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Lisca pega o Palmeiras e crava: “Qual técnico não é “bombeiro” no Brasil?”
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Alexandre Praetzel

O Palmeiras enfrenta o Ceará, neste domingo, como favorito no Castelão, em Fortaleza. Será o duelo de um dos melhores times do Brasil contra o lanterna do Brasileiro. No comando técnico cearense, estará Lisca, retornando ao clube no seu segundo jogo, após empatar com o Botafogo, quarta-feira, no Rio de Janeiro. Lisca volta ao Ceará para tentar manter a equipe na Série A, como fez em 2015, garantindo o Vozão na Série B, depois de dez confrontos decisivos. Em entrevista exclusiva ao blog, Lisca vê muita motivação em pegar o Palmeiras, admite a possibilidade de mudanças no elenco e faz uma avaliação real da situação dos treinadores no Brasil. Confira a seguir.

Como enfrentar um dos melhores times do Brasil, na situação atual do Ceará?

E um dos maiores investimentos da América. É difícil em qualquer circunstância. Na atual, é um jogo de importância muito grande para a gente porque nós temos que pontuar o mais rápido possível. Sabemos que temos a parada da Copa e isso vai ser importante para uma reestruturação do trabalho e enfrentar o Palmeiras é uma motivação grande também. Pela grandeza do adversário, pela importância que um resultado positivo daria para a sequência do nosso trabalho. É um jogo que motiva o jogador ao natural e o próprio torcedor do Ceará também. Tem muito torcedor palmeirense aqui, então é enfrentar na dificuldade para achar uma grande oportunidade para iniciar o processo de pontuação no campeonato e depois usar a parada de 40 dias para reestruturar o trabalho.

Com o atual elenco, é possível permanecer na Série A?

Quando eu cheguei aqui no Ceará, já ouvi uma grande discussão sobre a formatação do elenco, se havia ou não a necessidade de reforços. Acho que isso é uma discussão que existe em todos os clubes, ainda mais nesse momento num ano atípico que tem a Copa do Mundo, a parada. Times que estão na frente também estão pensando em se reforçar e se reestruturar. Tem a questão da janela que abre para fora. Então, é o momento muito ativo de movimentação no mercado. E o Ceará é o último colocado. Automaticamente, passa por um processo de reavaliação que já vinha antes da minha chegada. Alguns processos já encaminhados, algumas situações bem adiantadas. Depois desses dois jogos, contra Palmeiras e Atlético-MG, com certeza as coisas vão mexer dentro do clube.

A diferença financeira pesa demais ou isso não pode servir como desculpa?

Sempre é bom ter mais dinheiro para investir, poder investir em jogadores de qualidade, ter um plantel mais equilibrado, boas opções, que não caia muito o nível entre um jogador titular e reserva. Hoje em dia, as equipes estão jogando muitas competições, então tem muitas equipes com três jogadores por posição, de boa qualidade. O Palmeiras é um exemplo. Fica mais fácil, mas não pode servir como desculpa. Se não, os times de maior dinheiro ganhariam sempre e não é assim que acontece no futebol. E os times de menor orçamento têm que se reinventar, achar dentro das situações de jogo, da parte de estratégia, qualidade coletiva, organização, aproveitar a oportunidade de poder mudar de patamar, profissionalmente. Tudo isso é importante para o jogador.

Teu trabalho anterior no Ceará foi tão difícil como esse?

Meu trabalho no Ceará, em 2015, tinha um objetivo similar, que era não cair, com circunstâncias diferentes. Antes, eram dez jogos, estávamos na Série B, um outro nível de competição. Agora, é Série A. São 28 jogos que faltam, com uma parada de 40 dias, com uma janela aberta, com mercado que vai mexer muito, com as equipes mexendo muito nos seus plantéis. São circunstâncias bem diferentes, mas objetivos comuns.

Achas que tens que mudar o rótulo de “Salvador” para times em más atuações?

Todo o projeto e sonho de um treinador, é um trabalho a médio e longo prazo. Uma estruturação, um início de temporada. Isso é o que todos nós buscamos, mas no futebol brasileiro isso é quase uma utopia. Qual treinador hoje no futebol brasileiro que não é bombeiro? É uma pergunta que eu te faço. Dentro do que a gente vê no mercado, treinadores que ontem foram campeões, amanhã já não estão trabalhando nos clubes. Então, a nossa média de permanência num clube de futebol brasileiro é três meses e 17 dias, algumas vezes você consegue estender mais, algumas vezes você consegue voltar no clube que já passou, como é o meu caso aqui no Ceará, como foi também no Náutico, na Ulbra, no Inter, Luverdense. Então, é uma realidade do mercado. Algumas vezes que a gente começa o ano também, não tem o planejamento financeiro estabelecido. Começa o ano, com investimento menor, os Estaduais estão cada vez mais com investimentos menores. Principalmente, os clubes médios e pequenos, para depois um investimento maior. Então, é difícil para um treinador começar a temporada e dar sequência, porque aqui há um imediatismo enorme de resultados. Acho que, desde que iniciei minha carreira, o nosso trabalho é hoje muito jogo a jogo, resultado e nós vamos nos adaptando. Hoje, a oportunidade aparece também para mim, dentro da dificuldade. Sou um treinador que começou cedo e estou buscando meu espaço no mercado e as oportunidades que têm aparecido são dentro dessas circunstâncias, mas também é positivo, porque dentro dessas circunstâncias, as pessoas chamam quem tem capacidade e experiência e qualidade para reverter essas situações. Então, a gente tem que se preparar para todo o tipo de trabalho e no momento, o que tem aparecido, são essas situações.

O Ceará tem quatro pontos em quatro empates, após dez partidas. Lisca é o terceiro técnico do ano. Marcelo Chamusca e Jorginho(com apenas três partidas, deixou o clube), foram os anteriores.


Claudinei Oliveira: “Entrar ligado e evitar um gol do Palmeiras, no início”
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Alexandre Praetzel

O Sport tentará atrapalhar o Palmeiras, neste sábado, no Allianz Parque. O time de Recife trocou o treinador, após a segunda rodada, e melhorou seu desempenho, depois da chegada do técnico Claudinei Oliveira. O Sport é 12º colocado com oito pontos em 18 disputados. O blog entrevistou o treinador, a respeito da projeção para a campanha da equipe, a busca por reforços e a mudança na forma de trabalho com o elenco. Acompanhem.

Sport está pronto para uma boa campanha no Brasileiro ou as dificuldades são grandes?

A dificuldade no Brasileiro sempre é grande. Não só para o Sport, como para todas as equipes. A gente está pronto para entregar uma equipe bem organizada, fazer bons jogos e brigar por todos os resultados e pontos que a gente vai disputar. A gente sabe que o Brasileiro é bem complicado, mas eu acho que com o empenho que os jogadores estão demonstrando, a gente consegue fazer um bom trabalho e terminar bem o campeonato.

Como segurar o Palmeiras no Allianz Parque?

A receita é entrar bem concentrado, evitar tomar um gol no início da partida. Não tem hora boa para sofrer gols, mas se o Palmeiras faz um gol no início, se tranquiliza e tem muita qualidade para trocar passes e o jogo fica mais difícil.  Para a gente conseguir, é entrar bem ligado e evitar esse gol no início do jogo, a gente consegue, encaixando nossa equipe, fazer um grande jogo.

Como conseguiste melhorar o Sport, depois da saída complicada do Nelsinho Baptista?

Em termos de performance do dia a dia, não tenho muito o que falar, porque não estava aqui. O que realmente aconteceu, foram os resultados, com duas vitórias nos dois primeiros jogos, uma derrota para o Cruzeiro e um empate com o Corinthians, apesar do Corinthians não estar com sua equipe completa, a gente pressionou, mas não conseguiu vencer o jogo. Então, acho que da minha parte, procurei colocar questão que eu entendo como organização de equipe. Não quer dizer que o que eu estou falando está certo e o Nelsinho estava errado. Muito pelo contrário, até pela experiência do Nelsinho. Mas a gente botou nossa cara, o que a gente acha que é interessante. Os jogadores compraram a ideia e têm procurado fazer dentro de campo. Então, na realidade, não é melhorar o que vinha sendo feito. É fazer um bom trabalho em cima daquilo que a gente acredita. É isso que estamos procurando fazer.

Ainda espera por reforços e o time só luta para não cair?

A gente está atento ao mercado, mas a gente sabe da dificuldade em contratar. Está difícil, até porque o Sport está se encaixando num novo patamar financeiro. Já não tem jogadores tão midiáticos. A gente está procurando investir numa equipe dentro da realidade financeira que pede o futebol atual, dentro do orçamento. Mas, a gente reforçar um pouco mais o elenco, dentro de uma oportunidade de negócio, sem desqualificar quem está aqui, mas trazer alguns jogadores com características diferentes daqueles que a gente tem. Jogadores que te dêem um leque diferente de opções, para não trazer mais do mesmo, jogadores com a mesma característica. Esperamos qualificar o elenco e trazer algumas peças, até a parada para a Copa. O objetivo mínimo do Sport é a permanência na Série A. Mas a gente não pode brigar só por isso. Eu acho que o Sport tem que brigar por uma vaga na Sul-Americana, pelo menos. É isso que a gente vai buscar.

O Sport deve entrar em campo com Magrão; Cláudio Winck, Ronaldo Alves, Ernando e Sander; Anselmo, Fellipe Bastos, Neto Moura, Gabriel e Marlone; Rafael Marques.


Projeção para o Brasileiro em três escalões. Cinco brigam pelo título
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Alexandre Praetzel

A Série A do Brasileiro começa neste sábado com Cruzeiro e Grêmio, no Mineirão. Promessa de bom jogo de dois times que são candidatos a ganhar o campeonato. O blog fez uma projeção com três escalões: luta pelo título, pelotão intermediário e fuga do rebaixamento. Acompanhe abaixo, em ordem alfabética.

Primeiro escalão

Corinthians – Atual campeão, com um técnico afirmado e uma forma definida de jogar.

Cruzeiro – Bom técnico, bom elenco e jogadores capazes de decidir.

Flamengo – Pode jogar bem mais. Grupo é qualificado e precisa dar uma resposta.

Grêmio – Qualidade técnica e jogo coletivo. Renato vive grande momento. Já ganhou dois títulos no ano.

Palmeiras – No papel, forma dois times. Está jogando menos do que o esperado. Nos pontos corridos, pode levar vantagem pela quantidade de opções.

Segundo escalão

Atlético-PR – Disputou poucos jogos, priorizando torneios mais importantes. Fernando Diniz ganhou os jogadores.

Atlético-MG – Parece ter um time formado, mas com reposições mais modestas em relação a anos anteriores. Thiago Larghi segue como treinador.

Bahia – Se estruturou para permanecer na Série A por longo tempo. Tem um time titular bom.

Botafogo – Vive dentro das suas possibilidades financeiras. Tem uma equipe coletiva forte.

Inter – Vem da Série B, preparado para suportar as dificuldades. Time razoável, mas com boa estrutura tática. Treinador é uma aposta.

Santos – Jair Ventura gosta de não perder primeiro, para depois pensar em ganhar. Nos pontos corridos, pode não funcionar. Tem uma garotada boa.

São Paulo – Ainda busca reforços. Diego Aguirre chegou agora e precisa de mais tempo para encontrar um time.

Vasco – Zé Ricardo é melhor que o time. Tenta encorpar o elenco. Sonha com uma vaga na Libertadores.

Fuga do rebaixamento

América-MG – Mantém o técnico Enderson Moreira há mais de um ano. Tem batido e voltado para a Série B, com frequência.

Ceará – Marcelo Chamusca faz bom trabalho, mas elenco é bem reduzido.

Chapecoense – Vem no limite, após 2016. Gilson Kleina é um técnico defensivista.

Fluminense – Abel Braga sabe das dificuldades. Tem pouco dinheiro e precisa de reforços.

Paraná – Retorna à Série A, após 11 anos. Questão financeira pesa. Aposta em Rogério Micale e num time jovem.

Sport – Reformulou o grupo e teve um mau trimestre, caindo no Estadual e Copa do Brasil.

Vitória – Namorou o rebaixamento nos dois últimos anos. Tem um time pouco competitivo.

São apenas palpites, pelo acompanhamento dos jogos e campeonatos. Estaduais não servem muito como parâmetro, mas ajudam em times bem formados. Tomara que o nível técnico do Brasileiro seja melhor do que os dois últimos anos.

 

 

 

 

 


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