Blog do Praetzel

Loss será menos cobrado, se houver desmanche. Matias ganha espaço
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Alexandre Praetzel

A principal novidade no trabalho de Osmar Loss é a escalação de Matheus Matias como titular do Corinthians, no amistoso contra o Cruzeiro. O atacante veio do ABC-RN e ganhou espaço com o novo técnico.

Na gestão de Fábio Carille, Matias foi praticamente ignorado, pelo fato de ter sido uma contratação da diretoria, sem o aval do ex-treinador. Torcedores postavam pedidos pelo menino, nas redes sociais, mas Matias era preterido por Roger e Júnior Dutra.

Diante do Grêmio, Matias entrou e fez um gol, no segundo tempo. Parece que caiu nas graças do torcedor e ganhou espaço. Agora, se ele está melhor que os outros, no dia a dia, merece a oportunidade. A vinda de Matias é uma política cada vez mais usual nos clubes brasileiros. Sem dinheiro, buscam nomes baratos, com potencial futuro, mas precisam testá-los. Loss está fazendo isso. Talvez o custo-beneficio seja superior a Roger, Kazim e Júnior Dutra(os dois últimos estão indo embora). Jônatas chegou agora e ainda será testado.

A partida amistosa de logo mais é mais um bom teste para Loss. O time já perdeu Maycon, Balbuena e Sidicley. Se Fagner, Rodriguinho e Romero saírem, as reposições dificilmente serão no mesmo nível. Com tudo isso, Loss já será absolvido, caso o trabalho não dê muitos resultados.

Pelo que eu vejo, o Corinthians apostará tudo na Copa do Brasil. Faltam seis jogos e a premiação de R$ 50 milhões será o alívio financeiro para 2019.


Dudu ainda pode sair, se Palmeiras conseguir reposição imediata
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Alexandre Praetzel

O Palmeiras recusou mais uma proposta do Shandong Luneng, da China, por Dudu. Os chineses aumentaram o valor para 13 milhões de euros e ofereceram R$ 100 milhões num contrato de cinco anos para o jogador. O clube informou que Dudu ficará no Palmeiras, pelo menos, até o final do ano. Acredito que esse cenário não seja definitivo.

A quantia para o atleta balançou a cabeça de Dudu. A situação não está totalmente resolvida. A diretoria do Palmeiras faz jogo duro para os chineses aumentarem os valores da negociação. O blog apurou que o ''sonho'' é receber 20 milhões de euros. O Palmeiras tem 100% dos direitos econômicos do atacante.

O clube já faturou uma grana interessante com as saídas de Tchê Tchê, Keno, João Pedro e Fernando. Por isso, engrossa com os chineses. Agora, se conseguir uma reposição imediata para Dudu, com um nível parecido, a transação pode ocorrer pelo desejo de Dudu e dos seus representantes.

Particularmente, acredito que há momentos que o jogador deva ser negociado. Treze milhões de euros integrais por um jogador próximo dos 27 anos, no Brasil, é difícil aparecer novamente. Acho que chegou a hora de vender.

Em 2018, Dudu não repetiu boas atuações anteriores. Seu desempenho caiu bastante, em 2018.

Já completou três anos e meio de clube, onde conquistou a Copa do Brasil 2015 e o Brasileiro 2016.

 

 


Ruiz é bom nome para o Santos. Melhor que muitos da Série A do Brasileiro
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Alexandre Praetzel

O Santos está próximo de contratar o meia Brian Ruiz. O jogador costa-riquenho anunciou que está vindo para o Brasil, via rede social.

As conversas começaram antes da Copa do Mundo, mas Ruiz quis esperar sua participação no Mundial, aguardando por outras propostas. Como não chegaram, Ruiz encaminhou o acerto com o Santos, dependendo dos exames médicos.

Aos 32 anos, será bom reforço santista, mesmo que tenha ido mal na Copa, com sua Seleção. Em 2014, foi um dos destaques da equipe que parou nos pênaltis contra a Holanda, nas quartas-de-final.

Nos últimos três anos, Ruiz esteve no Sporting de Portugal. Tive a oportunidade de comentar alguns jogos dele, no Campeonato Português, em 2015 e 2016. Sempre foi bom jogador. Tem qualidade técnica, boa conclusão e é melhor que muitos jogadores da Série A do Brasileiro. Seria titular na maioria dos grandes times.

No time de Jair Ventura, será ele e mais dez. Pode compor o meio-campo com Alison e Pituca(Renato ou Léo Citadini), sendo o meia que o Santos precisa. Se ainda vier o uruguaio Carlos Sanchez, Ruiz terá ainda mais liberdade no setor.

O maior desafio inicial, será aguentar o calendário brasileiro. A partir da próxima semana, haverá jogos quarta-feira e domingo, com o Santos disputando três competições simultâneas.

Vamos aguardar, mas Ruiz será muito útil ao Santos, caso a negociação se confirme.


William queria ficar um ano no Santos. Ele nega atrito com Gomes e Dimas
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Alexandre Praetzel

William Machado deixou a gerência de futebol do Santos há dois dias. O ex-dirigente e ex-atleta pediu demissão para se dedicar a outro projeto na vida profissional. William chegou ao clube em janeiro deste ano para trabalhar junto com Gustavo Vieira, executivo contratado na ocasião. Gustavo saiu e William ficou. Após cinco meses, ele deixa a diretoria negando incompatibilidade com Ricardo Gomes e Sérgio Dimas, contratados para as mesmas funções. Num bate-papo rápido com o blog, William agradeceu a oportunidade e admitiu que esperava ficar mais tempo no cargo. Confira.

As chegadas de Ricardo Gomes e Sérgio Dimas te chatearam?

De jeito nenhum. Muito pelo contrário. São dois excelentes profissionais. O Dimas já tinha chegado há mais tempo. A gente precisava e precisava também de um executivo. O Ricardo deu até mais tranquilidade para eu poder sair e, ao mesmo tempo, ficou mais difícil, é até contraditório. Mais difícil porque ele conversou comigo, pediu para eu ficar e eu aprenderia muito com ele também, tenho certeza. Mais tranquilidade também por ele ter sido ex-atleta e ex-técnico. Ele tem uma bagagem muito grande de campo. Então, dá uma tranquilidade no sentido de ser um perfil que possa agregar muito. Então, não teve nenhuma incompatibilidade não de trabalho, muito pelo contrário.

Como avalia tua passagem pelo Santos? Valeu a pena?

Valeu a pena demais. Minha ideia quando aceitei, era ficar pelo menos um ano. Mas, planos a gente nunca sabe. Na verdade, a maioria dos planos não são cumpridos 100%, você faz alguns ajustes. Eu vejo o Santos passando por um processo de conhecimento do clube, essa gestão vendo algumas coisas, experimentando outras. Tudo na vida, precisa de tempo, até você colher certos frutos. Eu fiquei muito, muito feliz mesmo, com a oportunidade que me deram, com a confiança que tiveram. E acredito que foi um aprendizado mútuo e tenho certeza que, da minha parte, pelo menos, vou carregar essa experiência com muito carinho pelo resto da minha vida.

A direção do Santos não pretende contratar nenhum substituto. O time está no México, para dois amistosos. Perdeu para o Monterrey, neste sábado, por 1 a 0, e joga nesta terça-feira contra o Querétaro.


“Menino” Neymar foi mal na Copa. O resto é bajulação
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Alexandre Praetzel

Brasil eliminado da Copa do Mundo e vamos aos debates sobre as causas do tropeço ou fracasso, para alguns. Entre algumas escolhas equivocadas de Tite e desempenhos abaixo da média de alguns jogadores, é impossível não falar sobre Neymar. Eu sempre fui um dos que achou que era possível disputar o título sem Neymar. Sem aquela dependência natural, pela qualidade dele. E acredito que o Brasil estava bem treinado coletivamente, para conseguir jogar sem sua principal estrela, se fosse necessário.

Contra a Béglica, o Brasil perdeu na bola e Neymar foi mal. E foi mal em toda a Copa, por tudo que se esperava dele, do ponto de vista individual. Antes do começo do torneio, a projeção era de crescimento físico, a partir da terceira partida, após a lesão no quinto metatarso do pé direito. Neymar fez uma primeira fase de razoável para boa, mas sem grande destaque. Na vitória sobre o México, teve boa atuação, sem protagonismo.

Agora, na derrota para a Bélgica, ficou longe do esperado. Num confronto decisivo, o que se espera do craque é que ele assuma o jogo. Que resolva nos momentos mais complicados. E Neymar ficou distante disso. Se atrapalhou em vários lances, simulou um pênalti, não foi para os dribles e saiu com bola e tudo pela linha de fundo. Deu um bom passe para Coutinho finalizar e chutou para ótima defesa de Courtois, no final do jogo. Sofreu uma pressão absolutamente normal em cima de quem tem status para aguentar. Neymar é o melhor jogador brasileiro no futebol atual e era cotado para ser o craque da Copa e possível melhor do mundo, para encostar em Messi e Cristiano Ronaldo. Sucumbiu.

Edu Gaspar, diretor-executivo da CBF, disse que não é fácil ''ser Neymar'', pelas críticas que recebe. Uma declaração bajulatória. Neymar disputou sua segunda Copa, enfrenta os principais nomes do futebol, tem tudo a sua disposição e tem dificuldades para isso? Ora, está com 26 anos e não é mais um menino. Deveria assumir a responsabilidade de liderar a seleção, mas não é capaz disso. Falta personalidade e mais senso crítico. Seu futebol regrediu, claramente. Está na hora de alguém próximo a ele ou da comissão técnica, mostrar que o futebol tem que ser tratado com mais foco, disciplina e concentração. Neymar tem muita bola, mas parece que só isso não vai melhorá-lo. E os ''parças'' e puxa-sacos de plantão, precisam ajudá-lo, absorvendo as críticas construtivas e buscando crescimento diário, num todo.

O resto é pura bajulação. O blog dá nota 4,5 pelo seu desempenho na Copa. Por tudo que era esperado e por tudo que ele representa.


Eu manteria Tite em mais um ciclo. Quem foi bem e mal na Seleção
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Alexandre Praetzel

Mais uma Copa terminou para o Brasil e as projeções seguirão para mais um ciclo. A derrota por 2 a 1 para a Bélgica foi dura, mas longe de ser injusta. Os belgas jogaram bem na sua proposta e foram eficientes. Courtois segurou atrás e Hazard e De Bruyne deram o ritmo na frente. Tecnicamente, a Bélgica mostrou toda sua qualidade e ainda ajustou o sistema defensivo. Claro que o Brasil teve mais domínio territorial e criou algumas oportunidades, mas muito mais na imposição física e pequenas vitórias pessoais. Em linhas gerais, o resultado foi correto.

Agora, passarão alguns dias, onde a derrota da Seleção Brasileira será amplamente debatida, nas suas causas e consequências. Lembrando que nas três Copas anteriores, em 2006, 2010 e 2014, o Brasil foi eliminado e os técnicos não resistiram, sendo demitidos imediatamente.

Desta vez, acredito que não haverá a mesma coisa. Tite tem condições e possibilidades para mais quatro anos à frente da equipe. O trabalho não foi ruim. Classificou o Brasil para a Copa, num momento delicado de pontuação nas eliminatórias e ambiente com os jogadores. Rapidamente, recuperou a auto-estima do grupo e garantiu o time com antecedência no Mundial. Seu trabalho tem números bons em 26 jogos, com 20 vitórias, quatro empates e apenas duas derrotas. Marcou 55 gols e levou oito gols. Particularmente, defendo a continuidade da comissão técnica. Está na hora da CBF ter uma mentalidade de um trabalho a médio e longo prazo. A geração do Brasil é interessante e novos jogadores estão surgindo. Caberá ao treinador, apresentar novas ideias e revelar métodos de trabalhos diferentes. Óbvio que a cobrança vai aumentar.

Acho que também, ao final de uma Copa, os jogadores devem ser avaliados pelos desempenhos. O blog fez a sua cotação.

Quem foi bem – Thiago Silva(última Copa), Miranda(última Copa), Casemiro(segue), Douglas Costa(segue), Phillippe Coutinho(segue), Filipe Luís(última Copa).

Razoáveis – Alisson(segue), Fagner(última Copa), Firmino(segue), Renato Augusto(se Tite ficar, tem chances de seguir).

Quem foi abaixo do esperado – Marcelo(segue), Neymar(segue),  Paulinho(última Copa), Willian(segue).

Quem foi mal – Gabriel Jesus(segue), Danilo(segue), Fernandinho(última Copa).

Marquinhos jogou muito pouco e tem mais uma ou duas Copas. Ederson tem mais ciclos e Cássio, vai depender do treinador. Fred é jovem e pode ser aproveitado. Geromel se despediu e Taison é uma incógnita.

Para fechar, uma nota para Tite, pelas escolhas e escalações, durante a Copa: Nota 5. 


Palpites para as quartas da Copa. Jogo duro para o Brasil
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Alexandre Praetzel

As quartas-de-final da Copa do Mundo começam nesta sexta-feira. Seis seleções européias contra duas sul-americanas. Nas projeções do blog, nas oitavas-de-final, houve o acerto do número de times de cada continente. Agora, vamos a uma nova etapa, com outra avaliação.

França X Uruguai – a França finalmente fez um bom jogo contra a Argentina. Passou com autoridade e superou um momento de pressão, quando tomou a virada para 2 a 1, no início do segundo tempo. Mbappé teve espaços e resolveu. É um time equilibrado nos três setores. Pega um Uruguai fortíssimo na defesa e consistente na parte tática. Se Cavani jogar, o Uruguai diminui a desvantagem técnica. De qualquer maneira, será um duelo muito interessante. Fico com a França.

Brasil X Bélgica – tendência de jogo equilibrado. O bom ataque belga terá a boa defesa do Brasil, pela frente. Se a Bélgica for espaçada novamente, o Brasil deve vencer. Por isso, fica a curiosidade de como será a postura belga. Neymar e Coutinho de um lado. Hazard, De Bruyne e Lukaku, do outro. O Brasil é favorito por todo o histórico, mas sabe que vai enfrentar uma equipe com bons jogadores em todos os setores. Aposto em empate no tempo normal e vaga brasileira nos pênaltis.

Suécia X Inglaterra – a força física dos suecos contra a técnica maior dos ingleses. Sem favoritos. A Suécia é muito organizada defensivamente, forte na bola aérea e contra-ataques. A Inglaterra tirou o trauma de não avançar nos últimos mundiais e ganhou confiança. Harry Kane, como goleador do torneio, merece respeito. O time é bom. Vou de Inglaterra.

Rússia X Croácia – os donos da casa não são mais o ''patinho feio'' da Copa. O futebol pode ser feio, mas o comprometimento e disciplina tática, são exemplares. Depois de ter ''segurado'' a Espanha, a Rússia pode repetir a dose contra a Croácia. É menos time e vai enfrentar uma equipe mais agressiva que a Espanha, na criação de jogadas ofensivas, sem a maçante troca de passes inúteis. Ainda assim, o fator torcida pode ajudar. Do outro lado, o quarteto com Modric, Rakitic, Mandzukic e Rebic, pode levar a Croácia a sua segunda semifinal de Copa. Rússia nos pênaltis.


Médico do Palmeiras admite que Borja pode passar por cirurgia no joelho
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Alexandre Praetzel

Borja está voltando a São Paulo, para se reapresentar ao Palmeiras. O atacante colombiano está com dores no joelho direito e pode ser submetido a uma cirurgia, após a observação e análise de alguns exames realizados, ainda na Rússia, servindo à sua seleção.

O blog fez contato com o médico do Palmeiras, Dr. Gustavo Maglioca, que acompanha a delegação no Panamá, onde o Palmeiras fez dois amistosos. Confira.

Como está a situação do Borja? Já há imagem do exame no joelho? 

Na última sexta-feira, o Borja, treinando, sofreu um trauma, uma pancada no joelho. Esse trauma piorou. Fez com que piorasse a lesão que ele tem no menisco do joelho direito. Ele conduziu bem de forma eficiente, porém, esse trauma gerou uma piora, uma involução da lesão. A gente acompanhou ao longo dos quatro dias, até a partida, ele evoluiu bem, mas clinicamente não tinha condição de jogar e foi cortado. A gente está trazendo ele para São Paulo para uma investigação mais aprofundada. Como você mesmo disse, ele tem imagem. A imagem mostrou alteração estrutural no menisco, uma piora, o acometimento aumentado e a gente quer ver clinicamente e submeter o nosso processo de exame de imagem para uma avaliação um pouco mais definitiva do que fazer. Essa é a condição. Amanhã, ele deve chegar, para começar uma batelada de exames e avaliações clínicas com ele para a gente tomar a melhor decisão.

Borja pode passar por alguma cirurgia?

Não acho que seria precoce. Obviamente, a análise estrutural requer uma análise clínica complementar. Então, não adianta só a gente tratar a ressonância, tem que tratar o joelho e tratar o Borja. Mas, não acho que é precoce, é prudente considerar a hipótese de uma possível intervenção cirúrgica, até pelo alto investimento do atleta, pela demanda, risco de novos entorses, risco de novos traumas. Então, assim, pela piora da lesão, justificaria, sim, a intervenção. Não acho precoce, acho que seria prudente primeiro acabar com todas as avaliações, para cravar a necessidade. Mas não seria errado dizer que existe, sim, uma possibilidade de intervenção.

Borja fez tudo para ir à Copa do Mundo. As dores no joelho já o incomodavam, antes da convocação para a Seleção. No Mundial, ele foi pouco aproveitado pelo técnico José Pékerman. No último jogo, diante da Inglaterra, ficou fora até do banco de reservas.


Corinthians deve receber propostas pelo zagueiro Pedro Henrique
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Alexandre Praetzel

O zagueiro Pedro Henrique pode deixar o Corinthians. O blog apurou que a diretoria corintiana foi avisada do interesse de um clube árabe e dois clubes italianos, aguardando as propostas oficiais.

Uma pessoa ligada ao atleta confirmou que as conversas serão iniciadas na próxima semana e que valores deverão ser apresentados ao clube.

Se os valores chegarem aos quatro milhões de euros, a negociação deverá ser concretizada. Pedro Henrique está com 22 anos e renovou seu contrato, recentemente, até dezembro de 2022.

É reserva de Balbuena e Henrique, no momento. Desde 2016, integra o elenco profissional. Já fez 57 jogos e marcou três gols.

Além de Pedro Henrique, o elenco principal tem Balbuena, Henrique, Marllon, Léo Santos e Vilson.


Quanto valem amistosos de Santos e Palmeiras? Especialista defende ideia
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Alexandre Praetzel

Santos e Palmeiras estão aproveitando a parada para a Copa do Mundo, para disputar amistosos no exterior. O Palmeiras já fará seu segundo jogo, nesta quarta-feira, contra o Independiente Medellín, na Cidade do Panamá. Ainda terá mais um jogo na Costa Rica, antes de retornar ao Brasil. O Santos está viajando para dois confrontos com os mexicanos Monterrey e Querétaro. Algo que é difícil fazer atualmente, com o calendário brasileiro entupido de jogos.

Nas décadas de 60, 70, 80 e 90, times brasileiros eram convidados e recebidos com pompas e circunstâncias, em grandes torneios internacionais. O próprio Santos se abriu para o mundo, na era Pelé. Hoje, temos a Flórida Cup, como um torneio de pré-temporada, com poucos resultados técnicos. Antigamente, torneios europeus tradicionais como Tereza Herrera, Ramón de Carranza e Juan Gamper, tinham presenças constantes de grandes equipes brasileiras. Hoje, isso acabou.

O blog conversou com Danyel Braga, diretor da CSM Golden Goal, empresa especializada em entretenimento e gestão e marketing esportivo, a respeito do assunto. Confira.

Com a globalização, deixou de ser importante excursionar?

Em relação à parte comercial e de presença de marca dos clubes brasileiros no exterior, não deixou de ser importante. Naturalmente, a internet e o avanço nas telecomunicações aumentaram a capilaridade e facilidade para se chegar em diversos mercados ao mesmo tempo, mas estar presente fisicamente é algo estratégico, caso algum clube queira conquistar algum novo mercado em específico. Diferentemente dos principais clubes europeus que já possuem marcas reconhecidas globalmente e por consequência visibilidade e interesse da mídia, os clubes brasileiros precisam ainda construir essa marca no exterior. Garantir uma maior proximidade do seu público alvo por meio de amistosos, pode ser uma estratégia para inicio da construção de uma relação com potenciais novos torcedores e consumidores.

Com o calendário brasileiro, essa alternativa não existirá mais?

O fato do calendário europeu ter a pré-temporada acontecendo em meses diferentes do calendário brasileiro certamente não ajuda, mas também não inviabiliza excursões internacionais. Caso algum clube brasileiro tenha como objetivo conquistar torcedores no mercado sul-americano, por exemplo, o calendário atual tem pouco impacto.

O quanto é fundamental para os brasileiros participarem de torneios e amistosos?

Depende do objetivo e do momento do clube. Se os clubes brasileiros almejam a longo prazo serem competitivos em termos de marca e resultados técnicos com os grandes clubes europeus, o primeiro passo é estar entre eles. Naturalmente a parte técnica é algo que não pode ser deixada de lado, uma sequência de torneios amistosos não pode prejudicar fisicamente os jogadores. Do ponto de vista de conquista de novos torcedores, criação de reputação da sua marca no exterior e consequentemente geração de novas receitas em dólar ou euro, esses torneios podem ser considerados relevantes. Há de se lembrar que os clubes brasileiros sempre vão competir com o mercado internacional quando se trata de compra e venda de jogadores. O real é naturalmente uma moeda desvalorizada, os clubes brasileiros sempre terão dificuldades de manter ou contratar grandes jogadores, e isso significa que receitas em moedas estrangeiras servem para diminuir esse risco e aumentar a competitividade e poder de compra.

Se ganha mais com exposição do que dinheiro?

A participação em torneios e amistosos internacionais pode oferecer os dois resultados, receitas de curto prazo pela participação nos torneios e construção de marca a médio e longo prazo. A longo prazo a construção de marca em outros mercados poderá gerar novas fontes de receitas aos clubes, caso exista o interesse e uma estratégia de expansão internacional. No caso de amistosos internacionais, se o objetivo é ampliar o potencial de receitas a longo prazo, o primeiro passo é que os torcedores locais te conheçam, depois desenvolvam uma simpatia pelo clube e posteriormente tenham interesse em consumir o seu produto. É um processo de construção de marca de médio e longo prazo, que precisa ir além do amistoso em si, para ser bem sucedido. O amistoso é um momento de consumo, o ponto auge da relação de proximidade com esse torcedor, mas após definir o mercado alvo, a estratégia de comunicação começa meses antes da partida a ser realizada e deve continuar depois.  Esse processo de construção de marca é importante para desenvolver uma relação duradoura e não apenas de maneira “extrativista”. No mundo do futebol isso é algo que apenas os clubes europeus conseguem fazer. A partir do momento que o clube passa a ter uma marca forte e reconhecida internacionalmente, um novo mercado consumidor se abre para ser explorado, com receitas como patrocínios, diretos de TV, sócio-torcedor, licenciamento e etc. O Barcelona, por exemplo, possui mais de sete patrocinadores de empresas de bancos diferentes, sua marca é tão reconhecida e valorizada globalmente, que consegue comercializar cotas regionais de patrocínios para o mesmo segmento, com exclusividade apenas para mercados específicos.

O Palmeiras também tratou os jogos no Panamá como uma atividade social, em razão da pobreza e criminalidade na região de Colón, onde acontecem os amistosos. O clube só recebeu pelas despesas de hospedagens e passagens aéreas, assim como o Santos, na viagem ao México.