Blog do Praetzel

Neymar deve ser avaliado pela bola. O resto tem muito de inveja

Alexandre Praetzel

Neymar, como sempre, é o centro das atenções na Seleção Brasileira. Foi assim, em 2014, e agora, em 2018. Obviamente, porque é o melhor jogador do elenco e capaz de levar o Brasil à conquista da Copa do Mundo. Foi regular contra a Suiça, bem diante da Costa Rica e muito bem na vitória sobre a Sérvia. Cresceu na terceira rodada, como previam alguns treinadores e preparadores físicos.

No confronto perante o México, foi um dos destaques, sem dúvida. Dei nota 8 para ele. Chamou o jogo, se movimentou, abriu espaços e marcou um gol. Foi alvo dos mexicanos, mas não foi caçado, como alguns interpretaram e até xingaram Layún, que pisou em Neymar. Neste lance, Neymar exagerou no rolamento e reação no gramado, mas ele foi pisado. O tamanho da dor, só Neymar sentiu. A espetacularização do lance foi consequência de uma provocação e também do jogo, em si. Não foi simulação. Já vimos inúmeros jogadores fazerem o mesmo. Está no DNA do sul-americano. Na Europa, parece ofensa, pela cultura de anos. O correto ali era o cartão vermelho para Layún e a sequência da partida.

Neymar jogou bola. Não fez gestos provocativos, nem firulas ou dribles ''desnecessários''. Foi para cima dos marcadores e serviu os companheiros.

Eu acho irritante, quando ele esquece a bola para diminuir e irritar os adversários, com lances abusados, quando está ganhando de goleada. Isso realmente pode ser encarado como desrespeito. No mais, não vi nada de errado dentro de campo, até aqui.

O que deixa torcedores e adeptos das redes sociais irritados, são as constantes reclamações que ele posta, com um exército de ''amigos'' e alguns baba-ovos, como se o mundo estivesse contra ele. Caras como ele, com a repercussão que causam, são amados ou odiados, e precisam saber conviver com a pressão, como profissionais que são. Acho que ele seria idolatrado no Brasil, se fosse mais transparente nas suas atitudes. O resto, ele resolve na bola, porque o talento é inesgotável.

Eu o avalio pelo desempenho. E, no momento, ele está jogando bem e pode ser destaque da Copa, faltando três partidas. A fixação em ser melhor do mundo pode atrapalhá-lo, mas que ele tem condições para isso, não há dúvidas.

Fora de campo, nada me interessa. Sobre cabelos, roupas, carros e dinheiro, isso é problema dele. E isso causa inveja de muito ser humano. Vamos separar as coisas.