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Erros da arbitragem no Barradão reforçam protesto do Palmeiras no Paulista
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Alexandre Praetzel

O afastamento dos árbitros que erraram no jogo entre Vitória e Flamengo, pelo Brasileiro, apenas reforça o protesto do Palmeiras contra a Federação Paulista de Futebol. Se não, vejamos, numa comparação entre os casos.

– O árbitro Wagner Reway marcou um pênalti que não houve contra o Flamengo, mas ninguém correu até ele para avisá-lo, nem o quarto árbitro ou o representante da CBF, apareceram no gramado. O pênalti foi batido e Everton Ribeiro, expulso, erroneamente. Reway foi afastado por três rodadas. Na decisão do Paulista, Marcelo Aparecido de Souza teve o mesmo erro de Reway, mas voltou atrás depois de OITO minutos, com o quarto e o quinto árbitros correndo para todos os lados, sob os olhares de um delegado da FPF, dentro de campo.

Por que no confronto do Brasileiro, se cumpriu a regra e na final do Paulista, não? A CBF afastou o sexteto de arbitragem que trabalhou no Barradão. Em São Paulo, a Federação Paulista e o Sindicato dos Árbitros divulgaram notas e entrevistas, defendendo e ratificando a postura dos seus filiados. Dois pesos e duas medidas muito diferentes e que mostram que o Palmeiras tem razão ao reclamar.

CBF e Federação Paulista não se entendem ou tratam os mesmos casos de maneiras diferentes?

No Barradão, todo mundo viu que o árbitro errou, mas a decisão coube a ELE, que comanda a partida. A regra foi cumprida porque não existe VAR no Brasil e não pode haver interferência externa.

No Allianz Parque, todo mundo viu que o árbitro errou, mas ELE voltou atrás, por circunstâncias que fogem à regra. Simples assim.

O Palmeiras fica fortalecido na sua postura e vai berrar, sem dúvida.


Rodriguinho iluminado. Fator local também pesa para o Corinthians
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Alexandre Praetzel

Trabalhei em Corinthians e Fluminense, na primeira rodada do Brasileiro. Um jogo com dois tempos distintos. Na primeira etapa, confronto de muita marcação, com o Fluminense recuado e tirando espaços do Corinthians. Os donos da casa não conseguiam criar chances de gols. Houve duas finalizações com Renê Jr. para o Corinthians e Richard para o Flu.

Aí, surgiu o gol de Rodriguinho. Cruzamento de Romero e Rodriguinho concluiu de cabeça, mais uma vez, com ótimo posicionamento, repetindo o gol que marcou diante do São Paulo, nas semifinais do Paulista. Os times foram para os vestiários e a impressão que o gol corintiano iria deixar o Corinthians ainda mais favorito para vencer.

No início do segundo tempo, o Flu empatou com Richard, após arremesso lateral e passe dentro da área. O Fluminense se animou e foi para cima do Corinthians. Chegou outras vezes ao ataque, e obrigou Cássio a uma ou duas defesas. O Corinthians parecia acuado, mas a equipe atua com muita confiança, em Itaquera. As entradas de Maycon e Emerson Sheik deram dinâmica maior e troca de passes e foi num ataque assim, que saiu o gol da vitória.

Maycon esticou uma bola na ponta esquerda e Sheik dava a impressão de não chegar, mas conseguiu alcançá-la e cruzou para trás, onde Rodriguinho bateu de primeira no contrapé de Júlio César. Rodriguinho está iluminado. Ele praticamente não tocou na bola em outros momentos da partida, mas decidiu com dois gols.

O Corinthians somou seus primeiros três pontos e apenas confirma que é difícil perder em casa. São apenas 11 derrotas em mais de 100 partidas. Isso pode pesar nos pontos corridos, como funcionou em 2017. Ainda mais com a fase de Rodriguinho. Não é um craque e não será. Mas seu poder de decisão e finalização está deixando os adversários preocupados. Isso é fato.


Pelaipe crava: “O grande reforço do Vasco é colocar os salários em dia”
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Alexandre Praetzel

O Vasco fez uma boa campanha no Brasileiro de 2017, após ter retornado à Série A. Conseguiu uma vaga na Libertadores da América e chegou à fase de grupos. Foi vice-campeão carioca e terá Copa do Brasil e a sequência do torneio sul-americano, além do campeonato nacional. O blog entrevistou o diretor-executivo, Paulo Pelaipe, sobre a projeção para o restante da temporada, a busca por reforços e Paulinho, grande revelação vascaína e esperança do torcedor. Acompanhem.

O que você imagina do Vasco no Brasileiro?

Eu imagino fazer um grande campeonato, que a gente possa, no mínimo, estar novamente na Libertadores de 2019. Esse é o nosso objetivo. Nós temos alguns jogadores que estavam lesionados, jogadores importantes, que estão retornando, como Kelvin, Breno, Ramon. Esperamos também que o Paulinho se recupere no menor tempo possível. Tem essa previsão de quatro meses, mas estamos torcendo para que ele possa voltar um pouco antes. Giovanni Augusto teve duas lesões, mas é um jogador que acrescentou bastante no grupo de profissionais. Achamos que precisamos de mais dois ou três reforços, em função da quantidade de competições e jogos que vamos ter. Como tem a Copa do Mundo, praticamente não vamos descansar. Só terá a parada da Copa. Depois, é jogo quarta e domingo. Para isso, é preciso ter um grupo de jogadores.

O vice-campeonato carioca foi justo?

Não. A gente nunca acha que é justo. Nós queríamos ser campeões, mas aceitamos o resultado. O Botafogo conquistou o título dentro de campo e a gente não gostou de ter perdido. Jogamos para ganhar. Tínhamos até 40 segundos antes com o título na mão, mas perdemos o jogo e perdemos o título nas penalidades máximas. Ficou aquela frustração e aquele gostinho de quero mais.

Qual a principal dificuldade que vocês enfrentam, depois da gestão passada?

Esse assunto de política, eu não falo. Só falo sobre futebol. Nós temos um grupo muito bom, uma comissão técnica excelente. Os jogadores estão comprometidos, temos um grande treinador e estamos satisfeitos com o trabalho realizado.

Algum reforço já encaminhado?

Primeiro, como disse o presidente Alexandre Campello e o vice-presidente, Fred Lopes, o grande reforço é colocar os salários em dia, os compromissos em dia. Evidentemente, a gente tem conversado sobre futebol, analisado alguns cenários, mas no momento certo, oportuno. Não adianta trazer jogadores, se não estivermos ajustados e acertados com os jogadores que nós temos em casa.

Diego Souza foi tentado?

Olha, te digo com toda franqueza e honestidade. Da parte do departamento de futebol, não fizemos nenhum tipo de contato.

Passar da primeira fase da Libertadores é uma vitória ou algo natural?

Nós fomos surpreendidos em casa com a derrota para a La U. Fizemos um segundo jogo muito bom, resultado bom, porque empatar com o Cruzeiro no Mineirão é um resultado bom. Três dias depois do nosso jogo, o Cruzeiro foi campeão mineiro. Nós esperamos nos classificar. Vamos para um jogo importante contra o Racing, em Buenos Aires, e tenho certeza que vamos trazer um bom resultado. Depois, nos dois jogos em casa, com o apoio do torcedor, nós podemos nos candidatar à vaga para as oitavas-de-final.

Vasco tem três competições simultâneas. Dá para ser campeão de alguma?

Nós vamos trabalhar para isso. Tem outras equipes que são mais favoritas do que nós. Mas numa competição de mata-mata, como a Copa do Brasil, você sabe que depende da noite, do dia. Palmeiras, com grandes investimentos, o próprio Grêmio manteve a base e está se reforçando, são mais favoritos que a gente. Então, nós respeitamos todos os adversários, mas vamos trabalhar para dar uma alegria ao nosso torcedor, numa destas competições.

Existem propostas pelo Paulinho?

Que eu saiba, não. Esse assunto é tratado diretamente pelo presidente e pela diretoria, com o vice-presidente de futebol. Que eu saiba, neste momento, nada.

Paulinho joga mais que o Vinícius Jr.?

Eu acho que ele é mais completo, na minha opinião. É o jogador da geração 2.000, que é o melhor jogador do futebol brasileiro. Não só dito por mim, dito por outras pessoas, até por você. Então, acho que o Paulinho é um jogador mais completo. Respeito o Vinícius Jr., que é uma grande promessa, mas acho que o Paulinho é completo.

Paulinho sofreu uma luxação no cotovelo esquerdo e está em processo de recuperação.

O Vasco estreia na Série A contra o Atlético-MG, neste domingo, em São Januário. Na Libertadores, tem um ponto em seis disputados. Na Copa do Brasil, está nas oitavas-de-final, aguardando a definição do seu adversário.

 


Edigar Junio vê potencial do Bahia para quatro torneios simultâneos
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Alexandre Praetzel

O Bahia ganhou o Estadual e manteve uma boa base do ano passado, para a disputa dos torneios maiores, em 2018. O Bahia está nas quartas-de-final da Copa do Nordeste, oitavas da Copa do Brasil, Sul-Americana e Série A do Brasileiro. Um dos destaques do time é o atacante Edigar Junio, com 37 gols em 102 jogos pelo tricolor, aos 27 anos. O blog entrevistou o goleador sobre a projeção para as compeições mais difíceis, a luta pela artilharia e por uma boa campanha de afirmação da equipe. Confira.

Qual a projeção para o Bahia no Brasileiro?

Ano passado foi o ano que a gente estava voltando para a Série A. Tínhamos o objetivo de nos manter e fizemos um ano sólido, com direito à classificação para a Sul-Americana. Este ano, estamos calejados e mirando coisas grandes. Não podemos subestimar o Brasileirão, mas acredito que faremos um ano de sucesso.

O elenco consegue suportar quatro torneios simultâneos?

Sim. Tivemos esse primeiro jogo da Sul-Americana com o time considerado reserva e fomos muito bem contra o Bloming-BOL. Por uma desatenção, tomamos um gol bobo, mas tivemos as melhores chances. Isso mostra a força do elenco. Acredito que a diretoria vá contratar outros jogadores, mas nós já temos um grupo qualificado para suportar as competições.

Você acha que pode brigar pela artilharia do Brasileiro?

Sabemos que esse é um dos mais concorridos, se não o campeonato mais concorrido do mundo. A dificuldade é grande, mas eu tenho bastante confiança em mim e sei que o grupo e a torcida também confiam. Então, eu acho que com a ajuda dos meus companheiros, posso brigar pela artilharia. Ano passado, foi muito bom, com um segundo turno de muitos gols, e espero que neste, já seja desde o início.

Teus números mostram que você está afirmado no futebol nacional?

É difícil falar de nós, mas já estou na terceira temporada pelo Bahia, um time de massa, sendo um dos maiores destaques da equipe. Deixo que a imprensa e a torcida falem isso por mim(risos), mas me vejo muito bem e confiante para fazer um grande 2018 também em nível nacional.

O Bahia enfrenta o Inter, na abertura do Brasileiro, neste domingo, no Beira-Rio. Na Copa do Nordeste, pega o Botafogo-PB, em duas partidas, nas quartas-de-final.

 


Chamusca vê Ceará preparado para a Série A e aposta em revelação do ataque
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Alexandre Praetzel

O Ceará está de volta à Série A do Brasil, após sete anos de ausência. O atual campeão cearense estreia neste sábado, contra o Santos, no Pacaembu. A ideia é permanecer na elite, com jogo coletivo forte e apostando no entrosamento da equipe. O técnico é Marcelo Chamusca, 51 anos. O treinador levou o grupo à conquista estadual e está na disputa pela Copa do Nordeste, classificado para as quartas-de-final do torneio. O blog entrevistou Chamusca, sobre o desafio de trabalhar em duas competições importantes, a forma de trabalho e a aposta no garoto Arthur Cabral, revelação do Vozão, na temporada. Confira.

Ceará tem time para se manter na Série A?

A sequência da competição que vai dizer, na verdade. Estamos preparados para iniciar a competição e buscar nosso objetivo, que é a permanência para 2019. O time, nesse primeiro trimestre, buscou virtudes importantes para busca desse objetivo e está competindo bem. Então, a expectativa é de a gente iniciar bem e estamos preparados para isso.

Quanto um título estadual tem importância para um torneio nacional?

Primeiro, para o fortalecimento da confiança de todos, atletas, diretoria, torcida também. Isso é importante. Segundo, a continuidade do trabalho é assegurada quando você conquista um objetivo, um título em cima do principal rival e isso tem um peso. Em alguns clubes, o título lhe dá garantia de continuidade e, as vezes, o treinador perde um título estadual e nem sequer tem a oportunidade de iniciar um campeonato brasileiro.

Teu trabalho está aparecendo. Quais os métodos utilizados?

Nós procuramos trabalhar quatro pontos diferentes para organização do nosso trabalho. Primeiro, é fragmentar as sessões de treinamentos. Em cada sessão, a gente trabalha uma fase do jogo e dentro dessa fase, a gente tem conceitos bem definidos, que são trabalhados em dias bem específicos, falando em relação a parte de treinamento. Segundo ponto é a análise minuciosa dos nossos adversários, com uma atenção especial aos detalhes, para que a gente possa treinar em cima da característica do nosso adversário. Então, damos ênfase maior à fotografia do jogo, posicionamento do adversário, sistema de jogo, modelo de jogo e procura ficar muito atento aos detalhes que fazem a diferença nos jogos. Terceiro ponto são critérios claros e bem definidos para que a gente possa manter um bom ambiente, sempre alinhando com os jogadores o nosso discurso para cada jogo e semana. E o quarto ponto seria a interação de todos os departamentos, sabendo e utilizando todas as informações para que a gente possa tomar as decisões com embasamento e propriedade maior.

Arthur Cabral pode ser uma revelação do campeonato?

Está num momento muito bom, mas é um atleta novo, jovem, que tem potencial para crescer. Sua principal virtude é o potencial de finalização. É um atleta ambidestro, que cabeceia bem, tem bom posicionamento de área, que ainda está maturando e tem possibilidade de crescimento ainda, porque tem potencial para isso.

A tabela inicial é complicada. Como viste isso?

A gente não fixa, principalmente, o nosso foco na tabela. A gente fixa no próximo adversário. Não existe nenhuma preocupação exacerbada em relação à tabela. A gente procura ter cada preocupação ao seu tempo. Então, a preparação é para o jogo com o Santos. Depois, vamos pensar na sequência da tabela.

Ganhar a Copa do Nordeste é mais difícil do que permanecer na Série A?

É complicado de responder, com sim ou com não, porque na verdade, são duas competições distintas, com regulamentos diferentes, com adversários com nível de investimento também diferente, sendo que numa competição, a gente está entrando numa fase com jogos de 180 minutos e a outra, a gente tem 38 rodadas a disputar. Então, são dois desafios e a gente está se preparando para as duas competições para que a gente possa ter êxito, com entendimento que são dois objetivos difíceis, que a gente vai ter que trabalhar com excelência para conseguir buscá-los.

Marcelo Chamusca chegou ao Ceará, em 2017. Tem 57 jogos com 34 vitórias. Na Copa do Nordeste, o Ceará vai enfrentar o CRB-AL, em duas partidas.


Projeção para o Brasileiro em três escalões. Cinco brigam pelo título
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Alexandre Praetzel

A Série A do Brasileiro começa neste sábado com Cruzeiro e Grêmio, no Mineirão. Promessa de bom jogo de dois times que são candidatos a ganhar o campeonato. O blog fez uma projeção com três escalões: luta pelo título, pelotão intermediário e fuga do rebaixamento. Acompanhe abaixo, em ordem alfabética.

Primeiro escalão

Corinthians – Atual campeão, com um técnico afirmado e uma forma definida de jogar.

Cruzeiro – Bom técnico, bom elenco e jogadores capazes de decidir.

Flamengo – Pode jogar bem mais. Grupo é qualificado e precisa dar uma resposta.

Grêmio – Qualidade técnica e jogo coletivo. Renato vive grande momento. Já ganhou dois títulos no ano.

Palmeiras – No papel, forma dois times. Está jogando menos do que o esperado. Nos pontos corridos, pode levar vantagem pela quantidade de opções.

Segundo escalão

Atlético-PR – Disputou poucos jogos, priorizando torneios mais importantes. Fernando Diniz ganhou os jogadores.

Atlético-MG – Parece ter um time formado, mas com reposições mais modestas em relação a anos anteriores. Thiago Larghi segue como treinador.

Bahia – Se estruturou para permanecer na Série A por longo tempo. Tem um time titular bom.

Botafogo – Vive dentro das suas possibilidades financeiras. Tem uma equipe coletiva forte.

Inter – Vem da Série B, preparado para suportar as dificuldades. Time razoável, mas com boa estrutura tática. Treinador é uma aposta.

Santos – Jair Ventura gosta de não perder primeiro, para depois pensar em ganhar. Nos pontos corridos, pode não funcionar. Tem uma garotada boa.

São Paulo – Ainda busca reforços. Diego Aguirre chegou agora e precisa de mais tempo para encontrar um time.

Vasco – Zé Ricardo é melhor que o time. Tenta encorpar o elenco. Sonha com uma vaga na Libertadores.

Fuga do rebaixamento

América-MG – Mantém o técnico Enderson Moreira há mais de um ano. Tem batido e voltado para a Série B, com frequência.

Ceará – Marcelo Chamusca faz bom trabalho, mas elenco é bem reduzido.

Chapecoense – Vem no limite, após 2016. Gilson Kleina é um técnico defensivista.

Fluminense – Abel Braga sabe das dificuldades. Tem pouco dinheiro e precisa de reforços.

Paraná – Retorna à Série A, após 11 anos. Questão financeira pesa. Aposta em Rogério Micale e num time jovem.

Sport – Reformulou o grupo e teve um mau trimestre, caindo no Estadual e Copa do Brasil.

Vitória – Namorou o rebaixamento nos dois últimos anos. Tem um time pouco competitivo.

São apenas palpites, pelo acompanhamento dos jogos e campeonatos. Estaduais não servem muito como parâmetro, mas ajudam em times bem formados. Tomara que o nível técnico do Brasileiro seja melhor do que os dois últimos anos.

 

 

 

 

 


Lucas Lima ainda não brilhou no Palmeiras. Time também pode jogar mais
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Alexandre Praetzel

Após o jogo do Palmeiras contra o Boca Juniors, com o empate em 1 a 1, os resultadistas devem estar debatendo que o time somou um ponto e manteve a liderança do grupo com sete pontos em nove disputados, dois à frente do próprio Boca. Numa análise fria, a campanha é boa na Libertadores, pelos números. Mas o Palmeiras pode e deve jogar mais.

Ontem, o Palmeiras não obrigou o goleiro Rossi a nenhuma defesa. E aconteceu a mesma coisa com Cássio. Foi quase inofensivo, ofensivamente. Keno parece um solitário, Dudu corre para todos os lados e Borja decresceu. O meio-campo não tem transição rápida e cria pouco. E aí entra um capítulo especial para Lucas Lima.

O ex-santista foi contratado como a estrela da companhia. Cinco anos de contrato e status de grande reforço. Já disputou 19 jogos e marcou apenas um gol. Pouco para quem tem potencial bem maior. Os torcedores, provavelmente, estavam esperando o Lucas Lima de 2014 e 2015, com ótimos desempenhos pelo Santos. Começou a cair em 2016, e foi muito mal, em 2017. Parece que Lucas Lima cumpre meras formalidades dentro de campo e não vibra, como o esperado. Muitas vezes, se entrega à marcação e não dá ritmo à equipe. Teve uma chance clara contra o Boca, mas a conclusão foi como se fosse um treino de chute a gol. Até agora, não brilhou e teve apenas uma boa atuação, diante do Corinthians, na primeira partida da decisão do Paulista. A continuar assim, perderá a posição para Guerra, sem contar Gustavo Scarpa, que jogou menos e marcou dois gols. Uma ausência na Seleção Brasileira não pode influenciar tanto no rendimento.

Lucas Lima não pode ter lugar cativo. Roger Machado pode ser menos previsível e alternar variações de esquemas. Tem elenco para preencher mais o meio-campo e deixar o time mais competitivo e veloz. Na defesa, Edu Dracena precisa jogar e Emerson Santos virou um mistério. Será que ele não serve, num setor com Antonio Carlos e Thiago Martins?

Há quem diga que Roger trabalha bem no dia a dia. Nos jogos, não vemos evolução. Nos últimos seis confrontos, juntando Paulista e Libertadores, houve um tempo razoável contra o Santos, um bom jogo frente ao Corinthians e uma vitória convincente diante do Alianza Lima.

Agora, tem o Brasileiro. O Palmeiras é um dos quatro melhores, mas precisa provar em campo, para não repetir 2017.


Palmeiras tem todo o direito de protestar, como todos os clubes. Simples
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Alexandre Praetzel

O Palmeiras divulgou imagens que mostram o diretor de arbitragem da Federação Paulista, Dionísio Roberto Domingos, conversando com o auxiliar Anderson Coelho, durante a confusão pela marcação do pênalti na final do Estadual. Na posição do Clube, Dionísio não poderia estar ali, algo respaldado pelo presidente do TJD-SP, Antonio Olim. O Palmeiras protocolou um pedido de anulação da partida, alegando interferência externa. Se vai conseguir ou não, isso é decisão do TJD. O Corinthians já tem a taça no armário e a faixa no peito. Foi bicampeão.

Agora, o Palmeiras, assim como qualquer clube, tem o direito de protestar, se achar que está sendo prejudicado. Qualquer dirigente ou presidente pode fazer o mesmo. Não consigo entender porque tanta resistência à atitude palmeirense. Coisas como ''Deixa para lá'', ''Vai perder o foco'' e ''se preocupa com o resto do ano'' são tão sem noção, que parece que todos os palmeirenses deveriam ficar em silêncio. O que não pode é haver interferência externa em NENHUM jogo de futebol do Brasil, porque isso não é permitido. Simples. Urge o VAR e a divulgação dos áudios dos árbitros, quando houver necessidade.

Isso deveria valer para todo mundo. O que aconteceu foi uma lambança. Eu estava no estádio e durante OITO eternos minutos, vimos um grande circo. E isso tem que acabar. Não pode se repetir. E podia ser uma final entre Bragantino e Ponte Preta. Santos e Mirassol. Portuguesa e São Bento.

Lembro de outros protestos de times brasileiros. Em 1989, o Coritiba entrou na Justiça Comum e não compareceu num jogo contra o Santos, pelo Brasileiro. Foi rebaixado sumariamente para a segunda divisão.

O Inter foi à Fifa contra o Vitória, solicitando perda de pontos do time baiano pela utilização do zagueiro Victor Ramos. Perdeu e disputou a Série B, em 2017.

O Atlético-PR bateu o pé e rompeu com federação e a emissora que transmite o Estadual. Foi campeão, domingo passado.

Citei apenas três casos que eu me lembro. Outros devem existir.

E como ficarão os árbitros do clássico? Dionísio Roberto Domingos deveria ser um exemplo, mas pode ter jogado todo mundo na vala comum.


Galiotte tem que bancar o discurso, para não virar bravata e piada
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Alexandre Praetzel

O presidente do Palmeiras, Maurício Galiotte, bateu forte na Federação Paulista de Futebol , após a perda do título para o Corinthians. Falou em campeonato manchado e prometeu posicionamentos mais fortes do Clube contra a entidade. Errou ao chamar o Paulista de ''Paulistinha'', torneio que ele e o Palmeiras queriam ganhar, com os titulares disputando todos os jogos e o Allianz Parque com ótima média de público e renda recorde de R$ 4 milhões, na decisão. Boicotou a festa de premiação da competição, sem a presença de nenhum palmeirense no evento, mesmo com o time tendo oito nomes na Seleção dos melhores e o técnico Roger Machado.

Óbvio que Galiotte tem o direito de se manifestar e determinar ações que entende que sejam necessárias. Divulgou uma carta aberta aos torcedores, sócios e conselheiros, exigindo três mudanças para o Estadual de 2019. As principais são a implantação do árbitro de vídeo e a criação de um sistema de gravação e divulgação dos áudios da arbitragem, quando houver necessidade. Medidas que não precisariam de protesto, porque me parecem urgentes e necessárias para a transparência das partidas. O problema é que isso não vai se confirmar. A Federação quer cobrar dos Clubes, qualquer investimento que seja feito. Tanto que o VAR não passou na CBF e não será utilizado no Brasileiro. O Palmeiras votou a favor, mas ficou no grupo derrotado.

Então, Galiotte deverá ter seus pedidos recusados, provavelmente. E aí é que entra a convicção do presidente e seus pares. Será que terá coragem de romper, definitivamente? Escalando reservas e aspirantes? O Atlético-PR fez isso e ainda foi campeão, comprando a briga com a emissora detentora de direitos televisivos e Federação Paranaense. Não adianta só não mandar representante em reuniões e festas. É preciso ter uma posição firme e compatível com o discurso. A torcida, parece, apoiou nas redes sociais e vários conselheiros se manifestaram a favor.

Mas, se voltar atrás, será apenas mais uma bravata do nosso futebol e autoridade questionada. Parece um caminho sem volta, mas vamos aguardar se vai manter sua posição.