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Nilmar vê Santos com time para ganhar a Libertadores e buscar o Corinthians
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Alexandre Praetzel

Nilmar voltou ao futebol brasileiro, depois de duas temporadas no Qatar e Emirados Árabes. Aos 33 anos, aceitou o convite do Santos para mostrar que ainda tem bola para ser titular de um grande time do país. Nilmar começou no Inter e foi campeão brasileiro pelo Corinthians, em 2005. Após alguns problemas clínicos, já fez sua estréia e espera ajudar a equipe a conquistar a Libertadores da América. O blog entrevistou Nilmar com exclusividade sobre a realidade brasileira, a escolha pelo Santos e o futuro na carreira. Confira a seguir.

Como vês o nível técnico do Campeonato Brasileiro, após um tempo no exterior?

Acredito que vem evoluindo pela fase que os clubes vivem hoje, não vendem jogadores como vendiam antes, jogadores estão retornando ao futebol brasileiro, investimento está sendo grande em alguns clubes e vem crescendo. Acredito que, quando eu iniciei, muitos jogadores saíam muito cedo. Hoje está sendo diferente, estão repatriando muitos jogadores e a qualidade está boa, no meu ponto de vista. Claro que a gente ainda peca um pouco a nível europeu, mas o nível melhorou bastante.

Você acha que o Santos tem time e elenco para buscar o Corinthians e o título da Libertadores?

No futebol, a gente vê tantas coisas acontecerem…Claro que o Corinthians tem uma vantagem, até mesmo anormal no Brasileiro. Acho que nunca um clube terminou o primeiro turno com tanta diferença de pontos, mas enquanto há chances, a gente não pode desistir não. Se o Corinthians tiver uma sequência grande de derrotas, coisa que a gente acha difícil pelo que vem fazendo, pode deixar escapar ainda e o pessoal que está atrás, pode encostar para dar uma animada e uma valorizada no campeonato porque ficou um pouco chato, 12 pontos na frente, antes de terminar a competição. Como eu disse, no futebol a gente já viu de tudo e pode ter uma reviravolta aí. Todos acham difícil, mas a gente não pode desistir não. Na Libertadores, a campanha está sendo fantástica, até agora, Está invicto, claro que agora na fase de mata-mata, já conseguiu passar pelo Atlético-PR, e tem grupo, elenco, time, acredito que em jogos de mata-mata, têm que chegar bem preparado e cuidar todos os detalhes para não deixar escapar. É bem diferente do Brasileiro, se você perde, tem tempo de recuperar, mas nesse tipo de competição você tem que estar com o nível de atenção muito elevado e o emocional muito bom, também, para conquistar esse título que todo mundo quer.

Sempre tiveste muito talento. Até que ponto as lesões impediram uma carreira maior em grandes clubes?

Na verdade, as lesões que eu tive, fazem mais de dez anos. Me atrapalharam no início, quando retornei delas. Falta de confiança, aquela coisa de você voltar a jogar futebol, desde muito tempo parado. Você tem um jogador muito acostumado a jogar e ficar seis meses sem atuar, é muito complicado no início. Mas eu superei isso e fiz uma carreira muito boa, aqui mesmo no Brasil, no Inter. Depois, tive passagens pela Espanha, Qatar, Emirados. Felizmente, nunca tive um problema mais sério de lesões e consegui ter uma carreira boa, até hoje, no momento. Mas, claro, naquele momento, com 21 anos, as duas lesões que eu tive, foram bastante difíceis para mim.

Por que você escolheu o Santos, no retorno ao Brasil?

Na verdade, o Santos me escolheu e eu acabei escolhendo o Santos, pelo fato das pessoas se interessarem e ser o clube que é. Acredito que é um clube muito sério, que tem história, que não tem comentário para fazer. Respeitado no mundo todo e ter a oportunidade de voltar a jogar num clube como o Santos, está sendo sensacional. Estou bastante motivado e confiante que vai dar tudo certo.

O que precisa mudar no futebol brasileiro para voltar a termos mais qualidade?

Aquilo que todos sabem, né. O pessoal de fora(risos). Acredito que a gestão está um pouco atrás. Lá fora, eu sei como é, e essa parte tem que se profissionalizar um pouco mais para que o futebol possa crescer. Tem que começar lá de cima, esse é o ponto ideal aí para que o futebol volte a ser o que sempre foi e ser respeitado. Agora, com a volta do Tite à Seleção, a Seleção começou a mudar um pouco nossa imagem lá fora.

Você acha que o Lucas Lima deve permanecer no Brasil ou buscar uma carreira no exterior?

É difícil dizer. De fora, cada um tem uma opinião e só o atleta vai saber o que é melhor para ele e as pessoas que trabalham com ele. Pelo pouco tempo de convívio com o Lucas, é um cara que é bem consciente das decisões dele e tem potencial para jogar em qualquer clube. Acho que dispensa comentários sobre isso. Claro que eu, chegando agora, como atacante, gostaria de jogar com ele, mas aí a gente tem que respeitar. Já estive na situação dele também e a decisão a ser tomada, não é fácil. Acredito que ele é inteligente o suficiente para tomar a melhor decisão.

Quais as principais diferenças entre os trabalhos de clubes e treinadores estrangeiros com os profissionais daqui?

Na verdade, já se inicia com o planejamento. Lá fora, você joga menos jogos. Você tem um calendário que já sabe no início da temporada, onde você vai jogar, quando, horário. Não tem aquela coisa de mudar do nada, então você já faz um planejamento. Tem a questão do torcedor, o carnê, que o pessoal, antes de começar a temporada, já tem seus assentos, seus lugares. Então, essa parte aí, eles estão na frente da gente. Pela cultura do futebol, aqui a gente não valoriza muito o treinador. O treinador perde um, dois jogos…Essa cultura nossa já está chegando lá também porque quando joguei na Espanha, também, estava se iniciando isso, treinadores saindo no meio da temporada. Lá, infelizmente, chegou isso, mas bem diferente daqui. Acho que é uma falta de respeito com o profissional, porque o cara é contratado, faz um ano de contrato, perde dois, três jogos e infelizmente acaba saindo, jogando toda a responsabilidade em cima do treinador. A gente costuma dizer que é mais fácil mandar um embora, do que 30 jogadores. Isso tinha que ser revisto e treinador brasileiro ser mais valorizado, como a gente valoriza o pessoal de fora, quando vem para cá.

O que você pretende fazer, quando deixar o futebol? Tem algo em mente?

Infelizmente, não(risos). Na verdade, ainda não pensei nessa parte do que eu vou fazer. Treinador, essa parte, eu não tenho perfil, não penso não. Mas por ter vivido muitos anos no futebol, possa aparecer alguma oportunidade para continuar no meio, mas a princípio, não tenho nada planejado. Estou ainda com 33 anos, então tenho que pensar um pouco. Acredito que no momento que para, você vai curtir um pouco a família e você acaba vivendo o futebol muito intenso. Quando eu parar, vou curtir a família e depois ver o que vai acontecer.

Nilmar fez apenas duas partidas pelo Santos, mas deverá ser mais aproveitado pelo técnico Levir Culpi, até o restante da temporada.

 

 


Luan e Lucas Lima. Jogadores à vontade, clubes desesperados
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Alexandre Praetzel

Tenho acompanhado as novelas sobre as renovações de contrato de Luan e Lucas Lima. O Grêmio corre contra o tempo para tentar negociá-lo e não vê-lo sair de graça.. O presidente Romildo Bolzan Jr. está preocupado com a situação, para Luan não virar um novo Ronaldinho Gaúcho.

Em fevereiro de 2001, acompanhei todo o processo envolvendo a conturbada negociação para Ronaldinho Gaúcho permanecer no Grêmio. Na época, RG recusou as ofertas tricolores e assinou um pré-contrato com o Paris Saint Germain, em segredo. O ex-presidente José Alberto Guerreiro apostava na Justiça Desportiva, mas o Grêmio perdeu o processo, e Ronaldinho saiu livre, sem nenhuma compensação financeira. Um prejuízo histórico e irreparável para o Grêmio.

Luan é a maior revelação gremista, desde Ronaldinho Gaúcho. Tem compromisso até 17 de setembro de 2018. Recusou o Spartak Moscou e ainda não entrou em acordo com o Grêmio. Seu empresário, Jair Peixoto, não tem boa relação com os dirigentes. A discussão se arrasta. Em março de 2018, Luan poderá assinar um pré-contrato e sair livre do Grêmio, em setembro. Este é o grande temor de Bolzan Jr. O Grêmio detém 60% dos direitos econômicos de Luan.

Lucas Lima terminará sua passagem pelo Santos, no final do ano, caso decida não ficar na Baixada. O Santos já entregou uma gorda proposta de renovação, mas ainda não obteve resposta. Lucas Lima está com a faca e o queijo na mão. Vai esperar até o último minuto por quantias do exterior, para definir seu futuro. Se não surgir nada, Lucas vai se decidir sobre o Santos. O clube tem 10% dos direitos econômicos do meia.

Presidentes reclamam da Lei Pelé, mas não conseguem se proteger, pela falência financeira das instituições. Sou a favor de uma indenização de 10 a 15% ao clube, caso o atleta não aceite renovar contrato. Por exemplo, sete meses antes do final, o atleta avisa o clube se irá renovar ou não. Ele indeniza o clube em 10 ou 15% do valor total gasto com ele, em luvas e salários. Pode ser uma merreca, mas pelo menos, haverá alguma compensação. Do jeito que está, o jogador leva muita vantagem. A tal escravidão virou balela, há muito tempo. Hoje, se o clube quiser rescindir com o atleta, antes do prazo final do contrato, tem que pagar o valor integral. A disparidade ficou muito grande e gerou muito comodismo por parte da categoria. O cara assina por cinco anos e pode se encostar, tranquilamente.

Mexam-se dirigentes, ao invés de reclamarem dos jogadores. A Lei está com eles. O prejuízo, com vocês.


Após atrito com Dorival, Vecchio se destaca e curte bom momento no Santos
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Alexandre Praetzel

Emiliano Vecchio chegou ao Santos em 2016, indicado por Dorival Jr. O meia argentino veio do Qatar SC e demorou um tempo para estrear. Fez apenas nove jogos, sem marcar gols. Em 2017, teve uma discussão com o treinador e fez críticas nos bastidores e foi afastado. Voltou ao time assim que Dorival foi dispensado pela diretoria. Curiosamente, o Santos melhorou com a sua entrada no time.

Diante do Bahia, na vitória por 3 a 0, Vecchio foi o melhor jogador em campo. O blog o entrevistou com exclusividade sobre o seu bom momento, o incidente com Dorival e as possibilidades de títulos para a equipe. Confira.

Você está vivendo seu melhor momento no Santos?

Um momento bom, como o que está vivendo o time. Faz várias partidas que estamos conseguindo vitórias, não estamos tomando gols. É o que eu falo. O mais importante é poder somar para que o time possa ganhar. Isso é o mais importante.

É possível ganhar um título, jogando num esquema com um volante, você e Lucas Lima e mais três atacantes?

É. Esperamos, né. O professor está provando, nada definitivo. Ele tem muitos jogadores e ele vai mudando. Está provando. Alguns jogos, atuou Leandro Donizete, outros Yuri, Alisson e o mais importante é ajudar a ganhar.

Santos tem time para ganhar Libertadores ou Copa do Brasil?

Santos tem um time muito bom. Ainda precisamos melhorar muito para podermos ser campeões. Sabemos disso. Somos conscientes disso. Estamos trabalhando para isso. Tem uma história muito boa na Libertadores e isso conta também. E uma torcida maravilhosa. Onze da manhã com 35 mil pessoas, não é nada fácil.

O incidente com Dorival te atrapalhou no Santos?

Não. Eu sempre falo. Sou um cara que eu falo o que eu penso. Falo na cara, sempre com respeito, mas eu falo na cara. Há pessoas que entendem e outras não. Muitas vezes, o jogador é o empregado, nesse caso. O treinador é o chefe e ele decidiu me afastar. Mas está tudo bem. Na verdade, não tenho nenhum problema com ele. A situação se deu desse jeito e eu sempre falo, tenho que trabalhar, ser honesto, que Deus vai premiar as pessoas que são honestas.

Vale a pena jogar no Pacaembu, pela maior presença de torcedores?

Para nós, jogar na Vila ou Pacaembu, é a mesma coisa. A Vila tem uma mística, que é muito difícil perder lá e o Pacaembu, tem outras coisas. Você vai, o torcedor lota o estádio e para nós, é uma ajuda importante.

Dá para virar em cima do Flamengo, quarta-feira, na Copa do Brasil?

Flamengo é um grande time, sabemos, muito parelho conosco. Vamos buscar, né. Sabemos que estamos dois a zero atrás e o time precisa do minuto um ao minuto 90, tentar virar esse jogo.

Na temporada, Vecchio fez seis partidas com um gol marcado. Quarta-feira, deve ser mantido entre os titulares. O Santos precisa vencer o Flamengo por três gols de diferença para chegar às semifinais da Copa do Brasil, após perder por 2 a 0, no Rio de Janeiro.

No Campeonato Brasileiro, o Santos é o terceiro colocado com 30 pontos, dez atrás do líder Corinthians.


Santos precisa do Pacaembu. E vice-versa
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Alexandre Praetzel

Neste domingo, acordei cedo e me dirigi ao Pacaembu para ver Santos e Bahia. No trajeto do meu bairro até o estádio, milhares de santistas chegando em famílias, grupos de amigos e muita tranquilidade. A bela manhã de sol se refletiu no estádio com ótimo público e vitória santista por 3 a 0.

Quando o locutor anunciou o público de 32.869 pagantes com 35.769 no total e renda de R$ 1.282.430,00, torcedores aplaudiram. E isso aconteceu porque os santistas querem um local maior para ver seu time do coração. A Vila Belmiro é histórica e teve sua importância, mas ficou defasada, perto das novas arenas.

Só para efeito de comparação, no último clássico entre Santos e São Paulo na Vila, houve 10.520 pessoas para R$ 423.000,00. Palmeiras e Corinthians se enfrentaram no Allianz Parque para 39.091 pagantes e R$ 2.800.000,00 de bilheteria. A diferença é abissal. A curto prazo, o Santos ainda pode concorrer, mas a médio e longo prazo ficará para tràs, numa espécie de Série B financeira, perto dos rivais.

O Santos necessita de um estádio maior, com mais conforto e capacidade para também aumentar suas receitas. Dirigentes e conselheiros precisam fugir do discurso provinciano e pensar o Santos grande, como sempre foi. A conversa de que o time é mais forte na Vila, também é passado. Em 2017, perdeu para Ferroviária, São Paulo, Cruzeiro e Sport.

Então, é hora do Santos ter uma casa melhor. Acho que o Santos precisa do Pacaembu e vice-versa. Claro que o poder municipal pode ajudar, num acordo bom para ambas as partes. E isso já passou do tempo, na minha opinião.

Adoro o Santos. Nasci em Porto Alegre e sempre vi esse clube histórico concorrer de igual para igual na questão técnica. Agora, se não mudar o pensamento profissional e empresarial, vai perder muito espaço, cada vez mais.


Eu acredito no Santos. Palmeiras quis empatar e perdeu
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Alexandre Praetzel

Não é surpresa para ninguém que sempre gostei de ver o Santos jogar. Desde 2015, o time muda pouco e mantém a histórica postura ofensiva, apesar de ainda estar devendo boas atuações do ano passado. Contra o Atlético-PR, o Santos saiu perdendo, mas não se abateu em nenhum momento e foi buscar a virada com competência, conseguindo uma ótima vantagem com o placar de 3 a 2.

Claro que não dá para depender só de Lucas Lima, mas o Santos é outra equipe quando o meia tem desempenho acima da média. Lucas tem mais qualidade que os demais e foi muito participativo com a troca de passes e chegadas ao ataque. Bruno Henrique tem mostrado que foi um acerto e Kayke virou a grata surpresa, com gols importantes em confrontos recentes. Não há nenhuma garantia de que o Santos lutará pelo título da Libertadores da América. Agora, para quem valoriza os números, o Santos cresceu na parada. Único invicto no torneio e com um pé nas quartas-de-final. Eu acredito no Santos porque há jogadores que podem decidir num lance, algo fundamental em mata-matas. Levir Culpi estreou, finalmente.

Já o Palmeiras foi frustrante. Fez um bom primeiro tempo em Guayaquil, com a bola do jogo nos pés de Willian. No segundo tempo, recuou bastante e foi sufocado pelo limitado time do Barcelona. A bola passou muitas vezes na cara de Fernando Prass, até que entrou num chute desviado em Bruno Henrique, quando iria para fora. Foi um castigo com a velha frase “o medo de perder, tira a vontade de ganhar”.

Não gostei da escalação de Cuca. Claro que o problema pessoal de Guerra abalou todo mundo e atrapalhou a idéia de jogo. No entanto, por que improvisar nas laterais? O Palmeiras não teve força ofensiva pelos lados. No um contra um, não havia vitória pessoal. A equipe ficou esperando um contra-ataque, que não vinha também por falta de velocidade. Borja foi mal e poderia ter sido o primeiro a sair. Dá para virar em São Paulo, mas podem esperar um jogo difícil, onde os equatorianos vão atuar no erro palmeirense. Não esperava ver o Palmeiras nesta situação, mesmo que haja a real possibilidade de classificação.


Robinho quer Galo completo para buscar títulos e vê dificuldades para Ceni
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Alexandre Praetzel

Robinho é um dos jogadores mais técnicos do Brasil. Destaque do Atlético-MG, em 2016, o atacante admite que o time precisa melhorar para buscar algo maior, em 2017. Em entrevista exclusiva ao blog, Robinho avaliou o momento do Galo, Rogério Ceni, possível volta ao Santos e o sonho de disputar a Copa do Mundo da Rússia. Acompanhem abaixo:

O momento inicial do Atlético foi uma surpresa para vocês, começar tão embaixo no Brasileiro?

“Foi, para nós também. A gente tem um time que pode dar mais. Claro que a gente vem se empenhando, vem se doando bem e às vezes no futebol acontece isso, os resultados não estão acontecendo. A gente jogou bem contra o Atlético-PR, acabou tomando o gol no final. Contra o São Paulo, tomou um gol no comecinho do segundo tempo, não merecia o empate, merecia a vitória (ganhou por 2 a 1). A gente espera continuar jogando bem para as vitórias virem com mais tranquilidade”.

Completo, o Galo é favorito para ganhar títulos ou ainda é cedo para falar nisso?

“Olha, pela quantidade de pontos que nós perdemos, a gente tem que correr um pouco atrás. É difícil, mas com o elenco completo, a gente tem o objetivo e a obrigação de brigar lá em cima e é isso que a gente quer”.

A campanha do Corinthians surpreende pelo fato de ter 20 pontos em oito rodadas?

“Olha, o Corinthians, por sua tradição, sempre chega forte nos campeonatos. Claro que a imprensa, às vezes, analisa por cada jogador, por contratações, mas a gente sabe que é sempre difícil jogar contra o Corinthians, independentemente de quem esteja jogando”.

Qual a principal diferença do trabalho do Roger e do Marcelo Oliveira, no ano passado?

“Nosso time hoje, com todo o respeito eu não gosto de criticar o Marcelo, mas o nosso time é mais organizado. O Roger vem implantando uma filosofia que ele gosta que a gente faça. A cada jogo, vem se adaptando mais”.

A característica do time mostra mais chances em mata-matas do que pontos corridos?

“Eu acho que quando o nosso time está completo, o objetivo é brigar por todas as condições, não tem que priorizar nenhuma. Temos que tentar Copa do Brasil, Libertadores, nós temos elenco para isso. Dificulta um pouco com as ausências que nós temos, Gabriel, Marcos Rocha, Fred, quando a gente estiver completo, vamos brigar lá em cima”.

Achas que o Rogério Ceni dará certo como técnico?

“Olha, eu torço muito para que dê certo. Como goleiro, foi um goleiro excepcional, fiz alguns golzinhos nele (risos), eu torço para que ele dê certo, mas futebol é resultado. A cobrança no nosso país é muito grande. Um treinador perdeu duas, três partidas, ele está balançando. Então, desejo toda a sorte do mundo para ele, mas é difícil, tem uma caminhada longa pela frente”.

E o Santos, pensando num encerramento de carreira no clube?

“Eu estou muito feliz no Atlético. Penso aqui no momento, estou bem no Galo, mais para a frente a gente pensa nisso. O Santos é um clube que eu sempre terei um carinho muito grande, porque é o clube que durante muitos anos foi minha casa”.

Ainda acredita numa convocação para a Seleção, pela qualidade que tu tens?

Olha, sempre é um objetivo de qualquer jogador. Copa do Mundo é um título que eu não tenho. Se precisar de um jogador, um “veinho” aí que ama jogar pela Seleção, vou estar à disposição”.

Aos 33 anos, Robinho disputou 79 jogos e marcou 32 gols pelo Atlético-MG. No Brasileiro, o Galo está em 15º lugar com nove pontos em oito partidas, aproveitamento de 37,5%. O time enfrenta o Sport, nesta quarta-feira, no estádio Independência.


Vítor Bueno nega dependência de L. Lima e admite ansiedade com Levir Culpi
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Alexandre Praetzel

O técnico Levir Culpi assume o comando do Santos, nesta segunda-feira. O treinador sempre gostou de atuar com meias ofensivos, atacando bastante os adversários, recentemente. Um dos titulares é Vítor Bueno. Jogador lançado por Dorival Jr., Vítor espera se manter na equipe com a chegada de Levir. Em entrevista exclusiva ao blog, Vítor projetou o novo momento santista, falou sobre sua fase atual e a comentada dependência de Lucas Lima, no elenco. Confira abaixo.

O que você achou da chegada de Levir Culpi ao Santos?

“Estamos bastante ansiosos com a chegada dele e motivados também. É um treinador vencedor, que já conquistou títulos importantes e vem para nos ajudar mais ainda”.

Era o que o Santos precisava ou Dorival deveria continuar?

“Eu não tenho que achar nada, eu tenho que jogar bola, apenas. Professor Dorival foi muito importante para nós, diretoria decidiu que o tempo dele já tinha dado e trouxe outro treinador. Tenho certeza também que vai ser muito importante e em função dele, vai nos trazer um estilo de jogo diferente e espero que dê certo”.

Dorival acha que tua afirmação foi um dos legados que ele deixou. Você concorda com isso? 

“Concordo 100%. Foi o Dorival que me colocou para jogar. Me manteve na hora que eu não estava passando por um momento muito bom, me manteve no time e me deu confiança. Tenho que agradecer muito ao Dorival. Já falei com ele, depois da saída dele. agradeci muito e tenho certeza que, se não fosse ele, dificilmente estaria aqui hoje”.

O Santos é muito dependente do Lucas Lima?

“Não. Acho que não. Ano passado, provou muitas vezes que quando ele estava na Seleção, nosso time jogava bem e ganhava. Acho que se criou muito isso. O Santos não joga bem, o Lucas Lima não está, é por causa do Lucas Lima. Acho que não é isso não. Temos jogadores importantes. O que está acontecendo é que não estamos numa boa fase técnica. Não é normal, mas estamos passando por isso. Todo o time passa, mas o importante é que conseguimos a vitória contra o Botafogo”.

Alguns torcedores te vaiaram, após o jogo. Tu achaste isso justo?

“Normal pela fase pelo que o time passa. Tenho certeza que qualquer outro que saísse do time ali, ia ser vaiado. Estou bem tranquilo. Sou o artilheiro da temporada com nove gols, trabalhando para melhorar ainda mais a minha marca. Ano passado, fiz 13 gols. Quem sabe aì, eu consiga alcançar esse ano e passar minha marca. Estou tranquilo. Só procuro jogar futebol. Quanto à torcida, quando estiver perdendo, eles vão vaiar. Quando estiver ganhando e continuar fazendo gols, ele vão bater palmas”.

Vítor Bueno está com 22 anos. Disputou 79 jogos e marcou 23 gols.


L. Donizete comenta saída de Dorival e espera ter mais sequência com Levir
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Alexandre Praetzel

Levir Culpi vai assumir o comando do Santos, na próxima segunda-feira. O novo treinador santista trabalhou com Leandro Donizete no Atlético-MG. O jogador chegou ao Santos, indicado por Dorival Jr., com contrato de três anos, mas ainda não conseguiu mostrar o bom futebol dos tempos do Galo. O blog entrevistou o atleta com exclusividade sobre a troca de técnico, o seu momento atual e a projeção para o elenco, até o final da temporada. Leiam abaixo.

Como viste a saída de Dorival Jr., responsável pela tua chegada ao Santos?

“Faz parte, né. O momento não estava tão ruim assim, mas futebol é desse jeito. A cultura brasileira é assim, perdeu duas, três, a torcida protestou, já faz essa troca. Então, a gente já está acostumado com isso também. A gente sentiu um pouco sim, que é um cara carismático, que todo mundo gostava e também me trouxe. Agora, bola para frente, não sei, fechou com o Levir aí, vamos ver se ele faz um trabalho bom também para a gente levantar essa equipe e apresentar um bom futebol”.

Levir tem a “cara” do Santos? Pode dar certo a curto prazo?

“Eu acho que vai dar certo sim. Joga para frente, né. A equipe do Santos é bem ofensiva. Ele tem o jeito dele de botar um volante, de tirar e as mexidas dele sempre davam certo lá no Atlético, quando eu estava lá. Então, que ele seja feliz também aqui e consiga organizar nossa equipe o mais rápido possível e a gente comece a dar a volta por cima”.

Houve uma causa especial para você não ter jogado muito ainda pelo Santos?

“Não teve nada não de especial, lá dentro, de adaptação. Foi mais opção do Dorival mesmo. Eu também achei que merecia ser mais usado. Estava esperando essa chance, trabalhei, venho trabalhando forte, venho demonstrando o mesmo futebol que eu demonstrava no Atlético. Só que não tive sequeência ainda por aqui, duas partidas seguidas no máximo. Então, preciso pegar mais um ritmo de jogo bacana e aí vou mostrar meu futebol para poder ajudar o Santos. Mas estou na expectativa de começar a jogar e mostrar meu valor para conquistar títulos aqui, o que eu consegui em todos os lugares onde passei”.

Santos tem time para uma grande conquista?

“Com certeza, tem um elenco forte. Só ter coerência certinho. Colocar na hora certa. Colocar quem estiver melhor para jogar”.

Leandro Donizete está com 35 anos. Chegou ao Santos, em janeiro. Disputou 12 jogos e não marcou nenhum gol.


Levir Culpi e o rótulo dos treinadores
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Alexandre Praetzel

Quando um treinador é demitido no Brasil, fico aguardando as justificativas dos dirigentes para tal decisão. A quase totalidade é pela falta de resultados. Outras, porque perdeu o vestiário, tem mau relacionamento com alguns jogadores, escalações equivocadas ou trabalho ruim no dia-a-dia.

Dorival Jr. caiu no Santos pela queda no desempenho da equipe, segundo a diretoria. Já surgiram outras razões, como a intromissão do filho Lucas e sua péssima relação com os atletas, o “poder” dos intocáveis Ricardo Oliveira e Renato, a religião dominante no grupo e a falta de pagamento dos salários. Ok. Mas o Santos está invicto na Libertadores e pegará o Flamengo, nas quartas-de-final. Na cultura resultadista dos dirigentes, o trabalho não pode ser considerado ruim.

Então, vamos ao alvo santista: Levir Culpi. Ficou anos no Japão e retornou ao Brasil, como técnico do Atlético-MG. Em 2014, foi campeão da Copa do Brasil e Recopa Sul-Americana e o responsável pela saída de Ronaldinho Gaúcho. Em 2016, foi campeão da Primeira Liga com o Fluminense e bateu de frente com Fred, determinando a transferência do goleador para o Galo. Saiu do Flu, depois de dez jogos sem vitória.

Levir Culpi já mostrou que é bom técnico. Agora, qual o critério para contratá-lo? Provavelmente, o rótulo de “Comandante do Vestiário”. O cara que não permite comando paralelo. Que, teoricamente, trata todos com igualdade. Que não vai permitir acomodações e panelinhas. Pode ser.

Mas e o trabalho tático e técnico? Qual a avaliação que é possível fazer? Levir gosta de futebol acadêmico ou competitivo? Conseguirá extrair o máximo dos jogadores? Fica tudo na teoria. No imponderável, seria melhor apostar em Elano. Mais barato e conhecedor das entranhas do CT e da Vila Belmiro.

O fato é que os treinadores são escolhidos com critérios muito vazios. Tudo depende do rótulo obtido e de quem está disponível no mercado. Até a próxima queda e busca por outro “paizão”, “mobilizador”, “tático” ou “disciplinador”. O trabalho fica em segundo plano.


Diretoria do Santos é pior do que Dorival Jr.
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Alexandre Praetzel

Dorival Jr. foi dispensado pelo Santos. Decisão normal, de acordo com o presidente Modesto Roma Jr., aproveitando o tempo disponível, até os mata-matas. Realmente, o Santos não jogou bem contra Coritiba, Cruzeiro e Corinthians e tem apenas três pontos em 12 disputados, no Brasileiro. Mas está nas oitavas-de-final da Libertadores da América e quartas-de-final da Copa do Brasil.

Assim, para um técnico que estava há quase dois anos no cargo, provavelmente a relação interna e a insistência em alguns fatores determinaram a saída de Dorival. Muitos questionaram as escalações de Renato e Ricardo Oliveira, veteranos de ótimas atuações nos dois últimos anos, mas parecendo cansados em 2017. Por que Dorival não os colocou na reserva? Medo de barrar os medalhões? Perguntas que a gente recebe desde março, após a eliminação no Paulista. O fato é que os dois sempre foram titulares e não vinham bem. Mas os dirigentes estão lá para isso. Conversar e debater sobre as alternativas da equipe. Acho que isso não foi feito.

Outra crítica é o ambiente do vestiário relacionado com a religião. Ricardo Oliveira teria forte influência sobre os companheiros, nesta questão. Algo sempre negado por Dorival, que nunca se meteu na preferência de cada um.

Os reforços indicados ainda não deram resposta, com exceção de Bruno Henrique. O lateral Matheus Ribeiro foi encostado, depois de duas atuações. Assinou por quatro anos e não serve mais, com várias improvisações na posição.

O zagueiro Cléber não é mau jogador, mas parece que desaprendeu no Santos. Pouco utilizado.

O volante Leandro Donizete jogou pouco, até agora. Três anos de contrato.

O colombiano Vladimir Hernandez, com seus 1’59m, foi destaque na Colômbia, mas aqui não consegue jogar.

O atacante Kayke é opção para elenco, claramente.

A contratação do argentino Noguera, por determinação dos dirigentes e sem consulta a Dorival, virou comédia.

Sempre gostei de ver o Santos de Dorival jogar. Completo, é um time muito bom para o atual futebol brasileiro. Cobrei mais destaque para o trabalho, com a invencibilidade e a classificação na Libertadores. No entanto, o cenário mostrou uma equipe aérea, sem pegada e vibração, nas últimas partidas. Ganhar ou perder, tanto fazia. Essa foi a impressão. E muitas vezes, o que parece, é o que realmente é.

Estourou no treinador. Uma pena. O fato novo das diretorias sempre será esse: a demissão do técnico. Ainda mais em ano de eleição. É preciso agradar muita gente nos bastidores.

Será que Elano, mais amigo dos atletas, vai conseguir mudar essa situação? A direção também precisa ajudar.