Mbappé se apresenta e Messi se despede dos Mundiais. França foi letal
Alexandre Praetzel
O melhor jogo das últimas três Copas do Mundo. Defino França 4×3 Argentina, desta maneira. A abertura das oitavas-de-final superou as expectativas. O favoritismo francês era claro, pelo melhor jogo coletivo e organização tática. A França não foi brilhante na primeira fase e passou com sete pontos em nove disputados. A Argentina chegou ao trancos e barrancos, mas sempre é a Argentina, e ainda mais, com Messi.
Só que Mbappé superou Messi. O prodígio francês atropelou a defesa adversária, quando sofreu pênalti de Rojo. A abertura do placar indicava uma vitória tranquila para a França, mas não foi isso que aconteceu. A equipe de Deschamps se fechou e deixou a Argentina controlar a bola, chegando ao empate, num chutaço de Di Maria, no único lance que a Argentina teve espaço, próxima à área francesa. Uma paulada, superando Lloris. Tudo igual no primeiro tempo.
Na segunda etapa, a Argentina virou e transformou o jogo. Não havia mais administração de resultado. Só que a França reagiu mais rápido do que todo mundo imaginava. Acelerou a troca de passes e empatou numa pintura do lateral Pavard, num “chicote” na bola, acertando o ângulo direito. Talvez o gol mais bonito da Copa. Se pudéssemos prever, diríamos que a França igualou o placar na hora certa.
Em seguida, bola respingada na área, e Mbappé, rápido no raciocínio e conclusão, recolocou a França em vantagem. Logo depois, uma saída de bola francesa, com seis toques, a partir de Lloris, até chegar a Mbappé. Em velocidade, o atacante bateu com categoria na saída de Armani, subindo a França para 4 a 2. Já era um jogaço.
Ficou ainda mais emocionante até os acréscimos, quando Agüero fez o terceiro da Argentina, já sem Mbappé em campo, substituído por Deschamps. A Argentina ainda teve uma última bola ofensiva, mas perdeu.
A vitória francesa apresentou Mbappé aos Mundiais. Aos 19 anos, foi decisivo e mostrou o que se esperava dele. Forte, veloz e letal. O nome do confronto. Já coloca medo em Uruguai e Portugal, para as quartas-de-final.
Do outro lado, a despedida de Messi. O fim de um gênio na Seleção. Não conseguiu vencer uma Copa e isso será lembrado, apesar da sua genialidade. Em 2022, terá 35 anos. Dificilmente, vai aguentar mais um ciclo, com tanta pressão e desorganização do futebol argentino. Uma pena. Seria lindo ver um monstro como ele, se igualando a Maradona. Não veremos.