Blog do Praetzel

Transição do Santos surpreende sem executivo e técnico definidos
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Alexandre Praetzel

As pessoas que me acompanham diariamente nos meus espaços jornalísticos sabem que sempre achei José Carlos Peres, o melhor candidato à presidência do Santos, respeitando muito os demais. Peres pensa o Santos mais próximo de sua grandeza, com busca de mais público e receitas maiores, além da formação de um time em condições de disputar títulos, é claro.

No entanto, nove dias depois da sua vitória, não vimos nada de novo. Achei que Peres já começaria a transição do mandato com diretoria de futebol e comissão técnica definidos, mesmo tomando posse dia 02 de janeiro. Vimos sete dias de muitas entrevistas e poucas definições. Três executivos recusaram o Santos, talvez receosos com a situação financeira difícil do clube e um 2018 de reconstrução e poucas contratações. Fiquei surpreso com o fato de Peres não ter esse profissional já definido. Foi ao mercado buscá-lo, só após ganhar a presidência. Ou não acreditava na vitória ou errou mesmo. A falta de recursos é pública. Peres vai pedir adiantamento de cota do Paulista e determinar teto salarial.

Parece que Gustavo Oliveira, sobrinho de Raí, será o escolhido. Os contatos aconteceram e tudo leva a crer num acordo entre as partes. Agora, fala-se em Jair Ventura como técnico. Um jovem que faz bom trabalho no Botafogo, com poucos recursos à disposição. O perfil que o Santos vai precisar, apesar de ter um elenco superior ao time carioca.

Vanderlei; Victor Ferraz, Lucas Veríssimo, David Braz e Caju; Alison, Renato e Jean Mota; Arthur Gomes, Copete e Bruno Henrique. Essa é a formação de momento do Santos. Precisa resolver as situações de Ricardo Oliveira e Zeca e reforçar o grupo de atletas. Pode utilizar um ou outro mais experiente para uma troca com outro clube.

Hoje, o Santos não tem ninguém que possa negociar. Tem uma molecada boa com Diego Cardoso, Diogo Victor (contrato até março), Pituca, Gregori, Rodrigo e Yuri Alberto. É hora de colocá-los para jogar no Paulista.

Vamos ver as próximas providências da nova direção. Em relação aos rivais, parece que o Santos abrirá a temporada, um passo atrás.


Real Madrid é uma Seleção, mas Grêmio poderia ter jogado mais
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Alexandre Praetzel

Óbvio que o Real Madrid sempre muito favorito contra qualquer time brasileiro. Neste sábado, confirmou sua ampla superioridade contra o Grêmio, conquistando mais um título mundial de clubes. O Real mandou no jogo e seu goleiro Navas não fez nenhuma defesa, apenas uma intervenção.

Modric deu o ritmo para a equipe espanhola e mandou na partida. Cada vez que o Real tinha a posse de bola, o Grêmio parecia que não tinha forças para acompanhar o adversário. A ausência de Arthur foi muito sentida pelo Grêmio porque ele sempre foi o condutor gremista, passando a bola com qualidade do meio para a frente. Jaílson e Michel ficaram expostos na inferioridade técnica e Luan foi muito bem marcado, sem espaços para tocar a bola e sair para os lados.

Agora, o Grêmio poderia ter jogado um pouco mais. Chegou algumas vezes no setor ofensivo, mas não deu continuidade às jogadas, preferindo o toque lateral ou para trás. Quando Maicon entrou e segurou um pouco mais a bola, o Grêmio até que conseguiu sonhar com alguma coisa melhor. Fernandinho não arriscou nenhuma vez, quando apareceu a mínima chance e Lucas Barrios foi um personagem nulo, além de ter virado de costas na barreira, na cobrança de Cristiano Ronaldo, no gol madrilenho. Aliás, Barrios se despediu após a partida e não irá renovar com o Grêmio.

O vice-campeonato mundial é correto pela diferença abissal entre os elencos. Só que a pobreza ofensiva demonstrada pelo campeão sul-americano foi constrangedora. Era possível sim, atacar mais e criar algum problema para o Real Madrid. De 2008 a 2017, são nove campeões europeus e um sul-americano. E a vantagem vai aumentar, porque os europeus estão muito à frente, técnica, tática e financeiramente. E sem essa de que os europeus não comemoram. Jogam sempre com força máxima e adoram as premiações.

Mas ficou uma pontinha de que o Grêmio tinha time para, pelo menos, criar e obrigar Navas a uma defesa. Isso foi surpreendente. Pelo menos, para mim.

O Grêmio fez uma temporada muito boa no quesito futebol e tem grupo para buscar novos títulos, em 2018. No Brasil e América do Sul.


Grêmio e Real Madrid. Jael pode ser o Gabiru de 2006
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Alexandre Praetzel

No dia 17 de dezembro de 2006, estava no Estádio de Yokohama, no Japão, cobrindo a final do Mundial de Clubes entre Inter e Barcelona. O Inter foi campeão com gol do contestado Adriano Gabirú, que entrou para a história do clube. Gabirú não era mau jogador, mas nunca conseguiu se firmar no Inter. Era vaiado e perseguido pela torcida.

O título do Inter era considerado improvável, antes da partida contra o esquadrão de Ronaldinho Gaúcho e cia. Nas semifinais, o Inter passou trabalho e venceu o Al Ahly do Egito por 2 a 1, enquanto o Barcelona bailou diante do América do México com um passeio de 4 a 0.

Na decisão, o Barcelona foi superior o jogo todo, mas o goleiro Clemer teve atuação muito boa. Quando o primeiro tempo terminou 0 a 0, o ambiente no estádio mudou. A torcida foi ficando mais confiante, o tempo foi passando e o Barcelona não criava muita coisa, na segunda etapa. Num contra-ataque, o Inter matou o jogo. Uma conquista espetacular e surpreendente, sim. Poucos colorados acreditavam.

Transfiro a análise para Grêmio e Real Madrid, neste sábado, em Abu Dhabi. As semifinais foram duras para os dois. O Real Madrid é muito superior, mas o Grêmio pode ganhar sim, adotando a mesma postura do rival, 11 anos atrás. O Grêmio tem qualidade técnica e coletiva e não precisa se expor tanto. Terá espaços para contra-atacar, como o Al Jazira teve e não aproveitou.

Para quem acredita em superstição, a final é um prato cheio para os gaúchos. Um confronto diante de um gigante espanhol e com nomes brasileiros de respeito como Marcelo e Casemiro, hoje na Seleção Brasileira. O melhor do mundo no adversário, assim como houve em 2006. E um jogador contestadíssimo, mas com a confiança do treinador: Jael.

Jael está com 29 anos. Teve passagens discretíssimas por Atlético-MG e Flamengo. Rodou por vários times menores e parou no futebol chinês. Foi um pedido de Renato Gaúcho. Se machucou e perdeu metade da temporada, mas Renato deu chances a ele. Nunca teve brilhantismo técnico e foi fundamental no primeiro jogo da decisão da Libertadores, quando cabeceou a bola para Cícero concluir e dar a vitória ao tricolor, diante do Lanús.

Não duvidem que Jael possa ser o personagem da final. Só o Grêmio é capaz de produzir fatos tão inesperados com atletas desprezados pelos times grandes. Vai que o jogo fica truncado e Jael decide numa bola parada, superando Sérgio Ramos? É muito difícil, mas não impossível.

Depois do que eu passei, em 2006, acredito em qualquer coisa no futebol. Por isso, nunca dá para duvidar, ainda mais do Grêmio, mesmo reconhecendo que a vantagem técnica do Real Madrid é gigantesca.


Scarpa é ótimo reforço em qualquer time. Será titular no Palmeiras
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Alexandre Praetzel

O interesse de Palmeiras, São Paulo e Corinthians por Gustavo Scarpa é absolutamente normal. O meia é muito bom jogador e será ótimo reforço em qualquer time do Brasil.

Me lembro de Scarpa atuando pelo Red Bull Brasil em 2015, emprestado pelo Fluminense. No Paulista daquele ano, chamou a atenção por boas atuações. Depois, voltou para o Flu na condição de titular. De 2015 a 2017, Scarpa fez 145 jogos e marcou 26 gols.

Não consegui entender a perseguição de parte da torcida ao jogador. Num time com vários garotos, Scarpa é disparado o melhor nome da equipe, aos 23 anos. Se a temporada não foi a ideal, é só ver a dificuldade do Fluminense no geral, com dificuldades financeiras e um elenco mais modesto em relação aos rivais.

O Palmeiras é o favorito para contratar Scarpa. Na negociação, o Flu pode receber o lateral Lucas, o meia Hyoran e o atacante Róger Guedes. Os três palmeirenses são distantes de Scarpa, na minha opinião.

Quando escuto que o Palmeiras não precisa de Scarpa, fico surpreso. Por que não trazer um jogador diferenciado, se há condições para isso? O Palmeiras pode e deve investir em Scarpa. Ele pode atuar ao lado de Lucas Lima, sem problemas.

Imaginem um meio-campo com Felipe Melo(Tchê Tchê), Moisés, Lucas Lima e Scarpa, mais Dudu e Borja(Willian)?

Qualquer torcedor gostaria de contar com uma formação assim. Então, se Scarpa for oficializado pelo Palmeiras, será uma excelente aquisição. Gosto muito deste atleta e o vejo como diferente da maioria.


Executivo do Bahia recusa o Santos pela continuidade do projeto no clube
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Alexandre Praetzel

Diego Cerri recusou a proposta para ser o novo diretor-executivo do Santos. O dirigente preferiu continuar no Bahia, com contrato até o final de 2018.

''Gostei muito da oferta do Santos e do planejamento para a nova gestão, mas decidi continuar no Bahia. Estou no meio de um projeto e com ótimas ideias para a próxima temporada. O presidente eleito vem da Situação e isso ajuda bastante. Fiquei muito feliz com as conversas com o presidente Peres e espero que ele tenha muito sucesso no desafio do Santos'', afirmou, em rápido contato com o blog.

Diego Cerri foi o primeiro nome tentado pela nova diretoria santista. O blog informou a preferência santista, em primeira mão. Agora, José Carlos Peres e seus colegas de gestão vão atrás de outro nome. Paulo Pelaipe, sem clube no momento, foi comentado nos bastidores.

O blog aproveitou o bate-papo com Cerri, para perguntar sobre o goleiro Jean e o lateral-esquerdo Juninho Capixaba, jogadores do Bahia e alvos de São Paulo e Corinthians.

''São possibilidades de negócios, mas ainda não concretizamos nada. Vamos ver nos próximos dias'', finalizou.


Executivo do Bahia é o favorito para comandar o futebol do Santos
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Alexandre Praetzel

O presidente José Carlos Peres já tem o preferido para assumir o departamento de futebol do Santos. É o atual executivo do Bahia, Diego Cerri. Peres conversou com Diego e deixou o acordo encaminhado. Os primeiros contatos foram feitos para determinar o planejamento para o próximo ano.

O blog apurou que as partes têm ideias parecidas sobre futebol e o perfil da nova comissão técnica. Nomes foram debatidos no encontro e o martelo deve ser batido para a efetivação de Diego, até o final da semana.

Aos 42 anos, Diego Cerri começou como diretor de futebol no Barueri/Grêmio Prudente de 2007 a 2010. Depois, passou pelo Red Bull Brasil, de 2010 a 2012. Em seguida, dirigiu o Ceará, de 2012 a 2015. Chegou ao Bahia, em 2016, e conseguiu o título da Copa do Nordeste, em 2017, com Guto Ferreira como técnico.

É graduado em Esporte pela Universidade de São Paulo, em 1998.

Na gestão de Modesto Roma Jr., o cargo foi ocupado por Dagoberto do Santos.


Sobrinho de Raí prevê sucesso do tio, pede gestão coletiva e defende Cueva
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Alexandre Praetzel

Gustavo Oliveira atuou como diretor-executivo de futebol do São Paulo por duas oportunidades. A primeira, em 2013, e depois, em 2016, deixando o clube em setembro do ano passado. Filho de Sócrates e sobrinho de Raí, Gustavo concedeu uma entrevista exclusiva ao blog. No bate-papo, Gustavo acredita no sucesso do tio, pede mais trabalho coletivo nas gestões e defende a contratação do peruano Cueva. Confira a seguir.

Como viste a efetivação de Raí como diretor de futebol executivo do São Paulo?

Muito feliz. Por ele e pelo clube. O clube tem buscado uma referência, um lastro, e o Raí tem todas as condições de sê-lo. Além das qualidades intelectuais e éticas, é um apaixonado pelo clube. Estou certo do sucesso deste encontro, tanto que tentei promover esta aproximação ano retrasado, mas naquela oportunidade não foi possível.

Achas que ele corre risco de não dar certo no cargo, mesmo tendo sido um grande ídolo?

A condição de ídolo lhe confere apoio inicial, mas também aumenta a expectativa e as cobranças. A história recente do clube já demonstra isso. No futebol, a percepção de qualidade de um diretor é muitas vezes desconectada da real qualidade do trabalho. O resultado, por exemplo, influencia demais na avaliação. Se a bola entra, o trabalho é excelente. Se a bola bate na trave, o trabalho é péssimo. E são coisas que não se controlam totalmente, ganhar ou perder também é imponderável. Desconsiderando o resultado, é certo que o trabalho será bom. Agora, se vai ganhar ou não, impossível prever.

São Paulo se perdeu um pouco e hoje está atrás dos rivais?

Isto é cíclico. Períodos de conquistas são sucedidos por períodos de baixa. Assim é a história de todos os clubes grandes brasileiros. Acredito que o clube necessita de uma reflexão. De todos os agentes. Diretoria, atletas, torcida, profissionais de suporte, etc. Em 2017, parece que o torcedor se propôs a esta auto-reflexão. É um bom início.

Por que oito dirigentes, incluindo você, não conseguiram grandes sequências de trabalhos no clube?

Enquanto se acreditar que somente uma pessoa é herói ou vilão, esta situação não muda. O clube funciona com vários personagens. E todos são importantes. Cada qual com suas atribuições e responsabilidades. É uma obra coletiva. Todos ganham e todos perdem. Se toda vez que perder duas partidas se cortar uma cabeça, nada será construído ao longo do tempo.

É difícil trabalhar com o presidente Leco?

O ambiente interno do futebol é repleto de conflitos. Quando se administra os conflitos com lealdade, o caminho é bom. E lealdade é uma qualidade do presidente Leco.

Você acredita que o Cueva valeu o investimento na contratação dele?

Fico satisfeito de ter viabilizado o Cristian(Cueva) para o torcedor são-paulino. O momento era desafiador, pois já sabíamos que dificilmente o Paulo Henrique Ganso ficaria conosco. Precisávamos substituí-lo com pouco ou nada de dinheiro. Quando assisti o Cristian pela primeira vez, pensei: temos uma chance. Além do Cristian, orgulho-me de ter montado o time semifinalista da Libertadores com zero de investimento. Calleri, Maicon, e outros, todos por empréstimos gratuitos. De montar, também com baixíssimo investimento, o elenco vice-campeão de 2014 com Souza, Pato, Kaká. Sem se falar nos garotos como Thiago Mendes, Lyanco, Shaylon. Esta era minha obrigação e tentei fazer da melhor maneira.

Você sempre foi muito elogiado pelas negociações e trabalho, mas acabou saindo. Ficaste decepcionado?

Frustrado por não ver o amadurecimento do modelo de gestão e das estratégias propostas.

A demissão do Rogério Ceni te surpreendeu?

Acompanhei pouco. Eu já estava fora. O volume de informação que o público toma conhecimento do lado de fora é muito pequeno diante de todos os elementos para uma decisão.

Como vês uma gestão moderna hoje?

Esta resposta merece um livro(risos). Em poucas palavras, uma gestão moderna, atualmente no Brasil, se faz dividindo responsabilidade com o comando técnico(e não demitindo treinador na primeira intempérie), envolvendo os profissionais do clube de forma colaborativa(tomadas de decisão de forma coletiva), definição clara de atribuições e responsabilidade no Departamento de Futebol, facilitando a cobrança de resultados de cada profissional. E o mais importante, estratégia.

Vais assumir algum clube? Ainda pensas em voltar ao São Paulo, um dia?

2017 foi para mim um período de reflexão e estudo, além de prestar consultoria. Meu caminho mais provável deve ser a Europa.

Em 2016, o São Paulo foi semifinalista da Libertadores da América, com Edgardo Bauza como técnico e Gustavo Oliveira como executivo. O peruano Cueva foi contratado do Toluca-MÉX, time eliminado pelo tricolor. Sua vinda gerou discordância do diretor de futebol, Luiz Cunha, contrário à aquisição, pelos valores desembolsados.

Cueva custou U$ 2,5 milhões. Aos 26 anos, disputou 69 jogos e marcou 17 gols pelo São Paulo. Vai disputar a Copa do Mundo pela Seleção do Peru. Foi a maior contratação da gestão de Gustavo Oliveira.

 


Palmeiras negocia contratação de Pablo
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Alexandre Praetzel

Dia 06 de dezembro, postei neste mesmo espaço que o empresário de Pablo tinha confirmado uma reunião com Alexandre Mattos, na Academia de Futebol. Fernando César disse que estava tratando de uma negociação de um atacante do Palmeiras para o futebol chinês.

Mas o blog apurou que, na realidade, Fernando desconversou. No encontro, foram os primeiros contatos sobre a possibilidade do Verdão contratar o zagueiro.

A diretoria pretende pagar R$ 30 mil a mais de salário, em relação ao que Pablo recebia no Corinthians, num contrato de cinco anos. Os direitos econômicos do jogador custam três milhões de euros ao Bordeaux da França.

O blog encaminhou mensagens aos dirigentes de futebol do Palmeiras para confirmar a negociação, mas não houve respostas.

O Palmeiras já contratou o zagueiro Emerson Santos, ex-Botafogo, e tem Edu Dracena, Luan, Juninho, Mina e Antonio Carlos no elenco. O último não deve ter o contrato renovado e Mina pode seguir para o Barcelona, em janeiro, a pedido do clube espanhol.


Santos poderia ser muito maior do que já é. Que os candidatos reflitam
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Alexandre Praetzel

Em dezembro de 2007, com cinco meses de trabalho em São Paulo, fui escalado para cobrir a eleição presidencial do Santos. Na ocasião, Marcelo Teixeira concorria a mais uma reeleição contra Paulo Schiff. Teixeira venceu por mais que o dobro dos votos e foi para dez anos consecutivos de mandato. Em 2009, tentou permanecer e perdeu para Luís Álvaro Ribeiro. Lembro que disse a ele num programa de rádio, que ele deveria sair e permitir a renovação de ideias e novas cabeças comandando o Santos. O ex-diretor Adilson Durante Filho estava presente.

Os anos se passaram e o Santos teve um crescimento com a presença de Neymar, Ganso, a volta de Robinho e cia. Ganhou sete Paulistas, uma Libertadores, uma Copa do Brasil e uma Recopa Sul-Americana, de 2006 a 2017. Os resultados de campo foram bons, mas e as gestões?

O Santos não para de revelar novos jogadores e sempre está com problemas financeiros. Inexplicável.

Jogadores saíram do Santos em processos na Justiça, no final de 2014, no péssimo mandato de Odílio Rodrigues. Agora, a situação se repete com Zeca. Outros entraram em acordo, com respeito à Instituição. Quando isso se repete, alguma coisa está errada

A torcida cresceu, de acordo com as pesquisas, mas o público médio da Vila Belmiro é ridículo. Ah, com Pelé também era assim, dizem os santistas conservadores, como se a população não tivesse aumentado e o futebol não tivesse mudado.

Quando se fala na grandeza do Santos, torcedores locais lembram da tradição da Vila, mas as rendas são constrangedoras, em relação a seus rivais. O clube ficou para trás e seus conselheiros acham que isso não tem importância, na sua grande maioria. O pensamento é pequeno. Claramente, o Santos não pode fechar os olhos para a cidade de São Paulo.

Vejo os candidatos falarem muito bem de Pelé, mas o Rei nunca esteve tão distante. Como não conseguir fazer uma parceria com um ser humano com o tamanho comercial e histórico de Pelé? Muita incompetência.

Falta gestão ao Santos e os resultados futebolísticos escondem isso, muitas vezes. Agora, que o time passou em branco, muita coisa vem à tona. O presidente Modesto Roma Jr. é cheio de boas intenções, mas onde o Santos cresceu nos últimos três anos? Lembro que entrevistei os cinco candidatos, incluindo Modesto, antes da eleição em 2014. Três anos depois, três candidatos se repetem e as ideias são praticamente as mesmas.

O Santos é um caso a ser estudado no futebol. Um gigante do esporte, fora de uma capital. Grande torcida, com um patrimônio pequeno e sempre superando e incomodando os adversários. Imaginem se fosse bem gerido, com uma visão profissional e estratégica? Os santistas deveriam pensar nisso. Tem tudo para ser uma potência, mas parece que não quer. Já ouvi o seguinte quando fui à Santos: ''Está bom assim. Os adversários tremem quando vêm aqui''. Tremeriam muito mais, se o Santos soubesse usar seu gigantismo, com seu DNA ofensivo nas quatro linhas, utilizado também na forma de comandar o clube.

Em 2017, por exemplo, o Santos se distanciou da mídia. Atletas e dirigentes concederam poucas entrevistas. Concordo que parte da imprensa esportiva ironiza o Santos, burramente. Mas os gestores colaboram com esse distanciamento, por pura birra e bairrismo. Qualquer crítica é interpretada com revolta porque o Santos não é de São Paulo. Absurdos, que juntos e insistentes, acabam piorando o relacionamento.

Boa sorte aos quatro candidatos à presidência, neste sábado. Que o vencedor entenda que o Santos é muito maior que qualquer dirigente e o próprio Pelé, e entenda que o Santos não pode ficar perdendo espaço para adversários tão grandes quanto ele. Ah, e que tudo seja na PAZ, sem conflitos entre santistas.


Raí precisa de autonomia no SP. Risco de ser queimado é grande
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Alexandre Praetzel

A saída de Vinícius Pinotti do departamento de futebol foi absolutamente normal, para o momento do São Paulo. O cargo de diretor era maior que o próprio Pinotti, um cidadão cheio de boas intenções, mas com pouca experiência de gestão e vestiário. Se demitiu, após divergências com o presidente Leco.

Ora, alguém acha que terá super poderes, tendo Leco como mandatário? Claro que não. Não sejam ingênuos. O regime dos grandes clubes brasileiros é PRESIDENCIALISTA, assim mesmo, com letras maiúsculas. Quem manda é o presidente e obedece quem precisa.

Quero ver se Raí vai aceitar essa condição. Os dirigentes amadores não pensam duas vezes em queimar grandes ídolos dos clubes. A ciumeira é geral porque o ex-jogador é muito mais aplaudido e valorizado pelos sócios e torcedores. E os dirigentes não suportam ficar em segundo plano. Eles precisam brilhar.

Raí está entre os maiores nomes da história são-paulina. Só terá serventia, se puder implantar o que ele acha ideal. Se aceitar ser um coadjuvante, acatando todas as determinações do presidente, vai se desgastar e sairá. Já vi ex-atletas serem torrados sem dó, porque ganharam espaço demais e recebiam créditos pelas vitórias. Leco não permitirá isso. Lembrando que Raí já faz parte do Conselho de Administração tricolor.

Figueroa sofreu no Inter, em 1996. Era gerente de futebol, passou a treinador e o Inter reagiu na ocasião, no Campeonato Brasileiro. Caiu logo depois por ciumeira da diretoria.

Em 2010, Zico foi executivo do Flamengo e foi defenestrado do clube por pressão de um ex-líder de organizada e com forte apoio no Conselho Deliberativo. Durou quatro meses no cargo.

Citei dois exemplos de monstros sagrados que foram expurgados. Será que Raí vai correr esse risco, como Rogério Ceni? Afinal, o ex-goleiro serve como grande parâmetro para quem não quer passar pela mesma situação. Vamos ver.