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Guto Ferreira prevê sucessos de Jean e Capixaba e Bahia mais forte em 2018
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Alexandre Praetzel

Guto Ferreira está de volta ao Bahia. Campeão da Copa do Nordeste de 2017, Guto retornou, após uma passagem pelo Inter, na disputa da Série B, deixando o time com o acesso encaminhado. Em entrevista exclusiva ao blog, Guto elogiou Jean e Juninho Capixaba, reforços de São Paulo e Corinthians, e previu um Bahia ainda mais forte, em relação ao ano passado. Confira a seguir.

Ficaste surpreso com tua saída do Inter, faltando três rodadas para o retorno à Série A?

Respeito muito o Internacional, mas não gostaria de falar sobre isso.

Como reencontraste o Bahia?

Bem. O clube vem numa crescente, organizado, buscando sempre um trabalho de qualidade. Muita alegria pelo reencontro com os funcionários do ano anterior. Fui muito bem recebido. Muito legal essa chegada.

Achas que o negócio com o Corinthians pelo Juninho Capixaba foi bom para o Bahia (R$ 6 milhões por 60% mais o goleiro Douglas)?

Isso aí é uma questão que não cabe a mim. a direção tem que saber. É um jogador promissor. É uma situação esquisita para eu analisar. Foi bom para o menino e deve ter sido bom para o Bahia, senão o clube não faria.

O que achas do lateral Juninho Capixaba?

É um jogador muito interessante. Se está 100% pronto, não sei dizer. Mas num futuro próximo pode ser um lateral bem interessante no mercado. Isso com certeza.

Achas que o goleiro Jean dará certo no São Paulo?

Ele tem muitas virtudes. Ágil, joga fácil com os pés. Tem uma certa segurança. Tudo vai passar pelo que ele conseguir com maturidade. É muito jovem. Alguns tem uma postura mais ousada, ele tem essa postura. Se ele conseguir ter um controle sobre essa postura, ele tende a ter futuro e destaque no São Paulo. Potencial existe. Fez um campeonato bem sólido e isso foi bastante importante.

E o goleiro Douglas?

Acompanho o Douglas há muito tempo. No ano passado, esteve próximo de acertar com o Bahia, mas não acertou por questões do futebol. Aí o Jean deslanchou e o Bahia não trouxe. Acabou indo para o Avaí. Tem muita qualidade, desde quando estourou no Capivariano. Ágil, com muito recurso. Gosto muito dele.

Zé Rafael fica?

Sim, vai continuar no Bahia. Acho um grande jogador, de muito potencial, tanto físico como tático. É ousado, vai para dentro o tempo todo. Tem coisas muito interessantes. Isso fez com que tivesse destaque. Se fortaleceu muito mentalmente do Londrina para o Bahia, um time maior. Isso trouxe confiança alta e trouxe resultado dentro de campo com ótimo desempenho.

Bahia terá um time forte?

Nós estamos buscando isso. Estamos trazendo uma mescla de experientes com certa juventude. Alguns com potencial como Elber, João Pedro, o lateral Léo do Fluminense. Mais experientes, Nilton voltando do Japão, Elton, Nino Paraíba. Está se buscando formar uma equipe de qualidade. Ainda precisamos de mais umas aquisições. O clube está se empenhando para isso. Depois, é trabalho e correção de rumo, conforme os desempenhos. Um time de marcação forte e transição rápida. O clube está buscando nomes com esse perfil.

Em 2018, o Bahia vai disputar a Copa do Nordeste, Estadual, Copa do Brasil, Sul-Americana e Série A do Brasileiro. Na primeira passagem pelo Bahia, Guto Ferreira comandou o time em 57 partidas com 31 vitórias.


Zago lamenta impaciência do Inter e torce para Guto Ferreira subir o time
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Alexandre Praetzel

O Inter está sofrendo com o início da Série B do Brasileiro. Após oito rodadas, o time gaúcho é o quinto colocado com 13 pontos em 24 disputados e 54,2% de aproveitamento. Uma campanha abaixo do esperado pela maioria dos colorados. O blog entrevistou Antonio Carlos Zago, ex-técnico do Inter, que começou a temporada em Porto Alegre, mas acabou saindo, depois da derrota para o Paysandu, na terceira rodada. Confira abaixo.

Ainda estás pensando o que aconteceu no Inter, para sua saída?

“Eu acho que tinha acontecido muita coisa, né. A equipe chegou à final do Campeonato Gaúcho. Quando eu cheguei em Porto Alegre, para treinar o Inter, todos davam o Grêmio campeão gaúcho, naquele momento, e o Grêmio nem chegou na final. Classificamos na Primeira Liga, na Copa do Brasil ainda estávamos dentro, porque tínhamos perdido para o Palmeiras por 1 a 0, na Arena, e tínhamos chances de reverter toda aquela situação. E era apenas o início da Série B. Se faltou alguma coisa, faltou um pouco de paciência por parte dos diretores em terem feito com que meu trabalho prosseguisse, até o final da Série B”.

Como vês as críticas ao preparo físico do Inter, já que o Carlos Pacheco chegou contigo ao clube?

“Nosso time era um dos que mais corria. É só pegar todos os testes que nós fizemos. Todos os jogos são monitorados pelo GPS. Então, a nossa equipe estava dentro da média. Isso aí era acompanhado pela departamento de fisiologia do clube, até pela própria diretoria e estava bem dentro da média. Quanto à questão física, é mais uma desculpa que arrumaram, se estão dizendo isso, para que possam, talvez, esquecer de coisas principais que acontecem dentro do Inter. Ao meu modo de ver, o Inter tem tudo para conseguir essa volta à Série A”.

O fato de ter poucos meias no grupo, foi um erro de planejamento da diretoria?

“Não é fácil você encontrar um meia no mercado hoje. É difícil. Se nós pegarmos aí, um meia, meia mesmo, aquele que “pifa” o atacante, aquele que antevê as jogadas, a gente pode falar do Douglas, que está no Grêmio. Eu acho que é o último dos moicanos, mesmo. Lógico que você tem o Diego, outros meias, mas com características diferentes. Talvez, tenha faltado um meia no elenco do Inter, mas nós vínhamos buscando algumas alternativas dentro do elenco, principalmente, nos jogos principais. Se você pegar o jogo contra o Grêmio, onde nós fizemos uma boa apresentação. Depois, contra o Corinthians aqui, onde não jogou o D’Alessandro, nós fizemos um bom jogo. Então, nós vínhamos buscando essas alternativas. Mas é sempre importante você contar com jogadores de qualidade, principalmente, os meias que acabam criando tudo dentro da equipe”.

Você acha que o Inter subirá para a Série A com tranquilidade?

“A dificuldade é grande na Série B, não é um campeonato fácil, mas eu acredito que o Inter vai subir. Não sei se com uma certa tranquilidade ou não, mas vai conseguir voltar a Série A. Eu vou torcer para que isso aconteça porque é um clube grande na Série B e merece retornar à Série A, o mais rápido possível”.

É bom trabalhar com o D’Alessandro?

“Eu tenho um bom relacionamento com o Dale. Um jogador que é o primeiro a chegar, o último a sair, está sempre treinando mais do que os outros, apesar da sua idade. Um cara que me ajudou bastante no Inter”.

Apesar da concorrência entre os técnicos, você acha que o Guto Ferreira pode levar o Inter a uma grande conquista?

“Apesar da disputa, nós temos um grupo também dos treinadores, onde trocamos algumas idéias. Nossa profissão hoje é bem mais unida do que antigamente. A gente torce para que o Guto possa fazer um bom trabalho porque, além de tudo é uma grande pessoa e um profissional que está há certo tempo no mercado. Já fez bons trabalhos e é a oportunidade ideal para ele, porque volta a sua velha casa. O Guto, praticamente cresceu dentro do Inter, teve o início da sua carreira nas categorias de base do Inter e agora tem a oportunidade de dirigir a equipe profissional e a gente espera que ele possa fazer com que o Inter retorne à Série A do Brasileiro”.

Alguma projeção para voltar ao mercado?

“Estamos esperando. Estamos vendo quem vai cair na próxima rodada(risos), mas a gente não vê a hora de voltar a trabalhar porque me preparei para isso e vejo que tenho condições de vir a ser um dos grandes treinadores do futebol brasileiro. Espero voltar o mais rápido possível. Infelizmente, como eu brinquei no início, a gente depende da queda de um profissional para que a gente possa assumir o lugar dele, mas isso aí faz parte da nossa profissão e é entendido por todos também”.

Guto Ferreira assumiu no lugar de Zago. Em cinco jogos, conseguiu duas vitórias e três empates. O Inter enfrenta o Paraná Clube, nesta terça-feira, e o Brasil, em Pelotas, sábado.


Guto Ferreira nega contato do Inter e diz que está feliz no Bahia
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Alexandre Praetzel

Guto Ferreira negou que tenha sido procurado pela diretoria do Inter, substituindo Antonio Carlos Zago, dispensado neste domingo, para retornar ao Beira-Rio. Guto chegou a Porto Alegre, em 1998, para treinar o time júnior campeão da Copa São Paulo, naquele ano. Foi técnico principal, em 2002, conquistando o Campeonato Gaúcho. Depois, saiu e voltou para ser auxiliar até 2011, quando se despediu.

Atualmente, ele comanda o Bahia e ganhou a Copa do Nordeste, na última quarta-feira. “Estou feliz no Bahia e ninguém me procurou. Não tem ‘se’ no futebol. Ou é ou não é. Tenho um projeto no Bahia”, afirmou, em contato com o blog.

Guto tem compromisso até dezembro deste ano. A multa contratual com o Bahia é de R$ 584 mil. A cada mês, vai diminuindo o valor.

O Inter espera definir seu novo treinador para estrear contra o Juventude, sábado, pela Série B do Brasileiro. O time tem quatro pontos em nove disputados. Além de Guto, Levir Culpi também está cotado. O blog enviou mensagens para Levir e o seu assessor de imprensa e não recebeu respostas.

Na Copa do Brasil, o Inter recebe o Palmeiras, quarta-feira, no confronto de volta, pelas oitavas de final. O auxiliar Odair Hellman será o interino. O Inter perdeu por 1 a 0, em São Paulo.


Guto Ferreira confirma contato do Corinthians, sem evolução nas conversas
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Alexandre Praetzel

Guto Ferreira confirmou que foi procurado pelo Corinthians, nos últimos dias. Não houve evolução nas conversas entre a diretoria corintiana e o empresário do treinador, Adriano Spadotto. Guto está satisfeito no Bahia, mas não descarta o Corinthians, em outra oportunidade. O técnico levou o Bahia de volta à Série A, em 2017, e promete buscar resultados maiores à frente da equipe. Leia abaixo a entrevista exclusiva concedida ao blog.

Corinthians

“O Corinthians até procurou meu representante, mas eu tenho contrato com o Bahia. Houve procura, mas não houve evolução nas conversas”.

Pensou em trocar de time

“Quem não quer trabalhar num clube como o Corinthians? Mas eu tenho um compromisso com o Bahia. Não é só questão de eu querer, estou feliz no Bahia. Tenho identificação grande com o torcedor e também aspiro um dia trabalhar no Corinthians. Isso passaria por uma série de situações e acabou não evoluindo”.

Bahia

“Tivemos um projeto que iniciamos no meio do ano. Primeiro estágio era o acesso e o objetivo foi alcançado mesmo com todas as dificuldades em pegar o time no meio da competição. Agora, existe um planejamento dentro da Série A, onde temos o objetivo de fazer um ano de 2017 bom e vamos trabalhar por esses objetivos”.

Competitividade

“Nós estamos trabalhando para montar um time competitivo. Se não for competitivo no futebol mundial, não se estabelece. Tem muita gente trabalhando para termos um time assim. Têm jogadores que o clube está procurando renovar e também contratar. Tudo são passos. Em se tratando do Bahia, o torcedor quer sempre o melhor e nós também. Temos estágios a serem percorridos e o mínimo é permanecer na Série A. Depois, estando bem, o objetivo é chegar mais longe, dentro de um processo evolutivo. Vamos estruturar a equipe. Tem duas competições regionais onde o Bahia tem que trabalhar bem”.

Estudar ou não como técnico

“Eu acho que cada um faz as suas escolhas. Vou responder com uma frase que me marcou: Você faz suas escolhas e as suas escolhas fazem você. Para aqueles que pensam que não precisa estudar, eles devem ter uma linha de pensamento e alguma diretriz. Não estou buscando nenhuma receita de bola, não. Vou lá ver o que está sendo diferente. Vou conhecer estrutura física, pessoal, parte de mídia, marketing, como se realiza o jogo e o futebol, o que ocorre dentro e em que condições está acontecendo. Fui lá observar. Não fui para me pós-graduar. Sempre se assimila alguma coisa. Quero estudar e aprender sempre. Quem sabe desta maneira consigo com o exercício da prática, gerar uma teoria com uma base de prática mais qualificada”.

Preconceito com futebol nordestino

“Não vou falar em resistência da mídia. O Bahia teve uma repercussão importante na Série B. O Bahia busca se reorganizar a cada dia, com mais crescimento. Me impressiona a participação dos torcedores nos jogos, famílias dentro dos estádios. Não há violência na torcida. Estou falando do Bahia. Não posso falar pelos outros. À medida que os resultados vão sendo alcançados, a repercussão vai aumentando, não importa onde você esteja trabalhando. Logicamente, o eixo Rio-SP repercute mais pelos principais meios de comunicação. Algo normal”.

Pronto para time grande

“Eu acho que o Bahia já é em termos de pressão e tamanho em torcida e massa associativa. Pode não estar entre os 12 grandes, mas é bicampeão brasileiro. Estou pronto sim. Não tenho medo. Vamos trabalhar muito, buscar mais e mais conhecimento para conseguir atingir objetivos ao final de cada temporada. É uma responsabilidade muito grande, mas não tenho medo”.

Não ter sido ex-jogador atrapalha

“É um ser humano igual aos outros. Não dificulta em nada. Se for ver esse lado, tenho dois auxiliares ex-jogadores que participam de toda a integração de trabalho. Acho que as linhas de pensamentos, onde existem acadêmicos muito bons profissionais que conseguem transformar teoria em prática. Existem medianos e ruins. Há ex-jogadores com posturas acadêmicas e são qualificados e outros que não conseguem ter comando. São tantas características para ser tornar um treinador com resultado final, isso que teria que ser debatido. Quais esses perfis? Liderança, postura, conhecimento. Uns mais teóricos e outros mais práticos. O que vale é a capacidade, independentemente de onde ele vem”.

Viagem à Alemanha

“Fiquei 17 dias por lá, agora em dezembro. Assisti três jogos da primeira e um jogo da segunda divisão. Jogo muito intenso, alinhado, muito tático. Os caras não ganharam a Copa à toa. Você vê muito planejamento de anos para cá. A Bundesliga, dentro do trabalho de formação, as academias são classificadas em uma, duas e três estrelas. As cotas de TV são repassadas para esta academia, de acordo com tua classificação. Ano a ano tem uma fiscalização da Confederação em cima de predicados e resultados. O que mais impressiona é a questão cultural, como todos exercem as funções. Não há interferência externa. O Hoffenheim, por exemplo. Tem um CT só para Sub-12, 13 e outro CT para 13, 14 e 15 com três campos e prédio de cinco andares com toda estrutura. Tem um outro CT para 17, 18 e 19 e um outro para Sub-23 e time principal. Tem treinamento até de visão periférica, para aprimorar reflexo e escolha rápida. Uma arena para 32 mil pessoas. O técnico tem 29 anos e o diretor esportivo, pouco mais de 30. O Hoffenheim seria a Chapecoense, aqui no Brasil, pelo tamanho, estrutura e repercussão”.

Aos 51 anos, Guto Ferreira tem contrato com o Bahia, até dezembro de 2017. A multa rescisória é de R$ 1 milhão. Guto surgiu no futebol trabalhando na base de São Paulo e Inter. Treinou Inter, Ponte Preta e Chapecoense, até chegar ao Bahia, entre outras equipes.


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