Blog do Praetzel

Vice licenciado do Corinthians critica o presidente e sua conduta

Alexandre Praetzel

Jorge Kalil pediu licença da vice-presidência do Corinthians. Aos 61 anos, conselheiro desde 1980 e vitalício, a partir de 2002, Kalil sentiu que deveria se afastar, após um episódio lamentável na área interna do Parque São Jorge. O blog conversou com ele com exclusividade e apresenta agora a razão do seu afastamento e as críticas ao presidente Roberto de Andrade. Acompanhem.

Pedido de licença

''Por motivo de saúde. Estava tendo alguns problemas com algumas pessoas no Corinthians. Algumas pessoas estavam me fazendo mal na saúde e no emocional. A gota d'água foi no sábado, dia 03 de dezembro. Estava no clube e pedi a um diretor para falar com um sócio. Disseram que não era possível. Outro conselheiro veio falar comigo sobre o presidente e discordei. Esse conselheiro veio em direção a mim com o dedo em riste e o ouvidor do clube tomou partido pelo agressor. Tive uma arritmia cardíaca e passei o fim de semana em observação. Tive que tomar remédio para dormir. As pessoas no Corinthians não são mais importantes do que a saúde. Isso são fatos que vêm da administração do nosso presidente. Jamais tomaria esta atitude por desacordos, embora tenha muitos. Respeito o presidente e o regime é presidencialista. Se assim for, respeito a hierarquia. Jamais me insurgi, mas discordo de uma série de condutas''.

Desacordos

''O presidente não fez uma reunião de diretoria neste ano. Como pode governar, sem os seus pares? Se eu tiver que falar com o presidente, tenho que ir à concessionária dele. Não nos consulta para nada. Contratou um treinador sem passar pelo diretor de futebol. Nomeou diretores sem comunicar os vice-presidentes. Ele disse que vice-presidente não tem muita função. Quando contratou o atleta Jô, perguntei a ele sobre o pagamento de R$ 1.750.000,00 de comissão ao empresário. Ele respondeu que é praxe e eu não concordei, evidentemente. Como não temos voz, isso tudo causou problemas emocionais e de saúde. Tomara Deus que a arritmia não volte mais''.

A favor ou contra do impeachment

''Quero o melhor para o Corinthians, com qualquer decisão''.

Oswaldo de Oliveira

''É minha opinião pessoal como torcedor. Eu teria outros nomes como prioridades''.

Flávio Adauto e Alessandro

''Não tenho nada a comentar. É precoce analisar Adauto e Alessandro o conheço como ex-atleta. O tempo dirá se eles foram competentes ou não. Foram escolhas exclusivas do presidente''.

Andrés Sanchez

''Não tenho nada contra ele. Foi um dos maiores presidentes da história. Penso que no momento, ele está afastado das decisões do Corinthians. Qualquer coisa em contrário, não é do meu conhecimento. Creio que ele tem apoiado o Roberto''.

Clube rachado

''Corinthians sempre foi complicado politicamente. Nunca houve apenas situação. Sempre houve oposição. Isso é salutar em qualquer regime. O momento é turbulento porque há descontentamento por parte de integrantes da situação e oposição e há também concordância da gestão por parte da oposição. Isso faz parte do regime democrático''.

Situação financeira

''Sempre preocupará. A condição para o Corinthians ter um grande time dependerá da situação financeira. Sou radicalmente favorável a profissionalização de vários setores do clube. Um economista renomado para cuidar das contas do Corinthians, reconhecendo a competência do atual, Emerson Piovesan. Principalmente, no jurídico, marketing, financeiro, futebol e categorias de base. O presidente não é favorável a isso. Talvez o errado seja eu''.

Estádio

''Gostaria muito de ver o resultado da auditoria que foi contratada. Sou favorável a aguardar todos os resultados da auditoria e todos os outros estudos que estão feitos para saber se houve ou não superfaturamento. Nenhuma atitude deve ser tomada, antes dos resultados concretos, inclusive estudar a possibilidade e debater no Conselho, a possível suspensão do pagamento para a construtora''.

2017

''Dias melhores virão. O Corinthians é o maior de todos. É muito forte. Voltará ao lugar de onde nunca deveria ter saído. A situação será mais díficil, mas para o Corinthians tudo é possível''.

Sonho de ser presidente

''Qualquer especulação nesse sentido só atrapalha o clube. Minhas três razões da vida são minha família em primeiro lugar, acima de tudo. A seguir, vem a medicina e somente depois viriam alguns amigos e o Corinthians. Nesse momento, não penso nisso''.

Jorge Kalil não quis se manifestar sobre o nome do conselheiro que o agrediu verbalmente e o ouvidor que concordou com o ato. Kalil tem história no clube e foi diretor médico da gestão de Vicente Matheus e membro do CORI(Conselho de Orientação Fiscal).