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Com Raí e Ricardo Rocha, SP terá comprometimento. Ainda precisa de futebol
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Alexandre Praetzel

O São Paulo anunciou Ricardo Rocha, ex-zagueiro do time, como Coordenador de futebol. Será uma espécie de auxiliar de Raí, no principal departamento do clube. Teve uma trajetória como atleta de 1989 a 1991, com dois títulos Paulistas e um Brasileiro, atuando na mesma época de Raí, tornando-se grande amigo do ídolo são-paulino.

É interessante a mudança de postura do presidente Leco, nas decisões do futebol. Apostou num cara indiscutível perante o torcedor para contratar e comandar, evitando a centralização de poder. Afinal, a última palavra é sempre do presidente, mas nesse caso, Raí assumiu com carta branca e traz para seu lado, um companheiro de confiança.

É bom lembrar que a geração de Raí e Ricardo Rocha viveu outra época, com muito mais comprometimento e identificação. Hoje, muitos jogadores só enxergam o lado deles, num individualismo cada vez mais constante. O profissional assina por cinco anos e acha que não deve prestar tantas contas à instituição, dentro e fora de campo.

A ideia de Raí é boa. O que não pode é o São Paulo virar uma confraria. A cobrança precisa existir. Nos últimos anos, vimos alguns times tricolores sem alma e entrega, com postura irritante. Raí e Lugano(cotado para permanecer) sabem que o futebol mudou e devem ter visto essa realidade nas duas últimas temporadas, internamente.

O São Paulo ganhou três Brasileiros seguidos(o único a conseguir isso), um Mundial de Clubes, uma Libertadores e um Paulista, de 2005 a 2008. Deixou passar a oportunidade de mandar no futebol interno, como um clube organizado e inovador. Ficou mais do mesmo, pelas questões políticas dos seus conselheiros, interferindo no futebol. Agora, Leco deixou as decisões para quem tem experiência com a boleirada. Se vai dar certo, veremos.

O elenco é razoável e precisa de reforços. A permanência da comissão técnica foi uma atitude correta. O goleiro Jean chegou e Jucilei foi mantido. Buffarini foi negociado. Raí tem um perfil discreto e trabalha sem alarde. Ele sabe das necessidades da equipe. Hoje, se o São Paulo entrar em campo, terá Jean; Militão, Rodrigo Caio, Arboleda e Reinaldo(Edimar): Jucilei, Petros, Hernanes(até junho de 18) e Cueva; Marcos Guilherme e Pratto. Praticamente, a mesma formação do segundo semestres de 2017. É suficiente? Claro que não. E isso, todos devem ter essa consciência. Do presidente Leco aos ídolos tricolores. Só nome, não ganha mais.

 


Executivo do Sport diz que São Paulo não fez contato por Diego Souza
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Alexandre Praetzel

O São Paulo quer contratar Diego Souza. Pode já ter acertado tudo com o jogador, mas não avisou o Sport. O diretor-executivo de futebol do Sport, Alexandre Faria, revelou que o Sport não foi procurado pelo tricolor.

“Uma negociação tem três partes envolvidas. Nesse caso, o Sport, São Paulo e o jogador. O Diego tem contrato com o Sport até dezembro de 2018, com uma possibilidade de renovar com o Sport por mais um ano. É um atleta que é um grande ídolo da torcida rubro-negra e a gente conta com ele. Todos vocês sabem o que ele representa para nós. Foi artilheiro da Série A em 2016. Fez 21 gols e nove assistências, esse ano. Temos uma relação muito boa com o São Paulo, com o Alexandre Pássaro do departamento de futebol e do nosso presidente com o presidente Leco. Em momento algum, houve algum tipo de contato do São Paulo diretamente com o Sport. Óbvio que acompanhamos as informações, mas de forma oficial não houve absolutamente nada de um contato do São Paulo ou de qualquer outro clube sobre o Diego Souza”, afirmou, em entrevista ao programa +90, do Esporte Interativo, onde participo diariamente.

Alexandre Faria deixou claro também que não falou com o jogador, sobre o interesse do São Paulo. “Veja bem. Esse tipo de iniciativa, ela só pode ocorrer se houver um contato oficial. A gente tem uma relação espetacular com o Diego. Eu não canso de dizer que tive o prazer de trabalhar com grandes estrelas do futebol. O Diego tem um comportamento fora da curva em relação ao lado positivo dentro do clube. É agregador, positivo, trata todos os funcionários da melhor maneira possível. Óbvio que eu vou ligar para ele para lhe desejar Feliz Natal, mas em nenhum momento nós falamos sobre isso. Quando houve o interesse do Palmeiras, o processo foi o mesmo. Houve o interesse do Palmeiras, o Palmeiras conversou com o empresário do atleta e depois veio ao Sport. Só que eles não contavam com a vontade do Sport em mantê-lo. Se o São Paulo também teve essa iniciativa, nós não vamos polemizar, até porque há uma boa relação entre os clubes. Até o momento, o Sport não foi procurado. Conversei com o presidente três vezes sobre outros assuntos e não houve nenhum contato oficial do São Paulo com o Sport. Então, não tenho porque ligar para o meu atleta sobre isso”, ressaltou.

O dirigente ainda garantiu que o Sport fará o possível para segurar Diego Souza. “Sem dúvida, o nosso esforço será muito grande. Ele representa muito para nós, por tudo que eu já disse. Ele e o André foram responsáveis por quase 50% dos gols que nós fizemos na temporada. O Diego Souza foi convocado pela Seleção Brasileira jogando pelo Sport. Imagina o que representa para o Sport, ter um atleta disputando uma Copa do Mundo? Óbvio que o esforço será total na tentativa de manter o atleta. Claro que existe mercado, condições comerciais e multa no contrato. Tudo será conversado, se houver a abordagem oficial”, concluiu Alexandre Faria.

Diego Souza está com 32 anos. De 2014 a 2017, disputou 173 jogos e marcou 57 gols.

 


São Paulo disputa Rithely com Inter e Atlético-MG, diz empresário
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Alexandre Praetzel

O São Paulo tenta a contratação do volante Rithely do Sport. O tricolor está em negociação com os dirigentes do clube pernambucano e tem a concorrência de Inter e Atlético-MG. O interesse dos três times foi confirmado ao blog, pelo empresário de Rithely, Roberto Faustim.

“Tudo que eu te disser sobre São Paulo, Inter e Atlético-MG, não pode ser definitivo. As conversas são de clube para clube. Depois que houver o acerto com o Sport, eu resolvo a parte do jogador. Posso afirmar que Rithely dificilmente irá permanecer no Sport”, afirmou.

Faustim não quis colocar nenhum time em vantagem nas negociações. “Semana passada, ele estava muito próximo do Inter, mas na última hora, não houve acerto. O Rithely desperta o interesse de outras equipes, desde 2014, com bons números a cada temporada”, ressaltou.

Rithely está com 26 anos. Desde 2011, disputou 332 jogos e marcou 29 gols pelo Sport. Tem contrato até 2022.

No caso do São Paulo, o Sport deve R$ 4 milhões ao tricolor pela contratação do atacante Rogério, em 2016. A dívida poderia ser abatida com a ida de Rithely para o Morumbi, mais uma quantia em dinheiro.

O blog tentou contato com Raí, diretor-executivo do São Paulo. Ele atendeu o telefone, mas rapidamente disse que não poderia falar, desligando em seguida.


Kaká foi grande jogador e ídolo no Milan. Raí foi maior no São Paulo
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Alexandre Praetzel

Kaká se despediu dos gramados, nesta semana. Lembro do Rio-São Paulo de 2001, quando ele surgiu para o Brasil, marcando os dois gols do título são-paulino na vitória sobre o Botafogo. Tinha técnica, velocidade e poder de conclusão. Saiu cedo para a Europa e por oito milhões de dólares foi vendido ao Milan, em 2003. O São Paulo aceitou a quantia para não perdê-lo de graça. Hoje, na mesma situação, Kaká valeria 30 milhões de dólares, no mínimo. Na época, ainda não se negociava em euros. Pelo menos, com os clubes brasileiros.

Kaká jogou muito em Milão e foi campeão da Champions League e melhor do mundo, em 2007. Conquistas merecidas pelo que Kaká jogou naquela temporada. Em 2009, foi para o Real Madrid, mas nunca repetiu a performance do Milan. Enriqueceu, mas sofreu com as lesões e acabou ficando muito caro até para os madrilenhos, pelo custo-benefício. Voltou para o Milan e depois foi repatriado pelo São Paulo, durante a Copa do Mundo de 2014. Cobri sua apresentação de ídolo no Morumbi, com grande presença da torcida. Teve um desempenho razoável e contribuiu para o São Paulo chegar à Libertadores da América.

Em 2015, desembarcou no Orlando City e foi curtir a Major League Soccer, como grande nome e símbolo de uma construção de equipe. Cumpriu seus três anos de contrato e parou.

Na Seleção Brasileira, disputou três Copas do Mundo. Foi campeão em 2002, integrando o grupo, mas não conseguiu ser protagonista quando já era realidade nas outras duas Copas, com o Brasil caindo duas vezes nas quartas-de-final. Em 2010, atuou no sacrifício, como ficou comprovado depois. Uma carreira muito legal, sem dúvida.

Ontem, me perguntaram quem jogou mais: Kaká ou Raí? E quem foi mais ídolo no São Paulo?

Considero como critério para definir quem foi mais ídolo, a bola, títulos e história no clube. Assim, no São Paulo, Raí sobrou com um Brasileiro, cinco Paulistas, duas Libertadores da América e um Mundial de Clubes, batendo o grande Barcelona e com gol na decisão. Kaká ganhou o Rio-São Paulo e ficou três anos como profissional, somando as duas passagens. Sem comparações.

Kaká foi gigante no Milan, assim como Raí no Paris Saint Germain, guardadas as diferenças de grandeza entre as duas equipes. Os dois foram campeões mundiais pela Seleção, mas Raí chegou a ser titular e até capitão do time, perdendo a vaga e o posto, ainda na primeira fase do Mundial de 1994.

Então, para resumir. Raí entraria no meu time do São Paulo de todos os tempos. Kaká, quem sabe, na terceira formação.

Como jogadores, foram excelentes. Kaká está lá no hall da fama dos ganhadores da Bola de Ouro. Teve um currículo superior na Europa, mas ainda acho que Raí foi superior. Por muitos anos, vi e ouvi o debate se Raí jogou mais que Sócrates, seu irmão e craque. Talvez, não. Mas muito próximo. E Sócrates jogava muito mais que Kaká.

Opiniões à parte, deixo meus cumprimentos a Kaká, pela sua trajetória. Gostaria que ele continuasse jogando, mas a hora de parar só cabe a quem viveu grandes momentos dentro de campo.


Sobrinho de Raí prevê sucesso do tio, pede gestão coletiva e defende Cueva
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Alexandre Praetzel

Gustavo Oliveira atuou como diretor-executivo de futebol do São Paulo por duas oportunidades. A primeira, em 2013, e depois, em 2016, deixando o clube em setembro do ano passado. Filho de Sócrates e sobrinho de Raí, Gustavo concedeu uma entrevista exclusiva ao blog. No bate-papo, Gustavo acredita no sucesso do tio, pede mais trabalho coletivo nas gestões e defende a contratação do peruano Cueva. Confira a seguir.

Como viste a efetivação de Raí como diretor de futebol executivo do São Paulo?

Muito feliz. Por ele e pelo clube. O clube tem buscado uma referência, um lastro, e o Raí tem todas as condições de sê-lo. Além das qualidades intelectuais e éticas, é um apaixonado pelo clube. Estou certo do sucesso deste encontro, tanto que tentei promover esta aproximação ano retrasado, mas naquela oportunidade não foi possível.

Achas que ele corre risco de não dar certo no cargo, mesmo tendo sido um grande ídolo?

A condição de ídolo lhe confere apoio inicial, mas também aumenta a expectativa e as cobranças. A história recente do clube já demonstra isso. No futebol, a percepção de qualidade de um diretor é muitas vezes desconectada da real qualidade do trabalho. O resultado, por exemplo, influencia demais na avaliação. Se a bola entra, o trabalho é excelente. Se a bola bate na trave, o trabalho é péssimo. E são coisas que não se controlam totalmente, ganhar ou perder também é imponderável. Desconsiderando o resultado, é certo que o trabalho será bom. Agora, se vai ganhar ou não, impossível prever.

São Paulo se perdeu um pouco e hoje está atrás dos rivais?

Isto é cíclico. Períodos de conquistas são sucedidos por períodos de baixa. Assim é a história de todos os clubes grandes brasileiros. Acredito que o clube necessita de uma reflexão. De todos os agentes. Diretoria, atletas, torcida, profissionais de suporte, etc. Em 2017, parece que o torcedor se propôs a esta auto-reflexão. É um bom início.

Por que oito dirigentes, incluindo você, não conseguiram grandes sequências de trabalhos no clube?

Enquanto se acreditar que somente uma pessoa é herói ou vilão, esta situação não muda. O clube funciona com vários personagens. E todos são importantes. Cada qual com suas atribuições e responsabilidades. É uma obra coletiva. Todos ganham e todos perdem. Se toda vez que perder duas partidas se cortar uma cabeça, nada será construído ao longo do tempo.

É difícil trabalhar com o presidente Leco?

O ambiente interno do futebol é repleto de conflitos. Quando se administra os conflitos com lealdade, o caminho é bom. E lealdade é uma qualidade do presidente Leco.

Você acredita que o Cueva valeu o investimento na contratação dele?

Fico satisfeito de ter viabilizado o Cristian(Cueva) para o torcedor são-paulino. O momento era desafiador, pois já sabíamos que dificilmente o Paulo Henrique Ganso ficaria conosco. Precisávamos substituí-lo com pouco ou nada de dinheiro. Quando assisti o Cristian pela primeira vez, pensei: temos uma chance. Além do Cristian, orgulho-me de ter montado o time semifinalista da Libertadores com zero de investimento. Calleri, Maicon, e outros, todos por empréstimos gratuitos. De montar, também com baixíssimo investimento, o elenco vice-campeão de 2014 com Souza, Pato, Kaká. Sem se falar nos garotos como Thiago Mendes, Lyanco, Shaylon. Esta era minha obrigação e tentei fazer da melhor maneira.

Você sempre foi muito elogiado pelas negociações e trabalho, mas acabou saindo. Ficaste decepcionado?

Frustrado por não ver o amadurecimento do modelo de gestão e das estratégias propostas.

A demissão do Rogério Ceni te surpreendeu?

Acompanhei pouco. Eu já estava fora. O volume de informação que o público toma conhecimento do lado de fora é muito pequeno diante de todos os elementos para uma decisão.

Como vês uma gestão moderna hoje?

Esta resposta merece um livro(risos). Em poucas palavras, uma gestão moderna, atualmente no Brasil, se faz dividindo responsabilidade com o comando técnico(e não demitindo treinador na primeira intempérie), envolvendo os profissionais do clube de forma colaborativa(tomadas de decisão de forma coletiva), definição clara de atribuições e responsabilidade no Departamento de Futebol, facilitando a cobrança de resultados de cada profissional. E o mais importante, estratégia.

Vais assumir algum clube? Ainda pensas em voltar ao São Paulo, um dia?

2017 foi para mim um período de reflexão e estudo, além de prestar consultoria. Meu caminho mais provável deve ser a Europa.

Em 2016, o São Paulo foi semifinalista da Libertadores da América, com Edgardo Bauza como técnico e Gustavo Oliveira como executivo. O peruano Cueva foi contratado do Toluca-MÉX, time eliminado pelo tricolor. Sua vinda gerou discordância do diretor de futebol, Luiz Cunha, contrário à aquisição, pelos valores desembolsados.

Cueva custou U$ 2,5 milhões. Aos 26 anos, disputou 69 jogos e marcou 17 gols pelo São Paulo. Vai disputar a Copa do Mundo pela Seleção do Peru. Foi a maior contratação da gestão de Gustavo Oliveira.

 


Raí precisa de autonomia no SP. Risco de ser queimado é grande
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Alexandre Praetzel

A saída de Vinícius Pinotti do departamento de futebol foi absolutamente normal, para o momento do São Paulo. O cargo de diretor era maior que o próprio Pinotti, um cidadão cheio de boas intenções, mas com pouca experiência de gestão e vestiário. Se demitiu, após divergências com o presidente Leco.

Ora, alguém acha que terá super poderes, tendo Leco como mandatário? Claro que não. Não sejam ingênuos. O regime dos grandes clubes brasileiros é PRESIDENCIALISTA, assim mesmo, com letras maiúsculas. Quem manda é o presidente e obedece quem precisa.

Quero ver se Raí vai aceitar essa condição. Os dirigentes amadores não pensam duas vezes em queimar grandes ídolos dos clubes. A ciumeira é geral porque o ex-jogador é muito mais aplaudido e valorizado pelos sócios e torcedores. E os dirigentes não suportam ficar em segundo plano. Eles precisam brilhar.

Raí está entre os maiores nomes da história são-paulina. Só terá serventia, se puder implantar o que ele acha ideal. Se aceitar ser um coadjuvante, acatando todas as determinações do presidente, vai se desgastar e sairá. Já vi ex-atletas serem torrados sem dó, porque ganharam espaço demais e recebiam créditos pelas vitórias. Leco não permitirá isso. Lembrando que Raí já faz parte do Conselho de Administração tricolor.

Figueroa sofreu no Inter, em 1996. Era gerente de futebol, passou a treinador e o Inter reagiu na ocasião, no Campeonato Brasileiro. Caiu logo depois por ciumeira da diretoria.

Em 2010, Zico foi executivo do Flamengo e foi defenestrado do clube por pressão de um ex-líder de organizada e com forte apoio no Conselho Deliberativo. Durou quatro meses no cargo.

Citei dois exemplos de monstros sagrados que foram expurgados. Será que Raí vai correr esse risco, como Rogério Ceni? Afinal, o ex-goleiro serve como grande parâmetro para quem não quer passar pela mesma situação. Vamos ver.


Chape foi gigante. São Paulo não mereceu mais que 50 pontos
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Alexandre Praetzel

Terminou o Campeonato Brasileiro de 2017. Acompanhei a última rodada com total atenção. Comentei o empate entre Santos e Avaí, na Vila Belmiro. O time catarinense esteve vivo até o final, precisando de um gol para permanecer na Série A. Não conseguiu pela falta de qualidade dos seus jogadores. Volta para a Série B, com Coritiba, Ponte Preta e Atlético-GO.

O grande destaque foi a Chapecoense. Um ano depois da tragédia que vitimou diretoria, comissão técnica e elenco, a Chape está classificada para a pré-Libertadores e consegue sua melhor colocação nos pontos corridos, com a oitava posição. Um resultado espetacular por tudo que a Chape passou. Montou um grupo às pressas, conviveu com troca de treinadores e viveu a pressão de não ser rebaixada, porque esse era o grande desafio: não cair, depois de tudo. O trabalho merece ser enaltecido. É um recomeço de verdade. Vida longa à Chapecoense.

Entre as decepções, Atlético-MG e São Paulo ganharam de goleada. O Galo foi um arremedo de equipe, desde o início da competição. Teve três técnicos e conseguiu um pouco de regularidade com Oswaldo de Oliveira. Chegar à Libertadores, via G9, é protocolar, mas sem o que comemorar. Temporada ruim e torcida pelo Flamengo.

O São Paulo parou nos 50 pontos, mesma pontuação de 2013, quando também foi ameaçado de rebaixamento. Muito pouco, mas a realidade tricolor. A diretoria negociou bons valores em meio ao torneio e ainda demitiu Rogério Ceni, gerando insegurança no vestiário. Dorival Jr. assumiu sob pressão e com quase um time de contratações. Remontou a equipe, mas o sofrimento era esperado. Em nenhum momento, a Libertadores foi algo real, pelas atuações. Pelo G9, sim. Mas só por isso.

Nos últimos cinco anos, o São Paulo lutou contra três quedas. Esse papo de “time grande não cai”, é uma falácia. Planeja mal e brinca com o futebol, que a queda vem à galope. O torcedor foi o craque do ano, mas ele não entra em campo. É preciso ter consideração com quem apoiou em todos os momentos. Porque uma hora, todo mundo larga de mão. Não se brinca com o sentimento de quem paga ingresso. Que 2018 seja bem melhor.

Para fechar, parabéns ao Vasco, sétimo colocado e na pré-Libertadores e uma vaia para o Botafogo, que despencou nas rodadas finais, entregando uma vaga praticamente certa no torneio sul-americano.


Dorival indica e São Paulo tenta contratar lateral do Santos
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Alexandre Praetzel

O São Paulo já tem o nome para tentar solucionar a carência na lateral-direita: Victor Ferraz. O jogador foi uma indicação de Dorival Jr. Os dois trabalharam juntos no Santos e Victor Ferraz foi titular nas três temporadas em que Dorival comandou a equipe, em 2015, 2016 e 2017, quando deixou o clube.

Em 2017, o São Paulo improvisou Militão e Araruna na posição. Bruno e Buffarini tiveram lesões e não agradaram Dorival Jr.

O blog apurou que as negociações já foram iniciadas entre os dois clubes. Victor Ferraz está com 29 anos. Chegou ao Santos, em 2014, contratado do Coritiba. No Santos, disputou 170 jogos e marcou seis gols. Victor Ferraz tem contrato até dezembro de 2019.

O Santos passa por problemas financeiros e deve liberar alguns titulares, reduzindo a folha salarial. São Paulo e Santos já fizeram várias negociações entre si. A última foi a troca de Arouca por Rodrigo Souto, em 2010.


São Paulo não empolga para 2018. A torcida foi o melhor do clube em 2017
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Alexandre Praetzel

O São Paulo está livre do rebaixamento na Série A do Brasileiro. O tricolor somou 46 pontos e não corre mais o risco de cair. Algo a comemorar? Creio que não. O discurso de que time grande não cai é legal e correto, mas muito pouco para um clube gigante como o São Paulo. Em 2016, foi a mesma coisa. Sem esquecer de 2013, quando o São Paulo ocupou o Z4, durante todo o primeiro turno. Então, nos últimos cinco anos, o São Paulo viu a queda como algo possível em três temporadas. Se dirigentes e conselheiros não enxergam isso como algo real, estão fora da realidade.

O São Paulo precisa olhar para si mesmo e definir uma política de futebol, novamente. Fez isso a partir de 2004 e bateu tricampeão brasileiro, tricampeão da América e tri Mundial. Foram quatro anos gloriosos de 2005 a 2008. Aí, a soberba tomou conta da instituição. Críticos foram vistos como secadores e adversários definidos como inferiores. De 2009 a 2017, uma conquista de Copa Sul-Americana, em 2012. E só. Ficou distante das grandes decisões. Ano passado, foi semifinalista da Libertadores, mas não tinha qualidade e fôlego para superar o Nacional de Medellín. Foi longe demais.

O clube passou por uma profissionalização, mas não adianta ter executivos sem a competência necessária nos cargos corretos. No futebol, não há quem pense na formação de um grupo coerente e com opções criteriosas. Quem surge com talento na base, não esquenta lugar entre os profissionais. Imediatamente é negociado, como visto com David Neres e Luiz Araújo. Você ganha dinheiro, é verdade, mas a quantia se esvai rapidamente, quando gasta em reposições desnecessárias. O elenco são-paulino é um pouco acima do razoável.

Então, o que esperar de 2018? As vindas obrigatórias de um goleiro, lateral-direito, zagueiro, lateral-esquerdo, meias e atacantes. Pelo menos, sete reforços. E segurar os bons como Rodrigo Caio, Jucilei, Petros, Hernanes(difícil), Marcos Guilherme e Lucas Pratto. Cueva serve, mas precisa definir se quer permanecer ou não. Se não houver a possibilidade de mantê-los, que os substitutos sejam à altura. O que não dá mais é o São Paulo ser coadjuvante nos torneios. Só para lembrar, não ganha o Paulista há 12 anos. O Estadual sempre foi menosprezado nos anos de glórias e participações garantidas na Libertadores. Hoje, parece, é o único campeonato que o São Paulo pode ganhar. Tem que mudar esse quadro. E agradecer aos torcedores. Os melhores do São Paulo em mais uma temporada fraca dentro de campo.

 


Santos não fez o que o Palmeiras percebeu
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Alexandre Praetzel

O Santos tem time e elenco para jogar mais do que vem apresentando. Agora, desde que Levir Culpi assumiu, o Santos viveu de bons resultados, bem superiores às atuações. Fez uma boa partida contra o Corinthians, na Vila Belmiro, e só. Não sou a favor de interromper trabalhos, mas Levir não trouxe nada de novo e ainda é ironizado pela falta de treinamentos táticos no dia a dia.

O Santos sobrevive pelas suas individualidades e pelo goleiro Vanderlei. Quando enfrenta um adversário ajustado, a derrota é provável. Foi assim diante do São Paulo, pressionado pela ameaça de rebaixamento. Levir entrou com três volantes, numa semana onde mais uma vez não houve treinos específicos. Alison fez um bonito gol, é verdade, mas foi deslocado para o lado direito numa segunda linha e Hernanes jogou solto, mandando no meio-campo. Dois passes e dois gols e com espaços generosos para os contra-ataques. Além disso, Renato visivelmente sem ritmo e Lucas Lima ausente da partida, tecnicamente. O São Paulo venceu e mereceu.

O Santos deveria ter trocado o treinador, assim como o Palmeiras fez. O Verdão percebeu que Cuca estava entregue e preferiu dar uma chance ao interino Alberto Valentim, com um sopro de esperança para buscar o Corinthians. A diretoria poderia fazer o mesmo, deixando Elano no comando, até o final da temporada.

Modesto Roma Jr. está sozinho, em campanha pela reeleição. Levir está pensando na proposta do Gamba Osaka do Japão para 2018, preocupado também com a imprensa e as piadas nas coletivas. Os jogadores tomaram conta do vestiário, adotando também uma lei ridícula do silêncio. Só um milagre para manter o Santos na briga pelo título. Com tudo isso, ainda está em terceiro lugar, muito mais pelo grupo do que qualquer outra coisa.