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Eleição no Corinthians. Tuma ganhou nas entrevistas. Ezabella é o futuro
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Alexandre Praetzel

O Corinthians escolhe seu novo presidente para o próximo triênio, neste sábado, com a projeção de cerca de três mil votantes. Cinco candidatos concorrem ao cargo, em susbtituição a Roberto de Andrade. O atual mandatário foi bem no futebol, com dois títulos brasileiros e um paulista. Sua gestão foi marcada por algumas polêmicas, como o pedido de impeachment por parte de alguns conselheiros. Roberto passou ileso em fevereiro de 2017 e o time ajudou muito com as conquistas importantes. Resultados de campo encobrem muitos erros.

Roberto vai apoiar o ex-presidente Andrés Sanchez. Andrés comandou o Corinthians de 2007 a 2011 e foi o mentor da regra de um mandato de três anos, sem possibilidade de reeleição. Agora, pretende voltar ao poder. Seus adversários são Antonio Roque Citadini, Paulo Garcia, Romeu Tuma Jr. e Luiz Felipe Ezabella.

Participei de entrevistas com os cinco candidatos. Minhas impressões foram as seguintes:

Citadini tem experiência no clube e foi um bom vice-presidente de futebol. Perdeu por pouco para Roberto de Andrade, na eleição anterior. O problema é que se ganhar, pode não levar, pela sua função no Tribunal de Contas de São Paulo, exercendo cargo público.

Paulo Garcia tem história no Corinthians. A Kalunga, empresa da família, foi uma das primeiras patrocinadoras do time. Sempre quis ser presidente e quer se dissociar do irmão Fernando, empresário de jogadores e com forte entrada no clube. Assumiu que pagou do próprio bolso as dívidas de alguns sócios inadimplentes. Isso foi grave.

Romeu Tuma Jr. foi o único que apresentou um plano de gestão com metas estabelecidas e propostas para todas as áreas do clube. Se destacou nas entrevistas, mas cometeu um deslize, ao dizer que pretende dar calote na dívida do estádio, caso não haja um acordo com a Caixa Econômica Federal. Ele diz que foi mal interpretado e que o estádio foi construído para não ser pago.

Ezabella foi ponderado e mostrou bastante conhecimento sobre a instituição. Rompeu com o grupo de Roberto e Andrés e promete uma gestão transparente e equilibrada. Tem 39 anos e surge como nome para o futuro.

Andrés foi mais do mesmo. Respondeu a todas as perguntas com justificativas antigas. Não vê problemas com o estádio e nem com as finanças do clube. Diz ter certeza de que a Lava-Jato não o ameaça. Duílio Monteiro Alves será o homem forte do futebol. Para muitos, é considerado o favorito, mais pelo seu passado. Deixou claro que se ganhar, deixará a política.

Que o Corinthians possa viver um ambiente pacífico e democrático. Os candidatos admitem que o Corinthians perdeu credibilidade, recentemente, e precisa retomá-la com urgência. A questão financeira também é apontada como um desafio para o próximo mandatário.

A conferir.

 


Santos poderia ser muito maior do que já é. Que os candidatos reflitam
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Alexandre Praetzel

Em dezembro de 2007, com cinco meses de trabalho em São Paulo, fui escalado para cobrir a eleição presidencial do Santos. Na ocasião, Marcelo Teixeira concorria a mais uma reeleição contra Paulo Schiff. Teixeira venceu por mais que o dobro dos votos e foi para dez anos consecutivos de mandato. Em 2009, tentou permanecer e perdeu para Luís Álvaro Ribeiro. Lembro que disse a ele num programa de rádio, que ele deveria sair e permitir a renovação de ideias e novas cabeças comandando o Santos. O ex-diretor Adilson Durante Filho estava presente.

Os anos se passaram e o Santos teve um crescimento com a presença de Neymar, Ganso, a volta de Robinho e cia. Ganhou sete Paulistas, uma Libertadores, uma Copa do Brasil e uma Recopa Sul-Americana, de 2006 a 2017. Os resultados de campo foram bons, mas e as gestões?

O Santos não para de revelar novos jogadores e sempre está com problemas financeiros. Inexplicável.

Jogadores saíram do Santos em processos na Justiça, no final de 2014, no péssimo mandato de Odílio Rodrigues. Agora, a situação se repete com Zeca. Outros entraram em acordo, com respeito à Instituição. Quando isso se repete, alguma coisa está errada

A torcida cresceu, de acordo com as pesquisas, mas o público médio da Vila Belmiro é ridículo. Ah, com Pelé também era assim, dizem os santistas conservadores, como se a população não tivesse aumentado e o futebol não tivesse mudado.

Quando se fala na grandeza do Santos, torcedores locais lembram da tradição da Vila, mas as rendas são constrangedoras, em relação a seus rivais. O clube ficou para trás e seus conselheiros acham que isso não tem importância, na sua grande maioria. O pensamento é pequeno. Claramente, o Santos não pode fechar os olhos para a cidade de São Paulo.

Vejo os candidatos falarem muito bem de Pelé, mas o Rei nunca esteve tão distante. Como não conseguir fazer uma parceria com um ser humano com o tamanho comercial e histórico de Pelé? Muita incompetência.

Falta gestão ao Santos e os resultados futebolísticos escondem isso, muitas vezes. Agora, que o time passou em branco, muita coisa vem à tona. O presidente Modesto Roma Jr. é cheio de boas intenções, mas onde o Santos cresceu nos últimos três anos? Lembro que entrevistei os cinco candidatos, incluindo Modesto, antes da eleição em 2014. Três anos depois, três candidatos se repetem e as ideias são praticamente as mesmas.

O Santos é um caso a ser estudado no futebol. Um gigante do esporte, fora de uma capital. Grande torcida, com um patrimônio pequeno e sempre superando e incomodando os adversários. Imaginem se fosse bem gerido, com uma visão profissional e estratégica? Os santistas deveriam pensar nisso. Tem tudo para ser uma potência, mas parece que não quer. Já ouvi o seguinte quando fui à Santos: “Está bom assim. Os adversários tremem quando vêm aqui”. Tremeriam muito mais, se o Santos soubesse usar seu gigantismo, com seu DNA ofensivo nas quatro linhas, utilizado também na forma de comandar o clube.

Em 2017, por exemplo, o Santos se distanciou da mídia. Atletas e dirigentes concederam poucas entrevistas. Concordo que parte da imprensa esportiva ironiza o Santos, burramente. Mas os gestores colaboram com esse distanciamento, por pura birra e bairrismo. Qualquer crítica é interpretada com revolta porque o Santos não é de São Paulo. Absurdos, que juntos e insistentes, acabam piorando o relacionamento.

Boa sorte aos quatro candidatos à presidência, neste sábado. Que o vencedor entenda que o Santos é muito maior que qualquer dirigente e o próprio Pelé, e entenda que o Santos não pode ficar perdendo espaço para adversários tão grandes quanto ele. Ah, e que tudo seja na PAZ, sem conflitos entre santistas.


Vasco precisa renascer. Que a Justiça faça justiça pela transparência
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Alexandre Praetzel

O Vasco começa a quarta-feira com dois presidentes, em tese. Nas sete urnas apuradas, Eurico Miranda foi reeleito  presidente. No entanto, a urna sete está sub-júdice porque vários votantes foram legitimizados horas antes do pleito. Nesta urna, Eurico fez 408 votos contra 42 de Júlio Brant, candidato da oposição. Nos votos válidos, Brant ganhou de Eurico por 1933 a 1703. Agora, a Justiça vai decidir se a urna sete será aceita ou não. Brant e Eurico comemoraram a vitória, numa cena curiosa e constrangedora, ao mesmo tempo. Brant deu entrevistas se considerando presidente e Eurico já se considerava vitorioso, antes do final da apuração. Integrantes da Assembléia geral anunciaram a reeleição de Eurico por mais três anos. O processo foi mais equilibrado em relação a anos anteriores, mas Eurico saiu vitorioso outra vez, até que se prove o contrário.

O Vasco tem uma torcida imensa em todo o Brasil e precisa de paz. mas parece que isso está longe de acontecer. O clube parou no tempo. De 2008 a 2016, caiu três vezes para a Série B, depois de administrações desastrosas de Roberto Dinamite e Eurico Miranda. É verdade que ganhou a Copa do Brasil e foi vice-campeão brasileiro, em 2011, mas isso passou batido em seguida, com Dinamite gastando tudo que podia e não podia, para levar o Vasco a lutar pela Libertadores da América, em 2012. As consequências foram mais duas quedas em três anos.

Eurico tem dito que o Vasco vai disputar a Libertadores, em 2018. Ele entende que isso já é uma grande vitória para quem retornou à Série A. Eu diria que é muito pouco. O Vasco já foi referência, com grandes nomes revelados e sempre brigando por títulos. Romário, Edmundo, Felipe, Pedrinho, Philipe Coutinho, apenas para lembrar os mais recentes. Hoje, Paulinho e Paulo Victor apareceram bem, mas o volante Douglas foi negociado rapidamente pela crise financeira. Em estrutura, o Vasco tem um estádio defasado e um quadro de sócios ridículo para a grandeza do clube.

Já fui cobrir jogos em São Januário. A “guarda” de Eurico não faz a mínima questão de receber a imprensa. Sempre foi complicado trabalhar ali. Eurico trata o Vasco como se fosse dele. Ex-jogadores e atletas atuais costumam dizer que Eurico cumpre com tudo que promete, como se isso não fosse obrigação. A realidade é que o Vasco ficou para trás dos rivais e não se vê muitas possibilidades de crescimento a médio prazo.

Uma mentalidade empresarial e profissional poderia mudar esse quadro e talvez Brant trouxesse uma gestão diferente, mas isso só a Justiça poderá definir. Hoje, os sócios deixaram tudo como está e não poderão reclamar de mais um triênio de apequenamento e dificuldades para o Vasco.


M.A.Cunha defende Ceni, sequência para Renan e nega dívida do tricolor
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Alexandre Praetzel

A eleição à presidência do São Paulo será em abril, mas os bastidores já estão agitados. A última de alguns conselheiros e integrantes da oposição é de que o presidente Leco não havia pago Marco Aurélio Cunha pelos serviços prestados em 2016 e que estaria pedindo para o ex-superintendente abrir mão dos pagamentos. O blog conversou com Marco Aurélio Cunha, que negou a dívida e revelou que está tudo acertado, apoiando a reeleição de Leco e elogiando o início de trabalho de Rogério Ceni. Confira abaixo.

O São Paulo lhe deve algo ou pediu para o Sr. abrir mão dos pagamentos de 2016?

“Não. Foi tudo acertado em fevereiro. Isso nunca existiu. Em época de eleição, costumam surgir coisas do nada”.

O que estás achando do início do trabalho de Rogério Ceni? 

“Primeiro, acho que a escolha do Rogério foi excelente porque já tem história e é figura muito forte no clube. Dificilmente seria contestado por jogadores e torcida. Dá oportunidades a todos de jogar num campeonato onde a classificação é fundamental. Faz com que todos sejam compromissados e sem reclamações sobre falta de utilização. Moderno, sereno, muito forte, veio para ser um grande treinador. Está fazendo esta parte inicial muito bem feita”.

São Paulo não tem goleiros à altura do time?

“Eu acho que isso não é bem verdade. Tem três goleiros, sem fixar algum. Denis não teve sorte. Faz grandes defesas, toma gols incríveis em chutes absurdos e a conta dele está mais pesada do qualquer outro. Renan teve acidentes na mão, lesão muscular e o Sidão jogou pouco. Eu diria que o Renan deve ter oportunidades e o outro melhor vai ser suplente. Se der chance a Renan, pode ter um goleiro. A cobrança pós Rogério Ceni é muito cruel”.

Quem apoias na eleição à presidência?

“Apoio Leco. Pegou uma situação muito negativa e com serenidade está revertendo, sem protagonismo, nenhum falatório. As mudanças são notórias. A parte financeira está bem ajustada. Saiu da fase de escândalos. Merece continuar. Mudanças radicais agora só vão atrapalhar. Começam a aparecer coisas paralelas de alguém que seja uma solução e depois vai embora a hora que quer. Prefiro uma gestão mais conservadora com a tradição do São Paulo do que pirotecnias. Temos que nos adequar a coisas mais novas, mas sem surtos de loucura”.

Marco Aurélio Cunha trabalhou no São Paulo até o final de janeiro, retornando ao cargo de diretor de futebol feminino da CBF. Foi chamado num momento delicado do time, quando havia até ameaça de rebaixamento para a Série B.

 

 


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