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A vez de Messi. Quero vê-lo nas oitavas. Não merece a bagunça argentina
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Alexandre Praetzel

A Argentina pode se despedir da Copa do Mundo, nesta terça-feira, mesmo com vitória sobre a Nigéria. Basta a Islândia vencer a Croácia, sempre por um gol a mais do que a Argentina. Sinceramente, será muito triste ver Messi se despedir do Mundial, caso isso aconteça. O gênio e melhor do mundo, para mim, merecia uma geração condinzente ao seu lado e uma gestão profissional na Associação de Futebol Argentino.

Messi está na sua quarta Copa do Mundo. Em 2006, tinha 19 anos e era um projeto de craque num time bem armado por José Pekerman. Caiu para a Alemanha, nas quartas, nas cobranças de pênaltis. Em 2010, vi de pertinho o massacre para a mesma Alemanha, na goleada por 4 a 0, com um Maradona perdido e perplexo, como técnico. Messi não fez uma boa Copa.

Em 2014, foi vice-campeão, perdendo de novo para a Alemanha. Teve um esquema de jogo armado para ele atuar livremente, pelo técnico Alejandro Sabella. Esquema forte taticamente, com muita marcação e bola em Messi. Não foi uma Copa brilhante, mas eficiente. Teve chances de ser campeão, se Higuaín ajudasse na decisão. Ainda assim, foi escolhido o melhor jogador do torneio, porque era Messi. Outros foram superiores a ele.

Agora, o desânimo do craque é visível. Parece que perdeu as forças, ao ver uma equipe desconjuntada e a bagunça na preparação e formação dos titulares. Com um treinador que precisa de tempo, mas não aceita sugestões. A ficha caiu, depois de duas partidas, e Messi hoje terá que ser mais do que ele é. E dependendo do outro jogo, também.

Uma pena vê-lo desse jeito. Fez 31 anos, domingo, e recebeu as justas honrarias pela data. Tudo isso será esquecido, caso a Argentina seja eliminada. Por isso, torço por ele. Seria cruel vê-lo fora do Mundial, desta maneira.


Eu queria Diego Costa no Brasil
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Alexandre Praetzel

Portugal e Espanha fizeram um jogaço de Copa e empataram em 3 a 3. Cristiano Ronaldo foi espetacular com três gols marcados, um deles numa pintura em cobrança de falta, quase nos acréscimos. O melhor do mundo carregou Portugal nas costas.

Aliás, costas largas que Diego Costa tem. Esse jogador é brasileiro, naturalizado espanhol, para quem não sabe. Vê-lo com a camisa da Espanha, apenas confirma como os mandatários do nosso futebol não conseguem administrar situações conflitantes.

Diego Costa nasceu em Lagarto, município de Sergipe. Saiu cedo para o futebol português e foi adquirido pelo Atlético de Madrid. Rodou por algumas equipes menores, até virar titular do time, em 2013. Em março deste ano, foi convocado por Luiz Felipe Scolari, para dois amistosos contra Itália e Rússia. Como foi pouco utilizado, reclamou, e não foi chamado para a Copa das Confederações daquele ano, com título brasileiro. Em julho, Diego Costa conseguiu a cidadania espanhola e, em outubro, declarou que queria defender a Espanha, em carta enviada à CBF. Um ano depois, foi titular da Espanha, nos dois primeiros jogos da Copa 2014. Foi mal como todo o time. O entrevistei na zona mista, após a derrota de 5 a 1 para a Holanda. Na ocasião, criticou os critérios de convocação no Brasil e que não se arrependia de ter virado “espanhol”. Faltou diálogo e bom senso das duas partes. Talvez, se a CBF tivesse um diretor-executivo de seleções, o assunto fosse resolvido a favor do Brasil.

Quatro anos depois, é titular da Espanha e fez dois gols contra Portugal. O primeiro, recebendo a bola dentro da área e chutando no canto do goleiro Rui Patrício, mesmo com dois marcadores em cima dele. O segundo, aproveitando cabeceio para a pequena área, em jogada ensaiada. Com forte presença de área e muito jogo físico, Diego Costa é centroavante mesmo. Vai para o confronto, não desiste do jogo e tem boa conclusão. Se não fosse bom, jamais seria o 9 da Espanha.

O Brasil de Tite não tem um nome com essas características e experiência para o ataque. Estaria no grupo e até poderia ser titular.

Por isso, lamento. Eu queria Diego Costa no Brasil.


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