Blog do Praetzel

Arquivo : São Paulo

Maicosuel não cobra titularidade e acha SP com time maior que desempenho
Comentários Comente

Alexandre Praetzel

Maicosuel chegou ao São Paulo como reforço de primeira linha. Indicado por Rogério Ceni, assinou contrato por três anos, mesmo com desempenho razoável no Atlético-MG, prejudicado também por lesões. No tricolor, se machucou logo no primeiro jogo e viu sua contratação ser colocada em debate. Recuperado e pedindo para receber salário, enquanto estava ausente, Maicosuel espera se firmar como titular, após decidir a vitória sobre o Atlético-PR, respeitando seus companheiros. O blog conversou com ele, logo depois da partida. Confira.

Você precisava dessa oportunidade para decidir um jogo e quem sabe ser titular?

Ah, eu acho que sim. A gente está trabalhando ali todo dia para isso. Perdi muito espaço com as minhas lesões e eu sei que vai ser difícil voltar, mas devagarinho, com ritmo de jogo, entrando aos poucos, eu acho que eu posso reconquistar de novo. Mas eu acho que tem que trabalhar. O mais importante era tirar o São Paulo da situação que estava. Então, eu não posso ser tão egoísta de pensar só em mim. Acho que o time está jogando bem. As coisas não estavam acontecendo, mas a gente tem certeza que continuando assim, a gente sairia dessa situação. Então, a gente tem que trabalhar cada vez mais.

Vocês imaginam que escapam do rebaixamento antes de qualquer ameaça ou isso vai até o final?

A gente não quer. Sabe que é difícil, não tem que pensar em Libertadores, agora. Mas é jogo a jogo. A gente sabe que está mais perto da zona de rebaixamento e a gente conseguiu dar um salto importante, só que o campeonato está muito afunilado. Se a gente não conseguir outro resultado, o pessoal de baixo pode encostar. Tem que continuar nessa batida aí, que a gente vai conseguir coisa maior lá na frente.

O que significou a comemoração intensa dos jogadores, após o gol? Eles te deram muita força, quando estavas te recuperando?

Muito. É gratificante. Eu acho que não foi só um gol meu, acho que foi de todos porque todo mundo estava falando, vai entrar, vai decidir, você pode decidir. Depois do jogo, vi todo mundo correndo para me abraçar. Acho que é uma sensação única, muito gostosa porque a gente fica mais tempo ali do que com a própria família. Então, o São Paulo acaba sendo nossa família. Fiquei muito feliz, gratificado por tudo que eles têm feito. É um grupo muito bom que não pode ficar nessa situação. A gente sabe que tem que melhorar muito para valorizar o grupo que a gente tem.

São Paulo tem jogadores para não ficar nessa situação? A qualidade é maior que o desempenho?

Óbvio que é. Nosso time é muito bom, principalmente, se olhar no papel, jogadores que a gente têm, a nível mundial, são jogadores muito bons. Mas a gente tem que trabalhar. Os resultados não estavam acontecendo, esperamos ter uma sequência boa agora para a gente conseguir sair dessa situação, que é o mais importante.

Maicosuel disputou quatro jogos pelo São Paulo, com um gol marcado. Aos 31 anos, tem Lucas Fernandes como principal concorrente entre os titulares. A vitória de ontem colocou o São Paulo na 11ª colocação com 34 pontos. Seus adversários diretos entram em campo, neste domingo.


Conselheiro diz que pode processar presidente Leco por agressão no SP
Comentários Comente

Alexandre Praetzel

O vendedor Pedro Mauad, 65 anos, sócio do São Paulo há 32 anos, acusou o presidente Leco de agressão, após o clássico entre São Paulo e Corinthians, no Morumbi. Conselheiro eleito há dois meses, Mauad concedeu entrevista exclusiva ao blog, relatando o episódio. Confira a seguir.

O que houve entre o Sr. e o presidente Leco, após o jogo de domingo, no Morumbi?

Nós saímos do nosso camarote do Conselho e no caminho, eu encontrei com o presidente. Estiquei a mão para cumprimentá-lo e na hora que ele me cumprimentou, ele falou na cara tudo que isso, tudo que aquilo e começou a destilá-lo o que ele achava o que devia. Eu insisti com ele daí, porque eu não ia falar nada, só cumprimentos. Eu falei: presidente, vamos conversar um pouquinho e fui descendo uma escadinha até a porta do Conselho. Neste trajeto de dez metros, eu pedindo para conversar com ele, o filho dele me empurrou e eu falei: não põe a mão em mim. Ele viu e deu um salto de doido, tentando me pegar na garganta. Como eu estava com uma mão ocupada, eu simplesmente o contive com a outra. Segurei ele longe de mim, para não ter perigo de uma agressão maior, né. Ele segurou na minha camisa, não conseguiu pegar o pescoço e ficou segurando a camisa. Tinham conselheiros e seguranças ao lado e tiraram ele. Infelizmente, o destempero dele foi total. Foi uma coisa absurda.

No momento que o Sr. se dirigiu a ele, houve algo que o Sr. fez que justificasse a reação do presidente?

Nenhum, nenhum. O problema meu com ele é que eu como conselheiro eleito socialmente, é minha obrigação a cobrança. Eu tenho que cobrar e eu tenho cobrado com muita veemência, coisas, atitudes. Eu tenho cobrado negócios que normalmente entre eles, não se cobram. Te dou um exemplo para você ter ideia. O São Paulo fez um contrato com o Rogério Ceni. Esse contrato tinha uma cláusula de multa e essa multa só foi feita porque ele estava com receio de perder a eleição. E nós questionamos eles a respeito de, como ele foi eleito, por que ele não tirou a cláusula? E ele falou simplesmente o seguinte: que ele não se ateve a isso. Isso eu tenho cobrado. Se ele não se ateve a um problema que ele causou, é obrigação dele consertar ou pagar a multa, dívida, o problema que teve. Eu acho que isso pode ter incomodado também. Mas eu o tenho questionado e questionado muito. Tenho cobrado muita coisa, entendeu? Isso pode estar incomodando. É a função do conselheiro. Quando entrei, deixei claro que não seria mais um. Já ouvi de tudo e vou cobrar. É nossa obrigação. Se isso agrada ou desagrada, que peça para sair.

O Sr. pretende processar o presidente Leco? Por ele ser remunerado, pode haver um pedido de impeachment?

Tudo. Tudo pode acontecer. Nós estamos com assessoramento jurídico, um advogado e tenho uma reunião para ver qual atitude vamos tomar. Com certeza, vamos tomar uma atitude. Não tenha dúvida. Ele não pode ter uma atitude dessas, na frente de todo mundo, numa sala do Conselho do São Paulo. Isso é um absurdo o que ele fez comigo. Não é cabível. Isso não sou só eu que estou falando. As pessoas que estavam lá, os conselheiros que estavam lá e viram.


Júnior Tavares reclama de falta de Rodriguinho e arbitragem no clássico
Comentários Comente

Alexandre Praetzel

O empate entre São Paulo e Corinthians teve o segundo gol do São Paulo anulado por falta de Pratto em Cássio e um debate sobre o gol corintiano. Júnior Tavares protegeu a bola até a linha de fundo, mas Rodriguinho o desarmou, fez o cruzamento e no bate e rebate, Clayson chutou e marcou. Júnior Tavares reclamou muito de uma falta de Rodriguinho. O blog conversou com ele. Acompanhem.

Você acha que poderia ter jogado a bola para fora ou o Rodriguinho fez falta em você?

O lance quem decide sou eu. Eu estou ali dentro e estava com a bola controlada, ele acaba deslocando meu ombro e eu caio para fora do campo. Um árbitro que está ali na frente olhando o lance, não deu nada. Aí, fomos falar com ele e ele falou que não viu. Então, não sei porque esses árbitros de fora ficam ali para aconselhar, se eles estão no lance, falam que não vêem, mas como eu falei, é difícil ficar falando de árbitro, temos que fazer nosso trabalho.

Você é jovem. Esse momento serve para você simplicar em lances iguais, futuramente?

Não, cara. Como eu falei. Foi uma escolha minha. Eu poderia muito bem ter jogado a bola para fora, como o árbitro poderia ter olhado o lance também. A gente acabou falando com ele e ele disse que não olhou. Então, não sei o que ele está fazendo ali porque ele tem que cuidar do jogo. Posso até pegar um gancho se eu ficar falando de árbitro, é complicado.

Essa luta do São Paulo vai até o final?

A gente mostrou um time aguerrido, controlou a partida do início ao fim. A gente está botando uma nova cara de novo, as equipes estão respeitando o São Paulo de novo, a torcida vem nos ajudando. Então, é isso aí. Vamos melhorar bastante para sair dessa situação.

Júnior Tavares recebeu o terceiro cartão amarelo e cumprirá suspensão contra o Sport, no próximo domingo, no Morumbi.


O futebol merece um grande jogo entre São Paulo e Corinthians
Comentários Comente

Alexandre Praetzel

São Paulo e Corinthians é o grande jogo da 25ª rodada do Campeonato Brasileiro. Estarei no Morumbi lotado e espero acompanhar um confronto interessante. O São Paulo apostando tudo no clássico, onde uma vitória o tira do Z4 e pode retomar a emoção da competição. O Corinthians com a possibilidade de aumentar a vantagem para os adversários e afirmar ainda mais a ótima campanha, além de deixar o rival em desespero.

Neste ano, houve quatro clássicos com duas vitórias do Corinthians e dois empates. No momento, em relação a times, vejo um certo equilíbrio por uma melhora coletiva tricolor e uma pequena queda técnica corintiana. Corinthians tem uma equipe bem definida. O São Paulo procura uma forma de jogar. Vamos as comparações, nome por nome. Meu critério é o que estão jogando agora.

Sidão    X    Cássio

Militão    X    Fagner  

Arboleda    X    Pablo

Rodrigo Caio    X    Balbuena

Júnior Tavares    X    Guilherme Arana

Petros    X    Gabriel

Gomez    X    Maycon

Hernanes    X    Rodriguinho

Cueva    X    Jadson

Marcos Guilherme    X    Romero

Pratto    X   

Dorival Jr.    X    Fábio Carille

Claro que o São Paulo pode vencer, mesmo tendo atletas jogando menos que a maioria dos corintianos. Hernanes está carregando o time e pode decidir num lance. O meia não estava em nenhum dos clássicos anteriores e tem bola para ser o protagonista. Do outro lado, Guilherme Arana sempre vira desafogo e Jô tem estrela diante dos principais adversários. São nomes fortes corintianos.

Espero que seja uma partida bem jogada, trabalhada, sem confusão. Parece que estou vendo o São Paulo tomando a iniciativa, indo para cima diante de um Corinthians fechado, esperando o bote para seus contra-ataques eficientes. E tem também a provável disputa entre Rodrigo Caio e Jô, depois do fair-play do zagueiro e da falta dele do atacante. É o tira-teima de um tema bastante discutível no futebol.

Não ficarei em cima do muro e palpitarei como de costume, mesmo que eu ache que vou errar: São Paulo 1 a 0. Ótimo jogo para todo mundo.


O que Jô dirá para Rodrigo Caio, no jogaço de domingo?
Comentários Comente

Alexandre Praetzel

O “bom moço” X A “Lei de Jô”. Acho que é uma denominação que será lançada para projetar o clássico entre São Paulo e Corinthians, domingo, no Morumbi. De um lado, Rodrigo Caio, adepto do fair-play, o cara que salvou o próprio Jô da suspensão da semifinal do Paulista. Do outro, Jô, com o futebol recuperado no Corinthians e goleador do time no Brasileiro, mas detonado por muita gente por não admitir o gol de mão contra o Vasco, levando vantagem com a irregularidade.

Estarei no estádio e estou curioso para ver o encontro dos dois. O que Jô dirá para Rodrigo Caio? Nada? Pedirá desculpas? Só um aperto de mão trivial? A realidade é que a comparação ficou ruim para Jô. Rodrigo Caio foi cumprimentado por todo mundo pelo ato generoso e honesto. Isso ajudou até na sua convocação para a Seleção Brasileira, certamente. Jô ficou com a imagem de incoerente. Defendeu a postura de Rodrigo Caio, mas não conseguiu ter a mesma atitude do colega de trabalho. Esse duelo já turbina ainda mais o ambiente da partida. A disputa entre os dois será muito interessante. Rodrigo Caio mais motivado do que nunca e Jô podendo responder com gols.

O São Paulo joga para tentar sair do Z4 e atrapalhar a vida do Corinthians. O Corinthians joga para tumultuar ainda mais a vida do rival e disparar rumo ao título. Já foram vendidos mais de 40 mil ingressos. Que promessa de jogaço. E com vários motivos para ter todas as atenções da semana.


São Paulo. Em dez anos, de referência a clube igual aos outros
Comentários Comente

Alexandre Praetzel

Estou na mídia esportiva de São Paulo, desde 05 de julho de 2007. Quando cheguei, enxergava o São Paulo como o maior Clube da América do Sul. Era campeão brasileiro e conquistou o bicampeonato com facilidade, naquele ano. Em 2008, bateu tricampeão, no final do ano. Então, de 2005 a 2008, foram três brasileiros consecutivos de pontos corridos, uma Libertadores, um Mundial Interclubes e um Paulista. Titulos buscados com gestão de futebol, coerência nas contratações e valorização dos profissionais.

Dez anos depois, o São Paulo mudou para pior de maneira impressionante. E acompanhei tudo. Não sou dono da verdade, mas posso listar algumas coisas que ajudaram nessa queda brusca e no jejum de troféus.

-Em 2009, o ex-presidente Juvenal Juvêncio deu um “golpe” no Conselho Deliberativo e ganhou de presente um terceiro mandato. Vários conselheiros apoiaram. Foi péssimo para o clube e vemos consequências até hoje. Tive oportunidade de dizer isso ao ex-presidente, na ocasião;

-O São Paulo não tem renovação de dirigentes. 124 conselheiros vitalícios dão as cartas e definem os rumos são-paulinos. Mudaram o estatuto com a promessa de profissionalizar as diretorias, mas os resultados são pífios. A oposição é fraca e inconsistente;

-O São Paulo era referência por saber contratar e ter se adequado mais rápido às mudanças da Lei Pelé. Contratava com critério e antecedência, sempre com time e elenco fortes. Hoje, contrata a rodo. Vários nomes chegaram e saíram, sem dar resposta e retorno ao São Paulo;

-Havia uma comissão técnica fixa com profissionais de altíssima qualidade. Na falta de resultados, a culpa caiu sobre eles. O São Paulo virou um moedor de técnicos. Nem Rogério Ceni aguentou;

-Uniformizados ganharam espaço. O São Paulo se gabava de não ceder às pressões. Só discurso. Hoje, a diretoria é parceira dos torcedores. Subsidia ingressos e abre as portas do CT, para constranger atletas e funcionários. Como se isso fizesse o time vencer. Falência diretiva;

Agora, Muricy Ramalho virou solução. Conversei há 15 dias com Muricy. Se prontificou a ajudar, mas deixou claro que não ocuparia cargo nenhum. Será uma espécie de consultor, próximo a Dorival Jr. Se ele não conviver com os atletas, pouco adiantará. O próprio Muricy é contra palestras motivacionais e auxílios de psicólogos. Acho pensamento mágico.

Acredito que o São Paulo precisa trabalhar e jogar bola. Dorival Jr. pode deixar o time mais forte defensivamente e mais competitivo. O fundamental é terminar em 16º lugar. Do jeito que está, nada indica que isso irá acontecer. Ah, e silêncio não traz futebol. De uma hora para outra, as entrevistas viraram culpadas. Tudo é um problema, menos os dirigentes. E eles não olham para eles mesmos.


Marcos Guilherme admite momento difícil, mas nega ambiente ruim no SP
Comentários Comente

Alexandre Praetzel

O São Paulo tropeçou na Ponte Preta e permaneceu na penúltima colocação do Campeonato Brasileiro com 24 pontos. O tricolor tinha a vitória parcial de 2 a 0, na mão, mas permitiu o empate do adversário. Um péssimo resultado pelas circunstâncias da partidas e pela situação da equipe. O blog entrevistou Marcos Guilherme. O atacante chegou há pouco no clube, mas já sente os efeitos negativos do momento e da pressão sobre o elenco. Confira a seguir.

O que está faltando para o time? Parece que em alguns momentos, dá um apagão.

Sim, concordo. Acho que o psicológico está muito abalado porque estávamos com 2 a 0 no placar, um jogo extremamente controlado, a Ponte dando espaços… Então fizemos 2 a 0, era ficar com a bola e trabalhar, mas quando fizemos o segundo recuamos, demos campo para a Ponte e eles foram chegando, chegando. Aí com a expulsão, ficou mais difícil correr atrás. A gente estava um pouco cansado. Infelizmente, tomamos o empate.

O que dá para projetar com uma sequência contra Vitória e Corinthians?

Ah, o tempo está passando. Rodada a rodada a gente vem falando a mesma coisa, mas o tempo está passando. Então a gente tem de levantar a cabeça. O Lugano falou uma coisa bem legal no vestiário. Ou a gente abaixa a cabeça e deixa eles pisarem na nossa cabeça ou a gente levanta a cabeça, coloca o peito à frente e sai dessa. A gente tem duas opções. Cabe a nós decidir qual delas é a melhor.

O ambiente está ruim no vestiário, com a troca de farpas entre Cueva e Rodrigo Caio?

Não estou sabendo disso que você falou. Tem de ver o que aconteceu, mas o ambiente não é ruim. A gente tem conversado dia-a-dia, é palestra, é tudo, é mudança de treinamento. Então, é no jogo que está o problema. Tem de se doar mais, tem de vencer, vencer.

O problema do São Paulo não é emocional?

Eu acho que sim, um pouco que sim, porque 2 a 0 na frente, o jogo controlado, a gente não podia ter tomado dois gols da forma que foram. Então, o emocional pesou um pouquinho e isso não pode acontecer num momento como esse. Nós sabemos que quando a fase é ruim, as coisas ruins vêm de uma forma muito intensa. Não creio que o São Paulo vá viver o ano inteiro numa fase ruim. Nunca vi disso. Tem uma fase, mas passa. Nossa fase vai passar, creio nisso. Tem de treinar e trabalhar para sair logo.

Você vê sinais hoje de que o São Paulo está mais próximo do rebaixamento?

Não, claro que não. A preocupação é que, rodada a rodada, o campeonato está passando e a gente tem de vir aqui explicar todo jogo. Então, não pode. A gente tem de vencer o quanto antes para poder mudar o discurso, subir, sair dessa, para poder respirar. Realmente, é preocupante.

Marcos Guilherme tem dado conta do recado. Disputou sete jogos e marcou três gols. O São Paulo volta a atuar, domingo, contra o Vitória, em Salvador. É um confronto direto porque os baianos têm 26 pontos, dois a mais que o tricolor.

 


Só a força da torcida, não salvará o SP. Time não reage na pressão
Comentários Comente

Alexandre Praetzel

Estive no Morumbi para acompanhar São Paulo e Ponte Preta. Novamente, a torcida tricolor deu um show, apoiando o time, durante os 90 minutos. O São Paulo fez um bom primeiro tempo e mereceu a vantagem, com bonito gol de Hernanes, cobrando falta. A Ponte Preta não ameaçou em nenhum momento.

No segundo tempo, quando o São Paulo fez 2 a 0, em gol de Bruno Alves, na falha do goleiro Aranha, o jogo parecia liquidado. Comentei com um colega, que o resultado poderia determinar a saída de Gilson Kleina, pressionado na Ponte. Afinal, o São Paulo estava encostando na própria Ponte Preta, na parte de baixo da classificação.

Aí, num lance, tudo mudou. A Ponte descontou no pênalti cometido por Jucilei e cresceu com a expulsão do volante. Com um a mais, a Macaca tomou conta da partida e transformou o Morumbi num cenário de apreensão e temor para os são-paulinos. O empate parecia questão de tempo e chegou com cabeceio fatal de Léo Gamalho. Antes, o centroavante já tinha exigido grande defesa de Sidão.

O resultado acabou sendo justo pelo que as duas equipes fizeram, quando tiveram oportunidades. Agora, com dez, Dorival Jr. demorou a recompor o meio-campo e ficou sem velocidade para o contra-ataque. Marcinho entrou, quando Gomez deveria ser o escolhido, para fortalecer a marcação e impedir o domínio da Ponte. O São Paulo ficou acuado e não teve saída de jogo.

Já vi grandes times serem rebaixados e o São Paulo mostra sinais claros de queda. A equipe tropeça contra concorrentes diretos e é forçada a buscar pontos diante de adversários muito mais qualificados. Hernanes carrega o São Paulo nas costas e os demais parecem anestesiados em momentos de pressão.

Para piorar, a troca de farpas entre Rodrigo Caio e Cueva, só revela como o ambiente interno não é legal, mesmo que Dorival e Hernanes tenham minimizado o episódio. Nestas horas, bons jogadores viram mais ou menos e os razoáveis se transformam em ruins. Fato é que o São Paulo luta, corre, mas empaca no Z4. Tem time para não cair, mas outros também tinham e foram rebaixados. Parece que chegou a hora do tricolor. Só a força do torcedor, não salvará. A ver.


Cueva é supervalorizado. Meia peruano precisa provar que é útil ao SP
Comentários Comente

Alexandre Praetzel

Cueva virou debate no São Paulo, após atuações irregulares no segundo semestre de 2017. O peruano chegou ao Tricolor depois de ter bons desempenhos pelo Toluca-MÉX, na Libertadores da América, em 2016. Custou quase R$ 9 milhões e determinou a saída do ex-diretor de Luiz Cunha, contrário ao investimento na ocasião. O negócio foi encaminhado pelo ex-gerente de futebol, Gustavo Oliveira.

Particularmente, sempre achei Cueva supervalorizado. A carência no surgimento de novos valores no futebol brasileiro transformou jogadores sul-americanos em grandes reforços. E nem sempre é assim. Cueva foi bem no começo e se destacou no time médio do São Paulo, no Paulista de 2017. Depois, com confrontos mais difíceis pela frente, caiu muito de produção. Os torcedores que o defendiam passaram a vaiá-lo e o peruano mostrou falta de comprometimento em algumas partidas. Na seleção nacional, Cueva mostrou muito mais dedicação em relação à sua postura no clube.

Nesta semana, Rodrigo Caio elogiou o companheiro, mas lembrou que ele “também precisa se ajudar”, num claro recado de que o grupo não passará a mão na cabeça caso Cueva não demonstre vontade em campo. Dorival Jr. o relacionou e deve confirmá-lo na reserva para enfrentar a Ponte Preta, neste sábado. É uma boa hora para Cueva calar a minha boca e a de outros críticos, caso seja utilizado.

Cueva já disputou 57 jogos e marcou 15 gols pelo tricolor. A média não é ruim, mas as últimas atuações deixaram muito a desejar. Quando Rogério Ceni foi demitido, o auxiliar Pintado deixou Cueva de fora do jogo seguinte, contra o Santos, por deficiência técnica. O empresário do atleta chegou a dizer que havia a possibilidade de Cueva ser negociado, por estar insatisfeito com o tratamento recebido.

Agora, veremos se Cueva tem capacidade de dar uma resposta positiva e retomar o futebol que chamou a atenção dos dirigentes são-paulinos. Hoje, é apenas mais um, num momento onde todos precisam aparecer.


Filho de Dorival Jr. prevê carreira solo e nega atritos com jogadores
Comentários Comente

Alexandre Praetzel

O São Paulo trocou a comissão técnica para livrar o time da zona de rebaixamento do Campeonato Brasileiro. Rogério Ceni e seus auxiliares estrangeiros deixaram o clube e Dorival Jr. assumiu, com o filho Lucas Silvestre como seu braço direito. Em entrevista exclusiva ao blog, Lucas falou do desafio de trabalhar com o pai, as cobranças da função, relacionamentos no vestiário e o futuro provável como treinador. Confira a seguir.

Como é trabalhar com o pai? O nível de cobrança aumenta ou diminui?

Como tudo o que acontece conosco, tem os dois lados. Se por um lado, eu pude ter uma facilidade maior para entrar no futebol e Trabalhar com o pai, me dá uma liberdade muito grande para poder introduzir pensamentos e exercícios, que eu não teria com outro treinador. Além de termos uma proximidade muito grande para podermos trocar ideias e fazer correções. Por outro lado, muitas vezes sofro com uma cobrança absurda que um profissional normal, na mesma área, não sofreria. Porém, eu sou uma pessoa que me cobro muito e busco um aprimoramento e aperfeiçoamento a cada dia, fazendo com que esteja sempre me corrigindo e melhorando sempre.

Existem prioridades diferentes no trabalho? Tu cuidas de alguma área específica?

Nós temos uma comissão técnica muito forte. Somos em quatro pessoas e cada um é muito forte em uma área importante para que a engrenagem funcione, sendo que todos são muito bons na parte mais importante do futebol, que é o relacionamento. Lidar com pessoas. O Celso(Rezende, preparador físico) é muito bom na parte física. O Leonardo(Porto, auxiliar técnico e analista) é o melhor que eu trabalhei, juntamente com o Maurício Dulac(ex-analista da Seleção Brasileira), na parte de análise de adversários e montagem dos treinamentos. Eu gosto da montagem dos treinamentos, planejamento da semana e execução dos treinamentos. Dorival consegue englobar todas essas características e com o diferencial na parte tática. E o diferencial da comissão do Dorival, acaba sendo o relacionamento com atletas e funcionários do clube, onde ele cobra e preza muito por isso. Minha função e do Leonardo é programar a semana, buscar exercícios que se encaixem no ponto que queremos dar ênfase e melhorar na semana, levando ao Dorival para que ele aprove ou altere alguma coisa. Durante os treinamentos, todos supervisionados por ele, eu atuo na execução do exercício e ele observa o trabalho e pontua as correções. Até no livro do Ferguson, ele fala que a partir do momento que ele saiu da execução, ele passou a enxergar os treinamentos de uma outra maneira e se atentar ainda mais ao que os jogadores necessitam. É exatamente isso que acontece conosco.

Como os jogadores te tratam? Alguém já te enxergou como o “filho” e evitou grande contato?

Eu sempre tive um relacionamento muito bom com os jogadores. Obviamente que quando você chega ao clube, o fato de você ser filho do treinador, acaba gerando uma desconfiança. Mas ela logo se acaba, pois os jogadores percebem que eu sou alguém como eles, que não existe sacanagem da minha parte e que minha função não é ser “leva e traz”, e sim, alguém que irá ajudá-los a serem atletas e seres humanos melhores, após a minha chegada. Hoje, sete anos após minha primeira oportunidade, a desconfiança inicial é muito menor. É normal que quando você chega em um novo clube, os atletas que aqui estão, já conversaram com os amigos do clube anterior, e graças a Deus, até hoje as referências que os atletas passam, são boas e acabam fortalecendo ainda mais o trabalho.

Qual tua especialização?

Sou formado em Educação Física, tenho diversos cursos no currículo e estou aguardando algum dos nossos cursos para treinador de futebol serem reconhecidos pela UEFA, para que eu possa fazê-lo. Infelizmente, o treinador brasileiro está muito atrás dos treinadores dos outros países, por esse motivo. Não temos um curso no Brasil, que seja válido na Europa, onde até os treinadores argentinos possuem e nós, não. Mas minha maior especialização e que nenhum curso nunca me dará, é a prática no campo, a vivência no dia-a-dia, que cria situações diferentes para serem resolvidas em todos os momentos. Mas sou uma pessoa que busco conhecimento e estou o tempo todo pesquisando novas informações, como treinamentos novos, táticas diferentes, tentando encaixar no nosso trabalho.

Como vês o ambiente no São Paulo? Petros citou “mudança de caráter”

Primeiro gostaria de falar como eu vejo o São Paulo FC. Um clube com uma organização absurda, onde tudo funciona. Com uma comissão técnica e um grupo de apoio disposto a fazerem tudo para o trabalho funcionar. Quando isso acontece, as coisas não podem dar errado. O presidente nos deu total apoio e respaldo, junto com o Vinícius, que na minha visão, é um dos melhores executivos do Brasil hoje, mesmo com pouco tempo de profissão. O ambiente aqui é de indignação com o momento do clube, as pessoas sabem que um clube como esse não pode viver a situação que está vivendo e eu garanto que nós vamos tirar o São Paulo FC dessa situação. O Petros é um profissional exemplar, de um caráter imenso e está sentindo demais esse momento, e certamente será com esse espírito que saíremos juntos dessa situação.

Como auxiliar, em quanto tempo uma comissão técnica deve apresentar resultados?

Pergunta difícil essa. Porque meu pensamento é diferente do que acontece no Brasil. O mínimo que você consegue avaliar o trabalho de um treinador, são seis meses e não consigo entender como os dirigentes podem ter convicção na contratação do treinador em janeiro e em março ele ser demitido do clube. E o pior, os treinadores são contratados pelo momento que estão no mercado e não pela filosofia e DNA do clube, ou pela maneira como a equipe atua, ou até pela característica dos jogadores contratados. Por isso, a questão é difícil de ser respondida e vejo hoje um momento preocupante do futebol brasileiro. O Brasil sempre teve dificuldade defensiva e sempre teve na criatividade dos atletas, o seu grande diferencial. Hoje, as coisas mudaram, melhoramos nossa parte defensiva e estamos tendo uma dificuldade muito grande para propor o jogo. Tanto que no Campeonato Brasileiro, a maioria das equipes tem jogado esperando o erro do adversário e poucas buscando propor o jogo. Fico preocupado com o que irá nos acontecer em alguns anos.

Houve legado dos auxiliares estrangeiros de Rogério Ceni? Notaste alguma diferença?

Sempre há um legado quando algum treinador passa por um clube. O legado varia de acordo com o ponto de vista de cada profissional, com a maneira que você pensa o futebol. Eu não tenho capacidade para avaliar o legado que o Michael Beale e a comissão anterior deixaram, porque não fazia parte do trabalho deles, mas certamente, pelo que ouvimos, deixaram muitas coisas no São Paulo FC.

São Paulo escapa com antecedência do Z4 ou lutará até o final do Brasileiro?

Para esse ano, a luta do São Paulo FC, será contra o rebaixamento. Porém, saindo dessa condição este ano, os atletas que aqui estão, sairão muito fortalecidos e com uma “bagagem” muito grande para 2018. Os próprios meninos que estão subindo agora e vivendo essa situação de adversidade, estarão preparados para qualquer situação que aconteça no ano que vem. Não tenho dúvidas que sairemos dessa situação. Não sei precisar quando, mas sairemos e estaremos fortalecidos para 2018.

É verdade que já tiveste desentendimentos com Vecchio no Santos e Jucilei no São Paulo?

Essa pergunta é muito importante, porque a pior coisa que existe é você ser honesto e ter que provar sua honestidade. Como eu respondi anteriormente, Dorival preza muito pelo bom relacionamento por parte dos membros da comissão técnica. Quem tem que dar bronca ou se indispor com atletas é o treinador, e não o auxiliar. Em sete anos de futebol profissional, eu nunca tive nenhum desentendimento com atleta e valorizo muito isso. Mas, infelizmente, pessoas desonestas usaram isso para prejudicar o trabalho no Santos, que vinha sendo tão bem feito e alguns jornalistas, sem confirmarem as “notícias” que foram dadas a eles, sem ao menos telefonar para mim, para dar um direito de resposta. Soltaram essas informações mentirosas, onde no início, eu tive que ficar desmentindo e com o tempo, eu percebi que o melhor a se fazer é deixar que falem. O meu trabalho tem que ser reconhecido pelos atletas, é com eles que eu passo a maior parte do meu dia. O que mais me impressiona são as pessoas que compram essas “notícias” mentirosas e dão sequência na “informação”, sem ao menos confirmar com a pessoa envolvida. Mas, respondendo a pergunta, não tive problemas com Vecchio, não discuti com Jucilei, o Renan não veio tirar satisfação comigo. Até o Renan, que é meu amigo desde 2010, conseguiram inventar uma discussão. Está na hora do jornalismo esportivo parar de ser programa de fofoca de bastidores e começarmos a discutir um pouco mais do que é o jogo em si.

Pretendes seguir carreira solo?

Pretendo seguir e vou seguir. Sempre tive o sonho e o desejo de ser treinador e minha busca todos os dias é por isso, aprendizagem e aprimoramento, buscando no futuro, seguir minha carreira como treinador. Porém, não tenho pressa para que isso aconteça. Estou em fase de preparação e preciso ainda vivenciar algumas situações importantes para que esteja preparado para assumir a função. Não coloco prazo e não vou passar por cima de ninguém para que isso aconteça. Tenho os pés no chão para deixar as coisas acontecerem.

Aos 29 anos, Lucas Silvestre foi auxiliar de Dorival Jr., na comissão técnica do Santos. O São Paulo é penúltimo colocado no Brasileiro, com 23 pontos. Precisa de oito vitórias em 16 jogos, para escapar do rebaixamento, sem precisar de resultados paralelos.