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Pai de Neymar preferiu o ataque ao debate. Sofremos isso diariamente
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Alexandre Praetzel

O ex-jogador Casagrande, hoje comentarista de futebol, criticou a postura de Neymar dentro de campo, após a derrota do PSG para o Real Madrid. Em nenhum momento, atacou a pessoa e, sim, o jogador e seu desempenho. Ainda colocou torcedores e imprensa no mesmo balaio. Uma opinião forte, que pode ter apoiadores ou divergentes.

Acho que o contraditório sempre é saudável em qualquer debate. Duro e repugnante é quando acontece um ataque ao caráter, passado, feições ou vida pessoal. Neymar Pai partiu para a ofensa contra Casagrande. Ao invés de prestar atenção e pensar um pouco sobre as palavras do ex-atleta, preferiu lembrar de problemas enfrentados por Casagrande e tratá-lo como “abutre” ou invejoso.

Eu sou Pai e procuro errar o menos possível com meus dois filhos, mas não fico passando a mão na cabeça deles, se vejo postura ou comportamentos inadequados. Sempre terão meu apoio, mas ouvirei quando alguém fizer uma crítica a eles, sem perseguição. Infelizmente, hoje ninguém pode dizer mais nada. Qualquer observação, opinião contrária ou crítica, é rebatida com extremismo, fundamentalismo, ataques verbais e morais.

Sou um adepto das redes sociais e tenho muita honra em ter um blog no Portal UOL. Cada post que gera insatisfação pública, invariavelmente, é acompanhada de um xingamento ou ofensa. É um negócio doentio. Parece que o importante é distorcer, rebater ou atacar.

Sou chamado de “Cara rachada”, “Boca torta” e “Nariz torto”, a cada instante. Tudo porquê não concordam com meus conteúdos jornalísticos e informações divulgadas. As pessoas esquecem que acidentes podem acontecer com qualquer ser humano.

No meu caso, fui atropelado por uma moto, em dezembro de 1978, quando tinha oito anos, em Porto Alegre. Quase morri, mas Deus me deu uma segunda chance. Meu rosto foi parcialmente destruído. Graças a um ótimo cirurgião plástico, houve a reconstrução. Vou agradecer o resto da vida por não ter sofrido nenhum problema neurológico ou fisico, mas as marcas do acidente ficarão para sempre. Não estou posando de vítima, só ressaltando como procuram te atingir por algum problema pessoal, ao invés de divergir ou debater. Isso incomoda, sem dúvida.

E vale para todo mundo que tenha tido algum “acidente” de percurso. No caso Casagrande X Neymar Pai, eu sou Casagrande. Neymar Pai preferiu o “pode tudo” ao atacar um crítico do filho, que já o elogiou anteriormente. Foi mal. Muito mal.

Mais debate e respeito ao contraditório. Menos violência verbal e mais educação. Ainda acredito que isso possa existir.


A arte de execrar ou “endeusar” um jogador no Brasil
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Alexandre Praetzel

Uma vez, durante um debate esportivo de rádio, em Porto Alegre, papo vai, papo vem, decretei que um jogador “não jogava nada”. A frase definitiva ecoou com críticas à minha opinião. Horas mais tarde, refletindo, vi que era um erro, mesmo que considerasse o atleta em questão, um profissional menos qualificado que os demais. E mudei a postura nas análises, em 25 anos de jornalismo esportivo.

Acho que, com o advento das redes sociais e todo mundo com teses, observações e críticas em tempo real, precisamos ser muito mais cautelosos e pacientes. Hoje, uma contratação de um clube é avaliada em oito ou 80. Não existe mais meio termo. O cara chega com expectativa, é tratado como grande reforço e precisa resolver em 90 minutos. Não há mais tolerância, calma e até respeito pelo trabalho. Se fizer um gol e um grande lance, pronto, é um “monstro”, joga muito, novo craque e tal. Se perde um gol feito, chuta mal ou tem duas ou três atuações ruins, não serve mais. Ficou muito difícil entender tanto totalitarismo. Acredito que a gente deva se transportar para situações parecidas no nosso dia-a-dia. Será que gostaríamos de conceitos iguais ou parecidos? É hora de humildade e critérios nos comentários. Menos julgamentos e mais justiça. Abaixo, cito jogadores execrados e endeusados.

Borja – chegou agora. Está sendo detonado, com poucas oportunidades e longe do estilo em que jogava na Colômbia. O custo da negociação está determinando se ele é bom ou não, infelizmente;

Pato – empilhou gols no São Paulo. Sempre teve qualidade, mas foi execrado, após errar uma cobrança de pênalti pelo Corinthians contra o Grêmio, na Copa do Brasil;

Fred – segue como grande centroavante. Virou “cone”, depois do fiasco do Brasil, na Copa de 2014. Hoje, seria o 9 de qualquer equipe;

Casemiro – era chamado de “mala” e “mascarado” no São Paulo. Em um ano, não servia para o tricolor. Pode ser bicampeão da Champions League pelo Real Madrid, neste fim de semana, como titular absoluto;

Jonas – foi chamado de o “pior atacante do mundo” porque errou um gol. Sempre foi um atacante muito bom. Já foi convocado para a Seleção Brasileira e é destaque do Benfica de Portugal;

Keirrison – estourou no Coritiba e virou o ‘K9″ no Palmeiras. Negociado com o Barcelona, desandou e nunca mais foi o mesmo, rodando por vários clubes. Teve várias lesões e um drama pessoal. Hoje, está no Arouca no Portugal;

Leandro Damião – encheu os adversários do Inter, com gols marcados e atuações excelentes. Negociado ao Santos por R$ 42 milhões, virou um “mico” e foi parar na justiça contra o clube.

Pequenos exemplos de um lado e de outro. Em raríssimas vezes, temos razão no conceito final, mas nos equivocamos com a grande maioria. Fica a dica para uma reflexão e um debate com mais conteúdo sobre o assunto.

 


Diretor jurídico acha que Primeira Liga deu certo, mesmo sem os paulistas
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Alexandre Praetzel

A Primeira Liga tem sido criticada por alguns profissionais que a disputam. O técnico Abel Braga e o meia DAlessandro reclamaram da quantidade times e jogos. Algumas equipes atuaram com reservas em algumas partidas. O diretor-jurídico do torneio, Eduardo Carlezzo, concedeu entrevista exclusiva ao blog, defendendo o modelo de disputa e a independência dos participantes na organização da competição. Acompanhem.

Primeira Liga é válida

“Os clubes estão plantando agora para colher no futuro, já que a Liga é um projeto de longo prazo. Os 16 clubes estavam cientes da complexidade de fazer um torneio sem apoio da CBF e estavam dispostos a fazer o que fosse necessário para que a competição ocorresse em 2016, já estamos olhando para frente. Desde que começamos a planejar a edição de 2017, sabíamos que teríamos dificuldades devido a não inclusão da competição no calendário pela CBF. Estas dificuldades foram aumentadas pela mudança no formato das competições continentais e pelo atraso na finalização do Brasileiro”.

Como torná-la atraente

“A competição já é atraente por si mesma, já que congrega boa parte da elite do futebol nacional. Os índices de audiências na TV e a média de público nos estádios claramente mostram isto. Mostram que o torcedor tem maior interesse em jogos entre grandes equipes do que jogos com equipes menores. Sabemos que há pontos a aprimorar. Nosso primeiro desafio é melhorar a qualidade das datas, conferindo um maior espaçamento entre os jogos, o que já foi possível para diversos clubes neste ano mesmo, com exceção dos clubes catarinenses. Óbvio que outros desafios também existem, mas eu coloco o calendário como fator crucial”.

Haverá edição em 2018?

“Com certeza. Temos um contrato para a transmissão dos jogos pela TV, que finaliza em 2019”.

Desunião dos clubes diminuiu a credibilidade do torneio?

“Evidente que nem sempre é possível ter todos os clubes pensando de forma igual, já que somos conscientes das peculiaridades de cada um. Este anos, pelas dificuldades que se colocaram em nosso caminho, sabíamos que a primeira fase da competição, terminada no dia dois de março, poderia gerar algum desgaste. Contudo, nas fases seguintes haverá uma melhora significativa na visualização da competição”.

Por que o torneio foi alongado?

“A única opção que tínhamos para fazer a Copa da Primeira Liga 2017, era usando as datas do segundo semestre. Estamos certos de que teremos um grande sucesso de público e audiência quando iniciarem os jogos das quartas-de-final em 29 de agosto, já que tudo indica que teremos grandes clássicos do futebol nacional”.

Premiações

“A Primeira Liga distribuirá um total de R$ 5,3 milhões aos clubes, a partir das quartas-de-final”.

Argumentos para defender uma nova competição

“Temos que recordar que a Primeira Liga é uma entidade jovem ainda e que vem testando no futebol brasileiro um modelo de auto-organização e independência das demais entidades federativas, o que era inexistente até então. Temos obtido avanços positivos. Neste ano, focamos nosso trabalho em algo que o torcedor não vê, mas que para a continuidade da Liga é fundamental: gestão e recursos humanos. Contratamos profissionais de diferentes áreas e habilidades. A meu ver, a profissionalização é o grande legado de 2017, ainda que, como disse, possa ser invisível ao torcedor. Com a melhoria da nossa organização, chegaremos a 2018 mais fortes e bem preparados”.

Sem os clubes paulistas, é impossível dar certo?

“O torneio já deu certo. Temos grandes equipes. Cinco clubes da Primeira Liga ganharam a Libertadores da América, três possuem títulos mundiais e seis possuem grande número de conquistas nacionais. Aliado a isto, temos vários clubes de força regional. Isto tudo legitima a força da entidade e da competição que organizamos. Estamos seguros de dirigimos pelo caminho certo”.

A Primeira Liga está na segunda edição, em 2017. Os 16 times estão divididos em quatro grupos de quatro equipes. A disputa ocorre em turno único e os dois melhores de cada grupo passam às quartas-de-final. Os confrontos serão definidos, mediante sorteio. Em 2016, o Fluminense conquistou a competição com 12 participantes.


Vice licenciado do Corinthians critica o presidente e sua conduta
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Alexandre Praetzel

Jorge Kalil pediu licença da vice-presidência do Corinthians. Aos 61 anos, conselheiro desde 1980 e vitalício, a partir de 2002, Kalil sentiu que deveria se afastar, após um episódio lamentável na área interna do Parque São Jorge. O blog conversou com ele com exclusividade e apresenta agora a razão do seu afastamento e as críticas ao presidente Roberto de Andrade. Acompanhem.

Pedido de licença

“Por motivo de saúde. Estava tendo alguns problemas com algumas pessoas no Corinthians. Algumas pessoas estavam me fazendo mal na saúde e no emocional. A gota d’água foi no sábado, dia 03 de dezembro. Estava no clube e pedi a um diretor para falar com um sócio. Disseram que não era possível. Outro conselheiro veio falar comigo sobre o presidente e discordei. Esse conselheiro veio em direção a mim com o dedo em riste e o ouvidor do clube tomou partido pelo agressor. Tive uma arritmia cardíaca e passei o fim de semana em observação. Tive que tomar remédio para dormir. As pessoas no Corinthians não são mais importantes do que a saúde. Isso são fatos que vêm da administração do nosso presidente. Jamais tomaria esta atitude por desacordos, embora tenha muitos. Respeito o presidente e o regime é presidencialista. Se assim for, respeito a hierarquia. Jamais me insurgi, mas discordo de uma série de condutas”.

Desacordos

“O presidente não fez uma reunião de diretoria neste ano. Como pode governar, sem os seus pares? Se eu tiver que falar com o presidente, tenho que ir à concessionária dele. Não nos consulta para nada. Contratou um treinador sem passar pelo diretor de futebol. Nomeou diretores sem comunicar os vice-presidentes. Ele disse que vice-presidente não tem muita função. Quando contratou o atleta Jô, perguntei a ele sobre o pagamento de R$ 1.750.000,00 de comissão ao empresário. Ele respondeu que é praxe e eu não concordei, evidentemente. Como não temos voz, isso tudo causou problemas emocionais e de saúde. Tomara Deus que a arritmia não volte mais”.

A favor ou contra do impeachment

“Quero o melhor para o Corinthians, com qualquer decisão”.

Oswaldo de Oliveira

“É minha opinião pessoal como torcedor. Eu teria outros nomes como prioridades”.

Flávio Adauto e Alessandro

“Não tenho nada a comentar. É precoce analisar Adauto e Alessandro o conheço como ex-atleta. O tempo dirá se eles foram competentes ou não. Foram escolhas exclusivas do presidente”.

Andrés Sanchez

“Não tenho nada contra ele. Foi um dos maiores presidentes da história. Penso que no momento, ele está afastado das decisões do Corinthians. Qualquer coisa em contrário, não é do meu conhecimento. Creio que ele tem apoiado o Roberto”.

Clube rachado

“Corinthians sempre foi complicado politicamente. Nunca houve apenas situação. Sempre houve oposição. Isso é salutar em qualquer regime. O momento é turbulento porque há descontentamento por parte de integrantes da situação e oposição e há também concordância da gestão por parte da oposição. Isso faz parte do regime democrático”.

Situação financeira

“Sempre preocupará. A condição para o Corinthians ter um grande time dependerá da situação financeira. Sou radicalmente favorável a profissionalização de vários setores do clube. Um economista renomado para cuidar das contas do Corinthians, reconhecendo a competência do atual, Emerson Piovesan. Principalmente, no jurídico, marketing, financeiro, futebol e categorias de base. O presidente não é favorável a isso. Talvez o errado seja eu”.

Estádio

“Gostaria muito de ver o resultado da auditoria que foi contratada. Sou favorável a aguardar todos os resultados da auditoria e todos os outros estudos que estão feitos para saber se houve ou não superfaturamento. Nenhuma atitude deve ser tomada, antes dos resultados concretos, inclusive estudar a possibilidade e debater no Conselho, a possível suspensão do pagamento para a construtora”.

2017

“Dias melhores virão. O Corinthians é o maior de todos. É muito forte. Voltará ao lugar de onde nunca deveria ter saído. A situação será mais díficil, mas para o Corinthians tudo é possível”.

Sonho de ser presidente

“Qualquer especulação nesse sentido só atrapalha o clube. Minhas três razões da vida são minha família em primeiro lugar, acima de tudo. A seguir, vem a medicina e somente depois viriam alguns amigos e o Corinthians. Nesse momento, não penso nisso”.

Jorge Kalil não quis se manifestar sobre o nome do conselheiro que o agrediu verbalmente e o ouvidor que concordou com o ato. Kalil tem história no clube e foi diretor médico da gestão de Vicente Matheus e membro do CORI(Conselho de Orientação Fiscal).


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