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Arquivo : Eduardo Baptista

Borja merece a contestação atual? Eu acho que não
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Alexandre Praetzel

Borja foi o goleador da Libertadores da América pelo Nacional de Medellín e mostrou grande qualidade como fazedor de gols. Um artilheiro de várias formas, explorando sua força e capacidade de finalização. Foi destaque do time colombiano, ajudado também pelos companheiros de elenco.

Cobiçado, virou alvo e obsessão da diretoria do Palmeiras. O executivo Alexandre Mattos não descansou, enquanto não convenceu a Crefisa a investir no jogador. Negociações se arrastaram e os valores subiram, pelo interesse da China. No final, Borja foi trazido pelo Palmeiras, com recepção de grande nome e idolatria dos torcedores.

Cenário perfeito para Borja se destacar. Quatro anos de contrato e apoio total para manter seu padrão. Ledo engano. Dois meses depois, Borja é contestado por uma parcela de palmeirenses e denonimado como um jogador comum. Não serve mais, dizem outros. Isso em 60 dias. Pasmem! Em nenhum lugar do mundo, isso acontece. Só aqui no Brasil.

Eduardo Baptista também não tem ajudado. Escala Borja como pivô, de costas para os zagueiros, esquecendo da maneira como ele atuava no Nacional. Borja precisa de espaço para aproveitar sua força e poder de conclusão. É atacante que “tira” a bola do goleiro adversário. Agora, deixá-lo estanque no meio dos zagueiros, só vai prejudicá-lo. O esquema tático precisa beneficiá-lo. Claro que Borja não necessita de chiliques, quando for substituído, mas Eduardo expôs críticas públicas ao atleta. Para quem merece tempo de adaptação, a irritação me parece normal, ainda mais para um estrangeiro.

Não sei se Borja será um espetáculo no Palmeiras. Só sei que ele é bom jogador e pode ganhar muitas partidas. Para isso, precisa de uma condescendência maior em relação a outros nomes. O que o Palmeiras não pode e não deve, é queimar um patrimônio por puro resultadismo e imediatismo. Já aconteceu em outras oportunidades e o Palmeiras perdeu demais. É só relembrar.


Eduardo Baptista vai bem nas escalações e administração do grupo
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Alexandre Praetzel

A escalação do Palmeiras contra o Mirassol mostrou que o elenco alvi-verde tem opções para dar e vender. Sem os jogadores selecionáveis, machucados e com Vitor Hugo suspenso, Eduardo Baptista deu chances a quem foi bem contra o Santos e a outros que não vinham sendo aproveitados como Rafael Marques e Antonio Carlos, entre os titulares, e Alecssandro e Erik, no decorrer da partida.

Rafael teve seu nome ligado ao Botafogo, Inter e Corinthians, semana passada, mas sempre colocou o Palmeiras em primeiro lugar, evitando qualquer murmúrio ou reclamação por estar na reserva ou até mesmo fora das relações de alguns jogos. Fez um gol e elogiou o ambiente do vestiário. Na comemoração, os companheiros vibraram muito e correram em sua direção.

Há vários treinadores que se complicam com muitas opções para escalar. Como só jogam onze, é preciso ser um administrador de vaidades num grupo cheio de nomes acostumados a estarem ali, jogando, e não assistindo.  Na Libertadores da América, sete ficam na suplência, aumentando a concorrência e diminuindo as chances de muitos. Eduardo Baptista fez bem e deve utilizar os dois últimos confrontos do Paulista para rodar os atletas, ainda mais.

Agora, Eduardo pensa em abolir as concentrações nas partidas à noite, em São Paulo. A primeira experiência foi feita ontem, com todos se apresentando para o almoço e descansando na Academia. Não é uma grande novidade, mas sempre encontrou resistência de dirigentes pela cultura dos brasileiros. Acho que é uma forma madura de comandar, estendendo a mão, mas cobrando comprometimento e profissionalismo, acima de tudo.

Para quem não iria durar muito, na cabeça de uma multidão de palmeirenses, Eduardo Baptista vai começando a quebrar resistências e mostrando que tem lastro para dirigir “cobras criadas” no futebol. Os resultados falarão mais alto, mas trabalho e pulso firme também podem fazer a diferença. A conferir.


Deixem Eduardo Baptista trabalhar. Ceni sabe das deficiências tricolores
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Alexandre Praetzel

Na primeira fase do Paulista, os clássicos crescem de importância porque são os jogos considerados mais difíceis nos enfrentamentos. Não decidem nada, mas colocam a rivalidade à prova e servem para comparar as equipes, no início de trabalho.

O Palmeiras fez 3 a 0 no São Paulo, sendo amplamente superior, principalmente, no segundo tempo. E atuou com time misto, valorizando ainda mais a força do seu elenco. O volante Thiago Santos, reserva de Felipe Melo, foi o destaque em campo. O resultado não causa turbulência no São Paulo, mas escancarou três questões, pelo menos.

O São Paulo precisa definir um goleiro titular. Sidão e Dênis não passam confiança e Renan Ribeiro está sempre machucado. Então, é hora de testar o jovem Lucas Perri, mesmo sem estar inscrito no Estadual, ou buscar um nome no mercado.

A defesa sofre, quando não tem Maicon e Rodrigo Caio juntos. Rogério Ceni escalou Douglas em detrimento a Lugano. O uruguaio é melhor do que o colega, mas ficou no banco. Por que não dar oportunidade a Lucão, também? Lyanco  não pode ser utilizado porque está fora da lista do campeonato.

Cueva é o melhor jogador do São Paulo, no momento. Agora, ficar na dependência do peruano é muito pouco para o tricolor. O clube oferece poucas opções. Acredito que Rogério Ceni e a diretoria devam estar atentos a tudo isso.

No Palmeiras, é bom deixar Eduardo Baptista trabalhar. Contra o São Paulo, escalou uma formação equilibrada e poderia ter vencido por mais. O Verdão fez sua melhor partida, patrolando o adversário, física, técnica e taticamente. Bons dias de projeção, com favoritismo diante do Jorge Wilsterman-BOL, para conseguir sua primeira vitória na Libertadores da América, quarta-feira. Deixem o homem trabalhar. Simples assim.


Eduardo Baptista não precisa desfazer o trabalho de Cuca e pode melhorá-lo
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Alexandre Praetzel

Acho que todo treinador que assume um novo time, merece 120 dias de trabalho, pelo menos. É um tempo aceitável para que o profissional defina um esquema de jogo e consiga apresentar resultados. Eduardo Baptista conheceu sua primeira derrota no segundo jogo oficial à frente do Palmeiras e já é questionado fortemente por parte da torcida.

Vamos evitar comparações. Eduardo não é Cuca e repetir a conquista do Brasileiro será difícil para qualquer nome. Agora, Eduardo pode manter o que Cuca deixou de positivo.

Dudu era escalado solto do meio para o ataque e teve ótima temporada. Eduardo o fixou como extrema direita e o rendimento caiu.

Róger Guedes vinha mal no final de 2016 e não merecia a titularidade, na abertura de 2017.

O Palmeiras tem bons meias. Então, é possível atuar com centroavante de referência, porque a bola chegará mais vezes. Eduardo tentou um time móvel, sem velocidade e ainda lento pela forma física. Raphael Veiga não precisava ser barrado, até porque tem as características que o grupo precisava em Itu. Era melhor ter começado com Alecssandro.

Eduardo teve toda a semana para treinar e a derrota para o Ituano foi justa. O debate será sobre a melhor formação para os próximos confrontos. Eu tenho a minha: Fernando Prass; Jean, Edu Dracena, Vitor Hugo e Zé Roberto; Felipe Melo, Michel Bastos, Raphael Veiga e Guerra; Dudu e Alecssandro. Aguardando por Mina, Moisés e Borja.


Mattos escolhe Eduardo Baptista. Técnico busca liberação da Ponte Preta
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Alexandre Praetzel

Alexandre Mattos recebeu carta branca do presidente Maurício Galiotte e escolheu Eduardo Baptista como novo técnico do Palmeiras. Entre Palmeiras e o treinador está tudo acertado para um contrato até dezembro de 2018.  Falta Eduardo definir sua saída da Ponte Preta, acertando ou não o valor de uma multa rescisória. O Palmeiras não pagará nada.

Mattos está apalavrado com Maurício para uma renovação de contrato com o Palmeiras por mais um ou dois anos, mas ainda não assinou.

Eduardo Baptista está com 46 anos e treinou Sport e Fluminense. Chegou à Ponte Preta no início do Brasileiro deste ano. A Ponte Preta já está sondando técnicos no mercado. Marcelo Cabo, campeão da Série B pelo Atlético-GO, e Sérgio Soares, ex-Ceará, foram comentados.


Palmeiras tenta Eduardo Baptista para novo técnico
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Alexandre Praetzel

Depois de Roger Machado acertar com o Atlético-MG e Abel Braga fechar com o Fluminense, o Palmeiras tenta agora contratar Eduardo Baptista, técnico da Ponte Preta. O treinador agrada à diretoria e renovou contrato com o clube campineiro, recentemente.

Eduardo Baptista está com 46 anos e fez bom trabalho no Sport, em 2014 e 2015, com 127 jogos. Passou pelo Fluminense com apenas 26 partidas e chegou à Ponte Preta, no início do Campeonato Brasileiro.

Há 30 dias, o blog entrevistou Eduardo Baptista. Acompanhem algumas idéias do treinador.

Pronto para comandar um time grande ou a passagem pelo Flu deixou dúvidas

”Eu aprendi uma coisa com meu pai. Trabalhei dez anos ao lado dele e fui criado por ele. Nessa profissão, você não pode ter dúvidas. Tudo o que eu faço no meu dia-a-dia, as decisões que eu tomo, a decisão de ter ido para o Fluminense, sempre foi com muita certeza, muito medido, ciente do que poderia acontecer. Então, se tiver um convite de um time grande e eu aceitar, é porque eu fiz um planejamento, fiz a minha programação, estudei a equipe que eu vou. Sei onde vou pisar. E no Fluminense eu fiz tudo isso. As coisas não deram certo. O que me acalenta é que está lá um treinador, que é uma das minhas referências, principalmente pelo seu estilo ofensivo e conduta. E as coisas também são difíceis. Eu vejo o Fluminense com os mesmos problemas de quando eu estava lá, em fevereiro. Naquela época, tinha um mês e meio só de trabalho e as coisas não aconteceram. Às vezes, foge um pouco do treinador, mas tudo o que eu queria fazer lá, o que eu acho certo, eu fiz. Coloquei minhas idéias em prática, estávamos conseguindo um trabalho. Por muito pouco, não chegamos a uma final de Copa do Brasil, perdemos para o Palmeiras nos pênaltis. Foi um trabalho que não deu certo, mas eu coloquei meu modelo de jogo, fiz experiências com Fred, Ronaldinho Gaúcho. Foram as melhores possíveis, principalmente com Fred, um cara excepcional, que me ajudou demais e eu respeito. Virou um amigo pessoal meu. Simplesmente as coisas não deram certo porque não eram para dar. A gente ainda vê o Fluminense com dificuldades também, os mesmos problemas que eu tinha, o Levir está encontrando lá”.

Modelo de jogo e trabalho

”Meu modelo de jogo é muito parecido com o que o Tite colocou. Eu já tenho uma filosofia, desde o Sport, em 2014. Nós jogávamos com esse mesmo estilo apoiado, num 4-1-4-1, ora 4-3-3, mas sempre com uma trinca no meio. Jogava com Diego Souza, Rithely como primeiro e Danilo fazendo o terceiro homem, com uma chegada à frente, com um centroavante, ora fixo, ora flutuante e dois atacantes de velocidade pelos lados, também chegando à frente ou fazendo um apoio pelas beiradas, fazendo uma triangulação. Meu modelo é muito parecido com o que o Tite está tendo sucesso na Seleção Brasileira. Você pode ter uma chegada com mais gente à frente, uma formação de triângulo pelos lados, uma chegada na área com três jogadores, no mínimo. É um sistema bem parecido. Eu fico contente que é um modelo que eu já venho trabalhando, desde 2014, e a gente tem conseguido bons resultados. Conseguimos no Sport, estamos conseguindo na Ponte Preta e a gente tenta melhorar a cada dia, inovar, trazer coisas diferentes na maneira de marcar, jogar, mas sempre com a filosofia na hora de jogar, você ter um apoio pelas beiradas porque hoje os times jogam muito fechados por dentro e quando você defende, uma compactação no meio porque é onde o jogador brasileiro tem a criatividade. Você trava esse meio e joga o adversário para o lado, onde a gente procura roubar essa bola e jogar e sair pelo mesmo local. O modelo de jogo é esse. De trabalho, a gente procura sempre jogar, colocar a bola no chão, passe para frente, agressividade, explorando o talento do jogador brasileiro. Defensivamente, tentar diminuir os espaços, principalmente, na região central do campo. Tem que dar liberdade também. Se compara muito o futebol brasileiro ao europeu. Para o brasileiro, você tem que dar um pouco de liberdade a mais do que você dá ao europeu. O europeu não tem o talento, não tem o drible, a ginga, aquela saída inesperada que o brasileiro tem. Eu procuro não podar. Tem uma disciplina, mas na hora de jogar, tem uma liberdade criativa para um espaço para o jogador criativo pensar e tomar as decisões. O jogador brasileiro tem isso que ninguém tem. Por isso, os times das ligas européias estão lotados de jogadores brasileiros”.


Eduardo Baptista vê Seleção com modelo de jogo adotado por ele em 2014
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Alexandre Praetzel

Eduardo Baptista é apontado como um dos bons treinadores da nova geração. Aos 46 anos, o filho de Nelsinho Baptista renovou contrato com a Ponte Preta, admitindo a pressão sofrida para conquistar o primeiro título da história do clube. Em entrevista exclusiva ao blog, Eduardo também falou sobre a busca por novas idéias e seu modelo de jogo, parecido com a Seleção Brasileira. Acompanhem.

Pronto para comandar um time grande ou a passagem pelo Flu deixou dúvidas

“Eu aprendi uma coisa com meu pai. Trabalhei dez anos ao lado dele e fui criado por ele. Nessa profissão, você não pode ter dúvidas. Tudo o que eu faço no meu dia-a-dia, as decisões que eu tomo, a decisão de ter ido para o Fluminense, sempre foi com muita certeza, muito medido, ciente do que poderia acontecer. Então, se tiver um convite de um time grande e eu aceitar, é porque eu fiz um planejamento, fiz a minha programação, estudei a equipe que eu vou. Sei onde vou pisar. E no Fluminense eu fiz tudo isso. As coisas não deram certo. O que me acalenta é que está lá um treinador, que é uma das minhas referências, principalmente pelo seu estilo ofensivo e conduta. E as coisas também são difíceis. Eu vejo o Fluminense com os mesmos problemas de quando eu estava lá, em fevereiro. Naquela época, tinha um mês e meio só de trabalho e as coisas não aconteceram. Às vezes, foge um pouco do treinador, mas tudo o que eu queria fazer lá, o que eu acho certo, eu fiz. Coloquei minhas idéias em prática, estávamos conseguindo um trabalho. Por muito pouco, não chegamos a uma final de Copa do Brasil, perdemos para o Palmeiras nos pênaltis. Foi um trabalho que não deu certo, mas eu coloquei meu modelo de jogo, fiz experiências com Fred, Ronaldinho Gaúcho. Foram as melhores possíveis, principalmente com Fred, um cara excepcional, que me ajudou demais e eu respeito. Virou um amigo pessoal meu. Simplesmente as coisas não deram certo porque não eram para dar. A gente ainda vê o Fluminense com dificuldades também, os mesmos problemas que eu tinha, o Levir está encontrando lá”.

Comparações com Nelsinho atrapalham ou não

“É inevitável. Meu pai é um nome muito forte no futebol brasileiro, no Japão. Trabalhei no Sport, onde meu pai é considerado o treinador do século, num clube centenário. Então, é um nome muito forte. Estou na Ponte Preta hoje, onde ele começou aqui, tem uma história maravilhosa aqui como jogador e treinador. As comparações são inevitáveis, mas não me incomodam porque é um cara sensacional, taticamente é um dos três melhores que eu já conheci na atualidade, desta turma da geração dele. Tem uma leitura de jogo, um intervalo de jogo sensacional. Um cara que eu aprendi demais, me inspirei. O Eduardo vai crescendo. Isso não me incomoda. É um prazer porque é um cara sensacional. Ser comparado a ele é algo muito bom. Todos os clubes que eu enfrento, por onde ele passou, todos os funcionários vêm até mim dar um abraço, falar do bom caráter dele e do bom trabalho onde ele passou. Isso tem muito mais o lado positivo porque eu trabalhei dez anos ao lado dele, convivi com vitórias, derrotas, com felicidades e tristezas. Aprendi demais, principalmente, as tomadas de decisão, a parte tática. Até hoje, discutimos muito. Ele é um cara aficcionado por futebol e sempre me puxa. Quando tem jogo da Champions League, ele pede para eu ver e a gente discute depois. Então, ser filho do Nelsinho, é você ter um professor, mestre, dentro de casa. Me ajuda demais e não me atrapalha, em nenhum momento”.

Pressão por um título na Ponte Preta é igual num time grande 

“A Ponte Preta vive uma situação de não ter ganho título. O rival tem título brasileiro e a pressão aqui é grande para disputar uma Libertadores, ganhar um título. Você briga no campeonato paulista com times que têm um aporte financeiro muito maior. Times com R$ 10 milhões de folha salarial, enquanto a Ponte Preta tem um folha de R$ 1,8 milhão. Então as coisas se tornam difíceis. A pressão é grande. Você luta com todas as suas armas, mas é difícil. A gente busca e a pressão aumenta a cada ano. Mesmo você fazendo uma campanha como a Ponte Preta faz e chegar em oitavo lugar, não é bem visto aqui em Campinas porque o título é cobrado. No time grande, você tem a pressão e alto orçamento. Você pode buscar dois jogadores de altíssimo nível para cada posição. Mesmo com a pressão, você tem armas para lutar. A Ponte Preta vive essa pressão. A gente tem que buscar jogadores no mercado. No segundo semestre deste ano, acertamos em 100% as nossas contratações. Deu tudo certo, por isso, uma boa campanha. Nós perdemos bons jogadores por não conseguir cobrir ofertas de times maiores. A pressão é maior ou igual a um time grande, só que às vezes essa luta é desleal”.

Modelo de jogo e trabalho

“Meu modelo de jogo é muito parecido com o que o Tite colocou. Eu já tenho uma filosofia, desde o Sport, em 2014. Nós jogávamos com esse mesmo estilo apoiado, num 4-1-4-1, ora 4-3-3, mas sempre com uma trinca no meio. Jogava com Diego Souza, Rithely como primeiro e Danilo fazendo o terceiro homem, com uma chegada à frente, com um centroavante, ora fixo, ora flutuante e dois atacantes de velocidade pelos lados, também chegando à frente ou fazendo um apoio pelas beiradas, fazendo uma triangulação. Meu modelo é muito parecido com o que o Tite está tendo sucesso na Seleção Brasileira. Você pode ter uma chegada com mais gente à frente, uma formação de triângulo pelos lados, uma chegada na área com três jogadores, no mínimo. É um sistema bem parecido. Eu fico contente que é um modelo que eu já venho trabalhando, desde 2014, e a gente tem conseguido bons resultados. Conseguimos no Sport, estamos conseguindo na Ponte Preta e a gente tenta melhorar a cada dia, inovar, trazer coisas diferentes na maneira de marcar, jogar, mas sempre com a filosofia na hora de jogar, você ter um apoio pelas beiradas porque hoje os times jogam muito fechados por dentro e quando você defende, uma compactação no meio porque é onde o jogador brasileiro tem a criatividade. Você trava esse meio e joga o adversário para o lado, onde a gente procura roubar essa bola e jogar e sair pelo mesmo local. O modelo de jogo é esse. De trabalho, a gente procura sempre jogar, colocar a bola no chão, passe para frente, agressividade, explorando o talento do jogador brasileiro. Defensivamente, tentar diminuir os espaços, principalmente, na região central do campo. Tem que dar liberdade também. Se compara muito o futebol brasileiro ao europeu. Para o brasileiro, você tem que dar um pouco de liberdade a mais do que você dá ao europeu. O europeu não tem o talento, não tem o drible, a ginga, aquela saída inesperada que o brasileiro tem. Eu procuro não podar. Tem uma disciplina, mas na hora de jogar, tem uma liberdade criativa para um espaço para o jogador criativo pensar e tomar as decisões. O jogador brasileiro tem isso que ninguém tem. Por isso, os times das ligas européias estão lotados de jogadores brasileiros”.

Não ter sido jogador atrapalha no vestiário 

“É importante ter sido jogador, que viveu experiências e sentiu o calor do jogo. É um peso grande. Eu estive 20 anos dentro do vestiário, vendo o lado da comissão técnica, onde eu participei de decisões das mais variadas possíveis, momentos de vitórias, derrotas e você acaba aprendendo, tomando suas lições, criando a sua metodologia. Trabalhei com grandes treinadores. Nelsinho por quase dez anos, Geninho, Vágner Mancini, treinadores da nova geração também, onde tentei tirar o melhor deles. Ver o quê eles faziam de melhor, onde era o forte deles e tentei trazer para o meu dia-a-dia. Não joguei, mas tive essa vivência. Eu acho que isso é importante. Hoje, nós temos dois grandes treinadores mundiais: Guardiola, que foi um grande jogador e é um grande treinador e Mourinho, um cara ganhador e que era preparador físico, assim como eu. A grande diferença de você ter sido jogador ou ter vivido como eu vivi, independe. Eu acho que vale, se qualquer um desses lados estudar, procurar aprender, se especializar, coisas novas, se atualizar. Sou um cara que leio demais, faço meus cursos. Estou terminando meu nível A dentro da CBF. Sou instrutor da CBF para cursos de formações de treinadores para o nível B. Sempre procuro aprender e ajudar outros profissionais que também estão surgindo. Esse estudo qualifica o treinador. Lógico que se ele foi atleta, dá uma qualidade melhor. Se ele tiver a vivência que eu tive, dá um suporte muito bom. O importante é que ele estude, se atualize, se prepare, esteja aberto a coisas novas, estar pesquisando a Europa, Ásia, interior do futebol paulista, nordestino, antenado com tudo o que está acontecendo. Simplesmente, ter sido jogador ou ter uma vivência de 20 anos de vestiário, não te credencia a ser um grande treinador. O que vai te credenciar é tudo isso mencionado, mais uma especialização, estudo. Tem que buscar a preparação diária porque as coisas são novas, os jogadores são mais inteligentes, intelectualmente falando, do que eram há dez anos atrás. A evolução psicológica é uma realidade de uma nova geração e você tem que estar antenado a isso. Isso faz um grande treinador”.

Eduardo Baptista teve destaque no Sport, em 2014, começando sua carreira de treinador. Depois, passou pelo Fluminense, antes de chegar à Ponte Preta. O time é décimo lugar na Série A do Brasileiro com 45 pontos. Enfrenta o Sport, quinta-feira, em Recife.


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