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Arquivo : Seleção Brasileira

Alisson, 75 milhões de euros. Quanto Cássio valeria na Europa?
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Alexandre Praetzel

Alisson foi negociado com o Liverpool por 75 milhões de euros(R$ 335 milhões). O goleiro da Roma se tornou o goleiro mais caro da história. Particularmente, acho o valor pago, um verdadeiro absurdo. É um bom goleiro, do mesmo nível de Éderson e Cássio, seus parceiros de Seleção Brasileira. Fez uma boa temporada no futebol italiano e europeu, mas acredito que seja super valorizado. Na Copa do Mundo, foi discreto e não fez nenhuma grande defesa, além de ter falhado no gol da Suiça, na estreia brasileira.

Com esses números estratosféricos, fico imaginando quanto Cássio custaria, se estivesse atuando na Europa, atualmente. Se Alisson custou essa fábula, Cássio valeria 40 milhões de euros, pelo menos. Cássio esteve no futebol holandês por quatro temporadas, de 2007 a 2011, e disputou apenas 19 jogos, por PSV Eindhoven e Sparta Roterdam, dois clubes da Holanda.

Cássio é regular para bom, desde que estreou no Corinthians, em 2012, aos 25 anos. Viveu momentos ruins, em 2016, quando ficou fora de forma e se desentendeu com o treinador de goleiros, Mauri Lima. Mas recuperou sua posição no dia a dia e voltou a jogar em grande nível. Foi destaque no Mundial de 2012 e um dos responsáveis pelos títulos brasileiros de 2015 e 2017, além do bicampeonato paulista, em 2017 e 2018.

Hoje, acho que Cássio poderia ser titular em times europeus. E estaria valendo muito dinheiro se jogasse no Besiktas da Turquia ou Sampdoria da Itália, por exemplo. Na próxima convocação da Seleção Brasileira, acredito que Cássio mereça uma chance entre os titulares. Aos 31 anos, ainda é goleiro para mais um ciclo de Seleção. O futebol merece justiça, de vez em quando.


“Menino” Neymar foi mal na Copa. O resto é bajulação
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Alexandre Praetzel

Brasil eliminado da Copa do Mundo e vamos aos debates sobre as causas do tropeço ou fracasso, para alguns. Entre algumas escolhas equivocadas de Tite e desempenhos abaixo da média de alguns jogadores, é impossível não falar sobre Neymar. Eu sempre fui um dos que achou que era possível disputar o título sem Neymar. Sem aquela dependência natural, pela qualidade dele. E acredito que o Brasil estava bem treinado coletivamente, para conseguir jogar sem sua principal estrela, se fosse necessário.

Contra a Béglica, o Brasil perdeu na bola e Neymar foi mal. E foi mal em toda a Copa, por tudo que se esperava dele, do ponto de vista individual. Antes do começo do torneio, a projeção era de crescimento físico, a partir da terceira partida, após a lesão no quinto metatarso do pé direito. Neymar fez uma primeira fase de razoável para boa, mas sem grande destaque. Na vitória sobre o México, teve boa atuação, sem protagonismo.

Agora, na derrota para a Bélgica, ficou longe do esperado. Num confronto decisivo, o que se espera do craque é que ele assuma o jogo. Que resolva nos momentos mais complicados. E Neymar ficou distante disso. Se atrapalhou em vários lances, simulou um pênalti, não foi para os dribles e saiu com bola e tudo pela linha de fundo. Deu um bom passe para Coutinho finalizar e chutou para ótima defesa de Courtois, no final do jogo. Sofreu uma pressão absolutamente normal em cima de quem tem status para aguentar. Neymar é o melhor jogador brasileiro no futebol atual e era cotado para ser o craque da Copa e possível melhor do mundo, para encostar em Messi e Cristiano Ronaldo. Sucumbiu.

Edu Gaspar, diretor-executivo da CBF, disse que não é fácil “ser Neymar”, pelas críticas que recebe. Uma declaração bajulatória. Neymar disputou sua segunda Copa, enfrenta os principais nomes do futebol, tem tudo a sua disposição e tem dificuldades para isso? Ora, está com 26 anos e não é mais um menino. Deveria assumir a responsabilidade de liderar a seleção, mas não é capaz disso. Falta personalidade e mais senso crítico. Seu futebol regrediu, claramente. Está na hora de alguém próximo a ele ou da comissão técnica, mostrar que o futebol tem que ser tratado com mais foco, disciplina e concentração. Neymar tem muita bola, mas parece que só isso não vai melhorá-lo. E os “parças” e puxa-sacos de plantão, precisam ajudá-lo, absorvendo as críticas construtivas e buscando crescimento diário, num todo.

O resto é pura bajulação. O blog dá nota 4,5 pelo seu desempenho na Copa. Por tudo que era esperado e por tudo que ele representa.


Eu manteria Tite em mais um ciclo. Quem foi bem e mal na Seleção
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Alexandre Praetzel

Mais uma Copa terminou para o Brasil e as projeções seguirão para mais um ciclo. A derrota por 2 a 1 para a Bélgica foi dura, mas longe de ser injusta. Os belgas jogaram bem na sua proposta e foram eficientes. Courtois segurou atrás e Hazard e De Bruyne deram o ritmo na frente. Tecnicamente, a Bélgica mostrou toda sua qualidade e ainda ajustou o sistema defensivo. Claro que o Brasil teve mais domínio territorial e criou algumas oportunidades, mas muito mais na imposição física e pequenas vitórias pessoais. Em linhas gerais, o resultado foi correto.

Agora, passarão alguns dias, onde a derrota da Seleção Brasileira será amplamente debatida, nas suas causas e consequências. Lembrando que nas três Copas anteriores, em 2006, 2010 e 2014, o Brasil foi eliminado e os técnicos não resistiram, sendo demitidos imediatamente.

Desta vez, acredito que não haverá a mesma coisa. Tite tem condições e possibilidades para mais quatro anos à frente da equipe. O trabalho não foi ruim. Classificou o Brasil para a Copa, num momento delicado de pontuação nas eliminatórias e ambiente com os jogadores. Rapidamente, recuperou a auto-estima do grupo e garantiu o time com antecedência no Mundial. Seu trabalho tem números bons em 26 jogos, com 20 vitórias, quatro empates e apenas duas derrotas. Marcou 55 gols e levou oito gols. Particularmente, defendo a continuidade da comissão técnica. Está na hora da CBF ter uma mentalidade de um trabalho a médio e longo prazo. A geração do Brasil é interessante e novos jogadores estão surgindo. Caberá ao treinador, apresentar novas ideias e revelar métodos de trabalhos diferentes. Óbvio que a cobrança vai aumentar.

Acho que também, ao final de uma Copa, os jogadores devem ser avaliados pelos desempenhos. O blog fez a sua cotação.

Quem foi bem – Thiago Silva(última Copa), Miranda(última Copa), Casemiro(segue), Douglas Costa(segue), Phillippe Coutinho(segue), Filipe Luís(última Copa).

Razoáveis – Alisson(segue), Fagner(última Copa), Firmino(segue), Renato Augusto(se Tite ficar, tem chances de seguir).

Quem foi abaixo do esperado – Marcelo(segue), Neymar(segue),  Paulinho(última Copa), Willian(segue).

Quem foi mal – Gabriel Jesus(segue), Danilo(segue), Fernandinho(última Copa).

Marquinhos jogou muito pouco e tem mais uma ou duas Copas. Ederson tem mais ciclos e Cássio, vai depender do treinador. Fred é jovem e pode ser aproveitado. Geromel se despediu e Taison é uma incógnita.

Para fechar, uma nota para Tite, pelas escolhas e escalações, durante a Copa: Nota 5. 


Neymar deve ser avaliado pela bola. O resto tem muito de inveja
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Alexandre Praetzel

Neymar, como sempre, é o centro das atenções na Seleção Brasileira. Foi assim, em 2014, e agora, em 2018. Obviamente, porque é o melhor jogador do elenco e capaz de levar o Brasil à conquista da Copa do Mundo. Foi regular contra a Suiça, bem diante da Costa Rica e muito bem na vitória sobre a Sérvia. Cresceu na terceira rodada, como previam alguns treinadores e preparadores físicos.

No confronto perante o México, foi um dos destaques, sem dúvida. Dei nota 8 para ele. Chamou o jogo, se movimentou, abriu espaços e marcou um gol. Foi alvo dos mexicanos, mas não foi caçado, como alguns interpretaram e até xingaram Layún, que pisou em Neymar. Neste lance, Neymar exagerou no rolamento e reação no gramado, mas ele foi pisado. O tamanho da dor, só Neymar sentiu. A espetacularização do lance foi consequência de uma provocação e também do jogo, em si. Não foi simulação. Já vimos inúmeros jogadores fazerem o mesmo. Está no DNA do sul-americano. Na Europa, parece ofensa, pela cultura de anos. O correto ali era o cartão vermelho para Layún e a sequência da partida.

Neymar jogou bola. Não fez gestos provocativos, nem firulas ou dribles “desnecessários”. Foi para cima dos marcadores e serviu os companheiros.

Eu acho irritante, quando ele esquece a bola para diminuir e irritar os adversários, com lances abusados, quando está ganhando de goleada. Isso realmente pode ser encarado como desrespeito. No mais, não vi nada de errado dentro de campo, até aqui.

O que deixa torcedores e adeptos das redes sociais irritados, são as constantes reclamações que ele posta, com um exército de “amigos” e alguns baba-ovos, como se o mundo estivesse contra ele. Caras como ele, com a repercussão que causam, são amados ou odiados, e precisam saber conviver com a pressão, como profissionais que são. Acho que ele seria idolatrado no Brasil, se fosse mais transparente nas suas atitudes. O resto, ele resolve na bola, porque o talento é inesgotável.

Eu o avalio pelo desempenho. E, no momento, ele está jogando bem e pode ser destaque da Copa, faltando três partidas. A fixação em ser melhor do mundo pode atrapalhá-lo, mas que ele tem condições para isso, não há dúvidas.

Fora de campo, nada me interessa. Sobre cabelos, roupas, carros e dinheiro, isso é problema dele. E isso causa inveja de muito ser humano. Vamos separar as coisas.


Willian “estreou”, Neymar comandou e Thiago Silva liderou a defesa
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Alexandre Praetzel

O quarto jogo do Brasil na Copa do Mundo foi o mais o consistente, contra um adversário chato como o México. Confirmando a promessa, o professor Osório colocou o time em cima do Brasil, nos primeiros 20 minutos. Forçou a marcação na saída de bola e abriu Vela sobre Fagner, centralizando as jogadas pela ponta. Teve alguns cruzamentos e chegadas mais complicadas para o Brasil. Depois, o Brasil se acertou um pouco, ganhou o meio-campo e atormentou o México com duas oportunidades claras de gols. O empate foi correto na primeira etapa.

No segundo tempo, Osório sacou Rafa Márquez e colocou Layún. O México deu espaços e foi para o jogo de risco, sabendo da qualidade do Brasil. Neymar manteve a qualidade com a bola, o Brasil comandou o meio-campo e o setor defensivo foi muito seguro. Não demorou para o gol brasileiro sair, com Neymar atraindo a marcação para a entrada da área, pelo meio, e abrindo uma avenida no lado esquerdo. Willian(o melhor emcampo) foi assistido e cruzou para o próprio Neymar concluir. Com a vantagem, a partida ficou do jeito que o Brasil gosta. O México tentou algumas vezes, mas Alison fez apenas uma defesa fácil, num chute de Vela. A ofensividade mexicana não surtiu efeito e deixou o Brasil tranquilo para contra-atacar. Firmino entrou e fechou a conta, depois de outra boa jogada de Neymar. Vitória merecida pelo desempenho superior, na maior parte do confronto. O favoritismo foi confirmado.

O blog avaliou as atuações brasileiras. Confira.

Alison – uma defesa fácil e uma saída ruim. Nota 6. 

Fagner – teve dificuldades com Vela e Lozano no primeiro tempo. Melhorou no segundo. Nota 5,5.

Thiago Silva – outra ótima atuação. Ganhou todas as disputas. Nota 8.

Miranda – um pouco abaixo que o companheiro, mas também foi bem. Nota 7. 

Filipe Luís – pelo seu lado, o México não conseguiu muita coisa. Levou um amarelo. Nota 6. 

Casemiro – a eficiência de sempre, mas menos ajudado por Paulinho e Coutinho. Por isso, levou o segundo amarelo. Nota 6. 

Paulinho – discreto. Poderia ter aparecido mais, defensiva e ofensivamente. Nota 5,5.

Coutinho – abaixo dos bons jogos da primeira fase, mas sempre uma preocupação mexicana. Nota 6. 

Willian – “estreou” no Mundial. Assistente e finalizador. O melhor. Nota 8,5.

Gabriel Jesus – joga mais para o time. Brigou pela bola e ajudou na recomposição. Nota 5,5.

Neymar – muito bem. Sua melhor atuação em Copas. Um gol e grande movimentação. Nota 8.

Fernandinho – entrou para fechar o meio-campo e deu início à jogada do segundo gol. Nota 6.

Firmino – poucos minutos em campo e um gol. Nota 7. 

Tite – time está longe de ser brilhante, mas também não leva sustos. Consistência e eficiência. Nota 7. 

O Brasil está nas quartas-de-final e parece que tudo conspira para o hexa. No entanto, ainda falta um grande teste. Se der a lógica, teremos a França, nas semifinais, como uma final antecipada. É o que eu acho. Vamos aguardar.

 


Brasil é muito favorito contra o México
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Alexandre Praetzel

O Brasil confirmou sua passagem para as oitavas-de-final, com a vitória de 2 a 0 sobre a Sérvia. Terminou em primeiro lugar no seu grupo e vai enfrentar o México. O resultado sobre os sérvios foi alcançado sem grandes sustos, com atuação consistente. O blog avaliou o desempenho dos jogadores.

Alison – Não demonstrou tanta segurança e falhou num lance, salvo por Thiago Silva. Nota 5. 

Fagner – Atuação sem sustos. Eficiente e obediente na parte tática. Nota 6.

Miranda – Boa atuação. Cumpriu bem o papel na bola aérea. Nota 7. 

Thiago Silva – Melhor que Miranda. Salvou um gol e marcou de cabeça. Nota 8.

Marcelo – Saiu machucado, no início do jogo. Sem nota.

Filipe Luís – Entrou bem. Não sentiu o jogo e cumpriu seu papel. Nota 7.

Casemiro – Muito bem no primeiro tempo e sobrecarregado no segundo. Segurou as pontas. Nota 7. 

Paulinho – O gol foi o melhor da sua atuação. Nota 7.

Philippe Coutinho – Ótimo passe no primeiro gol e boa movimentação no jogo. Nota 7. 

Willian – Longe dos seus melhores momentos. Errou bastante. Nota 4. 

Gabriel Jesus – Perdeu uma chance de gol e o duelo para os adversários. Nota 5. 

Neymar – Boa participação e preocupação constantes dos sérvios. Melhor que nos dois primeiros jogos. Nota 7. 

Tite – Time bem postado e concentrado. Pode dar mais espaço para Firmino. Nota 6.

Agora, tem o México. Não acredito em grandes dificuldades para a Seleção Brasileira. O Brasil é superior em todos os setores. Elogiei o México nos dois primeiros jogos, mas o time foi muito mal diante da Suécia. Levou um gol e se desorganizou bastante. Acabou perdendo por 3 a 0. Tem o bom goleiro Ochoa e o meia Carlos Vela, como seus principais destaques. No entanto, é uma equipe que dá espaços e o Brasil vai se aproveitar disso. A tendência é o Brasil passar bem pelos mexicanos, sem repetir o 0 a 0 da fase de grupos, em 2014.

Osório faz o México jogar futebol, mas só isso não bastará diante do Brasil. Se conseguir eliminar o Brasil, será uma grande surpresa da história dos Mundiais.


Fagner não é um Zé Carlos de 98. Tem bola para aguentar a Copa do Mundo
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Alexandre Praetzel

Fagner será titular da Seleção Brasileira contra a Costa Rica, nesta sexta-feira. O lateral do Corinthians foi escalado, após Danilo sentir uma lesão muscular no quadril. Fagner fez seu último jogo, dia 29 de abril, diante do Atlético-MG, em Belo Horizonte. Na ocasião, teve um problema muscular na coxa direita e ficou em recuperação até um dia antes de ser convocado para a Copa do Mundo, dia 21 de maio.

Aos 29 anos, a convocação de Fagner foi muito debatida e contestada. Talvez, ele não estivesse na lista de Tite, se Daniel Alves não se machucasse e ficasse fora do torneio. Com todo mundo em condições, Fagner fica entre os cinco principais laterais, ao lado de Daniel Alves, Danilo, Rafinha e Marcos Rocha. Se Mário Fernandes não tivesse se naturalizado russo, poderia estar a sua frente, também.

Por isso, Fagner não é um absurdo numa Copa do Mundo. Não é um Zé Carlos, chamado por Zagallo, em 1998, e presente na semifinal contra a forte Holanda, com a suspensão de Cafu. Na época, muitos duvidavam das condições de Zé Carlos para marcar Zenden e Overmars, pontas holandeses. Não foi mal, mas sabia que havia desconfiança em relação ao seu desempenho.

Fagner entra numa situação bem melhor, num confronto de fase de grupos. Importante, mas não decisivo. Tem bola, experiência e a total confiança do treinador para suportar a pressão do Mundial. Isso pesa bastante. Precisa dosar na marcação, diminuindo a virilidade nas divididas sobre os adversários. Ficou marcado por isso, em jogos do Brasileiro.

No Corinthians, Fagner tem 239 jogos e sete gols marcados. Ganhou dois Brasileiros e dois Paulistas. Na seleção, antes da Copa, foram quatro partidas.

 


Brasil depende menos de Neymar que Portugal de Ronaldo e Argentina de Messi
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Alexandre Praetzel

Neymar é o centro das atenções da Seleção Brasileira. Pelo corte de cabelo, pelas postagens nas redes sociais e pela expectativa em torno do seu futebol. Contra a Suiça, foi abaixo do esperado.

Observando o grupo da Seleção, será que daria para ser campeão mundial, sem Neymar? Parece que o Brasil é menos dependente dele do que Portugal de Cristiano Ronaldo e a Argentina de Messi. Afinal, para muitos, Neymar está no pódio dos três melhores do mundo.

No caso de haver algum problema clínico, físico ou técnico, Tite poderia escalar um meio-campo com Casemiro, Renato Augusto e Coutinho. No ataque, Willian, Gabriel Jesus e Firmino. Um teste para evitar dependência, se for possível. Uma forma mais coletiva. É importante ter opções diferentes.

Tenho dito que o Brasil pode ser campeão sem Neymar, ao contrário de muitos brasileiros.

Portugal é Cristiano Ronaldo e mais dez. Se ele não faz gols, o sofrimento é terrível. O time não constrói. Contra Marrocos, foi assim.

Na Argentina, a situação é ainda pior, porque Messi é tudo. A equipe está sem identidade e espera ele resolver. Os outros jogadores o procuram a cada passe. Ninguém assume o jogo. Diante da Islândia, isso foi claro, com um ferrolho sobre ele.

Sem Neymar, existe algo no Brasil. Sem Cristiano Ronaldo e Messi, não sobra nada para Portugal e Argentina.

Então, se Neymar não está 100%, que Tite busque alternativas. A resposta virá ou não contra a limitada Costa Rica.


Treinador de goleiros do Corinthians vê Cássio igual a Alisson e Ederson.
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Alexandre Praetzel

Cássio estará na Copa do Mundo, como um dos goleiros pelo técnico Tite. O titular do Corinthians vem em bom nível, desde que virou titular, em 2012. Quem está com ele há seis anos, é o treinador de goleiros, Mauri Lima. Profissional da comissão técnica, desde 2008, Mauri define Cássio como um goleiro que melhora a cada dia e foi merecedor da convocação para a Seleção Brasileira. Em entrevista exclusiva ao blog, Mauri falou da metodologia de trabalho, a relação diária com os goleiros e a comparação com quem joga na Europa. Confira.

Como defines Cássio, neste momento?

Um grande goleiro, um grande momento. Uma qualidade e um crescimento individual muito bom. Tem crescido e melhorado a cada dia mais, mesmo sabendo que a gente ainda tem que tirar alguma coisa. As vezes, essa alguma coisa ainda demora um pouquinho, mas é merecedor de tudo isso que está acontecendo com ele, dentro do clube, daquilo que está fazendo. Dentro desse crescimento e trabalho, está tendo as conquistas individuais e é considerado um dos melhores goleiros do Brasil.

Achas que houve justiça com a convocação de Cássio?

Acho que foi justa, sim. Nós temos vários goleiros que poderiam estar no mesmo lugar. Não tem como enumerá-los aqui. As vezes, a gente acaba errando e deixando outros nomes fora. Mas eu acho que por aquilo que ele apresentou, cresceu, em 2016, quando tivemos um problema que estava num nível baixo e depois ele retomou, deu essa guinada na sua vida, acreditando no trabalho e mudando por si só, ele foi merecedor. E por tudo aquilo que já passou, a nível de conquistas, títulos internacionais, campeão do mundo e sendo o melhor goleiro. Então, ele era merecedor disso sim, talvez até em outras convocações anteriores. Mas cada um tem uma forma de pensar, cada treinador tem seu jeito de ver as coisas. Mas chegou a vez dele. Acho que isso valoriza muito o trabalho dos profissionais da área de preparação de goleiros do Brasil, porque não são só os da Europa que têm que ir para a Seleção. Tem um grande número de goleiros que pode ir para a Seleção, devido a preparação, ao trabalho que é feito, o crescimento, porque a escola de preparação de goleiros do Brasil não perde para nenhuma escola européia, isso eu posso te garantir. A escola brasileira cresceu muito, melhorou muito e chegou a esse nível de excelência, onde você pode chegar e ter até três goleiros numa Seleção Brasileira. Isso eu posso garantir por todos que têm disputado o Brasil, já algum tempo. A gente vê numa condição boa, Fábio, Vanderlei, Weverton, o próprio Jaílson, Victor. Fico até meio sem jeito de falar, porque a gente esquece nomes. Sim, merecedor dessa oportunidade.

Qual tua metodologia de trabalho para mantê-lo em alto nível?

Trabalho é diário, cobrança, exigência, nível de perfeição que você todo dia, que tenta colocar em prática. Mudança de trabalho que você possa desenvolver da melhor maneira possível uma valência que está em menor condição. É um goleiro alto que você tem que trabalhar velocidade, agilidade, repetições para que possa ter um nível técnico altíssimo. Ele sabe disso. Trabalhar percentual de gordura, muscular, o peso para ficar mais leve, rápido, mais ágil. Dentro disso, você coloca o trabalho e esse trabalho é feito para que o nível altíssimo seja mantido. Ele tem feito isso, tem cuidado, melhorado a cada dia e graças a Deus, ele tem colhido esses frutos. As vezes, a cobrança não é tão boa para eles porque é uma coisa diária, chata e você se passa até por um cara chato, da exigência, mas é para o bem dele e de todos. O que nós fazemos no Corinthians com a parte de goleiros é isso.

Acreditas que ele poderá jogar alguma partida da Copa?

É complicado dizer isso. Se você foi convocado como um terceiro goleiro, ainda tem o primeiro. O número de jogos é pequeno e se acontecer essa possibilidade, é alguma mudança da comissão. Já está praticamente certo que o Ederson é o segundo, eventual substituto, dentro daquilo que já teve a chance de jogar. Mas nada é impossível. Você tem que estar sempre preparado para tudo. Nós tivemos o Caíque, que era quarto goleiro e acabou sendo campeão brasileiro, jogando no ano passado. E estava pronto e mostrou qualidades. As coisas podem acontecer sem a gente esperar. Se aparacer a chance, vai jogar e está bem. A gente torce para que ele possa ter essa chance, mas o mais importante é ele estar nesse trio de goleiros, representando o país.

Como vês Cássio em relação a Alisson e Ederson?

A diferença é porque eles jogam fora, simplesmente. Se o Cássio também estivesse fora, no nível europeu que não é diferente do nosso. Se você ganhar um Brasileiro, um dos campeonatos mais difíceis do mundo, é porque você tem qualidade, teu goleiro e teu time. Então, só mudaria isso. As vezes, é o fato de não ter tido chance maior do que os outros. Tem que ter chances para que você possa avaliá-los e vê-los. Em amistosos, é mais complicado. Tem que ser em jogo valendo. Se tiver oportunidade, pode colocar para jogar, porque vai bem, está preparado, motivado e está pronto para poder jogar. As vezes, um é um pouquinho melhor do que o outro, em alguma parte específica. Diferencia nesse sentido, mas se colocar todo mundo no mesmo nível, é isso que eu vejo. Alguns jogando mais nos seus campeonatos, mas todos no mesmo nível.

Quem joga na ausência de Cássio? Caíque ou Válter?

Na realidade, temos feito um revezamento com os dois. Se encontram em mesmo nível. Válter teve aquela lesão, ficou um pouco afastado, voltou depois. Mas ainda não chegamos a pensar sobre isso não. Vamos sentar, conversar com o Fábio e ver qual é a possibilidade, analisar e ver. Dentro da condição de cada um, para depois decidir. Acho que qualquer um dos dois que definir, a gente passa para o Fábio, ele vê a condição de cada um, estará pronto no mesmo nível e da mesma forma.


Tite foi coerente. Taison e Fred poderiam dar lugar a outros
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Alexandre Praetzel

A lista de convocados de Tite para a Copa do Mundo foi coerente com o que ele fez, desde o momento em que ele assumiu, em setembro de 2016. Na última sexta-feira, fiz uma comparação dos 23 que eu levaria para a Copa com os prováveis 23 de Tite. Só errei a presença de Taison. Achei que Tite levaria Giuliano ou Rodriguinho. No mais, sem surpresas.

Daniel Alves seria o líder, mas se machucou. Se ele estivesse em condições, acho que Fagner sobraria.

Acho que Arthur, Luan e Giuliano poderiam ter sido chamados pelo futebol que jogam e pelo momento. Mas também há uma concorrência forte nas suas posições.

O elenco brasileiro é bom para ganhar o Mundial? Acho que sim. Tite conseguiu fechar um grupo e dar consistência a ele. Até ele chegar, o Brasil corria sim, o risco de ficar fora do Mundial. O conjunto da Seleção é forte e há nomes muito bons, do ponto de vista individual. Temos Neymar, que pode decidir num lance. Do meio para a frente, o Brasil é forte e com qualidade para furar bloqueios defensivos.

Cobri três Copas do Mundo e muitos atletas que estavam lá, estavam também pela empatia com os treinadores. Isso tem muito a ver. Como o cara se comporta num ambiente tão competitivo como o vestiário da Seleção? Isso também acaba contando, mesmo que eu não concorde com isso.

Agora, é esperar para ver. A bola vai rolar e o Brasil é um dos favoritos para levar o Mundial. O torneiro será difícil e na Europa, onde apenas o Brasil ganhou, em 1958, fora os europeus.