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Lateral do Palmeiras pode ser emprestado para a Chapecoense
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Alexandre Praetzel

O Palmeiras pode ceder o primeiro jogador por empréstimo à Chapecoense. O blog apurou que o Verdão foi procurado pelos catarinenses, que seguem sua busca por reforços para remontar seu grupo de jogadores, após a tragédia aérea na Colômbia.

O pedido foi por João Pedro. O lateral-direito foi reserva durante toda a temporada, disputando apenas uma partida como titular. Em 2017, a situação deve se repetir com a presença de Jean e a provável permanência de Fabiano, emprestado pelo Cruzeiro. Se João Pedro acertar valores, o Palmeiras irá liberá-lo.

O Palmeiras foi elogiado pelos dirigentes da Chape por ser um dos clubes que está ajudando bastante, não só com a possibilidade de negociações de atletas.

Até o momento, a Chapecoense contratou o zagueiro Douglas Grolli do Cruzeiro. Ele disputou o Brasileiro pela Ponte Preta.

 

 


Executivo da Chape prevê “loucura” no primeiro jogo e time “forte” em 2017
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Alexandre Praetzel

Vinte dias depois da tragédia aérea que vitimou a Chapecoense, o clube tenta se reestruturar o mais rápido possível. Um novo presidente foi escolhido e o técnico Vágner Mancini contratado para comandar a nova equipe. Na execução do departamento de futebol, o responsável será Rui Costa. O ex-diretor do Grêmio conversou com o blog com exclusividade e expôs as dificuldades e desafios para recolocar a Chapecoense em campo, com um calendário recheado de grandes competições, em 2017, e com o forte apelo da comunidade, esperando rever o time do coração. Acompanhem abaixo.

Modelo de reestruturação da Chape

“É um modelo voltado para a identificação do perfil do trabalho do clube, implantado há quatro anos. Orçamento, contratações. Sempre respeitei bastante esta filosofia. É preciso fazer uma integração muito grande. Puxar um ex-jogador para a gerência e ter como convicção o que eu penso e manter o padrão competitivo. É um grande desafio que nunca foi enfrentado no Brasil. Uma reconstrução para contratar mais de dez atletas em 20 dias. Muito complicado. Não tem que contratar só um jogador para cada posição. São dois ou mais por posição. Trabalho muito próximo com o jurídico pelos grandes números de contratos, também”.

Ajuda de outros clubes

“Alguns clubes estão ajudando concretamente. Não na quantidade que muitos anunciaram. É um processo do nosso lado. Estamos escolhendo o que nós queremos e não abrimos mão disso. Não estamos com qualquer lista de jogador que não será aproveitado em outros clubes. Se fosse assim, já teríamos 25 reforços. Terão que se enquadrar num orçamento muito rígido. Cruzeiro, Palmeiras, Sport e Atlético-MG estão com gestos diferentes de apenas ceder jogadores. O São Paulo também com a possibilidade de nos emprestar o meia Daniel, mas não podemos esperar muito tempo. Quando tem ajuda, é de qualidade a partir do nosso planejamento”.

Jogadores querem atuar na Chape

“Sinto que sim. Tenho falado com jogadores de todos os patamares. Jovens, de certa experiência no futebol, de mais idade, até na Europa. Tem que discutir tudo na parte financeira. Estão falando comigo com sinceridade. Quase todos mostram entusiasmo em jogar aqui. São profissionais e levam em conta algumas situações financeiras, algo que acho normal”.

Será difícil não ser rebaixado

“Te diria que vamos lutar muito para montar uma equipe competitiva. Com esse cenário, devemos ficar longe disso. Agora, toda reestruturação é complicada. Você chega no vestiário com vários jogadores que nunca jogaram juntos em três meses. Não será fácil para o Mancini. A prioridade é sermos competitivos. Gostaria de conquistar títulos, mas temos a racionalidade de sabermos que precisamos ter um time capaz de fazer uma boa pré-temporada e termos um grupo competitivo de qualidade e quantidade”

Clima na cidade

“No primeiro dia que eu entrei na cidade foi impressionante. Percebia a tristeza das pessoas na rua. Convivendo mais, as pessoas conversam contigo com esperança. Começam a sorrir, pensar no time, falar de futebol. Volta a fazer parte da rotina de uma forma mais participativa. A memória e honra ficarão eternizadas. Os sentimentos estão migrando para ver o time voltar à campo. A vida tem que continuar e a mudança para uma energia maior vai nos ajudar bastante”.

Primeiro jogo em 2017

“O jogo será uma loucura. Estádio cheio, uma emoção que eu nunca tenha sentido no futebol. Só o fato de o time entrar em campo, fardados como profissionais da Chape, será uma loucura. Será a primeira vitória, sem dúvida”.

Traumas

“Não podemos confundir entusiasmo com a capacidade de fazer a leitura correta das coisas. Nunca vamos comparar jogadores que se foram com os próximos. Esse é um ano de transição em que a gente pode ser submetido a grandes desafios, grandes provas. Início complicado. Acho que conseguiremos passar por esses desafios, mas a partir da entrada em campo, a cobrança será a mesma. Não pode achar que está tudo errado. É preciso entender o que está sendo reconstruído”.

A Chapecoense contratou o zagueiro Douglas Grolli, do Cruzeiro, até o momento. O meia Daniel do São Paulo deve ser o próximo reforço. A diretoria pediu à Federação Catarinense o adiamento da sua primeira partida no Estadual para a segunda semana de fevereiro. A Chape vai disputar o catarinense, Libertadores da América, Recopa Sul-Americana, Copa do Brasil, Primeira Liga e Série A do Brasileiro, em 2017.

 


Clubes prometem proteção à Chape. Quero ver para crer
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Alexandre Praetzel

A tragédia com a Chapecoense abriu os corações dos dirigentes brasileiros em prol do clube catarinense. Surgiram vários discursos e entrevistas com medidas de ajuda e apoio ao co-irmão. Empréstimo de atletas e salva-guarda de três anos à Chape contra o rebaixamento na Série A.

Acho tudo isso válido e interessante, mas quero ver para crer. A união dos dirigentes brasileiros é pedida e solicitada há anos, no futebol brasileiro. Os clubes têm a força, mas parece que nossos mandatários não ligam para isso.

Vejam a Primeira Liga. Um movimento pequeno que recebeu aplausos e elogios pela tentativa de ser independente da CBF. No entanto, por rusgas sobre cotas de TV, já entrou em crise, com as saídas de Coritiba e Atlético-PR. O próprio mentor, Romildo Bolzan Jr., jogou a toalha, após tantas discussões em detrimento do bem comum.

Claro que agora é um sentimento diferente, com o lado humano superando qualquer situação. Só que muitos ainda colocam o lado torcedor na frente de outras convicções.

Se a proteção à Chapecoense passar no Conselho Técnico da CBF, serei o primeiro a bater palmas. Agora, conhecendo os comandantes do futebol brasileiro, é preciso esperar também por São Tomé. Ver para crer.


Goleiro da Chape guarda mensagens do grupo por aniversário antes da viagem
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Alexandre Praetzel

Marcelo Boeck é um dos goleiros da Chapecoense. Aos 32 anos, comemorados no dia 28 de novembro, Marcelo não embarcou com a delegação para Medellín, porque havia pedido dispensa para comemorar o aniversário, em Chapecó. Convivi com Marcelo no Inter, desde sua ascensão ao profissional, em 2005. Em entrevista ao blog, Marcelo relembrou a convivência e os bons momentos com os companheiros de clube. Leia abaixo.

Momento mais lembrado com o grupo

“Sempre é o convívio. É aquilo que faz a gente ser o melhor grupo, a melhor pessoa, porque esse grupo não convivia só na hora dos treinos, jogos, concentrações, mas convivia fora de campo. Hoje, quando acontece uma tragédia dessas, é muito fácil falar que o grupo era especial, maravilhoso e tal, porque a gente tem esse sentimento, mas na verdade era isso que acontecia por causa desse convívio, respeito, alegria. Confesso que só consigo comparar o grupo do Inter de 2006, o tanto convívio que tivemos fora de campo. Seja aniversário dos filhos, almoço, janta, seja as esposas, os filhos, tudo aquilo que envolve. Tinha um grupo de jogadores que marcou uma viagem de férias para Punta Cana, tamanho era a afinidade e intimidade do grupo. Então, são aqueles momentos que a gente tem uma conquista, estamos juntos, mas depois que acaba o jogo, também estamos juntos fora de campo. Esse é o momento mais lembrado do grupo. O meu momento pessoal é porque segunda-feira eu estava de aniversário e antes deles embarcarem no voo, todos me mandaram as felicitações e os parabéns pelo meu aniversário e eu vou ter isso guardado sempre. Não vou apagar, não vou sair do grupo, vou manter essas mensagens porque essas lembranças que eu quero ter deles. Uma lembrança de alegria, de respeito e de uma grande amizade. Para mim, é essa imagem”.

Convivência num time que estava na sua melhor fase

“Aqui na Chapecoense encontra-se um grupo de pessoas que tiveram história no futebol e queriam ajudar esse clube a se tornar uma potência no Brasil. Outros que viveram uma fase pior nos últimos anos e a Chapecoense deu uma nova oportunidade e jovens que queriam aparecer no cenário nacional. Todos com o mesmo intuito e com o mesmo objetivo. Muitos deles vivendo o melhor momento das suas vidas, já com pré-contratos assinados com grandes clubes, renovações, permanências, fazendo com que a Chapecoense chegasse no melhor momento da história. Esse convívio fazia com que todos aqui tivessem uma motivação, um foco muito grande e uma empolgação de fazer, não só o clube, mas essa cidade que se envolve e merecesse essas conquistas. Era um grupo que muito fez e muito ficará marcado por causa disso”.

Reconstrução da Chape

“Eu particularmente, vejo a reconstrução como uma parte daqueles que ficaram. Acho que se Deus deu uma oportunidade para cada um nós ficar por aqui, é primeiro para não deixar esquecer o legado deixado por aqueles que partiram, fazer lembrar sempre. Para aqueles que virão para cá, a reconstrução de um elenco, um clube, todos têm que saber que para vir para a Chapecoense é com esse perfil de uma humildade, abraçando o projeto, a idéia do clube, fazendo com que você se enquadre dentro desse projeto e não o clube dentro de um projeto pessoal. Mas muito da comunidade, dos outros clubes do Brasil, acho importantíssimo. Lembro que na Europa, nos nove anos que eu estive lá, o Borussia Dortmund teve um momento em que iria decretar falência, iria fechar. Já foi campeão da Champions, é a maior média de público do mundo nos estádios e o Bayern Munique, maior rival deles, foi lá e pagou todas as dívidas. Isso fez com que o Borussia Dortmund hoje pudesse jogar até finais novamente, ter jogadores que têm, ser o que é hoje também. A gente se compara muito à Europa e queria ser como a cultura, os princípios europeus hoje, esse momento da Chapecoense é um grande momento para isso. Fazer com que o clube não seja rebaixado nos próximos três anos, emprestar jogadores, dar a solidariedade, apoio e o consolo necessário para que esse clube, de tão pouco tempo e cresceu dessa maneira, agora consiga receber todo esse apoio e se manter aqui”.

Marcelo pretende seguir na Chapecoense e trabalhar pela reconstrução do clube.


Técnico da ascensão da Chape pede foco no apoio humano e familiar
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Alexandre Praetzel

Gilmar Dal Pozzo foi o técnico da Chapecoense nos dois acessos consecutivos da Chapecoense, em 2012 e 2013. Aos 47 anos, viveu profundamente a ascensão do clube, com diretores e comunidade. Discípulo de Tite, o ex-goleiro pediu apoio total aos familiares e amigos, neste momento difícil. Acompanhem a entrevista exclusiva ao blog.

O que a Chape representou na carreira

“Eu devo minha ascensão profissional por conta da minha passagem na Chapecoense. Foram dois anos de conquistas, de acessos. Sou o único técnico brasileiro que tem dois acessos na mesma equipe, no mesmo clube. Profissionalmente, representa a minha ascensão profissional, o meu crescimento na carreira, mas o que mais representa na Chapecoense, é uma história bonita de família, que a gente deixou um legado lá. A cidade, quando tu chegas em Chapecó para trabalhar, o povo de Chapecó abraça os profissionais e a gente construiu uma família. Eu determino a Chapecoense como uma família. Outros técnicos e profissionais que passaram lá, seguiram nessa mesma linha. Por que? Porque aqueles diretores e os que ficaram, representam muito família. A cidade é muito receptiva. Eu tenho o sentimento ainda mais forte porque eu nasci próximo de Chapecó, numa cidade chamada Quilombo. Então está no meu sangue a região de Chapecó. Representa muita coisa na minha vida profissional e na minha vida familiar, no lado humano também”.

Contatos com colegas e dirigentes na trajetória da Chape

“Na verdade, meu último contato foi com o presidente Sandro Pallaoro, no sábado. O presidente me ligou por conta de uma notícia também triste, que faleceu a esposa do Maringá, diretor de futebol e ex-atleta na Chapecoense. Uma figura importantíssima naquele processo de ascensão da Série C para B e da B para A. Então, o Sandro estava em dúvida se viajaria direto de São Paulo ou ia participar do velório ou enterro com o amigo. Ele estava nessa dúvida e no sábado a gente estava conversando sobre isso e falando mais desse assunto, não propriamente do futebol. Mas ele tinha essa dúvida se ele iria viajar ou acompanhar o amigo”.

Reconstrução da Chape

“De fato, não sei te responder essa pergunta. O que vai ser. Só vejo que nós temos que ajudar, contribuir. Eu pelo menos vou fazer isso. Estou indo à Chapecó para ficar com os familiares e pessoas próximas que marcaram minha vida. Nesse momento, nós temos que dar esse abraço, essa força, calor humano, esse lado sentimental nosso. Depois, a projeção do clube, todos nós de alguma forma temos voz ativa e a sensibilidade de todas as classes, inclusive da imprensa também, sugerindo, tentando reerguer a Chapecoense. Mas isso é um assunto para depois. A nossa preocupação, minha preocupação, da minha família nesse momento, é pelo menos dar força aos familiares, às pessoas que ficaram e estão preocupadas com isso e precisando dessa força amiga”.

O que mais te marcou na Chape

“Foi a organização, gestão. O clube é muito organizado, muito simples. É uma diretoria que não tinha oposição. Os diretores muito simples na figura do presidente. A comunidade abraça os profissionais. Eu posso definir que a Chapecoense é uma família. Por isso que ficará essa lembrança bonita da Chapecoense, na memória de todos nós. De quem teve a oportunidade de trabalhar dois anos na Chapecoense, participar dessas pessoas boas, queridas, que são de índole, de caráter. E as pessoas também que não participaram diretamente, têm uma simpatia e abraçaram a Chapecoense como um segundo clube. Eu vejo que hoje, o estado de Santa Catarina, região de Chapecó, Brasil e o Mundo estão sensibilizados por tudo que aconteceu porque é um clube muito simpático e querido por todos. Então, ficará na memória de todos, essa imagem bonita da Chapecoense”.

Mensagem que deixas

“Eu penso que a imprensa é muito importante na questão de buscar informações das causas do acidente, da projeção do clube em relação a tudo que vai acontecer. Tudo isso é compreensível, mas gostaria que as pessoas pensassem o lado humano e se falasse bastante também nesse lado humano de ajudar, principalmente os familiares, a própria Chapecoense. Queria pedir que as pessoas ajudassem com mensagens, sugestões, de ajudar os familiares. Eu me coloco no lugar desses profissionais da imprensa, como os atletas, todo mundo que estava nesse voo. Saíram da casa deles para trabalhar e não voltaram mais. A Chapecoense é um exemplo de conquista e gestão. Positivo para pessoas, clubes. Então, uma mensagem de força e apoio para todos, nesse momento”.

Gilmar Dal Pozzo é o novo técnico do Ceará. Começa seu trabalho, em janeiro de 2017.


Força Paulo Paixão. Meus sentimentos.
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Alexandre Praetzel

Acordei neste dia 29 de novembro com a tragédia da Chapecoense. Um momento triste para a vida, futebol e o jornalismo esportivo. Ali estavam entrevistados recentes por mim como Caio Jr., Cléber Santana e Bruno Rangel, além do assessor de imprensa, Cleriston Silva, sempre atencioso comigo.

Entre tantas perdas, o esporte perdeu um grande profissional como Anderson Paixão, filho do professor Paulo Paixão, outra grande figura. Vi Anderson começar como estagiário no Grêmio, auxiliando o pai. Acompanhei sua trajetória no Grêmio, Inter, Chapecoense e o ápice na carreira, chegando à Seleção Brasileira.

Anderson nos deixou aos 37 anos, cheio de vida e eternamente comprometido e motivado com a profissão. Cada vez que nos encontrávamos, trocávamos abraços e relembrávamos momentos curiosos e engraçados das nossas carreiras. Sempre fazendo referência ao pai Paulo Paixão, também entrevistado por mim, inúmeras vezes.

Cara do bem. De uma família vitoriosa no futebol e na vida. Deixo minhas condolências e sentimentos a eles. Em 2002, o irmão Alessandro partiu, aos 25 anos. Professor Paulo Paixão, força e receba meu abraço.

Registro também todos os meus sentimentos aos colegas de jornalismo presentes no voo e a todos os seus familiares.

 


Homenagem a Cléber Santana. Minha entrevista do último sábado.
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Alexandre Praetzel

Neste momento, publico a entrevista que fiz com Cléber Santana, no último sábado, antes da viagem da Chapecoense para São Paulo, onde enfrentou o Palmeiras, domingo. Minha homenagem ao jogador. Leia abaixo.

Chapecoense na final da Sul-Americana

“Fomos passando de fase e a confiança foi aumentando. Passamos do Cuiabá e depois vieram as fases seguintes. Dentro do Brasileiro, também fomos conseguindo os resultados e o nosso principal objetivo era a permanência na primeira divisão. Conseguimos e a Sul-Americana veio vindo, aumentando a confiança e fomos passando de fase. Hoje, chegamos à final. Um feito inédito, maravilhoso para o clube e para nós jogadores e para todo mundo da Chapecoense. Parabenizar a todos”.

Time pronto para ser campeão

“Sem dúvida. Estamos preparados. Não chegamos aqui por acaso. Chegamos por merecimento, capacidade, trabalho árduo, respeitando os adversários. Com muita humildade, conseguimos chegar à final e estamos preparados para sermos campeões. Se Deus permitir, tenho certeza que isso vai acontecer”.

Decisão fora de Chapecó

“A minha preferência e de todo o grupo era decidir em casa. Passamos todas as fases decidindo em casa e infelizmente na fase final, não vamos podemos jogar em casa. O Couto Pereira foi definido agora, é a nossa casa. Independentemente do local, estádio, se trata de uma final. Que a gente faça do Couto a nossa casa e possamos ser campeões”.

Reencontrou o futebol na Chapecoense

“Sem dúvida. Estou num momento maravilhoso. Encontrei um grupo e um clube espetacular. Todos me receberam de braços abertos, diretoria, comissão técnica, torcedores. Acho que isso é muito importante. Um clube que te dá todas as condições de trabalho, estrutura espetacular, onde o atleta só se preocupa em jogar futebol. Quando a gente encontra esse grupo assim, as coisas só tendem a acontecer positivamente. Estou muito feliz, num momento maravilhoso, muito bacana e espero seguir assim , dando sequência e poder ajudar os meus companheiros, sabendo que isso é recíproco. Estou muito feliz”.

Mudança de patamar para a Chapecoense

“Vejo a Chapecoense crescendo a todo o momento. Cada dia que passa, semana e mês, a Chapecoense cresce em todos os sentidos. Estrutura, campos de treinamentos, nosso estádio com uma condição muito boa. Nosso REFIS, parte de fisioterapia, profissionais espetaculares, fisiologia. Então assim, é um clube que te dá estrutura maravilhosa, além dos salários e premiações em dia. São muito corretos. Isso é muito bacana e vejo a Chapecoense crescendo a todo o momento. Acho que não é à toa que está chegando à final da Sul-Americana. Torço por isso e estarei acompanhando o crescimento da Chapecoense a cada momento”.

Confronto com o Palmeiras

“Um confronto de uma competição diferente da que jogamos quarta-feira. Agora, com o Palmeiras, um time que busca um título. Espero que a gente possa fazer um grande jogo, quem sabe sair de lá vencedor. O Palmeiras precisa de um empate para ser campeão e nós também temos nossos objetivos de chegar ao G6. Hoje, estamos com 52 pontos e espero que a gente possa conseguir isso dentro da Arena do Palmeiras. Do jeito que eles têm objetivos, nós também temos os nossos. Se Deus permitir e tudo correr bem, vamos em busca da vitória, neste domingo”.

Deixo meu registro e agradecimentos ao assessor de imprensa da Chapecoense, Cleberson Silva, sempre atencioso e prestativo em todos os contatos. Descansem em paz.


Caio Jr. sonha com a S.Americana e está pronto para qualquer time do mundo
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Alexandre Praetzel

A Chapecoense começa a decidir uma vaga na final da Copa Sul-Americana, nesta quarta-feira, contra o San Lorenzo, em Buenos Aires. O técnico Caio Jr. conversou com o blog com exclusividade sobre a tentativa do título histórico, a situação dos técnicos brasileiros e sua preparação para treinar qualquer equipe do futebol mundial. Acompanhem abaixo.

Chapecoense tem time para ganhar a Sul-Americana

“A grande vantagem deste grupo que eu assumi, é que esses jogadores já tiveram uma experiência muito importante, em 2015, caindo nas quartas-de-final para o River Plate-ARG, ganhando uma partida deles. Então, isso gerou muita bagagem, culminando com a eliminação do Independiente-ARG, um time fortíssimo este ano. Empatamos com eles e ganhamos nos pênaltis, em Chapecó. Agora, passamos pelo Júnior Barranquilha da Colômbia. Estamos provando dentro do campo. Óbvio que o San Lorenzo é uma equipe forte, mas todas essas experiências e o fato de jogar o segundo confronto em casa, nos credencia sim para irmos à final. Eu acredito muito nisso”.

Modelo de jogo e trabalho 

“Trabalhei praticamente ao longo deste campeonato e nas últimas equipes que dirigi, num 4-2-3-1 ou 4-1-4-1. São os sistemas mais modernos, mais atualizados, onde você tem variações táticas em função dos jogadores que estão à disposição. São realmente esses os modelos. É um modelo de trabalho moderno, atualizado, trabalho sempre com uma comissão técnica de alto nível, que engloba todas as funções. A função do analista é fundamental. Trabalho muito com vídeo, as edições do adversário da nossa equipe para que você consiga fazer com que o jogador entenda visualmente a evolução do time, o acerto e também o adversário. A fisiologia e a psicologia e todas as áreas importantes do futebol, eu uso muito. Acredito que nesses últimos dez anos, evoluí muito. Há dois anos, acompanhei o Ancelotti no Real Madrid, por uma semana. Isso foi importante para ver que eu estava no caminho certo, com uma linha de trabalho. Acho que o Guardiola tem uma linha também que me chama muita atenção e sigo algumas idéias, principalmente, em relação aos jogos reduzidos, que você consegue fazer o principal no futebol moderno. Perdeu a bola, pressiona. Ganhou a bola, abre. Cria uma amplitude para que a equipe dificulte para o adversário marcar. São dois pontos principais que me baseio nos treinamentos. Sempre com treinamentos voltados para o desenho da equipe e objetivos práticos onde os jogadores tenham satisfação e prazer em trabalhar. Não poderia estar melhor. Eu realmente me sinto no melhor momento da minha carreira”.

Passagem pelo exterior trouxe algo diferente  

“Claro, sem dúvida. Aprendi muito no exterior. Foram ao todo, nestes últimos dez anos, mais de cinco anos e meio trabalhando em países diferentes. No Japão, aprendi muito a organização do trabalho com os japoneses. Ali, abri muito minha mente em relação a isso. Eles são inigualáveis em termos de organização, disciplina no trabalho. Depois, passei pelo Qatar. Ganhei três títulos no Al Gharafa. Convivi com vários treinadores estrangeiros de diferentes países. Troquei muitas idéias e isso me abriu outros caminhos também. Nos Emirados Árabes, duas passagens pelo Al Jhazira e Shabab, também fui campeão nas duas equipes. Sou considerado um treinador muito respeitado no mundo árabe. Foram três clubes diferentes e cinco títulos. Meu mercado lá é de alto nível. Foram três clubes grandes e está sempre aberto com a possibilidade de eu voltar. A relação com treinadores europeus e asiáticos, onde você troca idéias, observa treinamentos, observa idéias de jogo, conceitos de trabalho em que você sempre aprende alguma coisa e evolui com certeza. Foram experiências fantásticas na minha vida. Isso é o mais importante”.

Contra técnicos estrangeiros no Brasil

“Pelo contrário. Sou totalmente a favor. Eu mesmo fui treinador em três países diferentes e fui jogador em Portugal. Sempre fui muito bem tratado. Acho que é salutar, é importante essa troca de idéias e informações. A gente vê como é difícil ser treinador no Brasil. Os que passaram por aqui tiveram muitas dificuldades. Não conseguiram se firmar. Isso valoriza mais os treinadores brasileiros”.

Momento dos técnicos brasileiros

“A Copa do Mundo, principalmente o jogo contra a Alemanha, gerou uma situação muito negativa. Eu estava fora do país, naquele momento, e senti claramente isso. Gerou uma desconfiança, uma imagem que não é a real. Foi apenas um jogo, uma situação pontual, mas refletiu muito no mercado. A maioria dos treinadores que estavam fora do país, voltou. Inclusive, nos Emirados, onde eu estava, não tem nenhum treinador brasileiro trabalhando, o que é ruim. Muito em função dessa situação, que já está mudando. Acho que com a chegada do Tite à seleção, a imagem já mudou completamente. Conquistamos a Olimpíada, algo muito positivo também. Vejo também uma geração de treinadores muito boa. Modernos, atualizados. O que nós precisamos é de formação. A CBF agora tem uma certa preocupação com cursos, mas não tem como comparar à formação dos europeus, que é uma obrigatoriedade de dois anos. Eu mesmo fiz o curso principal da Ásia, em Dubai, com instrutores ingleses e alemães. Me deu uma possibilidade de evoluir, aprender. Acho que é muito importante a formação. Os que estão começando deveriam ter uma obrigatoriedade de alguns anos, de ciclos, para que você chegue a uma primeira divisão. O grande problema do Brasil é que qualquer pessoa ou ex-jogador pode ser treinador da noite para o dia. Isso é o nosso grande problema”.

Perdeu espaço nos clubes grandes ou não

“Na verdade, minhas passagens pelos clubes grandes foram ótimas no Brasil. Como não aconteceu um título, talvez não tenham sido lembradas. Pelo Flamengo, eu fiquei em quinto lugar no Brasileiro. Foi uma temporada espetacular. É só você pegar os últimos dez anos e ver quantas vezes o Flamengo ficou entre os cinco primeiros. No Botafogo, ficamos entre os quatro primeiros o campeonato inteiro e se criou uma expectativa acima da média. Montei uma equipe que no ano seguinte deram sequência com o Oswaldo Oliveira e fizeram outro Brasileiro maravilhoso. Foram campeões carioca e classificaram para a Libertadores. Vários jogadores foram para a seleção brasileira com o meu comando. Até hoje sou lembrado com muito carinho por torcedores do Botafogo e Flamengo. No Palmeiras, foi meu segundo trabalho, depois de levar o Paraná Clube à Libertadores. O clube estava numa situação financeira terrível. Não contratamos praticamente ninguém de renome. Ficamos em segundo lugar uma grande parte do campeonato. Na reta final, perdi o Valdívia e não conseguimos a classificação para a Libertadores, mesmo sempre no grupo de cima. Foram trabalhos de alto nível e que eu me orgulho muito. Obviamente, eu evoluí muito mais nesses últimos dez anos e me sinto muito mais preparado para dirigir qualquer equipe do Brasil e do mundo. É o meu melhor momento. Assim como estou na Chapecoense com muito orgulho, posso escolher onde trabalhar por tudo o que eu conquistei, financeiramente. Tenho esse orgulho depois de tanto trabalho e dedicação. Escolhi a Chapecoense porque sabia que era um clube sério, organizado e poderia dar certo ao meu perfil e minha maneira de trabalhar. Espero que eu conquiste os objetivos finais que ainda não conseguimos. Tentar a melhor colocação da história do clube no Brasileiro e chegar à final da Sul-Americana. Realmente é um sonho e temos a possibilidade disso”.

2017

“Só vou pensar em 2017, a partir de dezembro, quando terminar a temporada. Minha cabeça está em terminar a temporada da melhor maneira possível com a Chapecoense. Aprendi que no futebol as coisas acontecem ao natural. O importante é se dedicar e dar o máximo, no momento que você está vivendo e trabalhando num clube. É isso que estou fazendo na Chapecoense e vou fazer até o meu último dia de trabalho nesse ano”.

Caio Jr. está com 51 anos. Seu principal título no futebol brasileiro é o campeonato baiano de 2013, com o Vitória. Na Série A, a Chapecoense é 11ª colocada com 43 pontos e permanecerá mais um ano na primeira divisão.


Bruno Rangel sonha com título da Sul-Americana e ainda busca time grande
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Alexandre Praetzel

A Chapecoense representa o Brasil, nas semifinais da Copa Sul-Americana. A equipe catarinense enfrentará o San Lorenzo da Argentina, decidindo a vaga na final, em Chapecó. Um dos destaques do time é o centroavante Bruno Rangel. Aos 34 anos, segue fazendo gols e chamando a atenção, apesar de nunca ter jogado num grande clube. Em  entrevista exclusiva ao blog, Bruno falou sobre isso e as pretensões da Chapecoense, nesta reta final da temporada. Leia abaixo.

Chapecoense tem equipe para ganhar a Sul-Americana

“A gente sabe que é bastante difícil, mas o time fez um grande jogo contra o Júnior de Barranquilha. Já tinha sido um resultado histórico diante do Independiente-ARG, então podemos sonhar. Claro que com os pés no chão. Até pouco tempo atrás, ninguém imaginava chegar onde chegamos. Graças a Deus, estou no clube desde 2013, com uma pequena saída para o exterior. Participei dessas campanhas belíssimas. Dentro do equilíbrio do torneio, dá para dizer que temos sim”.

Jogo contra o Corinthians

“Um jogo importante porque ainda corremos um pequeno risco de rebaixamento no Brasileiro. Nosso treinador não definiu a equipe por causa do desgaste de quarta-feira com muita chuva e campo pesado. Mas sabemos que sempre é complicado jogar com o Corinthians. Eles precisam do resultado porque brigam por Libertadores e a gente quer chegar logo nos 45 pontos. Um passo de cada vez. Deixamos para pensar na Sul-Americana de novo, a partir deste domingo”.

Vale a pena jogar na Chapecoense

“Estou encerrando minha quarta temporada aqui. Em 2014, saí por seis meses e voltei. Graças a Deus, é um trabalho de crescimento ao longo desses anos e que já ficou na história. Vale a pensa sim pelo projeto, a cidade é bacana, minha família gosta muito daqui. Salário em dia, dá segurança. Encerro meu contrato em dezembro e passa um filme já”.

Centroavante à moda antiga

“Pessoal comenta direto isso comigo. Acredito bastante no trabalho. Sou centroavante de área mesmo, desde o começo. Ao longo dos anos, evoluí taticamente, saindo um pouco também para buscar o jogo e colaborar com a equipe. Importante é poder marcar os gols e contribuir. Graças a Deus, está sendo possível”.

Nunca atuou em time grande

“Todo jogador sonha em atuar numa equipe de ponta, com grande expressão, disputar títulos. Sou bem feliz aqui. Esse ano me tornei o maior artilheiro da história da Chapecoense. Fomos campeões estadual, estamos brigando na Sul-Americana, então isso também satisfaz. Agora, sinceramente tem situações no futebol que fogem do nosso conhecimento. Existe preconceito com idade, por não ter empresário, mas eu me sinto preparado e me cuido muito. Temos o Ricardo Oliveira em alto nível. O Zé Roberto não é da posição, mas é um grande exemplo também. Tantos outros aí na Série A. Deixo o futuro nas mãos de Deus. Já teve sondagens nos outros anos. Essa época começam a falar, mas por enquanto, quero terminar bem aqui e ir o mais longe possível na Sul-Americana. Depois, ver o que surge para 2017”.

Bruno Rangel já vestiu a camisa da Chapecoense em 125 jogos com 77 gols marcados. No Brasileiro, fez nove gols até a 32ª rodada. A Chapecoense está com 42 pontos, na 12ª colocação. O time disputa a Série A pela terceira vez consecutiva.


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