogadores, individualmente. Mascherano, Otamendi, Dí Maria, Aguero, Higuaín e Dybala, são nomes que todo treinador gostaria de contar. Num curto período, esse grupo pode encaixar e voltar a ter bom desempenho.

Sábado, será o tira-teima. Se os franceses pudessem escolher, tenho certeza de que não gostariam de pegar a Argentina. Estão jogando pouco também, mesmo que tenham terminado em primeiro, na sua chave. Fisicamente e taticamente, a França é superior, mas não tem Messi.

Aposto num confronto equilibrado e de boas oportunidades. França propondo o jogo e a Argentina se superando, acreditando na qualidade dos seus atletas.

Imaginem se a Argentina passar? O filme francês de 2006, será lembrado, sem dúvida. Que jogão!!


A tecnologia foi a melhor em campo na vitória francesa sobre a Austrália
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Alexandre Praetzel

Em 2008, entrevistei o ex-presidente da Fifa, João Havelange, falecido em 2016. Na ocasião, perguntei sobre a implantação da tecnologia no futebol, para acabar com erros de arbitragens decisivos nas partidas. Havelange respondeu que o erro fazia parte do futebol e permitia discussões e debates, após os jogos. Que a tecnologia iria acabar com isso.

Dois anos depois, vimos que Havelange estava errado. Se não fosse a tecnologia, a Austrália venceria a França por 1 a 0, com prejuízo enorme para os franceses. A França ganhou por 2 a 1, porque houve um pênalti claro em Griezmann(auxiliado pelo VAR), e a bola entrou, no segundo gol de Pogba, com a criação do chip na bola. Investimentos altos, mas muito necessários para dar lisura ao esporte. O que adiantaria falarmos sobre uma possível vitória da Austrália, se a França tivesse perdido por falhas da arbitragem? A injustiça seria muito mais comentada nos bares e residências.

Com o passar do tempo, o futebol não poderia viver do passado. Outros esportes já tinham adotado a tecnologia e a Fifa demorou a implementá-la. Em 2010, durante a Copa da África do Sul, a Inglaterra chegou a empatar o jogo contra a Alemanha em 2 a 2, quando a bola entrou um metro num cabeceio de Lampard, no confronto das oitavas-de-final. O árbitro uruguaio Jorge Larrionda mandou seguir e não deu o gol. Um minuto depois, o telão mostrou o lance para indignação de todos no estádio e nas próprias delegações. A arbitragem terminou ali e a Alemanha foi favorecida, vencendo por 4 a 2. Só citei um momento, entre centenas que terminaram assim.

Ah, sobre o jogo. A França jogou bem menos que o esperado e o resultado foi melhor que o desempenho. A Austrália surpreendeu com forte marcação e chegadas perigosas ao ataque. Na bola, o empate seria mais justo. Os franceses tiraram o peso da estreia. A Austrália pode complicar Dinamarca e Peru.


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